30 agosto 2013

O controle da linguagem no totalitarismo (2)

Hoje, com o marxismo cultural já bastante adiantado, como as palavras têm sido vilipendiadas para uso político? Cito uma delas, da qual falo em meu livro A mente de Cristo: democracia. A palavra, com seus derivados (“democratização”, por exemplo), é usada sempre que o governo quer implantar alguma medida de controle abusivo. Uma busca rápida pela internet informará que Hugo Chávez abusou da expressão para implantar seu regime na Venezuela.

No Brasil, isso também já ocorre. O jornalista da Veja Reinaldo Azevedo escreveu em seu blog que um tal “Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC)” fez um ato na Câmara dos Deputados na quinta-feira passada para exigir uma Lei da Mídia Democrática, para que “conselhos” ligados ao governo passem a controlar a programação da rádio e tv. Eles não estão contentes com a uniformização que JÁ existe na mídia: querem um controle mais ostensivo. A ideia de “democracia” passa a significar censura e controle governamental, com o pretexto de beneficiar classes desfavorecidas (já que são eles que decidem que valores e que moralidade serão veiculados). Novilíngua a serviço do totalitarismo.

Não deixe de ler o artigo todo!


8 comentários:

Aprendiz disse...

Norma

Já leu este artigo?

http://www.monergismo.com/stephen-perks/a-igreja-efeminada/

Norma disse...

Oi, Aprendiz!

Creio que li há muito tempo, mas agora li de novo. :-) É uma questão realmente enorme e à qual pouca gente está se dedicando: a inversão dos papéis sexuais com seus reflexos em sociedade.

Aprendiz disse...

Olá Norma

Eu já havia notado da feminização da igreja, e conversávamos sobre isto no meu círculo íntimo, mas nunca tinha notado alguns aspectos que o texto traz:

1. A feminização da igreja (e da sociedade) é juízo de Deus para a idolatria (Deus julga a igreja atual como idólatra e a castiga por isso).
2. A feminização da Igreja veio de cima, dos ministros. Eles passaram a ver as coisas de uma ótica feminina. As visão feminina, que seria um tempero necessário à visão masculina se tornou o "núcleo duro" da visão dos ministros.
3. A feminização da igreja precedeu a feminização dos governos e da sociedade.
4. A feminização tem sido operada, em grande parte, por homens femininos mais do que por mulheres.

Bom, foi isso que entendi do texto, e achei impressionante. E absolutamente original, nunca tinha lido nada que chegasse perto dessas conclusões.

Norma disse...

E não é interessante o ponto 4? Por mais que fujam de Deus, os homens não podem escapar das estruturas da criação. Lembrei de um conhecido que falou que, geralmente, as feministas acabam servindo ao movimento gay. As mulheres fogem da opressão dentro do casamento mas caem em toda sorte de opressão pior: dos chefes, dos líderes políticos...

André disse...

Olá, Aprendiz!

Você havia pedido minha opinião e, já que o papo começou por aqui primeiro, direi resumidamente o que penso aqui. O artigo tem vários momentos interessantes, e com os quais concordo plenamente. É o caso dos itens 1 e 4, segundo a lista que você fez.

Com relação aos pontos 2 e 3, porém, tenho minhas reservas. Eles demandariam uma argumentação histórica sólida que está ausente no artigo, e este me parece simplista ao lidar com esses pontos. A capacidade demonstrada pelo autor para entender as relações sociais da igreja não me inspirou confiança. E, lembro-me agora, tive a mesma impressão de um outro artigo que li do mesmo autor, anos atrás, embora aquele também tivesse muitos méritos. Vindo de alguém ligado ao nome de Kuyper, quase chega a ser decepcionante.

Sei que o que estou dizendo é meio vago. Mas vou tentar dizer exatamente a impressão que tenho quanto aos pontos 2 e 3 e o modo como o artigo os aborda. É uma postura algo análoga à dos crentes que dizem que o marxismo não teria sido inventado se a igreja não tivesse se descuidado de seu dever de cuidar dos pobres etc. Quem diz isso está, muitas vezes com razão, denunciando erros reais na igreja, mas demonstra ignorância sobre as relações entre a igreja e o mundo e sobre os modos pelos quais o pecado opera no coração humano, regenerado ou não. Tem-se em mente a necessidade de alertar a igreja para certos problemas de que ela precisa tomar consciência e se arrepender, em vez de se julgar mais santa do que de fato é e culpar os inimigos de fora por tudo. E tudo isso é correto. Mas, no caminho, ignorância, insensibilidade e um foco restrito demais levam as pessoas a fazer afirmações exageradas, gratuitas ou mesmo absurdas.

Para mim, os pontos 2 e 3 acima parecem se enquadrar nessa categoria. A postura do autor no texto se encaixa bem demais no estereótipo do pastor que, no fundo, não está muito interessado em uma compreensão profunda da sociedade; tudo o que ele pretende é dar uma sacudida, no melhor (ou pior) estilo puritano, naqueles cristãos (no caso, pastores) meia-boca e de mentalidade mundana. Não afirmo que seja esse caso; mas que parece, parece.

Aprendiz disse...

Olá Norma

Com certeza, os gays têm ascendência sobre as feministas.

Quanto aos homens femininos, não os vejo principalmente como gays. Há um grande número de homens que não são gays no seu comportamento e desejos, mas são femininos no sentido de que rejeitaram as virtudes tipicamente masculinas. Digamos que são femininos na sua forma de pensar e ver o mundo.

Aprendiz disse...

André

Olá André

Realmente não concordei com o texto inteiro. O meu ponto de discórdia principal foi um aspecto que você citou: Se a Igreja fosse fiel, mesmo assim a sociedade poderia se corromper. Na verdade, quando a Igreja é mais fiel, maior é a condenação dos ímpios, pois o bom testemunho dos justos os torna mais culpados. Essa é a narrativa dos tempos finais em Apocalipse.

Entretanto, há aspectos muito positivos no texto. Eu e outras pessoas próximas vínhamos discutindo há tempos a questão da feminização da Igreja, sobre como a maioria das Igrejas tornou-se um ambiente hostil à masculinidade. Homens, em geral, sentem-se desconfortáveis com o emocionalismo, pieguice e manipulação da maioria das Igrejas. E pior, muitos confundem esse emocionalismo com espiritualidade. E isso, ao contrário do que muitos pensam, não é uma característica tipicamente pentecostal, mas está em todo lugar, apenas com roupagens diferentes. Muitos homens crentes freqüentam a sua congregação não com alegria, mas por obediência ao ensino bíblico, pois a vontade é de ficar longe.
E este é o único texto que li sobre este assunto, que deveria ser muito mais discutido.

André disse...

Caro Aprendiz,

Concordo plenamente. Religião também é coisa de macho, mas essa dimensão anda meio excluída do imaginário cultural moderno, inclusive dentro da igreja. E muitas vezes os que percebem isso reagem de um modo ruim, mais como meninos brincando de ser homens do que como homens de fato; acabam, portanto, sendo parte do problema.

Abraços!