25 maio 2006

Do Kibeloco.blogspot.com

Evangélicos, parem de apoiar Fidel Castro

Igualmente submetidos à propaganda esquerdista maciça que enaltece o regime castrista de Cuba e esconde seus horrores, os evangélicos brasileiros também seguem pela senda larga do esquerdismo. Quando não o fazem, proclamam, irritados contra os conservadores, que crente não se mete com política e que o capitalismo é tão maléfico quanto o esquerdismo. Bom, até que esses cristãos me mostrem a evidência de um país capitalista que manda matar ou prender opositores ideológicos pelo gravíssimo crime de falar mal do governo ou ajudar os perseguidos, continuarei denunciando o tipo de opressão radical própria ao socialismo-comunismo.

Divulgo portanto aqui uma reportagem de Cuba que me chega através do site americano The Voice of the Martyrs (A Voz dos Mártires), sobre a prisão de um pastor evangélico. Vejam o que diz a notícia:

Preso nas vizinhanças de sua casa, em La Lisa, Havana, por cinco policiais no dia 20 de fevereiro por ter supostamente ajudado alguns refugiados a saírem ilegalmente do país [que é praticamente o único jeito de sair], o pastor Carlos Lamelas encontra-se no Centro de Detenção La Villa Marista. Sua saúde declina a olhos vistos, com perda de peso e queda da pressão arterial. [Isso acontece a todos os presos cubanos, sempre submetidos a condições inumanas dentro das prisões.] Oficiais do governo fizeram uma grande busca em sua casa, confiscando computador e impressora, com arquivos pessoais e outros itens de trabalho. Nenhuma acusação formal foi apresentada contra o pastor, que é ex-presidente da Igreja de Deus em Cuba, já que o “instrutor” designado pela polícia não informou Carlos do motivo de sua detenção. [Essa arbitrariedade é imposta a todos os cubanos presos injustamente, tendo um poderoso efeito psicológico sobre a pessoa, que é levada a perceber a inutilidade de clamar por justiça quando o acusador é o governo cubano.]

É fato conhecido de todos que o pastor Lamelas tornou-se alvo do regime castrista desde sua recusa de assinar (e declamar) a retórica governamental em um documento encaminhado a ele há três anos. Cristãos foram incitados a agir conforme a dica: “Decidam se vocês querem ou não estar do lado seguro do governo.” Ele não quis, e foi lançado à prisão duas vezes antes de ser levado em fevereiro, acusado falsamente de agente da CIA e contra-revolucionário.

Sua esposa, Uramis Lamelas, só pode visitá-lo aos domingos, durante 15 minutos, enquanto três agentes da polícia vigiam o casal para cercear suas conversas. (...) A filha mais velha do pastor, Estefania, de doze anos, só foi liberada para vê-lo uma vez, e a caçula de seis, Daniela, também ora por sua libertação.
Pense duas vezes antes de apoiar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e os esquerdistas brasileiros que gostam dele (PT, MST, P-Sol etc.). Chávez é amigo e admirador de Fidel Castro, e já começou uma (ainda discreta) perseguição aos opositores de seu governo. Veja o exemplo do intelectual Alejandro Peña Esclusa no site Notalatina. Aproveite para ler com muita atenção o que ele diz sobre os planos de Chávez para o país.

21 maio 2006

Too much noise

Há tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que, se eu tivesse de escrever um post para cada uma, seriam mais de um por dia. Dois desses acontecimentos, sob a forma de declarações, dão muito no que pensar, e ambos convergem para o mesmo ponto. Vou comentá-los aqui, como fazem os colunistas:
1- "É só uma oportunidade, no caso de se precisar", declarou a primeira-dama Marisa Letícia da Silva, a galega de Lula, respondendo ao fato de ter pedido (e obtido) a nacionalidade italiana para si e todos os filhos. Uma esposa de um Presidente da República buscando nacionalidade estrangeira? Pois é. O caso gerou uma repercussão escandalosa, aqui e na Itália.

