12 março 2006

Artigo no MSM - ainda Caio Fábio

Camuflagens lingüísticas

Resumo: Longe de se restringir à esfera pessoal, o posicionamento público de Caio Fábio em favor de um aborto eugênico pode até vir travestido lingüisticamente de "bem", mas configura nada menos que crime previsto na legislação brasileira.

Boa leitura!

21 comentários:

Anônimo disse...

[agora, este é para publicar]

Parabéns pela lucidez, Norma. Algumas pessoas acham que vc deve estar travando meramente uma espécie de "guerra civil" dentro de arraiais cristãos. Mas Deus tem dado graça para vc nos ajudar a discernir as falácias mundanas que tomaram de assalto a igreja e a corromperam.

É sempre bom lembrar as palavras do apóstolo (num tempo em que rápidamente estão se cumprindo): "Pois certos individuos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (Jd 4).

Fique firme no evangelho. Sursum Corda!

Abs,
Franklin

Volney Faustini disse...

Norma

Voce vai gostar desse novo artigo no blog kerigmaonline escrito pelo Fábio Adiron sobre os deficientes e a Bíblia. E num segundo `post` tem um bate bola curto sobre a sua aventura com Samuel (portador de SD).

Vale a pena o link: http://kerigmaonline.blogspot.com/2006/03/bblia-e-as-deficincias_12.html

Paula disse...

Olá Norma, só p deixar um beijinho. Costumo vir cá ler os teus artigos!
Beijinhos portugueses!

Anônimo disse...

Hi, olha quem comentou lá em cima. Só falta o Daniel e ai a pastorada do Cosme Velho toda aqui no blog da Norma, Rs!

Norminha,

seu artigo é bem equilibrado e deixa claro os pressupostos lançados.

Você foi na ferida , no cerne da questão.

Que Deus dê graça e firmeza a vc sempre!

Bjos!

Anônimo disse...

Fiquei surpreso ao ler o seu texto a respeito do que disse Caio Fábio em relação ao aborto. Pareceu-me um pouco de exagero da sua parte considerar a fala de Caio Fábio "má formação do feto" como sendo um tipo de apologia ao aborto de fetos com Síndrome de Dow. Não tive a oportunidade, ainda, de ler o texto de Caio, mas creio que quando se falou em "má formação" o autor do texto fez uma alusão a fetos que tiveram, em sua geração, a má formação do cérebro e estão "condenados" a saírem do ventre da mãe praticamente sem vida. Creio que você enquanto cristã está preocupada com as pessoas, com os seres humanos. Sabemos que as pessoas sentem diferentemente, possuem diferentes reações para fatos semelhantes. Assim, como julgar o fato de uma mulher querer abortar um feto gerado numa situação que a deixou marcada pelo resto da vida, como um estupro por exemplo? E os sentimentos dessa mulher? Você pode muito bem responder por você e dizer que se fosse com você a gravidez seria mantida em caso de estupro, mas as pessoas reagem diferentemente para situações semelhantes. É impressionante o modo simplista de tratarmos as coisas que estão relacionadas a Deus. "Isso é errado e isso é certo!". Não estou aqui abrindo defesa para Caio Fábio, até porque nem tive a oportunidade de ler o texto dele,o qual você se refere na sua crítica. Estou aqui como um cristão que deseja abrir um debate sobre algo tão complexo e de vital importância (como tudo que está relacionado ao ser humano) para nós. Não defendo os modelos simplistas impostos pela igeja e por Caio Fábio. Um diz: "Aborto é pecado em tais condições..." O outro diz: "Aborto é pecado e acabou o debate". Não aceito essas imposições de pensamente. Espero poder debater temas como esse e tudo o mais que está relacionado ao homem. Tenho uma opinião contrária ao comentário do Franklin quando diz que falácias mundanas corromperam a igreja, a igreja há muita já está corrompida. E não por falácias mundanas como diz o nosso amigo, mas sim por não nos darem a oportunidade de debater, de questionar, de ir atrás de explicações para as nossas questões. Corrupção pra mim é afastar pessoas das informações, dos debates, das lutas sociais, como tem feito a igreja/instituição. A igreja diz o que devemos fazer, como devemos fazer, quando devemos fazer e onde devemos fazer; e o povo diz AMÉM. Com um manual completo de nossas vidas, a igreja diz": "vocês não precisam pensar, nós pensamos por vocês. Isso é de Deus e isso é do Diabo". Espero que as pessoas tenham um olhar crítico antes de dizerem AMÉM. A intenção desse comentário é puro e simplismente a abertura de um debate. Acabemos com os modelos simplistas impostos pela IGREJA, passemos ao debate crítico das coisas desse mundo.

