21 dezembro 2007

Feliz Natal, ou...

Traduzido e adaptado livremente por mim de um texto postado no blog do autor conservador Roger Kimball. Pode reproduzir por aí à vontade, mas não se esqueça de pôr a fonte.


Aos meus amigos politicamente corretos:

Recebam meus votos apartidários, inclusivos e totalmente desinteressados de boas festas – não somente boas, mas socialmente responsáveis, ecologicamente conscientes, multiculturais, sem estresse, sem gorduras, sem aditivos artificiais e sem dependência química, comemoradas segundo as melhores tradições do segmento religioso de sua escolha, ou as melhores tradições do segmento secular de sua escolha, com todo o respeito pela escolha de não optar por nenhum tipo de tradição, seja ela religiosa ou secular. Também desejo a vocês um maravilhoso período de doze meses que se convencionou chamar, em nossa cultura, ano de 2008, sem esquecer todas as culturas de calendário diverso que contribuíram igualmente para a formação de nosso continente latino-americano e nosso querido país. Não que os outros países não sejam igualmente queridos e valorizados, é sempre bom deixar claro. Lembrando também que meus votos destinam-se a pessoas de todos os credos, raças, cores, gêneros, preferências sexuais e demais manifestações de pluralidade.

Aos meus amigos conservadores:

Um Feliz Natal e um Próspero Ano-Novo!

14 dezembro 2007

Duas cenas

Cena 1: Estou para entrar em uma loja. Da porta vêm saindo, primeiro, uma mulher, que eu espero passar, e alguns segundos depois um homem, que se encontra comigo no limiar da entrada. Ficamos os dois num duro impasse físico, feito de pequenos avanços e recuos, antes que ele, um pouco a contragosto, resolva se posicionar de lado e permitir que eu entre. Ainda perto da porta, ouço a mulher dizendo:

— Mas que incrível, hein?

Arregalo os olhos. Estaria ela falando de mim?

— É mesmo incrível!

— Está falando comigo? — dirijo-me a ela, reabrindo a porta em vez de me esgueirar para dentro da loja. Meu tom não é arrogante, quero apenas saber qual foi meu erro. Ela esboça algumas palavras sobre falta de educação, mas o homem, preocupado com uma possibilidade de barraco na galeria, puxa-a pelo braço. Restam-me duas frases sinceras e frias: “Desculpe, não vi que ele estava com você” e “Além disso, ele é homem”.

Cena 2: Vejo o táxi do outro lado da rua, mas o motorista não me vê. Aliviada porque, àquela hora, não costuma haver táxi naquele ponto, encaminho-me para ele ao mesmo tempo em que um homem de terno, gravata e pastinha vem pela calçada do outro lado. O homem chega alguns segundos primeiro e abre a porta do carro, enquanto eu tento falar com o motorista: “Você pode usar o rádio para chamar outro para mim?” Estou desolada: chove muito, a rua está escura, são mais de onze horas da noite e eu carrego um saco plástico pesado. O passageiro então propõe:

— Para onde você vai? Se você for para o mesmo lado que eu, é até bom, porque a gente pode dividir o táxi e eu economizo — ri ele.

Esperançosa, digo o nome da minha rua.

— Vou para o lado oposto, que pena — responde ele, dando de ombros e sumindo para dentro do veículo.

Em vez de esperar o outro táxi que o motorista poderia chamar — já me aconteceu de esperar em vão — , vou andando em direção a um lugar mais iluminado. Não estou irritada, mas pasma: além de não me ceder a vez, o homem ainda queria dividir a conta comigo! Lembrava que naquele dia, também debaixo de chuva, eu havia pego carona de manhã com uma moradora do meu prédio, alguém que nunca havia me visto. Ofereci-me para pagar metade da corrida, mas ela foi cavalheira o suficiente para negar — como eu mesma teria sido. Que sina: nós, mulheres, temos sido mais gentis umas com as outras que muitos homens!

Não posso deixar de compreender as duas cenas como parte de um mesmo fenômeno. Na Cena 1, a mulher defende o marido porque outra mulher não o havia deixado passar primeiro. Lamentei por ela. Aquele casal era muito provavelmente mais um (entre tantos) em que a contraparte feminina assume o controle. Lamentei também pelo homem da Cena 2, que àquela altura teria ainda que aprender muito sobre a fragilidade feminina e sua própria capacidade de doação. Não os condenava: eu mesma havia passado por relacionamentos parecidos. Meu impulso sempre fora o de cuidar e acalentar, enquanto o outro deixava em banho-maria sua masculinidade. Por isso havia decidido repousar em Deus todo impulso para o sexo oposto, enquanto Ele gentilmente me transformava. Agradeço-Lhe porque creio nessa transformação — se não fosse assim, em nada essas cenas teriam me chamado a atenção. Agradeço-Lhe também, e sobretudo, por ter me livrado de um casamento nesses termos.

É por isso que hoje, mais que nunca, não podemos deixar de admirar a sabedoria bíblica quando lemos que o homem é o cabeça do casal: quando tomamos a frente, nós mulheres deixamos de exercer nossa plenitude feminina e tudo o que decorre dessa plenitude — a receptividade, a vida interior, a busca da harmonia, a elaboração das emoções, os sonhos, as intuições. Além disso, aprendi algo muito grave: quando a mulher assume o papel mais forte da relação, está sendo não uma mulher forte, “mulher-macho”, mas uma menina brincando de casinha, já que a recusa a seu papel feminino nada mais é que o refúgio em uma fantasia de maternidade. Como não sabe ser mulher, será mãe do macho, valendo-se de uma preponderância não real, mas imitada, para ocultar de si mesma sua imaturidade. E, claro, o homem que aceita esse acordo inconsciente também oculta sua meninice.

