29 setembro 2006

Não vote - continuação


Não vote em Jandira Feghali. Veja por quê:

- Jandira é a autora do projeto de lei para a legalização geral e irrestrita do aborto no Brasil. Se aprovado, toda mulher poderá abortar por qualquer motivo e a qualquer tempo, até mesmo poucos dias antes do nascimento do bebê. A razão para isso é que o projeto revoga todos os artigos anteriores, que limitavam o procedimento.

- Jandira é contra a liberdade de expressão religiosa: moveu uma ação judicial contra dois sacerdotes católicos porque eles estavam fazendo na igreja (espaço deles!) o que eu estou fazendo neste blog (espaço meu!): recomendando a não votar em uma candidata que apóia o aborto.

E por que ela entrou na justiça contra os sacerdotes? Simplesmente porque não quer que seu nome seja vinculado a uma causa impopular - o povo brasileiro ainda é bastante conservador - na propaganda eleitoral. Está agindo de má-fé, portanto, pois quem diz "não vote em Jandira Feghali porque ela é uma lutadora ferrenha pelo 'direito' de abortar" está apenas falando a verdade. E ninguém pode ser punido pela lei por falar a verdade.

Repito isso porque os números apontam para uma vitória dessa senadora no Rio de Janeiro. Se você compartilha da minha preocupação, use a internet para tentar evitar que ela seja eleita.

27 setembro 2006

Não vote em quem luta pela legalização do aborto

Suspirei fundo depois desse episódio da Jandira Feghali versus o Cardeal-Arcebispo do RJ, D. Eusébio Scheid, e o Bispo Auxiliar D. Dimas Lara Barbosa. (Leia a história aqui, aqui e aqui.) Minha alegria por vê-los livres da mordaça ainda foi maior, porque meus amigos católicos falam tão bem deles!

Foi com choro e ira que me dirigi ao Senhor anteontem para pedir que a sanha dos juristas - que sabem torcer leis para favorecer decisões contrárias não só às leis eternas de Deus, mas ao bom senso - não alcançasse esses dois sacerdotes, o que feriria toda a comunidade religiosa. Ora vejam, se um sacerdote religioso não puder mais incluir em suas funções o aconselhamento dos fiéis sobre este mundo - como rejeitar o mal e favorecer o bem - , então para que servirá a religião? O juiz que estrilou porque os sacerdotes estavam tratando de política em ambiente religioso não entendeu que sua sentença significava o fim da relevância da fé. E Jesus recomendou que não nos escondêssemos, mas sim que fôssemos luz e sal - ou seja, atuarmos contra a corrente, se necessário, para que permaneça o que é correto. Entre obedecer ao juiz e obedecer a Jesus, com quem deve ficar o cristão?

Vejam o absurdo que Jandira e seus amigos socialistas-comunistas queriam impingir aos sacerdotes, e louve a Deus porque o TRE não aprovou a determinação:

“Determino a notificação do Cardeal D. Eusébio Oscar Scheid, assim como do Bispo Auxiliar, D. Dimas Lara Barbosa, no sentido de que orientem a todos os Párocos, Vigários Paroquiais e Diáconos ou a eventuais celebrantes de ofícios religiosos, no sentido de que se abstenham de qualquer tipo de comentário ou referência político-ideológica, sob pena de caracterizar-se desobediência à presente ordem judicial.”

É isso aí! Coligação PT/PC do B: muito mais censura para você. Principalmente se você for cristão!

