Um esforço, com a graça de Deus, de recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais. Não por pedantismo ou orgulho, mas por uma necessidade quase física de dar nomes às minhas intuições e contornar o status quo das idéias hegemônicas deste mundo.
01 outubro 2005
Desarmamento: vote NÃO
Tenho conversado por alto com algumas pessoas sobre o referendo do desarmamento e muitas delas me dizem que vão votar pelo SIM, por motivos pacifistas.
Ora, eu também sou pacifista; eu também detesto armas e detesto o potencial de destruição que elas trazem. Mas mesmo o mais pacifista dos brasileiros deve pensar no seguinte: quais seriam as conseqüências da proibição do comércio LEGAL de armas no Brasil, tal como propõe o referendo?
A primeira delas é que os traficantes e bandidos - que conseguem suas armas no mercado negro e que, portanto, não serão atingidos pela medida - vão se sentir mais à vontade para praticar seus atos, sabendo que não mais haverá pessoas armadas. Um importante dado de inibição psicológica será retirado. Logo, em vez de intensificar o combate à criminalidade, o "sim" à proibição contribuirá para que a população brasileira fique mais vulnerável a ataques. Confiram os dados: a Inglaterra optou pelo desarmamento, e hoje Londres é considerada "a capital européia do crime"; a Austrália também passou pelo processo, e os índices de criminalidade triplicaram em cidades como Victoria; a Jamaica também se desarmou, e hoje é um dos países mais violentos da América. Por outro lado, nos EUA, os estados que permitem a compra de armas têm mantido a criminalidade sob controle, e na Suíça, um dos países mais armados do mundo, os crimes por armas são em número tão baixo que nem entram nas estatísticas. Essas informações estão na recente edição da Veja sobre o desarmamento.
A segunda é mais complexa e deve ser vista à luz dos fatos históricos: países que tiveram proibida a venda legal de armas pagaram caro por isso, pois a medida fazia parte de um processo arbitrário por parte de um governo comprometido com ideais de controle ditatorial. Desarmando a população, esses governos conseguiram facilmente impedir resistência a decisões abusivas. Para quem acredita que isto jamais aconteceria no Brasil, convém não esquecer a adesão explícita de políticos brasileiros a ideais comunistas ou socialistas, regimes totalitários por natureza. Também são reveladoras as relações bem próximas do governo com líderes ditatoriais como Fidel Castro e Hugo Chávez: Cuba é um país que nega a seus habitantes direitos básicos de liberdade, punindo-os com a morte caso desobedeçam, e a Venezuela, para quem não sabe, está indo pelo mesmo caminho. Nessa segunda hipótese, os exemplos de países tomados por regimes ditatoriais logo após uma campanha de desarmamento são muitos. Além dos próprios Fidel e Chávez, ninguém menos que Hitler (Alemanha), Stálin (URSS), Mao Tsé-tung (China) e Pol Pot (Camboja) desarmaram suas populações. Mas não foram os únicos. Vejam os dados que recebi de um amigo:
Em 1929, a União Soviética desarmou a população ordeira. De 1929 a 1953, cerca de 20 milhões de dissidentes, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados. Em 1911, a Turquia desarmou a população ordeira. De 1915 a 1917, um milhão e meio de armênios, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados. Em 1938, a Alemanha desarmou a população ordeira. De 1939 a 1945, 13 milhões de judeus e outros "não arianos", impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados. Em 1935, a China desarmou a população ordeira. De 1948 a 1952, 20 milhões de dissidentes políticos, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados. Em 1964, a Guatemala desarmou a população ordeira. De 1964 a 1981, 100.000 índios maias, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados. Em 1970, Uganda desarmou a população ordeira. De 1971 a 1979, 300.000 cristãos, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e exterminados. Em 1956, o Camboja desarmou a população ordeira. De 1975 a 1977, um milhão de pessoas "instruídas", impossibilitadas de se defenderem, foram caçadas e exterminadas. Pessoas indefesas caçadas e exterminadas nos países acima, no século XX, após o desarmamento da população ordeira, sem que pudessem se defender: 56 milhões.
