04 julho 2006

Novo artigo no MSM - Era Marx satanista?

Era Marx satanista?

Segundo Richard Wurmbrand, autor de Marx & Satan (Era Karl Marx um satanista?), Karl Marx não visava em primeiro lugar a tão propalada igualdade comunista, mas sim a destituição de Deus de seu lugar na sociedade e no coração das pessoas. A julgar por uma das mais eficientes devastações que o comunismo empreendeu onde quer que fosse implantado - a da fé (conforme as histórias da Rússia, da Coréia do Norte, da Albânia, da China, de Cuba etc.) - , isso não parece tão longe da verdade. De fato, todas as expressões concretas do comunismo, além de não cumprirem com o que prometiam, combateram a religiosidade de modo tão eficaz que engendraram um povo descrente ou alienado da transcendência divina, além de uma cruel perseguição aos fiéis remanescentes.

Porém, não apenas os resultados diretos da implantação de regimes comunistas atestam a centralidade do combate à fé. Muitos aspectos da vida de Marx demonstram uma consciente intenção de opor-se a Deus e uma direta influência demoníaca, desde sua juventude. O que impulsionou Marx para o comunismo não foi uma inclinação altruísta, conforme reza a lenda. É o que explica Wurmbrand: "Não há evidências para a crença de que Marx mantinha nobres ideais com relação à humanidade e teria adotado uma postura anti-religiosa por ter visto a religião como obstáculo a esses ideais. Do contrário, Marx odiava qualquer noção de Deus ou deuses e estava determinado a ser o homem que ia tirar Deus do cenário - tudo isso antes de abraçar o socialismo, que seria apenas a isca para que proletários e intelectuais adotassem para si esse intento demoníaco." Uma das evidências disso é que o primeiro mestre comunista de Marx, Moses Hess, era também satanista.

Um de seus biógrafos, Robert Payne, endossa as afirmações de Wurmbrand ao mencionar um conto infantil inventado por Marx, relatado por sua filha Eleanor: a história interminável de Röckle, um mago infeliz que vendia relutantemente seus brinquedos ao diabo por ter feito um pacto com ele. Diz Payne: "Sem dúvida essas historietas sem fim eram autobiográficas. Marx tinha a visão do Diabo sobre o mundo, e a mesma malignidade. Às vezes parecia saber que cumpria tarefas do mal."

Impressiona o fato de não se achar em suas cartas a Engels expressões do desejo de justiça social, mas sim preocupações com dinheiro (Engels o sustentava) e com heranças vindouras, acompanhadas de linguagem obscena e maldosas referências à morte iminente de parentes ricos - um tio que ele chama de "cão velho", por exemplo, cujo falecimento é finalmente celebrado pelos dois correspondentes. A mesma frieza é percebida no modo sucinto como relata a Engels a morte da mãe: "Chegou um telegrama há duas horas dizendo que minha mãe morreu. O Destino precisou levar um membro da família. Eu mesmo estou com um pé no túmulo. Pelas circunstâncias, sou mais necessário que a velha mulher. Preciso ir a Trier para ver a herança." É de se notar especialmente esse tom de quem se refere a uma instância superior de decisão - não Deus, mas o Destino - atribuindo-lhe ares de sabedoria cósmica ("sou mais necessário").
Quando novo, suas cartas ao pai já atestavam que, embora tivesse recebido educação cristã, afastara-se resolutamente da fé. Escreveu: "Uma cortina caiu. Meu santo dos santos foi partido ao meio e novos deuses tiveram de ser instalados ali." Enviou-lhe como presente de aniversário poemas de teor bastante anti-religioso:

Por ter descoberto o altíssimo
E por ter encontrado maiores profundezas através da meditação
Sou grande como Deus; envolvo-me em trevas como Ele


Perdi o céu, disto estou certo
Minha alma, antes fiel a Deus,
Está marcada para o inferno


Mikhail Bakunin, com quem Marx criou a primeira Internacional Comunista, escreveu loas a Satanás de modo flagrante, vinculando-o estreitamente aos objetivos comunistas:

"O Supremo Mal é a revolta satânica contra a autoridade divina, revolta em que podemos ver o germe fecundo de todas as emancipações humanas, da revolução. Socialistas se reconhecem pelas palavras 'No nome daquele a quem um grande erro foi feito'."