Norma disse...

Hemerson, você pegou o bonde da discussão andando. O Caio Fábio aconselhou um casal a abortar porque o feto tinha síndrome de Down e justificou esse apoio dizendo que é a favor do aborto em caso de má-formação do feto.
Abraços!

Caio Kaiel disse...

Olá Norma!!!
Que maravilha eu estar lendo o MSM e ler mais um artigo seu... sempre edificante.

É sempre o mesmo lugar comum, o Amor está esfriando.

Bjos

Caio Kaiel

Anônimo disse...

Não adianta criticar o marxismo cultural e em outro momento defender a ditadura do pensamento único ao condenar opiniões individuais alheias...

É andar em círculo...

Quando se concorda com algo em uma democracia, a pessoa que discorda tem que apresentar um ponto de vista alternativo e propor a escolha às demais pessoas e não impor e condenar ou incriminar as opiniões que não concorda.

Isso é um pressuposto básico de uma democracia.

Embora eu desconheça o cidadão de nome Caio Fábio, entendo que o fato de se incriminar opiniões, livros, teses etc...é para regimes totalitários e não condiz com uma democracia atentar contra as liberdades individuais e principalmente contra as opiniões dos cidadãos.

Fica uma frase de um grande filósofo:

"Não concordo com uma única palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la”.

Voltaire

Norma disse...

Anônimo, você está trocando as bolas...

Não tenho poder nenhum para calar a boca do cidadão Caio Fábio, e se tivesse não o faria. Mas preciso apontar publicamente as contradições de seu discurso e suas práticas pastorais, ainda mais quando podem arbitrar sobre questões essenciais como vida e morte.

"Não concordo com uma única palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la”. Voltaire

Concordo! Inclusive o MEU direito de dizer o que preciso dizer, certo? Seja argumentando contra ou a favor. Aliás, a argumentação contra (de preferência sem insultos) é um imperativo do debate saudável de idéias. Senão, você sequer poderia estar postando aqui, e eu não poderia responder a você.

Anônimo disse...

Hemerson, nao podemos querer encaixar Deus em nosso entendimento do que eh certo ou errado, muito menos podemos "perder tempo" em discussoes quando o texto biblico eh "simples e diretamente" explicado.
Por outro lado voce vir comentar um assunto como esse sem ter o cuidado de ler o outro lado nao te da condicoes de avaliar a questao.
Quando voce tiver tempo para ler o que o Caio Fabio escreveu percebera pelo menos duas coisas: uma apologia ao assassinato de bebes e um posicionamento totalmente contrario aos principios mais elementares da Palavra de Deus.

Anônimo disse...

Caro Wilson, você tem razão quando diz que eu deveria ter lido o que escreveu Caio Fábio. No entanto, desconfio muito no que você chama de "princípios mais elementares da Palavra de Deus". Primeiro porque a igreja tem decidido pelos "fiéis" quais são e o que são esses "princípios elementares". E segundo porque muitos vem escravizando pessoas pela fé com o que você chama de "princípios elementares". Por isso, muito cuidado para não alimentar dogmas(leis) no tempo da Graça de Cristo.
Peço desculpas a Norma pelo comentário. Já que Caio Fábio foi direto ao aconselhar um casal a abortar um feto com Síndrome de Down, eu só tenha a lamentar que uma pessoa do porte intelectual dele tenha dado um conselho desses.
Norma, como disse no final do meu comentário anterior, meu desejo é que tenhamos sempre a oportunidade de debater, coisa que (eu particularmente e acredito que muitos outros) fomos "impedidos" de fazer a vida toda pela igreja.
Abraços...

Anônimo disse...

Norma,

toda vez que eu leio num texto as palavras "social" e "pensamento/debate crítico" me dá uma alergia...

Anônimo disse...

Hemerson, a verdade biblica eh absoluta, nao se dicute a verdade biblica, a gente somente obedece.
Na questao do aborto, nao eh diferente, veja:

Rom 6:1 Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça?

