31 maio 2011

Falácias do movimento gay

“Diga-me como falas, e te direi quem és” — essa seria uma paródia tão verdadeira quanto o adágio original. Certas declarações são mais eloquentes por aquilo que omitem. Veja o que afirmou esses dias Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais:

Não vejo o atual governo como homofóbico.

Na verdade, essa frase denota uma tremenda ingratidão. O governo não só não é “homofóbico” (ê palavrinha besta), mas promove diversas manifestações de aprovação pública e rasgada ao comportamento homossexual: financia paradas gays, determina métodos de doutrinação homossexual nas escolas públicas (não só o kit gay; veja aqui) e busca estabelecer leis (como o PLC 122) que instauram no Brasil o crime de consciência (objeções até “filosóficas” contra o homossexualismo são punidas), transformando os homossexuais em uma “classe”, no melhor estilo marxista. Toni Reis não sabe disso? Claro que sabe; mas, primeiro, os lobbies nunca estão satisfeitos, e pedem poder como os zumbis pediam por cérebros: “brains, more brains”; segundo, ele não pode dizer com todas as letras que o governo gasta o dinheiro público com coisas que o povo em geral não acha importantes (kit gay quando as escolas estão como estão?!), que o governo quer tomar o lugar dos pais na educação moral e sexual dos filhos e que, como se não bastasse, gera leis estrambóticas que fomentam imparcialidade, injustiça e caos social.

Mas vamos à outra declaração absurda:

Matamos no Brasil mais homossexuais do que no Irã. Foram 3448 homossexuais mortos nos últimos 20 anos, conforme dados do Grupo Gay da Bahia.

Essa é para rir. Será que o movimento gay realmente acredita nisso? Ou será que toma todo o povo não-militante como idiota? Há pelo menos cinco argumentos que desfazem totalmente essa falácia.

- Primeiro, números nada dizem quando sabemos que o Irã é um país com pouco mais de um terço da população do Brasil. Dã.

- Segundo, no Irã, onde o homossexualismo é proibido (escrevi sobre isso em 2007, aqui), não existem estatísticas sobre gays assassinados, pois a própria família se encarrega de matá-los, com a conivência geral, e ninguém registra o ocorrido. (É, folks, estatística é coisa de país democrático.)

- Terceiro, o Grupo Gay da Bahia não é um órgão confiável para fornecer essas estatísticas, já que está diretamente interessado na questão. É como meu amigo Ciro Zibordi escreveu, inventando uma informação tão confiável quanto essa: “O Brasil é o campeão mundial de crimes contra evangélicos. Fonte: DataGospel do Blog do Ciro.”

- Quarto, o número de assassinados por ano no Brasil é muito grande: 50 mil pessoas, segundo dados do IBGE. Além disso, desses 50 mil casos, somente 4 mil são resolvidos, de acordo com Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa Mapas da Violência 2011, divulgada pelo Ministério da Justiça. Vê-se que não há um problema específico de homicídios contra homossexuais (apenas 0,5% do total), mas sim de homicídios em geral. O problema é a impunidade. Se o alvo do governo for a impunidade, todos serão beneficiados, homossexuais inclusive.

- Cinco, last but not least, nesses 0,5% de mortos, não se pode saber com certeza qual foi a motivação do crime: se ódio a gays ou outras causas, como roubo violento, vingança, crime passional etc. Um agravante a essa incerteza é o fato de que um bom número de gays frequenta locais perigosos à noite, por estarem envolvidos com drogas e prostituição. Sobre isso, a lógica torcida do movimento gay também se revela. Diz Luiz Mott, fundador do mesmo Grupo Gay da Bahia:

Nos crimes contra gays e travestis, mesmo quando há suspeita do envolvimento com drogas e prostituição, a vulnerabilidade dos homossexuais e a homofobia cultural e institucional justificam sua qualificação como crimes de ódio. É a homofobia que empurra as travestis para a prostituição e para a margens da sociedade.