Todos esses dados que postei aqui podem ser confirmados por uma pesquisa rápida pela internet. O problema é que o brasileiro não conhece nem a sua própria história, imagina a de outros países...
Aos mais pacifistas (entre os quais me incluo!): mesmo se você se sente mal já de pensar em segurar uma arma na mão, não permita que o Estado retire das pessoas o direito de se defenderem. Não faz sentido proibir o cidadão ordeiro de comprar uma arma - um fazendeiro que mora longe das delegacias, por exemplo - enquanto os criminosos têm acesso fácil a elas pelo mercado negro. Aliás, o líder do MST, Stédile, está louco para que o desarmamento vingue - assim, os vândalos do movimento podem atirar à vontade seus coquetéis molotov nas casas sem perigo algum...
Em suma: desarmamento = maior vulnerabilidade a bandidos + maior vulnerabilidade ao totalitarismo!
No dia 23 de outubro, seja esperto, vote "não"!
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5 comentários:
Oi, Claudinho,
Será que escaparemos da implantação geral e irrestrita do totalitarismo de Estado no país? Ou nosso único horizonte de esperança a contemplar continuará sendo o aeroporto internacional? Confesso que estou inclinada para a segunda hipótese...
Beijos!
Norma
Engraçado, achava que tinha feito um comentário aqui...
Tinha dito que estes dados que a Norminha recebeu não tem confirmação em lugar algum, pelo menos não achei.
Eu ia votar não até a semana passada, mas a quantidade de grupos que considero fascistas defendendo o comércio de armas e valendo-se de dados fabricados e toda forma de manipulação acabou me convencendo que pe o contrário. Hoje acredito que, se há um eixo do mal como dizem a maior parte dos grupos armamentistas, este eixo é deles e acabei mudando meu voto.
Oi, Roney! Seu comentário está no número 3, não neste, e já está acompanhado de minha resposta sobre os dados, que estão na reportagem de capa da Veja (cuja figura também está lá, olhe direitinho).
Quanto aos "grupos armamentistas", leia o recente artigo do Olavo de Carvalho (www.olavodecarvalho.org), "O leite das crianças, que aliás eu lhe mandei por mail. Os lobbies riquíssimos e poderosíssimos estão com os desarmamentistas, isso sim. Mas a capa de pacifismo e "bons sentimentos" do esquerdismo brasileiro tem sabido encobrir isto muito bem...
Este Honey é melzinho na chupeta dos favoráveis da rendição civil: desconfia de quem lhe estende a mão e cai direto no covil dos lobos.
Os outros, a imensa maioria que não conhece os dados, o Mídia Sem Máscara entre outros, ainda vai, mas alguém que até lê os artigos cair nesta de "fascismo" é de rir.
Nunca vi alguma forma de fascismo ser defendido fora dos domínios do Estado.
MSM, Olavo de Carvalho, eu , a Norma, e todos os conservadores e liberais tem uma característica em comum: somos anti-estatólatras.
Só uma mente um tanto embaçada para concluir que isto é ..."fascismo"..
Haja paciência.
LA
Pois é, LA... Pessoas que pensam desse jeito só vêem duas alternativas: ou esquerda, ou não-esquerda; na mente delas, isso deve se traduzir por ou normalidade, ou fascismo. É a conclusão a que Eco parece querer levar o leitor - como se dissesse, "Se você não é politicamente correto, você é fascista". Infelizmente, o ideário equiano - ou seria eqüino? - pegou. Aqui no Brasil, décadas de propaganda esquerdista e de ocultamento de qualquer outra coisa diferente deram nisso mesmo: as pessoas não entendem, sequer conseguem conceber, o que seja um pensamento liberal, um pensamento conservador. E, quando a gente tenta mostrar, elas ficam num terror danado de se questionar e preferem não acreditar. Pensar numa alternativa para a ideologia de esquerda no Brasil dói, porque a pessoa fica muito na berlinda, muito fora dos círculos sociais existentes. E foge dos números, da realidade histórica, dos dados e dos argumentos por puro medo. Haja paciência mesmo!
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