25 março 2006

Projeto Tamar e Projeto Matar

É consenso entre biólogos que a destruição de um ovo de tartaruga configura um "crime contra a natureza", e o Projeto Tamar cuida para que o maior número possível de tartaruguinhas possa nascer e superar as intempéries naturais para desenvolver-se com tranqüilidade.

É consenso entre feministas politicamente corretas que a destruição de um óvulo humano fertilizado configura um "direito reprodutivo da mulher", e o Projeto Matar cuida para que o maior número possível de mulheres possa exercer o "direito" de destruir seus filhos ainda no ventre, a qualquer tempo e por qualquer motivo.

A denominação irônica Projeto Matar dada ao projeto de lei que descriminaliza o aborto no Brasil não é de minha autoria, mas do advogado católico pró-vida Cícero Harada, que explorou em artigo a absurda contradição nos esforços hercúleos dos dois lados: um, para salvar ovos de tartaruguinhas, e outro, para condenar a vida de seres humanos ainda no útero da mãe.

Seu artigo provocou celeuma entre as feministas do grupo católico-de-fachada CDD (Católicas pelo Direito de Decidir). Em entrevista, ele trata com muita pertinência de aspectos jurídicos, biológicos e filosóficos do aborto. Não deixe de ler!

11 comentários:

Nino disse...

Nos dois lados do Atlântico, a mesma luta contra o niilismo e a cultura da morte.

Anônimo disse...

Oi, Norma:

Gostei muito da atuação do Harada. Este projeto de lei é absolutamente inconstitucional além de contraditório. Explico: se se elimina o aborto (espécie) sobra o homicídio (gênero) com pena bem mais severa.

um beijão,
Cláudio

Anônimo disse...

Um esforço, com a graça de Deus, de recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais...

Que piada. Você bem poderia emitir essas idéias num picadeiro de um circo e assim mais pessoas poderiam rir de você.

Norma disse...

O comentário postado acima foi aprovado somente como amostragem antropológica do tipo de "crítica" que tenho recebido...

Só me pergunto o que motiva um ser humano a se coçar para escrever um negócio desses. É incompreensível para mim. Mas é nessas criaturas que Deus costuma dar um susto ao se revelar, de uma hora para a outra. Eu mesma tive muita raiva de um "crente" (na minha acepção pejorativa da época) que tentou me evangelizar uma vez. A resistência muitas vezes é proporcional ao desejo pela transcendência.

Logo, fica aqui registrada minha oração para que esse Anonymous enragé veja um dia a glória de Deus.

Anônimo disse...

Norma, apenas recentemente conheci este seu Blog e me identigiquei logo de saída com ele.
Escrevo para lhe dizer que mais e mais gente concorda com os pontos de vista defendidos por você, como no caso da notável incoerência dos abortistas, posta a nu pelo Cícero Harada.
Também já fui anti-religioso extremo, fruto de um cientificismo arrogante e eivado de presunção de alta "superioridade racional". Quem quer que se aproximasse de mim com alguma atitude pró-religião era recebido com zombaria e depois repelido com truculência. Hoje percebo a droga que é a ausência de fé e que no desespero da incapacidade de argumentar apela para a agressão, como essa do "anônimo".
O fato é que este seu blog é excelente. Seus argumentos são fortes e isso incomoda quem se habituou a tratar pessoas crentes como meros ignorantes.
Grande abraço e parabéns pela coragem em nadar contra a corrente.
Eduardo Giuseppe

Anônimo disse...

Sabe, Norma, quando uma pessoa tem uma ideia tao simploria do cristianismo e nem almenos se identifica, so pode nos inspirar compaixao.

Mat 20:34 E Jesus, movido de compaixão, tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista, e o seguiram.

O sacrificio de Jesus eh totalmente capaz de salvar o mais perdido dos pecadores, e quem sabe, o "anonymous" seja um daqueles escolhidos....

"Orar, e orar sempre" - um bom lema para ser vivido.

Abraco, Norma

Wilson

Anônimo disse...

Me envergonha mesmo a omissão dos cristãos neste assunto do aborto. Abraçamos como entidade (JOCUM) desde o ano passado a luta contra a conivência institucinal da FUNAI com o infanticídio cruel ainda praticado em muitas tribos indígenas. Infelizmente o assunto do infanticídio, diretamente relacionado com a questão do aborto em andamento no congresso, vai doer na consciência desta nossa sociedade pós-moderna auto destrutiva, e vai acabar sendo ignorado. Se matamos, ou se estamos querendo matar mais, com liberdade e dinheiro público, nossas crianças, porque não deixar os índios matarem as crianças deles??

Bráulia

... disse...

Sobre o que a Bráulia falou, fiquei indignadamente revoltado essa semana uma professora da faculdade falando sobre inclusão e citar sobre a posição de algumas culturas diante das deficiências. Ela abordou sobre a postura dos espartanos, da idade média, dos judeus etc etc... mas na hora de falar dos índios ela disse com toda calma e paz do mundo. "há diversas tribos indígenas que ao perceberem algum tipo de deficiência, matam a criança. Isso é comum pra eles. É cultural. E nós devemos respeitar isso. Não temos que ficar intervindo na cultura deles"

Êta se tu tivesse comigo lá Bráulia!!!

Norma disse...

Obrigada a todos pelo incentivo e pelas palavras carinhosas.

Quanto ao relativismo cultural e o aborto, mencionados com pertinência por Bráulia e Rodrigo, não é por acaso que ambos fazem parte da tristemente destrutiva agenda politicamente correta. Quando o valor da vida é relativizado a esse ponto, é sinal de que estamos perto do fim da civilização e da barbárie talvez institucionalizada. Deus nos ajude.

Anônimo disse...

O aborto não deixa de ser um simples assassinato,um crime contra a moral...

João M. A. da Silva disse...

Agora com a votação do STF de ontem (29/05/2008), ficou claro que um embrião humano é menos digno do que o da tartaruga... estranho não é mesmo.