Ou seja, se o gay foi morto porque fazia coisas erradas, frequentava lugares suspeitos e andava com más companhias, a culpa é minha e sua, leitor, porque empurramos o coitado para lá! Essa é a demonstração mais rasgada de “totalitarismo da vítima” (leia aqui) que já vi: se o gay fica devendo dinheiro de drogas, trai o amante violento, vende o corpo para psicopatas e acaba morto, isso tudo é culpa de “homofóbicos”! Ou seja, gays são sempre vítimas, não importa a situação. É a inversão total do Direito, perpetrada pela perversão do pensamento politicamente correto: pessoas são culpadas ou inocentes de acordo com a “classe” a que pertencem, não de acordo com sua história. Essa inversão é ruim para todo mundo, pois mata as bases do sistema judiciário — e é sobretudo por promovê-la que o PLC 122 é estapafúrdio e liberticida.

E sim, estatísticas de mulheres, negros e índios entram na mesma categoria: não dá para afirmar que foram motivadas por machismo e racismo, portanto, nada significam, a não ser isto se o Brasil é campeão em homicídios de qualquer espécie, é preciso reforçar os mecanismos de coação do crime contra todos e acabar com a impunidade geral. Nada de policiar a consciência, amigos. Isso é totalitarismo: além de não funcionar, faz mal para todo mundo.

Assim, caros líderes do lobby gay no Brasil:

Reconheçam que o governo brasileiro está fazendo de tudo para instaurar a “homonormatividade”, metendo-se em questões morais (algo além de seu escopo) à força de lei, e que só por isso vocês já não podem mais ser considerados as vítimas da sociedade;

Reconheçam que as estatísticas de vocês não provam absolutamente nada, por todos os motivos acima;

Reconheçam que é forçada a associação entre as objeções de consciência ao homossexualismo e os tais crimes de “homofobia”. Fosse assim, os pastores seriam culpados por todo crime contra mentirosos, adúlteros, masturbadores, ladrões, prostitutas, gulosos, preguiçosos etc. (além disso, nenhum pastor sério incita ao crime, mas sim ao abandono do pecado e ao amor pelo pecador);

Reconheçam que, se o PLC 122 passar, vocês serão responsáveis por elevar o poder estatal brasileiro à condição de polícia do pensamento. É isso mesmo que vocês querem? Não lhes passa pela cabeça que a polícia do pensamento poderá um dia se voltar contra vocês? Basta o governo mudar seus valores para que isso aconteça... Governos mudam, mas precedentes jurídicos permanecem.

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Em tempo: Desde sempre vistos como “libertários”, os homossexuais militantes estão agora se unindo ao Estado para calar a boca dos religiosos. Aliás, a história está mostrando que essa balela sessentista de “luta contra a repressiva moral judaico-cristã” só tem servido para diminuir a influência e a liberdade da religião cristã em todo o mundo. Luta de poder pura e simples. Para o deleite do demo. E hoje mais escancarada que nunca. Essa é só UMA PROVA do que digo (agora com o texto convenientemente modificado): uma manifestação marcada para amanhã, às 14h, em Brasília. (O site da Uol diz que foi um ataque de hackers, mas até que isso seja esclarecido vou manter o trecho aqui.)

Em frente a Catederal, nós ativistas LGBTT iremos queimar um exemplar da Bíblia 'Sagrada'. Um livro homofóbico como este não deve existir em um mundo onde a diversidade é respeitada.
Amanhã iremos queimar a homofobia.
COMPAREÇA

19 maio 2011

Empurrados para o armário

Se o PLC 122 realmente for aprovado, todas as pessoas que, por motivos diversos, não consideram a homossexualidade algo saudável e natural serão empurradas para o armário: não só religiosos mas também psicólogos, psiquiatras, cientistas, sociólogos etc. terão de tapar a boca em público quando o assunto for a prática homossexual. Um singelo “a homossexualidade é uma forma de sexualidade infantilizada” (como já ouvi) será tratado como se fosse o porrete da Ku Klux Klan.

Você ainda duvida? Pois é o que dizem os próprios militantes gays, em notícia do site Mix Brasil da Uol. Leia com cuidado:

   A senadora Marta Suplicy, do PT, atual relatora do PLC 122 _a lei que pretende criminalizar a homofobia no Brasil_ fez uma alteração substancial no texto que tramita no Senado Federal. Na prática, a alteração permite que pregações em templos e igrejas condenem a homossexualidade. É a forma encontrada pela Senadora e seus assessores para que o texto do PLC 122 passe pela barricada formada pelos parlamentares evangélicos.
   Agora o projeto deixa claro que a lei não se aplicará a templos religiosos, pregações ou quaisquer outros itens ligados a [sic] fé, desde que não incitem a [sic] violência. O novo parágrafo diz: “O disposto no capítulo deste artigo não se aplica à manifestação pacífica de pensamento fundada na liberdade de consciência e de crença de que trata o inciso 6° do artigo 5° (da Constituição)”.
   A liberdade de pregação e culto contra a homossexualidade, preservada pelo novo texto, não inclui as mídias eletrônicas. Isso é: continua vetado [sic], sob pena de multa, textos, vídeos e falas que condenem a homossexualidade publicados em sites ou transmitidos pela TV.