Rom 6:15 Pois quê? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum.

o fato de estarmos debaixo da graca nao nos permite pecar, eh uma questao absoluta e fechada. E nao eh lei, eh graca.

Sendo assim, numa analise biblica sobre a existencia humana, (o seu direito a vida ou o direito de matar) concluimos que nada disso nos pertence.

A graca nao nos permite assassinar criancas-nao-nascidas e ponto final.
Nao ha nenhuma concessao, eh um fator absoluto, qualquer duvida briga com Deus.

Aqui uns trechos do texto "Aborto" de John A. Kohler, III (extraido do site monergismo - www.monergismo.com):

É moralmente errado assassinar uma pessoa feita à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 9:5-6; Êxodo 20:13; 21:12,14,22-23; 23:7; Levítico 24:17; Números 35:31; Deuteronômio 5:17; 27:25).

Desde o momento da concepção, um bebê não-nascido é uma pessoa distinta, feita à imagem e semelhança de Deus (Jó 10:8-12; 31:15; 34:19; Salmos. 139:12-19; Isaías 49:1,5; Jeremias 1:5 ).

Deus odeia “mãos que derramam sangue inocente” (Provérbios 6:17 ).

O aborto pode ser legal de acordo com a lei do homem, mas é um assassinato cruel de acordo com a lei de Deus.

Anônimo disse...

Hemerson,

Eu conheço uma garotinha de 7 meses, anencéfala. E os médicos aconselharam a mãe a abortar, porque certamente a criança não sobreviveria. Ela tem problemas? Sim, tem. Mas os pais a amam tanto quanto eu amo minhas filhas. E ela ri, brinca e não deixa a mãe dela dormir de noite, como outras crianças.

O grande problema é justamente esse: decide-se que anencefalia é um caso para abortar. Pais de uma criança com Síndrome de Down já começam a pensar, em fazê-loo também, como aconteceu neste caso em questão.

Não nos cabe decidir.

Anônimo disse...

Não adianta criticar o marxismo cultural e em outro momento defender a ditadura do pensamento único ao condenar opiniões individuais alheias...

É andar em círculo...

Conde- Criticar algo que implica uma ditadura do pensamento, como é o caso do marxismo cultural, é apenas perceber uma fatalidade de nosso país. Quem está pedindo licença pra falar é a direita. Mas no caso, eu tenho uma péssima mania de chutar a barraca.


Quando se concorda com algo em uma democracia, a pessoa que discorda tem que apresentar um ponto de vista alternativo e propor a escolha às demais pessoas e não impor e condenar ou incriminar as opiniões que não concorda.

Conde- A liberdade na democracia implica, inclusive, condenar e incriminar idéias incrimináveis. Sua proposição parte de um pressuposto errado de que todas as idéias são válidas em equivalência. Isso dá a entender que o nazismo é tão válido quanto judaismo, ou que comunismo é tão válido quanto democracia. A única coisa realmente válida é a liberdade que cada um tem de se expressar nas idéias. Mas no resto, nem toda idéia é válida.

Isso é um pressuposto básico de uma democracia.

Conde- Não, isso é pressuposto básico do relativismo.

Embora eu desconheça o cidadão de nome Caio Fábio, entendo que o fato de se incriminar opiniões, livros, teses etc...

Conde- A Norma está agindo de acordo com a democracia: emitir uma opinião desfavorável a Caio Fábio. Nada tem a ver com restrições a liberdade de pensamento, e sim o livre exercício de ela expressar suas idéias.


é para regimes totalitários e não condiz com uma democracia atentar contra as liberdades individuais e principalmente contra as opiniões dos cidadãos.

Conde- A Norma atentou contra as liberdades individuais onde?

Fica uma frase de um grande filósofo:

"Não concordo com uma única palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la”.

Conde- E quem disse que a Norma é contra a liberdade de expressão dos idiotas?

Norma disse...

Hehehehe, adorei, Conde.

É isso aí: a falsa tolerância quer mesmo é calar o debate, proibindo toda rejeição de idéias e pregando aceitação acrítica de tudo.

Para entrar nessa, a pessoa já tem que estar com a mente muito estragada pelos relativismos modernos.

Abração!

Anônimo disse...

