Esse artigo foi publicado no Jornal Palavra do mês de abril, e posto-o aqui um pouquinho atrasado.
“Tudo é relativo, cada um tem sua verdade, não existe certo e errado”: as palavras-de-ordem do pluralismo estão na moda e têm recebido há décadas um tratamento erudito da academia. Por crer na verdade objetiva, o cristão é vítima de acusações que o paralisam – orgulho, radicalismo, estreiteza intelectual –, enquanto quem o critica é visto como “aberto” e “tolerante”. Porém, tais palavras-de-ordem não demonstram pluralismo, mas funcionam como estratégias que anulam os debates antes que comecem: afinal, se não se pode chegar a uma verdade acima das opiniões subjetivas, para que debater?
Assim, o verdadeiro pluralista tem opiniões firmes e todos sabem o que ele pensa, o que apóia, o que rejeita – e ele não foge ao debate, mas utiliza a arma correta: a argumentação racional. Como crê na verdade, está pronto a mudar de idéia se achar que o outro está com a razão. Já o falso é pluralista somente no discurso, fazendo de conta que não adere a pensamento nenhum, evitando juízos de valor, anulando o tempo todo as fronteiras entre certo e errado – tudo para posar de “equilibrado”. Em vez de argumentar, ele usará de armadilhas cognitivas ou discretos ataques pessoais para neutralizar o que o outro diz e forçar a impressão de que “tanto faz, tudo é igual, isso e aquilo dão no mesmo”. Ele agirá como um deus, colocando-se acima da discussão com o desdém superior de quem fala não para chegar à verdade, mas para persuadir a todos da verdade única que consiste no seguinte: não há verdade.
À medida que esse discurso penetra na consciência, as pessoas se acostumam ao louvor da neutralidade e reagem ao que ouvem com um passivo deixar-se levar, amoldando-se acriticamente a qualquer idéia. É algo robótico: quando se aprende que nada pode ser rejeitado (pois “tudo é válido”), perde-se a capacidade de análise e a mentira confunde-se facilmente com a verdade. Quando até mesmo cristãos cedem a isso – nas universidades, na mídia, nos seminários – , é preciso reconhecer que o relativismo moderno tomou a igreja, e clamar com urgência para que Deus nos livre dessa praga.
7 comentários:
Parece-me que a questão não fica apenas no louvor da neutralidade; chegou-se à exaltação da mediocridade: letristas iletrados, cantores desafinados, artistas com pouco ou nenhum talento, pintam o quadro daquilo que se convencionou chamar de "pós-moderno". E ai daquele que ousa ficar contra a maioria.
Roberto Lima
Oi , estava lendo seu comentario dado no site http://www.chamada.com.br/mensagens/evangelho_de_judas.html
Sobre os mandamentos de judas.
Gostaria de saber entre voce que ja leu, e pelo que li lá.
Se aquele envagelho pode ser o modo em que judas pensava, e por pensa de uma maneira erronia é que ele traiu jesus.
E deixou um mandamento, simplesmente para que pessoas com mente fraca venham tambem trai-lo no dias de hoje desacreditando que ele é o filho de DEUS.
oIBRADO. E To feliz, parece que agora voce que aprova os recados. assim da para escrever de uma forma simples. e depois voce apagar.
É uma grande questão...A 'impossibilidade da verdade' é um dogma pós-moderno. Como digo geralmente para ilustrar a situação atual - Verdade absoluta: toda verdade é relativa. Estamos perdidos e precisamos encontrar nosso caminho de volta...
Abraço
Prezada Norma,
Parabéns por este seu post. Leia o texto O Mundo está Pronto de Dom Lourenço Fleichman OSB (superior da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, ala tradicionalista da Igreja Católica, pois o clero modernista católico faz o jogo do mal)em que ele em um trecho diz que se ninguém for o dono da verdade então a verdade já foi banida. O mundo que vivemos minha irmã já está pronto para o Anti-Cristo. A verdade já era! "Cristo tropeça nas ondas do Rio Guamá" como se exprime um poeta agnóstico aqui de meu Estado do Pará.
Contra essa raça, já nos alertara o Senhor Jesus, somente muito jejum e oração.
Abraços,
JOÃO EMILIANO MARTINS NETO
Na verdade, tudo é jactância. O que vale mesmo é o Senhor Jesus. Como Paulo disse, tudo acabaria. Apenas o amor sobreviveria. E é o amor que nos torna capazes de suportar (por amor ao Filho de Deus), ofensas, injustiças, maledicências, calúnias, etc. Ou não foi o que o Senhor recomendou-nos? A neutralidade faz parte da tática inimiga. O Senhor não disse que quem com ele não ajunta, espalha? Pois é, não há nada de novo. Os fariseus não largavam o pé do Senhor, e quando o viram na cruz, acharam-se vitoriosos; o mesmo engano em que a grande maioria sucumbe. Então, tudo pode ser "relativo", menos o amor pelo Senhor Jesus. O resto, é papo de manicure.
O artigo é muito interessante. O relativismo é polêmico. Tem que pnsar bastante.
http://dudve.blogspot.com/
http://cartasintimas.zip.net
Como é bom ter algo de inteligente para ler, para arejar a mente ! Sinto-me assim ao ler os escritos de Norma.
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