O conteúdo da notícia é um completo absurdo. Em primeiro lugar, dá a entender que antes o projeto realmente não protegia a expressão dentro das igrejas. Isso é INCONSTITUCIONAL, pois a liberdade de consciência e de crença está assegurada pela Constituição brasileira. Em segundo lugar, depois dessa concessão magnânima (que já estava na Constituição), impede que essa liberdade seja exercida fora do armário, ou seja, em público, tanto na mídia quanto nas ruas (pois haverá sempre o risco de denúncia por parte de um militante de plantão). Isso também é INCONSTITUCIONAL. Em vez de simplesmente proteger a pessoa homossexual, o projeto força todo mundo, de uma canetada só, a dar um OK para o comportamento homossexual até das formas mais impessoais possíveis, prevendo sanção (prisão e multa!) a “qualquer ação (...) contrangedora (...) ou vexatória de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica” (art. 20) contra a orientação sexual. (Definam “constrangedora” e “vexatória”, por favor!) Isso é ambição demais: mandar nas consciências!

Eu compreendo que os homossexuais queiram que todo mundo ache o comportamento homossexual algo bom, normal, bonito até. Compreendo mesmo. Se eu fosse gay, também ia querer isso, óbvio. Mas entre querer e obrigar há uma diferença. Não é? Vou explicar. Eu também queria que o cristianismo – a crença em Deus, a fé em Jesus como Filho de Deus e Salvador, o processo de santificação, a Bíblia como Palavra de Deus, tudo isso - fosse considerado bom, normal e bonito. Que maravilha seria este mundo: todos convertidos, todos cristãos! MAS E SE HOUVESSE UMA LEI QUE PROIBISSE A MANIFESTAÇÃO PÚBLICA DA CONDENAÇÃO DO CRISTIANISMO? A CONDENAÇÃO DA “CRISTOFOBIA”? Professores universitários, jornalistas, escritores, médicos, advogados, todo mundo impedido de contestar a religião cristã ou emitir opiniões anticristãs; livros de Nietzsche proibidos nas livrarias; filmes enaltecendo outras cosmovisões banidos da televisão; jornais e revistas multados ou fechados porque ousaram falar mal de um padre ou de um pastor; ateus proscritos do debate filosófico… já pensaram nisso? (Como cristã, eu não ia querer nada disso, e vocês?) Agora, coloquem “homossexualidade” no lugar de “cristianismo” e percebam o que vai acontecer.

ESSE PROJETO É UMA LOUCURA E INSTITUI A DITADURA GAY NO BRASIL. Os gays serão os intocáveis do país!

Militantes gays, parlamentares, Marta Suplicy e demais apoiadores do PLC 122: coloquem-se por um segundo no lugar das pessoas que vocês empurrarão para o armário com essa lei! Um segundo apenas!

Não custa repetir: considerar a conduta homossexual uma “heterossexualidade que não deu certo” (sorry, folks, na vida a unanimidade não é uma garantia) NÃO EQUIVALE a desprezar, odiar, maltratar e rejeitar gays. (Assim como desprezar o cristianismo não significa desprezar cristãos! Acordem!) Qualquer pessoa com um mínimo de humanidade no coração pode acolher com carinho os homossexuais em seu círculo de convivência ao mesmo tempo em que não concorda com seu estilo de vida, com sua filosofia. Eu mesma faço isso: os gays não me incomodam por serem gays. Pessoas são pessoas e nós gostamos delas também apesar do que creem e fazem. Os gays são gente antes de serem gays, e vocês, apoiadores do projeto, estão invertendo isto!