A pergunta que não quer calar: o que Dona Marisa sabe e nós não sabemos? Será que há uma força revolucionária por baixo dos panos que está descontente com Lula por motivos que também não sabemos, mas que certamente têm a ver com um pulso mais fraco do que gostariam? Será que presenciaremos um golpe de esquerda no Brasil?

Sim, pois não é possível que Lula tema um golpe de direita. Todos nós sabemos que não há oposição de fato no Brasil. Só se, de tanto mentir, ele acabou acreditando na própria mentira. Mas acho pouquíssimo provável.

De qualquer modo, uma esposa de presidente que se preocupa com a saída permanente do Brasil só evidencia que nem a “esquerda salvadora” crê mais neste país. Joga-se a bomba e bate-se em retirada. É mico, mas, bem mais que um mico, o acontecimento fornece preciosos indícios para a análise do que está acontecendo. Com a imprensa parcial e cooptada, nós, os cidadãos comuns, precisamos proceder como quem casa as peças de um quebra-cabeças. E a figura que está se formando é muito, muito feia.

2- "A gente precisa abandonar a mania de pensar que tudo se resolve por lei e que, mudando a lei, se muda a realidade." Essa afirmação, vinda de quem veio, seria suficiente para destituir a pessoa do cargo, se estivéssemos em um país sério. Sua autoria é de ninguém mais, ninguém menos que o Ministro da Justiça – Ministro da Justiça, senhoras e senhores! – , Márcio Thomaz Bastos, em público, durante o Fórum Nacional do BNDES, no Rio. Segundo a revista Primeira Leitura, ele ainda disse que o Brasil vive o “fim de um ciclo institucional” e precisa renovar todas as suas instituições. Que diabos é isso, senão um anúncio de quebra das prerrogativas do Jurídico? E quem sabe “renovar todas as instituições” não significa o encaminhamento de um golpe, novamente?

Essa declaração de um Ministro da Justiça "descrente" das leis se correlaciona de imediato, na minha mente, com a conversa entre Fernando Henrique Cardoso e Cristóvam Buarque, publicada parcialmente no Globo em 29 de novembro de 2004 (disponível no site do próprio Cristóvam) e encontrada na íntegra aqui. Ambos falaram no Judiciário da mesma maneira: como uma entidade que atrapalha o rumo das coisas. Para quem não lembra, vou postar aqui o trecho da entrevista que fala de "choque social".

CRISTOVAM: Não está na hora de a gente dar um choque social no Brasil?
FERNANDO HENRIQUE: Se não fizermos alguma coisa rápido, haverá danos à democracia. [No sentido das esquerdas, não esqueçamos que “democracia” é uma palavra adulterada, compatível com autoritarismos.] Se o resultado vai muito devagar, é uma tragédia. Se não anda, pior ainda. Andar para trás é inaceitável. Eu resumiria dizendo: mais investimento em infra-estrutura e um choque social.
CRISTOVAM: Com uma carga fiscal de mais de 30% do PIB já dá para fazer...
FERNANDO HENRIQUE: Aumentou muito a arrecadação. (...)
CRISTOVAM: Mas para dar esse choque, não é preciso ter um compromisso (a palavra pacto não é boa)?
FERNANDO HENRIQUE: Não devemos falar de pacto porque dá má sorte. Digamos uma convergência. Tem de ser uma coisa suprapartidária. A sociedade tem de comprar a idéia. E tem que pegar gente influente na mídia, porque hoje não existe nada sem mídia. Na política atual, parafraseando Descartes (“Penso, logo existo”), é “estou na TV, logo existo”. Se você não é virtual, você não existe.
CRISTOVAM: A imprensa a gente até traz, agora a Justiça é que difícil trazer...
FERNANDO HENRIQUE: As classes dirigentes, dominantes, e mais do que as classes, as mentalidades dominantes e as culturas tradicionais estão encasteladas na Justiça.