Por isso, depois desse desfecho, abro ainda mais a minha boca, não só continuando a instar os cristãos a não votarem em candidatos que militam a favor da legalização do aborto - uma luta permanente e acirrada entre as fileiras do PT - , mas pedindo explicitamente para que não votem em Jandira Feghali. Dessa vez, por dois motivos: 1- É de autoria dela o projeto que legalizaria o aborto por qualquer motivo e a qualquer tempo, até minutos antes do nascimento; esse projeto ainda pode retornar à baila. 2- Entrou na justiça contra a Arquidiocese do Rio de Janeiro por causa da postura política pró-vida, exigindo a apreensão dos cartazes e um calaboca dos sacerdotes, que apenas estavam sendo fiéis. Portanto, não vote em Jandira: além de continuar a batalhar para liberar o aborto sem limites no Brasil, ela é dessas pessoas que jogam com a lei para atentar contra a liberdade de expressão religiosa, e isso dentro de nossos templos, o que não podemos aceitar em hipótese alguma.

18 setembro 2006

Ciência e Religião: Congresso no Mackenzie

Estive esses últimos dias em São Paulo para o II Congresso Internacional de Ética e Cidadania, um evento de peso promovido pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, que reuniu pesquisadores da Escola Superior de Teologia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, além de acadêmicos de todas as áreas, cristãos e não-cristãos, para debates em torno do controvertido tema “Religião e Ciência”. Como convidada palestrante, falei sobre René Girard e a questão do mal: o deslocamento da ânsia pelo transcendente como perpetrador de violências, na mesma mesa que Hermisten Maia (que tratou de Calvino e suas considerações sobre ética do trabalho) e Davi Charles Gomes (que abordou principalmente a teoria do conhecimento em Michael Polanyi, tema empolgante para mim). Comentei depois com Davi em um almoço com todo o pessoal do O Tempora, O Mores, para risos gerais, que nossa mesa tinha um perfil bastante conservador: de um lado, ele e Hermisten dando uma cotovelada no marxismo; de outro, eu aplicando um pontapé discreto no terrorismo e no pensamento PC. Foi divertido.

No entanto, em que pese o perfil conservador de nossa mesa, as palestras e comunicações do congresso assumiram um caráter bastante plural, como deve ser todo evento desse porte. Havia temas muito diversos do meu, em torno de assuntos tão díspares quanto “produção de eucalipto” e “tatuagem”, e orientações muito diferentes das minhas, sobre autores como Emmanuel Levinas, Antonio Gramsci (ui!) e Paul Tillich – sobre este, tive de brincar com Guilherme Carvalho, em quem tive o prazer de dar um grande abraço no final de uma das conferências, dizendo que não iria assistir uma comunicação sobre um autor liberal. (Acabei não assistindo mesmo, mas por motivos contingenciais e alheios a minha vontade – pois é certo que temos muito a conversar! E, para todos os efeitos, Gulherme gosta de Tillich mas está muito, muito longe de ser um liberal.)


Nancy Pearcey

A grande estrela do evento foi Nancy Pearcey, autora requisitada nos EUA, considerada por muitos a sucessora de Francis Schaeffer, que foi seu mentor em L’Abri. Há livros seus publicados hoje no Brasil: A alma da ciência (Editora Cultura Cristã), E agora, como viveremos? (com Charles Colson, CPAD) e Verdade absoluta: libertando o cristianismo de seu cativeiro cultural (CPAD) – este último, lançado no evento.
Prometo postar alguns trechos dele aqui no blog: já estão devidamente sublinhados.

A separação entre ciência e fé

Nancy Pearcey tratou fundamentalmente da herança iluminista na cultura ocidental, que separa até hoje ciência e fé, colocando-as em estágios estanques sem comunicação possível. Em sua primeira palestra, tratou das duas reações das artes plásticas a essa configuração: a romântica, que aceita a oposição entre razão e espiritualidade e se engaja contra a primeira, originando movimentos como o expressionismo (Van Gogh, Gauguin), o simbolismo (Dalí), o surrealismo (Chirico), a pintura de “ação” (Pollock), o desconstrucionismo (Rauschenberg); e a naturalista, que se confessa empirista e promove uma arte que se propõe “colada” à realidade ou àquilo que o olho pode perceber, como o impressionismo (Monet), o cubismo (Cézanne), a arquitetura Bauhaus.

