Um esforço, com a graça de Deus, de recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais. Não por pedantismo ou orgulho, mas por uma necessidade quase física de dar nomes às minhas intuições e contornar o status quo das idéias hegemônicas deste mundo.
04 dezembro 2005
Se eu encontrasse Nick Drake...
...eu me sentaria no chão a seu lado, de mãos dadas, e tentaria lhe retribuir todo o silêncio que recebi de sua música.
Sou uma flor de obsessão também musical: tenho fases imensas em que ouço de maneira preferencial, quase meditativa, um só músico, um cd ou dois do mesmo músico. Passou a fase (que durou quase dois anos) de Renaissance, inaugurou-se a fase de Nick Drake - especialmente o belíssimo Bryter Layter, com piano, contrabaixo e flauta acompanhando a voz e o violão de Nick. Mas Renaissance provocava um barulhão dentro de mim, deixava-me em contínuo estado de alerta existencial. Nick Drake me abre um lugar de silêncio, de onde posso entrever um toquezinho de Deus aqui, um trançar delicado de Seus dedos ali. Silêncio de espera, mas uma espera quase mágica. Descanso.
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6 comentários:
Se ainda não ouviu, ouça:
Fruit Tree
Man in the shed (impossível não sorrir ao ouvir esta música)
River Man
A obra instrumental dele também é inspiradíssima.
Excelente escolha.
Ouvi, sim, Christian, mas mesmo assim obrigada pelas sugestões! Nick Drake foi mesmo um achado mais que feliz.
Hmmm, a soft post. Gostei!
Nick Drake é muito bom mesmo. Merece ser mais ouvido. Inclusive por mim :-).
bjs
Uma bela declaração de amor a música!
Um abraço grande,
César, percebo (percebemos) que até então meu blog tem sido mais "obsessão" que "flor" - e esse post é um reconhecimento disso e uma alegre e espontânea tentativa para que o que eu escrevo retrate melhor meus dois lados, que sou feita de força e doçura não opostas, mas complementares.
Santa, minha relação com a música é tão visceral que, para mim, a pior tortura e as maiores delícias são sempre, respectivamente, a não-música (que costumo representar na figura de Ivete Sangalo - para mim, trilha sonora do inferno) e a música de verdade (que gosto de ver na figura de Elomar, o cantador erudito apaixonado por Deus). Eu só sirvo para duas coisas nesta vida, literatura e música (nessa ordem), mas às vezes tenho a impressão de que, se as circunstâncias permitirem, a música acaba ultrapassando a literatura. (Em tempo: Meus talentos lingüísticos - idiomas, revisão - estão todos incluídos no meu amor à literatura, e é só por amar literatura que sou boa em português e francês. Forma e conteúdo indissociáveis, sempre.)
Com tantos elogios a Nick, vou ouvir também.
Não conheço ainda.
Bjs
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