Depois dessas palavras (“choque social”, “convergência suprapartidária”, “trazer a imprensa”) e da conotação negativa que se atribui à Justiça – “inimiga da revolução”, só faltou dizer - , já dá para imaginar o que o hoje Ministro da Justiça (Ministro da própria!) queria dizer com “renovar todas as instituições”.
Leia ainda:
- A polícia está ficando desarmada por causa da dificuldade de comprar munição.
- O comando subversivo continental é quem manda no país.
- O que temos de mais organizado no país é o crime!
- A verdadeira face do PCC

17 maio 2006

São Paulo e a cubanização da América Latina

Eu estava lá, em São Paulo, quando a confusão atingiu seu auge, participando de um evento importantíssimo para os dias que correm (e totalmente ignorado pela mídia "oficial"): o Seminário Internacional sobre Democracia Liberal, promovido pela Associação Comercial de SP e pelo site Mídia sem Máscara. Foi tragicamente irônico: falávamos sobre as raízes da situação drástica no Brasil e na América Latina enquanto o pau comia solto lá fora, com notícias de mortes, tiroteios e evacuamentos, além do boato sobre uma bomba no aeroporto de Congonhas (que acabou sendo fechado). Tudo isso, segundo alguns analistas lúcidos, bastante calculado para infundir terror na população.

Não usem portanto o termo "criminosos" para designar os responsáveis, embora criminosos eles sejam. Usem o mais apropriado, "terroristas". E estendam o epíteto aos ajudadores nas ações: escutas telefônicas revelam uma boa mãozinha do Movimento dos Sem-Terra. Um amigo de esquerda me garantiu que os integrantes do MST eram tutto buona gente. Não posso considerar buona gente um grupo organizado de agressores, ladrões e assassinos. Assim como não posso considerar as mortes e repressões comunistas como "desvios ocasionais" do sistema. Mortes e repressões são o sistema - o sistema totalitário que caracteriza o esquerdismo. Nos EUA, direitistas, esquerdistas, anarquistas, seja o que for, podem dizer o que quiserem na mídia, organizar passeatas, xingar Bush de todos os nomes, queimar Judas em praças públicas. Lá o povo pode ver canais de televisão do mundo inteiro e acessar a internet à vontade. Em Cuba, não. Na Coréia comunista, não. Na China, não. Na antiga URSS, não. Na antiga Alemanha oriental, não. Onde você prefere estar?

A América Latina está se cubanizando, com a ajuda do quarteto - melhor seria dizer "quadrilha" - Fidel, Chávez, Evo, Lula. Gostam de usar o termo "democracia", mas usam-no como fachada para suas pretensões de poder total. No comunismo (leia meu post sobre isso), "governo do povo" torna-se rapidamente "governo total do Estado". Isso, para eles, é democracia. Já no liberalismo, a democracia pressupõe limites para o Estado. Isso é bíblico: sendo mau o coração do homem, não se pode atribuir poder total a ninguém. Mas o esquerdismo tem como meta esse poder total, ao mesmo tempo por meios aparentemente lícitos (voto e constituição) e claramente ilícitos (tirania, extorsões, aliados terroristas e narcotraficantes, execuções sumárias, imprensa controlada). Isso é patente em todos os regimes nazistas e comunistas, mas a propaganda vermelha impede que o esquerdismo seja visto como é: ideologia totalitária que suprime as liberdades individuais. O povo brasileiro poderia saber disso tudo, não fosse o teto de chumbo que recobre as instituições de ensino e a mídia, escondendo o tempo todo os inúmeros abusos passados e presentes e divulgando sem parar o quanto o esquerdismo é lindo, libertário e comprometido com os pobres. O pensamento independente é inimigo dos governos totalitários de esquerda, e esses governos farão de tudo para coibi-lo, de forma velada ou aberta. Essa é a realidade, não importa o que diga seu amigo militante do PT ou seu professor de história.