Foi impressionante a convergência entre essa primeira conferência e a minha palestra, na qual também parti de uma crítica ao romantismo para explicar o que Girard quis dizer com “mentira romântica” – que é a convicção na autonomia, na originalidade e na independência do homem como agente sobre o mundo. Creio que, na literatura, é a tendência romântica – oposição sistemática à razão e às convenções, confiança no “novo” – que se faz mais presente, ainda que aqueles que tratam da “modernidade” no sentido francês gostem de falar da fragmentação e da fraqueza humanas. No entanto, fazem-no, segundo o que posso perceber, no mesmo viés romântico: autores e teóricos literários “modernos” acabam transformando a “fragmentação” e a “fraqueza” em verdadeiras forças de resistência contra o que chamam de tentativa unificadora, ou totalizante, espécie de poder cristalizador que é o vilão da literatura na modernidade. É claro, a religião, via de regra, e especialmente o cristianismo, entra nisso como um dos poderes moralizantes que se deve aniquilar. E quem chega para substituí-la na ânsia humana pelo transcendente? Exato: a arte. Assim como declarei em minha palestra sobre Girard, Nancy Pearcey apontou para o viés romântico na arte como um substituto moderno – amoral, irracional, sem conteúdos objetivos visíveis – para a religião.

Foi uma convergência tão feliz de idéias que acabamos conversando um longo tempo em uma das diversas confraternizações que se seguiram às conferências (eu com meu inglês macarrônico e “with an accent”), além de trocarmos alegremente sugestões de livros e autores. Dei-lhe os nomes de James Houston e John M. Ellis, além de recomendar a leitura de A condição humana (Hannah Arendt, sobre a cisão cartesiana entre razão e fé) e O movimento psicanalítico (Ernest Gellner, sobre o conceito freudiano de inconsciente como um substituto para Deus). Ela me retribuiu com uma extensa lista de autores sobre a arte, gente de quem eu nunca havia ouvido falar, como Jacques Barzun, Donald Kuspit, Gene Edward Veith e Roger Lundin – este, sobre teoria literária e hermenêutica. Foi um encontro muito estimulante e produtivo!

O darwinismo I: aleatoriedade estéril e assassina

Nas palestras que se seguiram, Pearcey explicou como a rivalidade entre ciência e cristianismo é fundamentalmente um mito, evidenciando o impulso que o cristianismo deu ao pensamento crientífico com seus pressupostos - do qual o mais importante é a crença em uma inteligência divina por trás dos mecanismos e das estruturas existentes no mundo, o que deu a certeza ao pesquisador de que há inteligibilidade sistêmica por trás dos fenômenos. Ficamos sabendo, por exemplo, que a hostilidade da Igreja Católica à pesquisa científica foi, em grande parte, forjada por historiadores materialistas comprometidos em derrubar o cristianismo, e que a distorção que praticaram tem sido amplamente reconhecida por pesquisadores sérios. Pearcey recomendou o filósofo Alvin Plantinga, que, além de confirmar a matriz cristã para a ciência, adverte que o evolucionismo não garante as crenças mais verdadeiras e/ou verossímeis (Warrant and Proper Function) e condena o que chama de "liberal duplipensar" (Darwin, Mind and Meaning). A autora mostrou ainda na tela uma impressionante lista dos grandes cientistas de todos os tempos: ao contrário do que poderíamos imaginar, a esmagadora maioria se confessa cristã ou simpatizante ao cristianismo, com um ou dois ateus ou agnósticos.

Pearcey ressaltou sobretudo as conseqüências nefastas do darwinismo para as ciências humanas, doutrina que trata o homem como produto aleatório da evolução e exalta, por isso, o pragmatismo das decisões da natureza, que elege “aquilo que funciona”. Foi especialmente chocante e triste ter conferido até onde esse pensamento pode nos levar: John Gray, filósofo britânico, fala com desdém na “idéia de dignidade humana que vem com o cristianismo”, e o infanticídio é defendido por Peter Singer como uma extensão lógica do aborto (viram no que dá apoiar esse negócio?!). Ainda há um livro importante que correlaciona darwinismo e fascismo: Modern Fascism: the Liquidation of the Judeo-Christian Worldview, por Gene Edward Veith, autor cristão.