"Satanás [é] o rebelde eterno, o primeiro livre-pensador e o emancipador de mundos. Ele faz com que o homem se sinta envergonhado de sua bestial ignorância e de sua obediência; ele o emancipa, estampa em sua fronte o selo da liberdade e da humanidade, instando-o a desobedecer e comer o fruto do conhecimento."

"Nessa revolução deveremos acordar o Diabo nas pessoas, estimular nelas as paixões mais vis. Nossa missão é destruir, não edificar. A paixão da destruição é uma paixão criativa ."

A positivação do Diabo como o libertador do homem – que, tal como Prometeu, teria contribuído diretamente para que acedêssemos ao conhecimento que o próprio Deus nos negara – parece ter criado raízes na intelectualidade universitária, de tal forma que esta já é noção comum em alguns círculos. No entanto, é interessante notar que esse "Satanás Prometeu", indissociável dos primórdios do comunismo, não passa de um erro teológico grave, que deixa de considerar que a árvore do fruto proibido não portava o conhecimento tout court, a ciência, mas sim (e basta checar Gênesis 2:17 para confirmá-lo) o conhecimento do bem e do mal. A bela lição judaica desse excerto bíblico é que, ao fazer a escolha de conhecer o bem e o mal sem a permissão (logo, a ascendência) de Deus, o homem não consegue se dominar e praticar sempre o bem – ensinamento que traz luzes inequívocas para a relação entre transcendência e moralidade. Não é por acaso que o tema do mal é tratado com profundidade por dois autores cujos escritos certamente se valem da cosmovisão judaico-cristã: a filósofa judia Hannah Arendt (A condição humana, Sobre a violência) e o romancista cristão Fiodor Dostoiévsky (Os demônios, Irmãos Karamazov), que nos legou por um de seus personagens a máxima: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. Se é difícil, diante disso, evitar a conclusão de que o esquerdismo se imiscuiu na vida acadêmica portando em si toda a pulsão destrutiva anticristã que hoje caracteriza o meio, menos ainda se pode mascarar a associação dessa revolta contra Deus, presente nos escritos de Bakunin e Marx, à ausência de freios morais que caracterizou todos os regimes comunistas de que se teve notícia.

A vida de Marx é recheada de comportamentos inadmissíveis e acontecimentos trágicos, assim como ocorre com todos os que se envolvem de perto com o demônio. Vivia às custas de Engels e da herança de parentes, embora pudesse se sustentar com seu conhecimento de línguas e a formação especializada, um doutorado em filosofia. Sua esposa abandonou-o duas vezes, voltando sempre, e ele sequer compareceu a seu funeral. Três de seus filhos pequenos morreram de desnutrição, sendo que pelo menos um deles, segundo a própria esposa de Marx, foi vítima dos descuidos do marido com relação ao sustento da família. Tivera ainda um filho com a empregada, negado e tratado como se fosse de Engels - que revelou o engodo em seu leito de morte a uma das filhas de Marx, com a preocupação de que ela não endeusasse o pai. Tinha, com essa, três filhas, que morreram novas: duas delas, do cumprimento de pactos de suicídio com os maridos (um deles se arrependeu e não cumpriu o ato). Os livros que escreveu, além de trazer uma linguagem vociferante de ódio, vinham recheados de dados inventados e citações falsas de autores como W.E. Gladstone e Adam Smith - distorções consideradas intencionais por pesquisadores de Cambridge, não fruto de displicência. Era dado a bebedeiras e irascível muito além do limite da tolerância: perdia amizades facilmente. Pessoas de sua convivência lhe atribuíram diversas vezes o epíteto "ditador" e um coração rancoroso. O próprio Bakunin no final declara: "Marx não acredita em Deus mas acredita bastante em si mesmo e faz todo mundo o servir. Seu coração não é cheio de amor, mas de rancor, e ele tem muito pouca simpatia pela raça humana." Fiel ao sábio princípio de não separar o pensamento do autor de sua biografia, Paul Johnson comenta de modo dramático as conseqüências da herança marxista na Rússia e na China: "No devido tempo, Lênin, Stálin e Mao Tsé-Tung puseram em prática, numa imensa escala, a violência que Marx trazia em seu íntimo e que transpira em sua obra."

