07 novembro 2005

Violência em Paris (III): evasivas de Villepin

Deu no Figaro:

À pergunta "Por trás disso tudo não está a mão dos islamismo?", o primeiro-ministro [Dominique de Villepin] respondeu: "Claro que há uma preocupação sobre isso, sobre o islamismo como uma influência radical. Mas não creio que seja o principal, ainda que não se possa deixar de levar em conta esse dado. É preciso considerar com cuidado o conjunto dessas ações, mas não é o principal", concluiu.

Então tá. Em sua grande maioria de origem islâmica, vindos de países como a Argélia, os jovens das periferias de Paris, sustentados pelo governo com o seguro social (sem nem precisar trabalhar), estariam fazendo tudo aquilo para chamar a atenção do país para sua desigualdade social? Ou por serem vítimas de racismo? Quer dizer que tamanho ódio - capaz de inspirar adolescentes a assassinar a pauladas um homem diante dos olhos da família, ou a jogar gasolina e tacar fogo em uma senhora aleijada olhando fixamente em seus olhos - deve-se a insatisfação com uma condição de vida precária? E por que a suposta falta de dinheiro não impediu a instalação de uma fábrica de bombas clandestina em um dos bairros de periferia - quase como nas favelas cariocas? Quem é capaz de explicar isso sustentando a tese da pobreza?

Incrível: o politicamente correto parece ter lobotomizado a França. Das duas, uma: ou as afirmações do primeiro-ministro são produções abobalhadas de uma mente doente ("não é o principal, não é o principal..."), ou ele tem contas a prestar ao mundo árabe - a quem o governo francês tem apoiado sistematicamente durante anos. Houve bastante coragem para vender armas a Saddam Hussein em pleno embargo da ONU, mas cadê a coragem para enfrentar a realidade sobre os levantes?

O pior é brasileiro acreditando nisso tudo... Leiam o Primeira Leitura! Leiam o MSM!

3 comentários:

Verbi Gratia disse...

Norma,

Dá uma olhada nesse link. A charge postada sintetiza bem isso aí. Observe o comentário abaixo da imagem.

Abraços,
MV

Norma disse...

Paulinha, volte sempre que quiser!

Obrigada, Marcos! É mesmo!
Abração!

Elise disse...

Eurábia!