06 novembro 2005

Terrorismo e polarização do mundo: Girard explica


Foto: Le Figaro, levante em Paris

O mundo parece estar se polarizando cada vez mais entre os que defendem a liberdade e os direitos civis, de um lado, e os que acreditam no estatismo e no totalitarismo como a solução para os males do mundo, de outro. No segundo lado, tudo indica que há mais gente: é onde muitos costumam defender, justificar ou minimizar a truculência do terrorismo, já que são contra o "grande vilão" Estados Unidos. É o mecanismo do totalitarismo da vítima em plena ação, percebido pelo antropólogo René Girard : quem se coloca no papel da "vítima" passa automaticamente a ter o direito legítimo de cometer atrocidades. No comunismo (que muitos dizem extinto), a intervenção brutal no livre-arbítrio das pessoas, com coação e mortes por parte das autoridades governamentais, ainda é legitimada - na China, na Coréia, em Cuba e, embrionariamente, na Venezuela - pelo argumento de que tudo é feito "pelos pobres". Girard enfatizou em entrevista que o comunismo é o regime que faz vítimas em nome de vítimas. Isso parece ter virado "moda", e até o mais pacífico dos cidadãos brasileiros pode vociferar e cuspir quando fala dos EUA, enquanto dá de ombros diante do 11 de setembro ou não se importa com o jugo que ditadores como Saddam Hussein impõem no Iraque ou no Kuwait. É como se praticamente o mundo inteiro estivesse gerando um ódio mortal sem precedentes contra os EUA e Israel, com base nesse mecanismo que se autoperpetua pela dificuldade de ser combatido: afinal, o pensamento politicamente correto sempre protege as "vítimas", façam o que fizerem. De minha parte, uma grande tristeza pela constatação de que o século XXI se anuncia como mais violento que o anterior. Não preciso me alongar para dizer por quê: Girard explica.

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