A pergunta que não quer calar: poderá um grupo intocável ficar livre da ira dos demais grupos que não são intocáveis? ESSA LEI VAI AUMENTAR TERRIVELMENTE A VIOLÊNCIA CONTRA OS HOMOSSEXUAIS. Serão criadas situações de injustiça que muitos vão querer corrigir na base da pancada. Esse projeto vai piorar a situação que vocês querem combater. A lei não serve para ninguém, pois contraria tudo o que uma lei deve ser: justa e fiel ao delicado equilíbrio de forças na sociedade, para que ninguém seja favorecido além da conta, oprimindo os demais.

No post anterior eu disse que aquelas seriam minhas últimas palavras sobre o PLC 122. Não consegui. Vou falar até o último minuto antes da aprovação dessa lei que não é lei, mas uma excrescência.

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Antes que venham argumentar “mas a lei da homofobia é como a lei do racismo”, informo que “estar negro” é bobagem, “estar homossexual” é perfeitamente argumentável (que o digam Michael Glatze e Bob Davies). A construção identitária do homossexual é isso mesmo, uma construção. Não há nada constitutivo na homossexualidade, nada que obrigue as pessoas a escolherem parceiros do mesmo sexo. Inclusive há até mesmo os que defendem que todos nós somos, no fundo, bissexuais, assim como há quem defenda que o sexo biológico é o único que existe. Raça e ato sexual não são categorias equiparáveis! Donde se depreende que o projeto proíbe a mais leve crítica de um COMPORTAMENTO e isso é inaceitável, digno de regimes totalitários.

11 maio 2011

Últimas palavras sobre o PLC 122

Vivemos em um país democrático. Apesar dos mandos e desmandos do partido trabalhista no poder, não podemos sequer por um segundo comparar o Brasil com a China comunista (onde ainda hoje o acesso à internet é controlado), com a Cuba socialista (onde se prendem e matam dissidentes políticos), com países em que o islamismo é a religião dominante (onde gays e cristãos são assassinados com a conivência do governo e do povo). De modo geral, os brasileiros têm asseguradas suas liberdades fundamentais.

No entanto, há aqui uma perseguição não-violenta, que com raras exceções é informal, subjetiva e dispersa — uma perseguição que não vem com força de lei, mas é exercida de acordo com preferências pessoais, acentuadas segundo as circunstâncias. Não juntei à toa “gays e cristãos” no parágrafo acima: assim como são igualmente visados nos países muçulmanos, acredito que, no Brasil, ambos os grupos se assemelham no modo de perseguição sofrida. Chocante a ideia? Explico.

Nas universidades públicas, onde caminhões de literatura “libertária” anticristã são despejados há décadas, os perseguidos da vez são os cristãos, associados a um conservadorismo rançoso e a estreiteza mental. O estudante cristão precisa aguentar calado em sala de aula uma quantidade impressionante de bobagens sobre o cristianismo, quando não se depara com insultos diretos, tanto do professor quanto das obras que precisa ler. Deve cuidar para não sentir-se desmotivado ao ouvir, vezes sem conta, que o conteúdo das matérias que estuda “é incompatível com a fé cristã” ou que a abertura de espírito necessária à investigação científica é inversamente proporcional a sua lealdade religiosa. Se teima em proclamar o que crê em alto e bom som no ambiente universitário, ou se apenas decide integrar o cristianismo a seus horizontes como um dado a mais, o aluno é tolhido em seus trabalhos e vigiado em sua trajetória. Caso escolha a carreira acadêmica, se não for barrado pelos professores da bancas, será considerado pela maioria um outsider, indigno de apreciação intelectual verdadeira. E o mesmo banimento dos cristãos pode ser verificado na quase totalidade dos veículos de produção cultural do país.

E onde os gays são mais perseguidos? Não é na família em primeiro lugar: hoje, pai e mãe aceitam com cada vez mais naturalidade a “opção” dos filhos. Não é no ambiente escolar e acadêmico: professores gays que se assumem são até considerados mais divertidos. Em funções associadas a moda, beleza e artes em geral, o gay que sai do armário é recebido com palmas. Talvez o profissional encontre alguma dificuldade em meios que exigem maior sisudez, como o do direito. Mas creio que a discriminação mais pesada se dá nas vias públicas, nos ajuntamentos, onde se suscita muitas ocasiões para a perda das boas maneiras. Já presenciei uma espécie de bullying insistente sofrido por um homossexual bem feminino que caminhava pelas calçadas do centro de Niterói. As provocações duraram o trajeto de uma rua inteira e os machões que as proferiam se sentiam totalmente à vontade. Abomino esse tipo de coisa e não queria estar na pele dele/dela naquele momento. Quanto à violência, a história é outra: quem surra e mata homossexuais também surra e mata índios, mendigos, mulheres, estrangeiros ou qualquer outra pessoa em situação de vulnerabilidade. Estou falando de perseguidores, gente que até pode ser imbecil, mas que é normal; não de psicopatas.