Escrevo sobre Marx e já me vem à mente a história de Stálin contada por sua filha, Svetlana Alliuyeva. Em Vinte cartas a um amigo, ela realiza uma crescente e emocionada catarse ao falar de sua infância e juventude. Presenciou o devastamento de seus entes queridos, alvo das desconfianças obsessivas do pai. Quando não eram assassinados por supostas traições ao regime - parentes próximos, como seus tios, e também amigos íntimos da família -, sucumbiam a gigantescas pressões de morte, seja progressiva (seu irmão alcoólatra) ou imediata (o suicídio de sua mãe aos 30 anos). Na última carta, uma frase sua em especial assusta pela desolação com que constata: "Em torno de meu pai havia uma espécie de círculo negro - todos os que caíam em seu interior pereciam, destruíam-se, desapareciam da vida..." Examinando-se de perto a vida de Karl Marx e o posterior desenvolvimento do marxismo, tem-se a impressão de que o mesmo poderia ser dito dele, sem temor algum de exageros.

Intuindo o quanto a Rússia adotaria seus princípios, pouco antes de morrer Marx manifestava orgulho especial pela recepção de suas obras no país. Décadas mais tarde, o impressionante slogan soviético "Banir os capitalistas da terra e expulsar Deus do céu" não só confirmaria essa intuição, mas, principalmente, tornaria flagrante a missão do projeto marxista desde estados embrionários: destruir a fé em Deus. Em países como o Brasil, essa anti-religiosidade tem sido amenizada para passar a falsa impressão de um comunismo mais conforme à necessidade humana de transcendência, algo indissociável de nossa cultura. No entanto, as duas histórias de Karl Marx – a de sua vida e a de suas idéias – são reveladoras do quanto marxismo e demonismo se entralaçam inequivocamente. É estudar para saber.
Fontes:

Alliyueva, Svetlana. Vinte cartas a um amigo: as memórias da filha de Stálin . Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1967.
Johnson, Paul. Os intelectuais. Rio de Janeiro, Imago, 1988, capítulo 3, p. 64 a 94.
Wurmbrand, Richard. Marx & Satan. Living Sacrifice Book Co, 1986, capítulo 2, p. 20 a 35. Edição brasileira: Era Karl Marx um satanista?, Voz dos Mártires.

Publicado no Mídia sem Máscara

22 comentários:

Augustus Nicodemus Lopes disse...

Norma,

Muito elucidativo. Fiquei pensando na veracidade da afirmação de Cornelius Van Til que todo pensamento humano é religioso, pois cedo ou tarde sempre se define em relação a Deus, afirmando-o ou negando-o.

Um abraço!

Anônimo disse...

Confesso que fiquei atonico quando li esse artigo,nunca tinha atentado digamos para esse "lado espiritual e dessa suposta quebra da fé" por parte de Marx,não conheço sua obra e vida à fundo,apenas alguns trechos do "Manifesto de um Partido Comunista",sempre vi o comunismo como doutrina política e não como doutrina religiosa.

Soube disse...

Achei fantástico esse artigo. Não é a primeira vez que leio seus escritos no MSM. Incluí seu blog nos meus favoritos. Só tenho medo de escrever aqui e ser analisado como você fez com o artigo do Emir Sader. Muito bom!

HelioPereiriano disse...

Oi Norma tudo bem ? Eu sou o Helio, o novo articulista do Blogs Coligados. Legal a sua idéia de atacar os erros do Emir Sader. Eu não sabia que havia um livro em português do Richard Wurmbrand.

Norma disse...

Augustus, essa citação de Van Til é maravilhosa. Precisamos de uma inteligência cristã justamente para isso: descobrir a disfarçada rejeição a Deus inerente a algumas doutrinas, analisando também seus efeitos sobre as sociedades. É o que tenho tentado fazer com o marxismo.

Obrigada, amigos! Helio, é normal que nos comentários os leitores se permitam toda liberdade. O que não pode é alguém que escreve daquele jeito ser considerado um "intelectual" e "autoridade acadêmica". Aí, não dá! :-))

João Emiliano Martins Neto disse...

Prezada Norma,

Parabéns pelo artigo. Você sabia minha irmã que uma das intelectuais do espiritismo atual a senhora Dora Incontri pós-doutora em Educação pela USP (aquele templo de ignorância tucano-petista-psolista) é anarquista? E você citou trechos do pensamento de Mikail Bakinin companheiro do velho satanista Karl Marx e isso chamou-me a atenção. Há então agora irmã Norma ligações entre espiritismo e satanismo.