No entanto, os livros anti-esquerdistas escritos aqui ou no exterior não furam o bloqueio dos editores, e ficamos isolados no Brasil. Quando saem, são esgotados dentro de poucos anos, enquanto os que enaltecem os paraísos comunistas estão sempre nas prateleiras, nas páginas de jornais e nas bocas de professores universitários. Por isso, recomendo enfaticamente a todos que queiram entender o que está acontecendo que corram para os sites que indico no blog. São leituras que evidenciam o curso revolucionário na América Latina, os atores em jogo, os financiamentos maciços de entidades milionárias (sobretudo da esquerda americana), o bombardeamento gramscista na educação brasileira (que educa crianças e jovens para crer na utopia e adorar o Estado esquerdista, desprezando o cristianismo), as distorções lingüísticas para emperrar todo raciocínio oposto à ideologia de esquerda. Nada disso é muito novo, e textos de Olavo de Carvalho, Paul Johnson, Thomas Sowell, Alain Besançon, Jean-François Revel, François Furet, Eric Voegelin - e muitos outros - podem esclarecer o fundo comum do que vem sendo feito na AL, inspirado em métodos aplicados na URSS e na ilha-cárcere de Fidel. Esses métodos se dividem em fases que têm sempre o mesmo objetivo - poder total - e podem ser comprovadas historicamente:

1- Chegar ao poder por meios democráticos e apoio popular;
2- Uma vez lá dentro, arrebanhá-lo à força por meio de coação e repressão violenta dos opositores;
3- Garantir sua continuidade com a maciça ideologização da educação e da mídia;
4- Investir pesado na propaganda estrangeira, exaltando a ideologia do regime, inventando seus triunfos e mascarando sua violência física e psicológica;
5- Inspirar outros países a que lhe sigam o exemplo.

Pergunto-me quando os cristãos vão acordar para o fato de que A) a esquerda é hoje um dos maiores inimigos do cristianismo e das liberdades individuais; B) é preciso fazer algo, urgente. Se a igreja brasileira estivesse atenta, mais informada e fosse mais zelosa pela verdade e pela justiça, conseguiríamos barrar a marcha da revolução neste país. Não quero pensar que é tarde demais, mas lançar mais um grito para que acordemos finalmente. Não queremos um Brasil cubanizado ou uma América Latina socialista-soviética, de cérebros amputados pela ideologia, de subserviência forçada e humilhada, de igrejas perseguidas, de sonhos sufocados, de pobreza generalizada. Leiam! Informem-se! Por enquanto, as forças políticas no Brasil ainda se empenham em passar uma imagem de democracia. No entanto, tudo indica que estão apenas se mobilizando para passar à fase 2, com o anúncio macabro de ações coordenadas como esta em São Paulo. Hugo Chávez já está na fase 2, Fidel encontra-se há anos na 5 e ambos são amigos do governo. O quanto ainda se pode esperar antes que estejamos vivendo em uma fechada e opressora ditadura de esquerda?

14 maio 2006

O falso pluralismo

Esse artigo foi publicado no Jornal Palavra do mês de abril, e posto-o aqui um pouquinho atrasado.

“Tudo é relativo, cada um tem sua verdade, não existe certo e errado”: as palavras-de-ordem do pluralismo estão na moda e têm recebido há décadas um tratamento erudito da academia. Por crer na verdade objetiva, o cristão é vítima de acusações que o paralisam – orgulho, radicalismo, estreiteza intelectual –, enquanto quem o critica é visto como “aberto” e “tolerante”. Porém, tais palavras-de-ordem não demonstram pluralismo, mas funcionam como estratégias que anulam os debates antes que comecem: afinal, se não se pode chegar a uma verdade acima das opiniões subjetivas, para que debater?

Assim, o verdadeiro pluralista tem opiniões firmes e todos sabem o que ele pensa, o que apóia, o que rejeita – e ele não foge ao debate, mas utiliza a arma correta: a argumentação racional. Como crê na verdade, está pronto a mudar de idéia se achar que o outro está com a razão. Já o falso é pluralista somente no discurso, fazendo de conta que não adere a pensamento nenhum, evitando juízos de valor, anulando o tempo todo as fronteiras entre certo e errado – tudo para posar de “equilibrado”. Em vez de argumentar, ele usará de armadilhas cognitivas ou discretos ataques pessoais para neutralizar o que o outro diz e forçar a impressão de que “tanto faz, tudo é igual, isso e aquilo dão no mesmo”. Ele agirá como um deus, colocando-se acima da discussão com o desdém superior de quem fala não para chegar à verdade, mas para persuadir a todos da verdade única que consiste no seguinte: não há verdade.