Na verdade, a "tolerância" é seletiva. É um disfarce para a intolerância mal assumida de algumas idéias consideradas "politicamente incorretas" ou desagradáveis a certas susceptibilidades. . .

Anônimo disse...

Norma,

"O coração do homem faz planos, mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor" Pv 16:1

Toda essa discussão a respeito do caso "Caio Fábio X Aborto" é curiosamente oportuna para mim e meu marido. Temos quase cinco anos anos de casados, estamos esperando nossa primeira filha (depois de uma difícil espera de quase dois anos). Estou no quinto mês de gestação (22 semanas), e quando estava na 13ª semana(como no caso da carta enviada a Caio Fábio) veio o diagnóstico: ela é portadora da Síndrome de Down!
É claro que é uma notícia chocante, muito triste a princípio e que nos levou a questionamentos que dariam um outro livro de Jó...
O aborto nos foi "sugerido" (isso é um eufemismo) e descobrimos que em mais de 90% dos casos descobertos precocemente como o nosso, é o que está sendo feito como procedimento praticamente "normal". Ou seja, os portadores da Síndrome de Down estão entrando em extinção, pelo menos na classe média da sociedade. Quer dizer: minha filha terá menos "coleguinhas" como ela do que poderia...
Já estamos aprendendo lições com a nossa Alice que ainda nem nasceu. A primeira delas é não nos tornarmos pessoas covardes e egoístas, que é o que penso que quem aborta são. Essas pessoas não deixam que nada nem ninguém se interponha entre elas e seus projetos de vida. Como creio que Deus não comete erros (quem pode fazê-lo somos nós), creio também que Alice será exatamente como Ele planejou que ela fosse, e nos escolheu para sermos seus pais, o que, passado o primeiro susto, só temos que agradecer.
Sei que vamos aprender ainda várias e várias lições com a nossa filhinha (como com os outros filhos que venhamos a ter), mas esta já está gravada em nós para sempre: devemos ter HONRA E DIGNIDADE até no sofrimento...

José Eduardo disse...

Eu sempre gostei do Caio. Sou "ovelha" da igreja onde ele foi pastor. E, quando aquela coisa todo do divórcio/adultério aconteceu tive coragem de mandar um email para ele, dizendo que me sentia um pouco culpado pelo que lhe havia ocorrido. Culpado pelo fato de orar pouco por ele, que, como líder que era, deveria sofrer profundas investidas. Não fiz isso diminuindo sua culpa, mas olhando para dentro de mim e percebendo que poderia ser um melhor cristão para com ele, mesmo sem que me conhecesse.
Isso posto, posso dizer tranquilamente que as posições do Caio a partir dali começaram a me incomodar. Com sua capacidade de escrita e, muito provavelmente, intelectual, eu tinha "dificuldade" de entender o motivo, tamanha sua capacidade de escrever. Mas, me incomodova. Quem sabe era o Espírito, não é?
Assim, fiquei feliz de encontrar uma resposta "a altura" das colocações do Caio. Parabéns, Norma. Precisamos de gente assim na igreja, pensante e, mais importante, corajosa.
E, melhor ainda, quando vim aqui colocar meu comentário, encontro O testemunho da Olga Miranda. Que coisa!
Depois disso, não preciso dizer mais nada.

Abraços
José Eduardo

Norma disse...

Querida Olga, muito obrigada pelo seu comovente depoimento.

Devo confessar aqui que essa história do aconselhamento de Caio Fábio me levou às lágrimas, tanto pela vida da menina que não nasceu quanto pelo carinho especial que eu tenho, desde pequena, pelos portadores de Síndrome de Down.

Que Deus a abençoe e lhe dê mais amor e sabedoria do que já possui para que sua filhinha cresça feliz debaixo das asas Dele!

Grande abraço!

Norma disse...

Obrigada, José Eduardo.
Eu também reagi da mesma forma no início, achando um absurdo a condenação que veio sobre ele. Afinal, líderes também caem em erro.

Depois, porém, suas posturas foram me deixando perplexa. A constante crítica aos "evangélicos" me pareceu fruto de um coração ressentido. E agora, com a abertura demonstrada em seu site a ítens caros ao pensamento politicamente correto - aborto e homossexualismo - , percebo que, em nome do "amor", ele está em um caminho perigoso. Que Deus o traga de volta.