Anônimo disse...

Olá Norma

Resolvi responder aqui ao que você escreveu abaixo. Afinal, foi este o artigo alvo das minhas críticas. Ah, te aviso que não minha intenção ficar aqui tomando seu tempo. Se este troço começar a lhe aborrecer, por favor, me avise.

Você diz que eu minimizo a tal "ascendência satânica de Marx", quando parece-me justamente o contrário: é você que a coloca em destaque. Como eu disse, não há sentido neste satanismo marxista para quem conhece um pouco mais da obra de Marx.

Aliás, lhe escrevi antes sobre uma dicotomia entre o novo e o velho Marx. Acho que nem é o caso. No Marx da "A Ideologia Alemã", obra da sua juventude, já fica bastante claro que este não mais acredita no idealismo neohegeliano ou pré-materialista, onde defende-se que os "grilhões" da humanidade são falsas idéias (como as religiosas) que devem ser combatidas. Para Marx, não há sentido em combater essas idéias em si se elas (em certo sentido) são reflexo de contradições referentes à esfera econômica. Quanto mais acreditar que a crença no demônio, em substituição à crença em Jesus Cristo, irá libertar o homem: ora, Deus e o Diabo, por esta persperctiva, fazem parte da mesma ficção ideológica.

Mas você diz saber da existência do demônio. Neste caso, digamos que Marx vendeu sua alma para o capeta e, maliciosamente, conseguiu fazer com que céticos - como eu - consumissem satanismo sem saber. O que eu posso dizer disto? Ora, sei lá, eu vi "O Exorcismo de Emily Rose" estes dias, dizem que é baseado em uma "true story". Nunca se sabe: que Deus tenha piedade da minha alma na hora do Juízo Final e considere que, embora fã do servo barbudo do tinhoso, eu sou um sujeito legal.

"As idéias tem conseqüências". Não tenho dúvida. Todavia, seria preciso ser um misto de vidente e doutor em Sociologia do Conhecimento para prever exatamente o que os outros irão interpretar em relação ao que você escreveu. A produção de Marx foi fragmentada, ensaística e determinada pela sua concepção dialética do conhecimento/ Ciência (onde defender uma teoria científica ao mesmo tempo que se inflama o proletariado à luta é absolutamente natural). Disto resulta que se defendam as maiores atrocidades com base em uma suposta teoria marxista.

É culpa de Marx? Acho que não. Ora, se a gente fosse culpar o pobre Jesus Cristo por todas as imbecilidades que fizeram e fazem em seu nome, o coitado teria morrido de desgosto antecipado, e não crucificado.

Reiterando os votos de estima e consideração, subscrevo-me.

HelioPereiriano disse...

Oi Norma, obrigado por se preocupar com meus sentimentos, mas acho que você confundiu meu [i]post[/i] com o do “sr. Soube”. Além disso, esteja à vontade se quiser corrigir minhas eventuais falhas. Neste caso eu até agradeceria e faria as devidas correções.

Hernan disse...

Eu, sem qualquer pacto com qualquer diabo, senão o diabo que eu mesmo muitas vezes inevitavelmente sou, gostaria muito de execrar um "deus" como o que Marx combateu.
Não vejo dificuldade em estar certo de que Marx, se tivesse conhecido a Cristo sem as contaminações históricas da cristandade, não hesitaria em segui-Lo de coração.
Inteligente foi Max Weber, que percebeu bem como a ética protestante serviu ao fomento da desgraça que é a alienação do homem ao produto de seu próprio trabalho.
Somos tanto mais satanistas que o Karl Marx.

Anônimo disse...

Lamentável que uma pessoa como você, que teria tudo para ser uma grande escritora, consiga produzir bobagens de tal jaez. Triste, muito triste.

Norma disse...

Ribeiro, não dá para levar a sério um autor com sérias dificuldades com relação a honestidade, em primeiro lugar, tal como Paul Johnson descreve. Falsificação de dados é algo muito terrível. O fato de ele ser tão incensado e ter fundado uma ideologia responsável por tão grandes tragédias apenas confirma que nosso mundo caído idolatra as pessoas erradas.

