29 julho 2010

Miscelânea alheia e último post

- “Em algum lugar em meu diário — 1890? — escrevi: ‘Baseei tudo na bondade essencial da natureza humana.’ [Hoje, 35 anos depois, percebo] quão permanentes são os maus impulsos e instintos do homem e quão pouco se pode contar com a mudança de algum deles — por exemplo, o apelo da riqueza e do poder — por alguma mudança na máquina [social]. Nenhum acúmulo de conhecimento ou ciência será útil a não ser que consigamos conter o mau impulso” (Beatrice Webb’s Diaries, citado em Timothy Keller, Idolatria, a sair pela Thomas Nelson).

- “Tendo sido um adepto da teologia arminiana na maior parte de minha vida cristã, percebi que eu rejeitava o calvinismo quase que por completo por causa de suas implicações, de que eu não estava no controle da minha vida como queria pensar. Estava saturado de noções iluministas sobre o livre-arbítrio e o potencial humano. Mesmo depois de ter vindo para Cristo como meu salvador, ainda estava apegado a uma predileção mundana pela autonomia e pela independência. Com meus lábios confessava Cristo como meu Senhor, mas de fato ainda não tinha me submetido a Ele como meu Senhor. Felizmente, por sua graça, Ele acabou me trazendo para essa submissão” (Citizen Grim, da caixa de comentários do blog Pyromaniacs).

- “O século XXI não será um tempo fácil para o cristão. Não era mesmo para ser fácil. Mas não estamos abandonados. O tema central da Bíblia é Cristo crucificado, ressurreto e reinante. A Escritura está cheia de promessas para cada crise, e a história da igreja de Deus está cheia de exemplos poderosos daqueles que provaram que a graça de Deus é suficiente para nos fazer perseverar até o final e nos salvar” (John Piper, As raízes da perseverança, a sair pela Tempo de Colheita)

- Vai ter o I Encontro Hagnos em Atibaia. Ainda dá tempo de se inscrever!

- Hoje publico meu último post… como solteira. :-) Caso-me esse sábado com André Leonardo Venâncio e, além de completamente incapaz de escrever por causa dos preparativos, do trabalho acumulado e da expectativa, estou muito feliz.

11 julho 2010

Garfos a postos!

Recebi essa semana, por mail, uma história muito bonita. Vou contar para vocês.

Uma jovem, diagnosticada com uma doença terminal, conversou com seu pastor sobre seus desejos para o enterro: a música que seria cantada, os versículos bíblicos a serem lidos, as roupas que vestiria. No final, sem hesitar, revelou um desejo inusitado:

- Gostaria de ser enterrada com um garfo na mão direita.

Questionada pelo pastor, abriu um sorriso e começou a contar:

- Quando eu era pequena, em todas as refeições em família alguém sempre se levantava e exclamava: “Mantenham seus garfos a postos!” Isso acontecia quando já estávamos terminando o prato principal. Era a parte da refeição de que eu mais gostava, um sinal de que o melhor estava por vir: uma deliciosa sobremesa! Comíamos um maravilhoso bolo de chocolate, um suculento e enorme pedaço de torta de maçã. Então, quero que no meu velório as pessoas olhem para mim no caixão, vejam esse garfo e fiquem espantadas, ao ponto de perguntarem ao senhor: “Mas por que ela está com um garfo na mão?” E quero que o senhor responda: “Mantenha seu garfo a postos, o melhor está por vir.”

E assim foi feito… Naquele funeral, muitos souberam o que a morte significava para essa moça.

Também recebi, no mesmo dia, a notícia de que Christopher Hitchens está com câncer no esôfago. Hoje, é claro, o câncer não é mais uma sentença de morte. Muitos pacientes se recuperam com o tratamento correto, principalmente quando descobrem a doença mais cedo. Porém, li que o câncer no esôfago é o sexto tipo de câncer mais mortífero que existe. Certamente Hitchens não está conseguindo evitar que pensamentos de morte ocupem boa parte de seu tempo.

Essa é a tristeza que sinto quando penso em um ateu “militante” como Hitchens: não há, para ele, a esperança de que o melhor está por vir. Apenas um anúncio sem graça de que a brincadeira acabou mais cedo do que deveria. É nesses momentos que eu gostaria de poder falar como uma criança diria a outra: “Não acabou não, vem aqui comigo, a brincadeira continua muito melhor ali na frente!” O mesmo sentimento que tive quando me converti: vontade de gritar a todos que não, não acaba, fica melhor! Jesus torna tudo muito melhor aqui e ainda garante que será infinitamente melhor depois. Mas, que pena, nem sempre podemos falar a todos de coração para coração. Mas podemos orar: que Deus possa atingir esse ateu empedernido para que ele receba o presente da vida eterna. Amém!

O dia está agora surgindo: quão bela é sua aparência! Quão bem-vinda é a expectativa do sol que se aproxima! É esse pensamento que torna o amanhecer encantador: o presságio de uma luz mais brilhante; de outro modo, se não esperássemos que o dia continuasse além deste minuto, reclamaríamos das trevas em vez de nos alegrar nas belezas da manhã. Assim, a vida sob a graça é o amanhecer da imortalidade: bela além das palavras, se comparada à noite escura e sombria que anteriormente nos cobria; mas ao mesmo tempo é fraca, indistinta e insatisfatória se comparada à glória que será revelada.

(John Newton, trecho citado por John Piper em The roots of endurance [As raízes da perseverança], a sair pela editora Tempo de Colheita)