24 janeiro 2006

Artigo no MSM sobre a lei da palmada

Saiu artigo meu no Mídia sem Máscara - O Estado educa - sobre essa lei absurda, prestes a ser aprovada no Senado, que proíbe os pais de aplicarem qualquer tipo de castigo físico aos filhos. A lei traz em si o germe de sérias cisões familiares e faz avançar, mais uma vez, a voraz máquina estatal para cima do direito dos pais, tal como na última constituição, que criminalizou a educação em casa (homeschooling). Pouco importa se você é a favor ou não da palmadinha educativa: o Estado resolveu decidir por você.

O tema também é tratado na segunda parte deste artigo de Olavo de Carvalho. A primeira, obrigatória para todos os cristãos, descreve as estratégias para a incansável guerra moderna contra as religiões, principalmente o judaísmo e o cristianismo. O texto está imperdível e ainda traz, no final, várias sugestões de leitura e links importantes sobre os dois assuntos.

7 comentários:

Anônimo disse...

Norma,
Sobre a proibição das punições físicas concordo plenamente com você. Não cabe ao Estado tomar o lugar dos pais.

Sobre o homeschooling concordo que o Estado não deveria proibir isso. Por outro lado achei um exagero dizer que a proibição tem haver com “ranço comunista”. Oras, a constituição de 1988 nada tem haver com um governo comunista.

Além disso, eu questiono a eficácia da educação em casa no nosso Brasil em que os pais normalmente não concluíram o ensino fundamental. Imagine um pai assim ensinando gramática, ou matriz, ou história... sem condições.

Mas tem outro lado: querer privar nossas crianças de conhecer o que a sociedade diz sobre a teoria da evolução, homossexualismo, relativismo e outros conceitos é querer colocá-los numa redoma nada saudável. Mais cedo ou mais tarde eles se chocarão com esses conceitos e talvez não estejam aptos a respondê-los. Acho mais eficiente que os pais se foquem em transmitir seus valores nessas questões do que querer abraçar toda a educação dos filhos.

Interessante é que alguns dizem que os pais não estão aptos a passar tais valores aos filhos de forma convincente. Mas se nem isso eles puderem fazer, então muito menos poderão educar os filhos em casa.

Elise disse...

um belo artigo, parabéns!

... disse...

Oi Norma,

Sempre tenho passado aqui, mesmo não comentando.

Mas vim dizer pra você depois me fazer uma visita. Pode ser na minha casa (www.pequicomk.blogspot.com) ou no meu banquinho de praça (www.guinomai.blogspot.com)

Seria importante pra mim ter seu olhar sobre aquelas letras.

Abraço magro
Rodrigo

Norma disse...

Cleber, comunismo é Estado se metendo em tudo. Era o que eu tinha em mente quando escrevi "ranço comunista". A propaganda quer que comunismo seja "opção pelos pobres", mas a verdade é o que Paul Johnson afirma em Tempos Modernos quando fala de Lênin: "trocou uma classe dominante por outra: o partido". É o que todos eles fazem. Leia meu post sobre o Manifesto Comunista.

Se, como classe dominante (dominante mesmo), além de reter a propriedade e os meios de produção, eles se outorgam até o direito incondicional de matar, por que não imporiam regras ao povo para educar os filhos? Deesa forma, não é impróprio associar a postura do governo brasileiro com o comunismo.

Vê-se assim que nos aproximamos da idéia da Teletela (1984, George Orwell): o Estado controla você até dentro de casa.

Quanto a privar ou não as crianças de conhecer essas coisas, quem prioritariamente deve decidir isso: os pais ou o governo? Responda a essa pergunta e você terá chegado ao objetivo do meu artigo.

Anônimo disse...

Norma,
certamente entendi o objetivo do seu artigo e assino embaixo.
Ms gostaria de saber o q vc pensa sobre quanto a privar ou não as crianças de conhecer essas coisas.

Sobre o "ranço comunista" ainda acho que a constituição de 1988 tem pouco haver com isso, levando em conta seus idealizadores.

Concordo com vc que a ditadura do proletariado se metia em tudo nos países comunistas.
Mas no Brasil a constituição de 1988 foi formulada por capitalistas!

Anônimo disse...

Norma,

Tomo liberdade de interpelar o Cleber.

Cleber, quantos capitalistas havia na assembléia constituinte de 1987? E quantos eram de esquerda? Naquela época, tínhamos mas à direita apenas o PFL e um setor do que hoje é o PP (que acho que ainda se chamava PDS naqueles dias). Todo o resto era de esquerda ou tendências esquerdistas. Não lembro muito bem daquela época, mas tenho certeza de que PFL e PDS somados não eram maioria.

Alguém dirá que o PMDB, nesses dias, apoiava o governo de Sarney, do PFL, e que, portanto seria de direita. Eu discordo de antemão, pois o PMDB tem origem esquerdista. Também era -- e continua sendo -- o melhor exemplo de bajulador traidor, que está sempre vinculado ao poder mas sempre muda de lado quando vê que o poder vai mudar de mãos.

Além disso, se olharmos para nossa constituição, veremos que ela está cheia de instrumentos totalitaristas. Uma constituição de direita ou capitalista provavelmente seria menor e daria mais valor às liberdades individuais, preocupar-se-ia mais com princípios e menos com normas -- sem trocadilhos --, mais com a nação brasileira e menos com o patrimônio do Brasil.

Norma disse...

É verdade, Paulo. Cleber, é consenso entre os (que ainda se dizem) capitalistas, conservadores e liberais brasileiros (entre eles, historiadores e economistas de peso - leia o Mídia sem Máscara, link ao lado) que aqui neste país o capitalismo praticamente não existe. Se não existe hoje, tampouco existiu na última constituição, pois há vinte anos já estava sendo montado todo o cenário que presenciamos agora. Basta você verificar, não só no panorama político ou na constituição, conforme apontou o Paulo, mas na educação e na mídia, a quantidade de pessoas de esquerda ou abraçando discursos e atitudes de esquerda. O capitalismo se tornou um mero bode expiatório para a esquerda continuar a se expandir no Brasil. Ademais, como se pode culpar o capitalismo em um país onde o aspirante a empresário é devorado por impostos e por uma burocracia esmagadora, raramente conseguindo fazer com que sua empresa sobreviva? Onde todos sabem que os melhores empregos não mais estão nos meios de livre iniciativa ou autonomia, mas sempre associados ao poder público? Onde os impostos chegam a 40 por cento? Onde o governo tem adotado ou tentado adotar cada vez mais medidas intervencionistas? Capitalismo não é isso - e tudo, hoje, concorre para um Estado gigante mandando em tudo. Isso se não falarmos nos sovietes brasileiros, os grupos de MST. Quanto mais penso no assunto e correlaciono as notícias aos processos históricos de subida esquerdista ao poder, mais me apavoro.