Hernan, achei sua opinião meio confusa. Se quiser esclarecer, será bem-vindo.

Anônimo, obrigada pelo elogio. Quanto à segunda parte do seu comentário, não escrevi bobagens, apenas resenhei três livros que me impactaram sobre o mesmo assunto: origens e conseqüências do marxismo. No dia em que achar que o historiador Paul Johnson, o pastor Wurmbrand e a filha de Stálin disseram bobagens, corrigir-me-ei. :-) Por enquanto, todos os estudos que tenho empreendido sobre o marxismo me levam sempre ao mesmo lugar: uma ideologia que desvia o impulso de transcendência no homem para onde não se deve, assim como transforma a fome de céu em desejo de utopia - uma utopia sem céu e sem Deus, logo com passe livre para abusos humanos de poder. Mesmo que as evidências de satanismo sejam exagero (e não me parecem ser), há muitos pesquisadores bons e sinceros que percebem esse desvio, por outros meios - Eric Voegelin é um deles. Assim, não creio que se deva menosprezar a pesquisa do pastor Wurmbrand.

Enquanto isso, não fique triste, mas tente questionar um pouco essa aura que se criou em torno da figura de Marx. Leia autores anti-Marx, por exemplo. Os admiradores dele não costumam fazer isso. Mas para chegar à verdade a gente precisa dissecar os ídolos, ter coragem para chegar perto. E que Deus nos ajude a ver a verdade.

Oswaldo Viana Jr disse...

É impressionante, mesmo. Porém, veja este depoimento que encontrei no livro do pr. Larry Lea, "Nem uma hora?", publicado no Brasil em 1989 pela Ed. Betânia (original: "Could You Not Tarry One Hour?", 1987):

"Em 1974 conversei com Richard Wurmbrand, um judeu cristão que passou dezesseis anos preso numa masmorra na Romênia [comunista], por causa de sua fé. E lhe fiz a seguinte pergunta:

− Sr. Wurmbrand, acha que os cristãos daqui vão passar pelas mesmas coisas que o senhor enfrentou?

E a resposta que ele me deu deixou-me espantado:

− Não, replicou pensativo; não acho que isso está para acontecer; já está acontecendo. AQUI NOS ESTADOS UNIDOS TENHO SENTIDO UMA OPRESSÃO DEMONÍACA – CUJO OBJETIVO É FAZER-ME APOSTATAR – DEZ VEZES MAIOR DO QUE A QUE SENTI NAQUELA PRISÃO." (grifo meu)

Anônimo disse...

Aliás, lhe escrevi antes sobre uma dicotomia entre o novo e o velho Marx. Acho que nem é o caso. No Marx da "A Ideologia Alemã", obra da sua juventude, já fica bastante claro que este não mais acredita no idealismo neohegeliano ou pré-materialista, onde defende-se que os "grilhões" da humanidade são falsas idéias (como as religiosas) que devem ser combatidas. Para Marx, não há sentido em combater essas idéias em si se elas (em certo sentido) são reflexo de contradições referentes à esfera econômica. Quanto mais acreditar que a crença no demônio, em substituição à crença em Jesus Cristo, irá libertar o homem: ora, Deus e o Diabo, por esta persperctiva, fazem parte da mesma ficção ideológica.


Conde-Puxa que mudança! Uma hora Marx combate diretamente a religião e outra hora ele inventa uma Deusa chamada História materialista, que matará o Deus da religião! Já dizia Schopenhauer, que Clio, a deusa da história, não passa de uma puta sifilítica! E isto, ele se referia humildemente a Hegel, o famoso "destruidor de papel e mentes"!

Anônimo disse...

Não era apenas Marx um satanista. Eu tenho certeza que Nietzche também era satanista. Quais são as consequências?

Anônimo disse...

Quanta importância para o que é absolutamente secundário na obra de Marx! Mas isso não é apenas "chamar a atenção" para algo mais ou menos "oculto", e sim é uma sequência absurda de "deduções" que o texto e a vida de Marx de forma alguma autorizam; ou seja, uma deturpação.

Anônimo disse...