Aliás, um apelo às editoras cristãs brasileiras: por que não deixar de lado um pouquinho a vertente “psicologia espiritual”, às vezes intimista demais e por isso em consonância com o pensamento moderno, e publicar esse tipo de literatura, que nos ajuda a melhor ser luz e sal no mundo?

O darwinismo II: uma fraude em toda a linha

Por fim, acompanhamos com Pearcey a fraude do darwinismo, cujas principais “provas” - como o aumento do bico do tentilhão, as mariposas de Manchester ou os embriões de Haeckel - foram evidentes manipulações desonestas, já conhecidas em sua época, porém até hoje divulgadas e utilizadas em livros didáticos. De fato, tal tipo de coisa não difere muito daquilo que os conservadores já vêm observado há um bom tempo: a existência de uma ampla tentativa de substituir as bases judaico-cristãs da cultura ocidental por bases seculares, tal como exposto na obra The Secular Revolution, por Christian Smith, citada por ela.

Observei em meu caderno que o evolucionismo parece ter se valido do mesmo impulso de Freud com relação à psicanálise: conquistar ampla aceitação por meio do carimbo da "cientificidade". No entanto, Pearcey destaca que felizmente não se pode fugir da honestidade de alguns autores: um filósofo evolucionista, Michael Ruse, chocou a comunidade científica ao declarar que o Darwinismo precisa de pressupostos autofundantes - dogmas - para se afirmar, e que nesse sentido a doutrina evolucionista seria tal e qual uma religião. Conclui desta forma sua série de palestras, afirmando ousadamente que tudo aponta para o fato de que o evolucionismo não é uma “teoria científica”, mas apenas uma filosofia, uma explicação dos fundamentos da existência para a qual não há evidência propriamente factual ou científica. Nesse sentido, o cristianismo e o evolucionismo competiriam, segundo ela, nas mesmas bases – sendo o evolucionismo também pertencente à esfera da crença religiosa.

No entanto, devo acrescentar que nessa competição nós obviamente estamos na frente: a nosso favor, conta o testemunho ocular dos contemporâneos de Jesus que presenciaram a história em torno de sua ressurreição, que até hoje não pôde ser contradita formalmente por nenhum pesquisador que se dignou a desacreditar a principal base de nossa fé. Nesse sentido, o evolucionismo ainda contém um aspecto irracional que não está presente no que cremos: não há um só fato fundador das crenças darwinistas, apenas especulações. É quando podemos não só lamentar o estado de ignorância em que se encontram as instituições de ensino em todo o mundo, mas regozijar, porque Deus nos deu meios de provar que nossa fé não é inimiga da razão nem da ciência. Deus seja louvado!

Realmente promete essa série de congressos - que, conforme as palavras do chanceler da universidade, Augustus Nicodemus, unem compromisso com a confessionalidade do Mackenzie e estímulo ao debate. É com expectativas que aguardo o próximo!

A suprema tentação

Todo líder, cedo ou tarde, confronta o dilema: agir autoritariamente ou não? Porém, pela própria natureza do tipo de regime que defendem, os líderes de esquerda parecem considerar a questão com mais tranqüilidade. Por isso o (ainda) presidente Lula declarou que a China crescia porque era uma ditadura, e que o único modo de fazer o Brasil crescer também seria seguir seus passos, fechando o Congresso. Acrescentou que um "demônio" em seu corpo o tentava nesse sentido.

