21 julho 2006

Diálogos (espiritualmente) Irrelevantes III

- Acho que você deveria me pedir desculpas.

- Por quê?

- Porque no dia em que brigamos você disse que eu estava mal espiritualmente e que ia orar por mim!

- E o que é que tem?

- Isso é coisa que se diga, e ainda por cima no meio de uma discussão?

- Foi por causa da sua reação ao que eu falei.

- Mas aquilo que você falou foi horrível!

- Sua reação foi pior.

- Peraí, criatura. O que você está me dizendo? Pensa um pouco. A gente briga, não importa o motivo, e você sai pela tangente com esse argumento sobrenatural?

- Não é um "argumento".

- Ah, então agora você tem um aparelho de medir espiritualidade, é isso?

- Claro que não. Eu sei que só Deus pode julgar Seus filhos. Você pode até não estar mal espiritualmente, mas que parece, parece.

- !

- Opa! Peraí. Deus está me chamando agora. Vou ter que correr. Depois a gente se fala! Tchau.

- ...

4 comentários:

Anônimo disse...

Norma, por acaso voce pensa que é ficção?? Esse diálogo é baseado em fatos reais. Muito interessante como a gente identifica logo o povo "neo".

Marcelo disse...

Ocorre, mesmo. Já vi o caso de um rapaz de 16 anos que se casou com uma jovem da mesma idade porque ela teve uma revelação de que ele seria dela. O rapaz era bonito, recém-convertido. Topou! Casaram-se. Nasceu um filho. Separaram-se e abandonaram a fé.

Marcelo Hagah
João Pessoa-PB

Norma disse...

Casar por revelação é complicadíssimo. Estranho como as pessoas embarcam nessas coisas, como se a subjetividade humana pudesse ser totalmente descartada diante de uma "profecia".

Norma disse...

Oi, Wilson! É, mas o discurso "neo" anda na boca de muita gente que não gosta de se dizer nem pentecostal...
Abraços!