Olá, passei por acaso por esse site e li esse artigo sobre karl marx. Gostaria de fazer alguns comentários e espero que a pessoa que escreveu esse artigo não se aborreça, pois é sempre interessante discussões e debates democráticos para o pensamento racional. Enfim, como cientista das ciências físicas mas um fã da história, gostaria de fazer algumas críticas. Bem, no manifesto comunista, Marx deixa bem claro seu estudo histórico sobre a luta de classes e o papel da igreja nesse meio social. No livro "passagens da antiguidade ao feudalismo" de perry anderson, você tem vários arguemtos com dados científicos que mostram o papel da igreja como uma das principais causas da queda do império romano (devido ao papel parasitário que a igreja obteve com sua intitulação de religião oficial durante o reinado de COnstantino) e assim sua ascensão ao poder aos anos subsequentes. Karl Marx tinha esses conhecimentos históricos sobre o papel da igreja na sociedade e criticava sua conduta principalmente em relação à classe proletária. Desse modo ele tinha uma posição clara de que o papel da igreja na sociedade era muito forte, e para se obter um governo proletário sem influências "externas" (diga-se da igreja parasita) ele tinha uma postura anti-religiosa falando-se diretamente de Deus e ciência e não abrindo o verbo diretamente no papel social dessa instituição. ELe fez isso principalmente porque achava mais difícil lutar contra umas instituição pregada a muitos anos na "cabeça" popular do que contra um governo Burguês. Assim, fica claro de que o autor desse livro e desse artigo tem fortes influências religiosas, diga-se de passagem das religiões judaicas-cristãs, e que suas observações e fatos sobre o "MARX SATANISTA" não deixa de ser mais uma manobra de agregar mais ovelhas à ignorância a serviço da igreja.

Anônimo disse...

De modo resumido: lamentável este artigo.
Lamentavel pq me pergunto: qual o objetivo deste escrito? traçar, a partir da construção de uma linha de argumentação, um paralelo ou um "esclarecimento" sobre a obra e vida de karl marx?
eu é eu me pergunto, pq esse ataque?? pq isso é claramente um ataque...não há dialogicidade...
fazer ligações inexistentes, criar justificativas simples para consequencias complexas e estruturais....
isso demonstra a fraqueza do ponto de vista teórico-argumentativo, além de raso, muito raso...aquele que lê marx, e não só marx, vê que é raso este artigo, vazio...lamentável...

Norma disse...

É besteira queixar-se do post alegando autoritarismo religioso. Hoje, Marx tem verdadeiros seguidores, e o marxismo se aproxima de muitas formas de uma religião secular (leiam Eric Voegelin). Quem quiser apresentar aqui objeções realmente sérias e dignas de resposta deve vir com fatos, e não um questionamento vazio e acusatório sobre as motivações do autor do livro.

Norma disse...

O propalado "ideal de igualdade" do comunismo é um mascaramento do autoritarismo estatal. Leia as histórias de Lênin, Stálin, Mao e Fidel, pelo menos. E não as versões deles ou de autores abalizados por eles, mas as de quem fugiu vivo desses regimes para contar a história.

Norma disse...

E: o capitalismo não é ideal, mas é bem menos pior. Veja só: você está dentro de um regime capitalista e pode falar mal à vontade do capitalismo. No comunismo, se você falasse mal do regime comunista, o governo interceptaria essa sua mensagem e o mandaria para a prisão. Entendeu? E onde não há liberdade nem para falar, não há vida.

Anônimo disse...

Recomendo vivamente a leitura do livro do historiador Simon Sebag Montefiore, Stálin - a corte do czar vermelho, Companhia das Letras,2006.Sómente agora é posível medir a angustia que está presente nas memórias de Svetlana, filha de Stalin, publicado nos anos 60. Uma angústia de uma pessoa sensível rodeada pelos magnatas stalinistas cujo único objetivo foi a destruição da alma humana. Tal como o nazismo, o fascismo, o comunismo sob o manto falso do discurso a favor dos interesses da classe trabalhadora, produziu um dos maiores monstros da irracionalidade humana - o estado soviético. Basta ler esse livro e ver a situação da condição humana, tomando o exemplo da tragédia da vida de Molotov e Polina, sua mulher(pp.649-653).

Unknown disse...

realizações do comunismo pelo mundo
1)estupro de 5.000.000 de mulheres pelos comunas(comunistas)
2)assassinato de 100.000.000 de pessoas pelos comunistas
só isso é o suficiente para mostrar que comunismo não presta