Quanto a mim, um lado irônico meu me tenta para o comentário: pelo menos ele sabe que se trata de uma ação do mal, já que lhe associa uma criatura demoníaca. Porém, não creio que seja bem-vinda uma ironia diante da gravidade da situação - a possibilidade de vermos implantada no Brasil uma ditadura de esquerda. Que fique claro apenas isso: essa possibilidade é real, e ouvi-la de um presidente que apóia ditaduras, ainda que em tom de brincadeira, não ameniza o perigo que representa.

Não acredita? Então veja os links aqui, aqui e aqui. Lula tem negado que disse o que disse - sobre o "demônio", mas não sobre fechar o Congresso. Porém, como acreditar nele? De qualquer forma, há muitos outros motivos para que ele não receba seu voto. Leia a Segunda Carta ao Povo Brasileiro, de Alejandro Peña Esclusa. Na primeira, antes das eleições de 2002, ele advertia: “Lula está estreitamente vinculado a Fidel Castro, a Hugo Chávez e à guerrilha colombiana e, se ganhar as eleições, o Brasil corre o perigo de conformar um eixo internacional de poder, com epicentro em Havana. Como conseqüência, vosso país submergirá em um turbilhão destrutivo que os levará a graves enfrentamentos internos.” Esclusa confirma esse prognóstico em sua segunda carta, mostrando como os planos de Lula estão avançando e reiterando que avançarão muito mais caso haja sua reeleição. Leitura imprescindível.

08 setembro 2006

Evangélico preso por distribuir folhetos

Mensagem aos leitores cristãos votantes

Vejam a matéria abaixo. Um evangélico é preso somente por distribuir, de maneira gentil, singelos folhetos sobre o homossexualismo!

Na Europa a coisa já está assim. Um Estado policial se arma em todos os lugares para aprovar palavras e comportamentos, que se tornam verdadeiras leis, e ai de quem se levanta contra!

Nessa época de eleição no Brasil, a divulgação de tal notícia precisa vir acompanhada de um grave alerta: cuidado na hora de votar! Não apóiem nem divulguem candidaturas de políticos que defendem causas contrárias a Deus, como aborto, homossexualismo, socialismo (Estado onipotente e politicamente correto) etc. Senão, seu voto ou seu apoio estará ajudando a construir esse tipo de sociedade baseada nos preceitos do politicamente correto - e são os seguidores de Cristo que mais sofrerão debaixo de um jugo governamental e policial, que os obrigará a se calar ou manifestar aberta simpatia diante daquilo que desagrada a Deus.

Não contribua para que o Brasil se torne como a Europa do século XXI! Pesquise antes de votar e leia sobre regimes socialistas e comunistas, para saber como os cristãos eram e são maltratados por esses governos.

Se julgar importante, passe adiante essa mensagem ao maior número de cristãos que puder.

Com um grande zelo por nosso país,

Norma Braga


Evangélico é preso por distribuir citações da Bíblia condenando o homossexualismo
Foi preso sem jamais ter se conduzido de modo violento ou agressivo
Gudrun Schultz

GALES, Reino Unido, 7 de setembro de 2006 (LifeSiteNews.com) — Um conhecido líder evangélico, preso por distribuir folhetos num festival homossexual do carnaval Mardi Gras, foi acusado unicamente na base de que os folhetos apresentavam opiniões que se opõem ao homossexualismo, noticiou ontem o jornal Daily Mail.

Stephen Green, de 55 anos, diretor nacional da organização evangélica Christian Voice (Voz Cristã), foi preso por entregar folhetos intitulados “Amor do Mesmo Sexo — Relação Sexual do Mesmo Sexo: O que a Bíblia Diz?” para os que estavam saindo do festival homossexual no Parque Bute.

Green foi acusado de “conduta ou palavras ameaçadoras, abusivas ou ofensivas”, noticiou o noticiário da BBC.

