Conversando com um amigo cristão de boas intenções, fui advertida de que deveria moderar forma e conteúdo nos meus posts sobre o esquerdismo, em prol de uma visão mais "equilibrada" e que "reconhecesse todo o lado bom da esquerda, a sua manifestação a favor dos pobres etc.". Disse-lhe que não devemos ser condescendentes com o mal e que a tal "visão equilibrada" era efeito da propaganda de esquerda de que ele ainda estava imbuído. Não me ouviu.
Não digo que lhe darei razão, mas que minha única concessão ao que me pediu consistirá do seguinte: durante algum tempo, ao postar qualquer coisa sobre o esquerdismo, pretendo reduzir ao máximo os textos de minha lavra, em vez disso citando autores - de esquerda. Minha intenção é mostrar que aquilo que nós, anti-esquerdistas, falamos sobre o esquerdismo não é criação da nossa cabeça, mas informações que nos chegaram a partir da leitura deles mesmos - dos esquerdistas.
Assim, para inaugurar a minha nova série de textos anti-esquerdistas, vou fazer apenas isso por enquanto: publicar esquerdistas, com uma ou outra observação adicional. Que o leitor tire sua conclusão quanto a forma e conteúdo.
A começar a partir do próximo post, citação de nada menos que a obra de Marx e Engels, O Manifesto do Partido Comunista, de 1848.
4 comentários:
Excelente estratégia!
Precisamos aprender a fazer o mesmo ao conversar com certas pessoas sobre esses assuntos, colocando na nossa boca opiniões e citações esquerdistas clássicas, como se estivéssemos concordando com elas, mas na verdade usando de sutil ironia, para ver se nossos interlocutores 'pescam' alguma coisa. A reação deles ao que acabarem de ouvir indicar-nos-á infalivelmente a direção que devemos ou podemos tomar. Certamente, em muitos casos será melhor mudar de assunto ou de tática: não falar de política 'tout court', mas de boa filosofia/arte/religião, as quais, se bem entendidas (e aceitas), levam inevitavelmente à verdade. De quebra, aprenderemos muito sobre psicologia e idiossincrasias pessoais - inclusive as nossas!
Eu já citei frases excelentes do Roberto Campos, sem dizer o autor, para certas pessoas que não podem nem ouvir falar o nome dele ("ideólogo da ditadura", como disse o meu primo de 19 anos - aprendeu no colégio, claro), e elas concordaram inteiramente.
Ou seja, um trabalhão para contornar e pular os pontos sensíveis dos indoctrinated... Às vezes tenho medo que tanta estratégia modifique mais a nós mesmos que ao outro - tornando-nos pouco objetivos, sutis demais, melindrados demais. Às vezes, o susto da fala nua e crua tem mais efeitos (do tipo "acorda!") do que as sutilezas. Deus nos ensinea abordar o assunto com amor, seja de uma forma, seja de outra.
Concordo com você. Há casos e casos. Via de regra, não são puras idéias que estamos confrontando, mas toda uma situação existencial. Há muitas razões que a razão desconhece. Nossa sensibilidade é que tem que estar apurada; e os pontos vulneráveis de uns não são os de outros. Além disso, existem diferentes graus de resistência à verdade, e há combatentes para os quais não estamos preparados. Mas
uma coisa é infalível: a orientação divina.
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