À medida que esse discurso penetra na consciência, as pessoas se acostumam ao louvor da neutralidade e reagem ao que ouvem com um passivo deixar-se levar, amoldando-se acriticamente a qualquer idéia. É algo robótico: quando se aprende que nada pode ser rejeitado (pois “tudo é válido”), perde-se a capacidade de análise e a mentira confunde-se facilmente com a verdade. Quando até mesmo cristãos cedem a isso – nas universidades, na mídia, nos seminários – , é preciso reconhecer que o relativismo moderno tomou a igreja, e clamar com urgência para que Deus nos livre dessa praga.

09 maio 2006

Lula e Morales, Garotinho e a greve de fome

Estou especialmente enrolada, esses dias, com questões da pós; peço ao leitor que perdoe essa ausência um tanto prolongada, que, espero, não se estenderá por muito tempo.

Enquanto não posso me dedicar ao blog com a freqüência devida, pontuo aqui e ali algumas considerações que me vêm à mente diante dos últimos acontecimentos.
Bolívia. Tudo o que eu teria a dizer sobre o assunto está aqui. Mas, para quem tem preguiça de ler o artigo ou acha que Olavo exagera, não custa acrescentar uma pergunta para reflexão: se Lula endossa o vil comportamento do cumpanhêro Evo Morales, o que podemos esperar de nosso presidente quando for sua vez de usar de tais "liberdades", seja em relação a outros países, seja com seu próprio povo? Afinal, quem justifica o erro do outro se aplicará em iguais ou maiores permissividades. O tratamento bonachão que um Presidente da República dispensa a quem atenta criminosamente contra os interesses nacionais diz muito sobre o que ele mesmo espera fazer - e apenas essa observação poderia despertar no leitor desinformado a suspeita de que as ações de ambos os governos estão, tal como no Foro de São Paulo, interligadas em nome de interesses supranacionais, junto às figuras nada idôneas de Fidel Castro e Hugo Chávez. Vê-se então que o potencial de imoralidade desse Estado petista e de suas coligações não conhece limites, assim como infinitas são suas capacidades de camuflar lingüisticamente o mal (quebra de contrato com danos incalculáveis para o Brasil) em bem ("soberania") para escapar à lei humana. Quem é cristão, no entanto, sabe que das leis de Deus não se escapa, a menos que haja arrependimento e mudança.
Garotinho. A mídia é quase sempre impiedosa com ele e por muitas vezes cheguei a pensar que, como resultado dessa insistência midiática macabra, tornou-se hoje a figura política mais odiada no Rio de Janeiro, objeto de mais desdém que Lulas, Delúbios e Dirceus juntos depois do escândalo do mensalão. Para reverter o quadro, era preciso mesmo uma ação firme. Mas tudo indica que a greve de fome pode ser a bola-fora mais desastrosa de sua carreira, uma derradeira pá de cal no enterro de suas pretensões à presidência. O povo não o enuncia explicitamente, mas por trás da gozação unânime encontra-se com certeza a seguinte e sábia apreciação: mártires voluntários da greve de fome costumam se dedicar a uma causa que ultrapassa seus interesses pessoais; por isso merecem o título de "mártires" e uma admiração respeitosa. Nesse sentido, a greve de fome em causa própria preconizada por Garotinho só poderia mesmo ser ridicularizada sob os comentários gerais de que se trata de uma "dieta radical" ou um "modo infantil de chamar a atenção". Com tal procedimento impensado, Garotinho não podia ter arrumado um jeito mais eficaz de confirmar sua já tão esfrangalhada imagem pública.