A polícia de Gales admitiu que o Sr. Green foi preso porque os folhetos continham citações da Bíblia condenando a atividade homossexual. Um porta-voz da polícia confirmou que o líder evangélico não havia se conduzido de maneira violenta ou agressiva, de acordo com o Daily Mail, mas disse que o Sr. Green foi preso pela Unidade de Apoio às Minorias de Gales porque “o folheto continha citações da Bíblia acerca do homossexualismo”.

“Estou pasmado que a polícia de Gales tenha uma unidade especial dedicada a silenciar aqueles que não concordam com o homossexualismo”, o Sr. Green contou ao Daily Mail.

Ele questionou as ligações estreitas entre a polícia e os grupos homossexuais, dizendo: “Talvez eles estejam trabalhando perto demais, daí um evangelista pode se tornar vítima simplesmente porque está distribuindo folhetos que citam versículos da mesma Bíblia que as autoridades policiais usam para fazer juramentos nos tribunais”.

A polícia solicitou ao Sr. Green que deixasse a área do festival depois de receber “queixas do público”, e ele atendeu à solicitação. Então ele começou a distribuir folhetos fora da entrada da área, se recusando a parar quando a polícia de novo se aproximou. Depois de sua prisão ele foi interrogado durante quatro horas numa delegacia de polícia, e foi acusado de cometer crime, depois de recusar um aviso [para não repetir a distribuição de folhetos]. O Sr. Green não tem nenhum antecedente de violência ou agressividade em seu histórico de manifestações contra o homossexualismo.

Representantes dos evangélicos da Igreja da Inglaterra condenaram a prisão como “um ataque contra a liberdade de expressão e contra a liberdade religiosa”. O Reverendo Rod Thomas, porta-voz da organização Reforma (que representa 500 pastores da Igreja da Inglaterra), disse: “Por que é que os direitos gays são considerados como mais importantes do que a liberdade de expressão eu não sei. Há um perigo real de que aqueles que têm tentado apoiar os direitos gays por motivos liberais poderão se achar responsáveis por reprimir liberdades vitais”.

Colin Hart, do Instituto Cristão, assinalou que o folheto evitava o uso das citações bíblicas mais fortes que se opõem ao homossexualismo, dizendo: “É um folheto muito gentil. Não usa palavras como ‘perversão’. Tenho de ficar imaginando se as igrejas, bispos e arcebispos são agora vulneráveis à prisão por suas opiniões sobre a homossexualidade”.

A polícia britânica conduziu uma série de iniciativas nos meses passados contra aqueles que manifestaram ser opostos à atividade homossexual, noticiou o Daily Mail, inclusive avisos, visitas a lares e investigações. Sir Iqbal Sacranie foi investigado depois de uma entrevista em que ele disse que o homossexualismo era prejudicial. A escritora Lynette Burrows recebeu um aviso policial depois de dizer num programa de rádio da BBC que os homossexuais não preenchem os requisitos de pais adotivos ideais.

Depois que se queixou acerca das políticas de direitos homossexuais da câmara de vereadores de sua localidade, um casal evangélico recebeu em seu lar a visita de agentes da polícia, que lhes entregaram aviso.

O Sr. Green permanecerá preso aguardando julgamento até 28 de setembro.

Tradução e adaptação de Julio Severo: www.juliosevero.com; www.juliosevero.com.br

Não custa perguntar

Todo felizinho, Reinaldo Azevedo - ele mesmo, da falecida (mas viva em nossos corações) Primeira Leitura, que tinha e tem em mim uma assídua leitora - postou em seu blog trechos de uma carta indignada de Fernando Henrique Cardoso sobre a corrupção e os descalabros do PT. É verdade, Azevedo gosta do moço - quem leu Contra o consenso encontra uma ou duas referências bastante elogiosas a Efe Agá Cê. Não que isso lhe diminua a credibilidade, pelo contrário, é tranqüilizador que manifeste tão abertamente suas preferências. Porém, não custa perguntar: essa indignação, por que só agora? O que aconteceu com a alegre cumplicidade de propósitos entre PT e PSDB que o leitor de O Globo, em um passado não tão remoto, pôde comprovar a partir das declarações do próprio? Por isso, postei um comentário ali e espero, mui sinceramente, que a resposta venha de algum lugar - e uma resposta mais crível que aquela que menciono no final do meu texto.