Como na universidade tanto alunos como professores gostam de mostrar-se liberais (dá status), não há muita ocasião para manifestações contra gays. Pelo contrário: na Letras, por exemplo, há uma linha de estudos todinha dedicada a eles. (Não há, que eu conheça, uma linha de estudos que seja cristã.) Por outro lado, os cristãos não estão livres do bullying, nem em suas próprias famílias, nem entre amigos. Quando me converti, aguentei inúmeras piadas e expressões de desagrado. E também perdi amigos. Há quem tenha perdido o afeto de toda a família, sobretudo quando seus membros eram muito apegados a outras religiões. Sei que gays passam pelas mesmas tristezas. Nem sempre essa faceta difícil é revelada em público pelos crentes, pois preferimos falar de Jesus (o objeto de nossa fé) em vez de insistir em nossas desventuras (que são ínfimas se comparadas à alegria da salvação).

E aqui chego a meu ponto. Sim, somos perseguidos de modo semelhante. Mas há uma diferença, ou melhor, duas. A primeira é política: no Brasil de hoje, a simpatia generalizada pelo homossexualismo se tornou uma conquista prioritária para o governo. A midia e instituições de ensino (debaixo de um controle estatal grande demais para nossa condição de país democrático) têm refletido várias estratégias massivas para ganhar essa simpatia (a última delas foi o tal “kit gay”). Quanto aos cristãos, o normal e aceitável há muito tempo é a antipatia generalizada: falar mal de padres e pastores, inventar personagens “evangélicos” caricatos e histriônicos para as novelas, fazer piadas sobre o Deus da Bíblia, ridicularizar a fé, tudo isso é até “bonito” aos olhos dos formadores de opinião. Assim, podemos afirmar que os dois grupos estão em condições bastante desiguais: as consequências da perseguição anticristã são mais graves, pois não temos o governo como parceiros no fomento de uma imagem mais aceitável — e nem queremos: do governo, só esperamos que trate a todos com verdadeira igualdade, sem favorecimentos injustos (nem “kit gay”, nem “kit crente”: ao governo não cabe doutrinar nossas crianças, e um governo laico não deve impor uma religião disfarçada, como nos tempos do paganismo).

A segunda diferença é mais profunda, psicológica e espiritual: como se reage à perseguição? Se são fiéis às orientações de Jesus, os cristãos oram por seus perseguidores e os tratam com bondade, de acordo com Mateus 5.24. Já os gays se juntam em lobby para instaurar leis opressivas contra quem os persegue. Sei que pareço cometer uma injustiça quando generalizo, usando o termo “os gays”. Mas me pergunto: onde estão os homossexuais que não querem seus nomes associados a coações jurídicas? Onde estão seus blogs, suas petições, suas passeatas? Peço a vocês, homossexuais que não concordam com nada disso: levantem-se e clamem, por favor, antes que, caso aprovem o PLC 122, seja fomentada no país uma verdadeira cultura da imposição gay. A pecha de “autoritário”, em nossos dias, não é nada agradável. Vocês realmente acham que a opinião pública ficará a seu favor quando começarem a punir indiscriminadamente, subjetivamente, os ofensores “homofóbicos”? (E se puníssemos os “cristofóbicos” da universidade, como seria?) Por que não estimulam que se reaja com mais nobreza aos ataques não-violentos? (Contra os ataques violentos já existe lei.) Se vocês não são religiosos, precisam concordar, pelo menos, que o exemplo de Jesus é inspirador.

Quanto aos cristãos, há décadas ninguém dá a mínima por eles. Continuaremos sofrendo zombarias, desprezo, ameaças. O que faremos? Elaboraremos leis para calar à força e mandar para a prisão quem nos persegue? Não, de modo algum. Que Jesus nos ajude a cumprir a vontade do Senhor: “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.”