Tenho uma excelente desculpa para a grande distância entre este post e o último: mudei-me de cidade. Atravessei dez horas de estrada com todos os meus móveis e mandei meus dois gatos por avião. Foi uma boa mudança, mas trabalhosa, deixando-me praticamente sem tempo de postar.
Não que tudo tenha sido rápido demais. Tive tempo de sobra até a decisão final. Porém, sei que há mudanças que a gente não planeja. Mesmo reconhecendo Deus como o Senhor do tempo e do universo, muitos cristãos costumam se deixar abater por mudanças inesperadas.
Pensei nisso quando enviei meus gatos de avião para a nova cidade. É sabido que os gatos odeiam mudanças; são seres de rotina. (Não confundir com a falsa ideia de que os gatos se apegam mais à casa que aos donos: gatos se apegam tanto quanto cachorros, apenas têm um jeitinho mais discreto de expressar amor. Não abanam o rabo, por exemplo. Mas o geralmente guloso Mel fica quase sem comer quando eu viajo, e o espevitado Chantilly pula de alegria quando chego em casa depois de um dia de trabalho.) Por respeito a essa característica e sobretudo aos preceitos da Posse Responsável, não permito que meus gatos saiam para nada, nem para ir ao veterinário, que os examinava e aplicava as vacinas em casa.
Assim, quando eu os coloquei em suas caixas de transporte para levá-los de táxi até o aeroporto, ambos choraram como eu nunca tinha visto. Os olhares arregalados e os miados lamentosos me partiram o coração; não havia nada que eu pudesse fazer para tranquilizá-los de que eu jamais os abandonaria. Não adiantava falar manso ou fazer carinho através das grades das caixas. Na visão limitada deles, seu destino era incerto e o mundo lá fora parecia perigoso demais. Estavam deixando uma rotina que amavam e não sabiam o que os aguardava. A agitação em torno os fez esquecer por completo minha presença. Foi triste vê-los assim, mas tudo o que me restava a fazer era esperar até que o processo fosse concluído, quando eles saberiam enfim que a mudança era para melhor.
Hoje eles estão felizes na nova casa, que é maior. Brincam com mais liberdade pela sala e ainda recebem o carinho supervisionado dos vizinhos de condomínio através das telas de proteção. Rememorando suas reações e compreendendo o terror por que haviam passado, julguei irresistível comparar isso tudo a nossa relação com Deus. As revoluções que Ele efetua nas vidas de Seus amados são muitas vezes incompreensíveis e apavorantes; mas, se somos filhos, sabemos que são para melhor, sempre, ainda que não pareçam melhores em um primeiro momento. É quando precisamos desviar os olhos do desmoronamento do nosso mundo conhecido para ouvi-Lo sussurrar mais uma vez: “Nunca te deixarei, nem te abandonarei.”
Não que tudo tenha sido rápido demais. Tive tempo de sobra até a decisão final. Porém, sei que há mudanças que a gente não planeja. Mesmo reconhecendo Deus como o Senhor do tempo e do universo, muitos cristãos costumam se deixar abater por mudanças inesperadas.
Pensei nisso quando enviei meus gatos de avião para a nova cidade. É sabido que os gatos odeiam mudanças; são seres de rotina. (Não confundir com a falsa ideia de que os gatos se apegam mais à casa que aos donos: gatos se apegam tanto quanto cachorros, apenas têm um jeitinho mais discreto de expressar amor. Não abanam o rabo, por exemplo. Mas o geralmente guloso Mel fica quase sem comer quando eu viajo, e o espevitado Chantilly pula de alegria quando chego em casa depois de um dia de trabalho.) Por respeito a essa característica e sobretudo aos preceitos da Posse Responsável, não permito que meus gatos saiam para nada, nem para ir ao veterinário, que os examinava e aplicava as vacinas em casa.
Assim, quando eu os coloquei em suas caixas de transporte para levá-los de táxi até o aeroporto, ambos choraram como eu nunca tinha visto. Os olhares arregalados e os miados lamentosos me partiram o coração; não havia nada que eu pudesse fazer para tranquilizá-los de que eu jamais os abandonaria. Não adiantava falar manso ou fazer carinho através das grades das caixas. Na visão limitada deles, seu destino era incerto e o mundo lá fora parecia perigoso demais. Estavam deixando uma rotina que amavam e não sabiam o que os aguardava. A agitação em torno os fez esquecer por completo minha presença. Foi triste vê-los assim, mas tudo o que me restava a fazer era esperar até que o processo fosse concluído, quando eles saberiam enfim que a mudança era para melhor.
Hoje eles estão felizes na nova casa, que é maior. Brincam com mais liberdade pela sala e ainda recebem o carinho supervisionado dos vizinhos de condomínio através das telas de proteção. Rememorando suas reações e compreendendo o terror por que haviam passado, julguei irresistível comparar isso tudo a nossa relação com Deus. As revoluções que Ele efetua nas vidas de Seus amados são muitas vezes incompreensíveis e apavorantes; mas, se somos filhos, sabemos que são para melhor, sempre, ainda que não pareçam melhores em um primeiro momento. É quando precisamos desviar os olhos do desmoronamento do nosso mundo conhecido para ouvi-Lo sussurrar mais uma vez: “Nunca te deixarei, nem te abandonarei.”
11 comentários:
Norma, muito prazer...Sou ricardo brunet, li o teu artigo sobre judas, e achei bem legal.
Olha, se vc puder gostaria que vc pudesse escrever, ou recomendar arigos, livros, que desmistificasse o assunto de sucídio, inferno , paraíso e salvação..
Obrigado
ricardobrunet10@gmail.com
http://esquinadoamor.blogspot.com
Norma,
Desculpe por perguntar, mas em que cidade você está morando hoje? Curitiba?
Norma,
sua regente faz a pergunta que não quer calar:
pra onde? Porque?
beijos carinhosos,
marilia
Wherever you are, God bless you :-)
Oi, Ricardo,
Obrigada pelo feedback!
De fato, os assuntos que você citou são bastante difíceis. Não entendi muito bem o que você quis dizer com "desmistificar", poderia explicar melhor?
Abraços!
Paulo e Marilia (que saudade da minha regente!),
Vim para o interior de São Paulo, por dois motivos fortes: vontade de viver em uma cidade menor e mais tranquila E morar mais perto do meu namorado. Sempre fui, além de uma carioca meio desnaturada, apaixonada por São Paulo. Vamos ver se Deus me fixa aqui ou me leva para outro lugar. Tudo é possível!
Ah, Marilia, a parte ruim é que, devido ao clima, tive uma laringite que me deixou mal durante uma semana e muda por três dias - o que foi especialmente ruim porque estou cantando no coral da presbiteriana daqui e MUITO feliz. Sempre me lembro de você nos ensaios. :-) Grande beijo!!!
Thank you, Christian! :-P
Interior de São Paulo? Virou tudo plantação de cana de açúcar (infelizmente). Saiu do RJ para as poluição das queimadas?
Espero que não!
Abraços.
Que fofa!
Oi Norma,
os gatos são seres maravilhosos e misteriosos. Os seus parecem muito bonitos. Imagino que tenha sido interessante, apesar dos momentos de aperto no coração, presenciar essa experiência na vidinha deles...
abraço!
O grande canavial chamado (estado de) São Paulo. Alguém poderia escrever sobre as pequenas cidades do estado e o fim dos coretos.
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