Enquanto FHC divulga essa carta, Cristóvam Buarque parece ser o único candidato a denunciar abertamente o projeto totalitário do PT para o país. Pergunto: quando os dois fizeram aquela entrevista para o jornal O Globo (e Buarque ainda era filiado ao PT), dizendo entre amabilidades mil que PSDB e PT eram concorrentes políticos mas amigos ideológicos - e que tudo se resumia apenas em "quem concretizaria melhor" as mesmas aspirações - , será que a realidade do que o PT é hoje estava tão distante das vistas de ambos? O que aconteceu com toda aquela convergência? Sei lá, não custa perguntar. Sem uma resposta adequada, essa hostilidade tardia ao "hegemonismo" e ao "projeto totalitário" do PT pode parecer uma calculada expressão da estratégia das tesouras, conforme explicada por Olavo de Carvalho (mais ou menos uma brincadeira good cop/bad cop em nível político-nacional): enquanto o PT faz o papel do revolucionário radical e truculento, seus dissidentes e partidos até então "amigos" como o PSDB encarnam a esquerda calminha ou a direita de bom coração, sem ser uma coisa nem outra.

03 setembro 2006

Por uma escola sem partido

Hoje cedo a voz a Miguel Nagib, advogado que decidiu denunciar e combater na Web a manipulação ideológica de estudantes com o EscolaSemPartido.org, página única no gênero em nosso país. O site é excelente e conta histórias tenebrosas - é quando ficamos sabendo que um professor de História Antiga, por exemplo, sob a complacência total da instituição, pode ocupar a maior parte tempo só exaltando o PT, conseguindo obter a simpatia e a aprovação de bom número de alunos. Graças ao site, podemos chegar ao conhecimento de tal aberração e nos mobilizar para fazer algo.

texto de Miguel Nagib
advogado e coordenador do EscolaSemPartido.org

Há dois anos, um pequeno grupo de pais e estudantes preocupados com a contaminação ideológica de nossas salas de aula decidiu fazer algo para combater essa grave ameaça ao ensino. Criaram, para isso, uma organização informal que, a exemplo de tantas iniciativas nos dias de hoje, se materializou numa página da internet: o www.escolasempartido.org.

O EscolaSemPartido.org, que tem por modelo bem-sucedidas experiências realizadas nos EUA – especialmente o http://www.studentsforacademicfreedom.org/ e o http://www.noindoctrination.org/ –, baseia-se na premissa de que, numa sociedade livre e pluralista (como diz ser a nossa), as instituições de ensino deveriam funcionar como centros de produção e irradiação do conhecimento, firmemente comprometidos com a busca da verdade, abertos às mais diversas perspectivas de investigação e capazes, por isso, de refletir, com a máxima fidelidade possível, os infinitos aspectos e matizes da realidade. É o que estabelece, com outras palavras, a própria Constituição Federal, ao dispor que “o ensino será ministrado com base nos princípios da liberdade – de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber – e do pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas”.

Continua aqui.

01 setembro 2006

O Esnobe (II) é aquele que...

...controla-se muito, mas muito mesmo, para, em um embate de argumentos via texto escrito, não apontar os erros de português do adversário - não porque ache o procedimento desleal (embora ache um pouco), mas principalmente para tentar impedir que os outros lhe atribuam a pecha que ele evita mais do que a peste: esnobe! Afinal, ele quer que reconheçam seu bom português, mas não quer perder público humilhando o pobre do oponente que estudou ou leu bem menos que ele. E vai agüentando com bravura os "ascenção", os "paralizar" e os "a nível de", como quem está de dieta e mantém a boca fechada em festa de criança.