Nesses tempos de confusão, em que os papéis sexuais invertem-se como em um jogo de espelhos, nada mais saudável que lembrar-se daquilo que Deus instituiu. O mundo moderno tem reforçado nosso profundo medo de viver plenamente nossa sexualidade. Mas “o verdadeiro amor lança fora todo medo”. Que esse também seja o aprendizado dos casais cristãos nesses dias difíceis!

12 dezembro 2007

Recolhimento

Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.

Eclesiastes 3:1


Preciso me recolher, hibernar, contemplar, sonhar. Gestar tanta coisa que pede materialização. Diante desse computador, tantas são as vezes em que busco a quietude. Os grupos de discussão me chamam para o areópago, recuso. Os comentários me chamam para a briga, suspiro. Estou disposta a dar gargalhadas, orar por dificuldades, compreender disposições de espírito. Argumentar também, mas a passos cadenciados e calmos, sem a necessidade de voltar sempre a pontos pacíficos, tão didaticamente. Ainda há paciência, mas essa paciência - infinita - quer se voltar para outras plagas. Quero seguir adiante.

Por isso, amigos, leitores, concordantes ou discordantes: perdoem-me. Vou fechar o espaço de comentários, pelo menos por enquanto. Preciso. Sei que os que vêm aqui de espírito aberto (há muitos) entenderão o que me move. Sei que outros poderão me acusar de "censura". Pena, mas temos visões diferentes. Para mim, o blog não é arena pública, mas sim a casa do blogueiro, o sofá em que nos sentamos, eu e o leitor, para uma conversa gostosa. Como não perceber isso? O desejo de dizer e o desejo de ouvir suplantam o espírito de caixote no meio da praça.

Por isso, o silêncio em torno. Quero festa lá fora (preciso de festa), mas tranqüilidade para dizer o novo comigo mesma. E o novo não se beneficia de tanto falatório. Simples assim.

Se o silêncio se estender aos posts, sei que também irão me compreender. Mas quem gosta de me ler não ficará na ausência por muito tempo. Deus sabe de todas as coisas.

09 dezembro 2007

Homossexualismo é pecado...

...assim como o sexo antes do casamento, a masturbação e tantas outras práticas aceitas como naturais e bem-vindas pela maioria das pessoas no mundo ocidental hoje. Moças de família do século XX e XXI praticam essas coisas. Mas nós, cristãos bíblicos, cremos que são pecado.

Pois é, nós cristãos somos assim mesmo. Impopulares. Retrógrados. Com nossa postura, atravancamos o progresso de tantas causas que parecem boas e justas aos olhos dos homens. Mas não vamos pedir desculpas ao mundo por isso. Temos uma regra de vida e prática, expressa na Bíblia Sagrada, e não abriremos mão dela.

O que não significa odiar gays, insultar gays, espancar gays, matar gays. Assim como não odiamos, não insultamos, não espancamos nem matamos a grande maioria que faz sexo antes do casamento e se masturba. Apenas nos posicionamos quando pregamos ou alguém nos pergunta sobre o assunto. Nem por isso essa maioria se sente especialmente atingida pelo que cremos. Eles não estão nem aí. E, acreditem, temos grande afeto por muitas pessoas assim e convivemos com elas. Sem feri-las, mesmo quando procuramos partilhar nossa fé. Se elas se sentem atingidas, a gente resolve a coisa como deve ser: de um modo pessoal, na base da conversa.

Os ativistas, porém, do lobby gay, querem institucionalizar a aceitação, engarrafar as boas relações, automatizar o carinho, mecanizar a simpatia. E usam o Direito para isso: a coação, a sanção.

Será isso certo? Pensem bem. É bom esse tipo de aceitação, conquistada na marra, na força da lei? Com o atentado à liberdade de expressão, que é prerrogativa de todos os totalitarismos?

Quanto a nós, queremos ter a liberdade de continuar pregando e dizendo a nossos amigos e conhecidos: homossexualismo é pecado, assim como o sexo antes do casamento e a masturbação. Quem quiser, que nos ouça e se converta. Quem não quiser pode nos dar as costas, sair de nossas igrejas, escrever artigos contra. Não nos importamos. Mas que não queiram calar nossa voz. Não são palavras de violência, mas de amor.

Que Deus abençoe os líderes deste país para um pouco mais de sã racionalidade - e, por que não dizer, da verdadeira democracia.
Meu amigo Julio Severo chama a atenção para a Jornada Nacional Evangélica em Defesa da Vida e da Família, lançada no Congresso em 18 de setembro deste ano, com a participação de lideranças evangélicas. O evento discutiu infanticídio, aborto, homossexualismo, pedofilia, além de mencionar os perseguidos - mesmo antes da aprovação do projeto de lei sobre a homofobia! - que desagradam os lobistas: Márcia Suzuki, Olavo de Carvalho, Pr. Ademir Kreutzfeld, Cardeal Dom Eugênio Sales, Dep. Henrique Afonso, Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, Dr. Humberto L. Vieira, Dra. Rozangela Justino, Silas Malafaia e Julio Severo. Imaginem como não será a perseguição aos cristãos quando a lei for aprovada! Precisamos nos mobilizar o quanto antes.
Veja o pecado do homossexualismo conforme a Bíblia:

Gênesis 1:27 – "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou."
Marcos 10:6 – Palavras de Jesus – "...porém, desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher ."
Levítico 18:22 – "Com homem não te deitarás, como se fosse mulher: é abominação."
1 Coríntios 6:9 – "Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas... herdarão o reino de Deus."
Romanos 1:18-32 – "...por causa disso os entregou Deus a paixões infames... os homens também, deixando o contato natural da mulher , se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro."