31 março 2012

48 anos depois: notas sobre a ditadura militar

Hoje faz 48 anos que foi deflagrada a ditadura militar. E a polarização geral em torno do tema tem me desagradado profundamente.

Neste blog, e em meu livro a sair no final de abril pela editora Vida Nova - A mente de Cristo: conversão e cosmovisão cristã -, discuto a impossibilidade de enxergar nuances, típica do pensamento de esquerda. Ora, muitas vezes os próprios conservadores não se isentam desse mal.  No Brasil, o espírito da cordialidade convive paradoxalmente com uma adesão festiva ou raivosa (ou ambos!) a extremos. Análises comedidas, não; endossos apaixonados a qualquer tema, não importa sua complexidade. A politização do pensamento, a que espero, contraculturalmente, aderir cada vez menos, pede que a humanidade se divida em dois partidos opostos sobre tudo, sempre.

Tendo dito isto, vamos ao que penso. A ditadura militar foi um mal menor? Sim. O país estava prestes a se tornar uma sucursal da antiga União Soviética. Terroristas treinados agiram para implantar o comunismo no Brasil. Plantaram bombas, assaltaram bancos, mataram gente. Diante dessa situação, os militares usaram técnicas de guerra, com o apoio popular. Seria possível reagir de outra maneira? Creio que não, infelizmente.

Agora, devemos "comemorar" o acontecimento? Sim e não. O golpe, que impediu o mal maior, sim. O regime, com todos os seus desmandos e excessos, certamente não. Um mal menor deve ser encarado como o que é: um mal. Sim, o totalitarismo de esquerda é o inferno na terra em grau elevado. Mas uma ditadura deixa marcas difíceis de serem curadas e esquecidas. Por todos os que sofreram de verdade naquele contexto (não incluo nisto quem se exilou em Paris e hoje vive de indecorosas indenizações), prefiro não comemorar. 

O que fica mais patente, porém, é que aqueles jovenzinhos vociferantes - com seus mestres e tutores partidarizados - que se levantaram contra o evento sobre a ditadura no centro do Rio, desprezando e cuspindo nos militares que dali saíram, precisam urgentemente se despir da sua capa de falso moralismo, de inocência fingida, e compreender que, no mesmo instante em que condenam a ditadura, defendem e promovem um sistema maldito que, em nome do amorrrrrr, matou cem milhões de pessoas em todo o mundo. Os militares cometeram erros, mas buscavam coibir terroristas, assassinos e assaltantes de bancos; os comunistas são muito mais democráticos em seus alvos e exterminam "classes" inteiras, levas e levas de pessoas, sem olhar a quem. Vamos deixar de hipocrisia e acabar de uma vez por todas com esse mimimi em relação a 1964: esquerdista, o que você quis para o Brasil naquele tempo (e ainda quer hoje!) é pior, muito pior, do que qualquer coisa que os militares possam ter feito. Quantitativa e qualitativamente.

Termino assim este texto: com todo o respeito pela dor das vítimas involuntárias da ditadura e com a mais profunda compaixão por aqueles que de fato confundiram o comunismo com o sonho por um mundo melhor; mas muito pouco respeito, muito pouco mesmo, pelos novos totalitários, comunistas de ontem e de hoje, que acusam os militares ao mesmo tempo em que ainda exaltam, depois de toda aquela matança comprovada, os demônios Lênin, Stálin, Pol Pot, Mao e Fidel Castro.

30 comentários:

renato vargens disse...

Norma,

Excelente texto.

Como já escrevi anteriormente o comunismo é uma das mais bem sucedidas armas satânicas dos últimos tempos, e que tem destruido milhões de pessoas no mundo, incutindo na mente de jovens e adultos tanto o ateísmo como o materialismo. O famoso primeiro ministro inglês Winston Churchill (1874-1965), afirmou que o socialismo é o evangelho da inveja, o credo da ignorância, e a filosofia do fracasso. Martin Luther King chegou a afirmar que o comunismo existe por que o cristianismo não está sendo suficientemente cristão.

Querida Norma, na minha opinião o golpe militar foi importante para o Brasil naquela época. Se não fossem os militares teríamos nos transformado num tipo de Cuba. Agora, é claro que depois houve mandos e desmandos por parte dos generais que ultrapassaram os limites do bom senso, entretanto, ainda sim, o golpe foi necessário.

Ressalto também que reprovo a tortura, bem como a truculência com que os militares lidaram com alguns no Brasil.

Obrigado pelo texto,

Renato Vargens

Renato disse...

Norma Braga, mudando de assunto:

Leia que artigo interessante falando sobre o capitalismo:

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=107

Norma disse...

Obrigada, Renato! É isso mesmo.

O Brasil ainda tem muito o que crescer em relação ao diálogo equilibrado. Infelizmente, os esquerdistas não querem mesmo saber de diálogo, e os conservadores, que deveriam honrar a filiação democrática, acabam entrando no jogo da insensibilidade. Como cristãos, devemos aprender a nos comunicar de modo mais empático, sem jamais ceder quanto à verdade.

Grande abraço!

Ricardo disse...

Um belo e muito necessário artigo, Norma. Parabéns!

Norma disse...

Obrigada, Ricardo!

Juan de Paula disse...

Norma e Renato,

excelente e equilibrado o modo como a questão está sendo abordada.

Entendemos que a esquerda mantém uma cosmovisão naturalista e materialista (filosoficamente falando) não considerando a natureza de Deus. Mesmo assim é importante falar de excessos do outro lado também, pois não-cristãos podem confundir o Evangelho com ideologia "conservadora" como acontece há muito tempo nos EUA.

Mas sei que no Brasil, hoje, há patrulhamento ideológico e ausência de liberdade de pensamento.

Obrigado pela reflexão,
Juan

Norma disse...

É isso mesmo, Juan. Eu ainda não falo muito sobre a politização no pensamento conservador cristão porque o fenômeno não é tão comum no Brasil como é nos EUA, e eu ainda preciso pensar e estudar sobre o tema mais profundamente. Mas certamente uma reflexão maior sobre isso está em meus planos.

Abraço!

Tom Alvim disse...

Olá Norma,
Este seu último comentário dizendo que ainda precisa pensar e estudar sobre o tema mais profundamente é muito importante, pois parece-me que hoje em dia uma grande parte das pessoas tem preguiça de ler e estuda sobre determinados temas, então, saem por aí acreditando em tudo que lhes é falado por pessoas influentes. Assino embaixo deste belo artigo. Parabéns!

UM CANTINHO SÓ MEU disse...

Norma,

Excelente reflexão, como sempre. Gostei por ser equilibrada. Eu tb - como vc - condeno, sim, os excessos. Mas também entendo, do modo que você entende, que ela foi um mal necessário realmente. Senão, como disse o Pe. Renato, estariamos sendo uma outra Cuba.

Parabéns, mais uma vez, pela lucidez e pelo brilhante texto. Quando será o lançamento do seu livro em SP??

Norma disse...

Obrigada, Tom.

Ju, o livro deve sair no final de abril, mas o lançamento ainda não tem data fixa. Assim que tiver - e vai ser em SP, ao que tudo indica, oba! - eu posto no blog! :-)

Unknown disse...

Norma,

Belo texto e, como sempre, equlibrado.

Sabemos que a ditadura de esquerda seria infinitamente pior, mas doí ler alguns conservadores na internet dizendo que os “militares salvaram o Brasil”. Como você disse, a Ditadura Militar deixou marcas difíceis de curar. Cito algumas:

1. Economia. A economia da Ditadura Militar foi uma tragédia, mesmo com o inflamado “milagre econômico”. A economia da Ditadura Militar seria a mesma de um governo de esquerda. A cartilha de Celso Furtado foi seguida como nenhum esquerdista seguiria.

2. Nacionalismo. Nada mais irracional do que o nacionalismo militar que, como aqueles Bolsonaros da vida, lamentam as privatizações dos “bens nacionais”.

3. Direitos Humanos. Não há o que comentar.

4. Liberdade como tradição. A Ditadura matou o pensamento conservador/liberal clássico no Brasil. O que quero dizer é que os abusos dos militares garantiu um discurso para os militantes de esquerda. Eles hoje são vistos como democráticos (uma das maiores piadas do mundo político contemporâneo).

Portanto, não há o que comemorar. Em 1964, o Brasil estava entre o ruim e o pior. Como seria bom uma terceira via: Democracia Representativa, Estado de Direito, Economia Liberal e Liberdade de Expressão. Hoje seríamos um país desenvolvido e não um mero emergente.

Abraço

Unknown disse...

Norma Braga,
discordo respeitosamente de seu texto.

Essa história de um mal maior nada mais foi uma desculpa para o governo americano, com apoio de alguns setores da sociedade brasileira de derrubar o Jango, que tinha uma política diplomática independente da polarização da guerra fria, além de freiar o plano de metas, que na prática era, entre outras coisas, fazer reforma agrária. Agora, dizer que o governo de coalizão do Jango de linha soviética, uma piada de mau gosto. Vale lembrar que essa independencia da política diplomática do Brasil era costurada desde antes... Não é a toa que o JK também foi assassinado, né?

Agora uma pergunta: JK Rubens Paiva, Josué de Castro e tantos outros que foram trucidados fizeram algum ato terrorista? Não!

Pior é que a luta armada nasceu de grupelhos minoritários que queriam se opor ao golpe de 64 e os seus abusos. Mesmo o PCB passava por um revisionismo em relação a URSS. Desde o relatório de Kruschev que denunciou os crimes de Stalin, basta ler o Gorender em a "esquerda revelada", onde ele conta os podres e virtudes do PCB e suas vertentes.

A grande verdade é que as perseguições, torturas começaram antes da articulação desses grupo. O que para mim é grave nesse texto é negar a ilegalidade de uma ditadura o que me faz pensar que qualquer ditadura(seja de esquerda ou direita) tem carta branca pra fazer fazer o que quiser com quem se opõe. O estado que deveria agir no limite da legalidade e do respeito a democracia, liberdade da vida, não pode usar a alegação de seus abusos porque 2% de um determinado grupo resolve fazer luta armada em revide a política ditatorial. Se é assim, Cuba também tem razão de ter presos políticos e de banir a liberdade de opinião.

abraços

Norma disse...

Olá, Caio,

Obrigada pela discordância respeitosa. Mas eu realmente acredito que alguns dos dados que você trouxe são invenção das esquerdas, que ainda querem implantar um governo de fortes matizes ideológicos socialistas no Brasil. Características fortes de um totalitarismo comunista, como a reinvenção da história, são infelizmente presentes entre os que comandam hoje nosso país - veja no blog do Reinaldo Azevedo o que estão dizendo agora, que o mensalão nunca existiu, por exemplo. Mas hoje, pela graça de Deus, há historiadores não comprometidos ideologicamente e que estão buscando a verdade. Em uma época difícil em que a mentira nunca foi tão lugar-comum, tão consensual, vamos nos manter atualizados e continuar estudando.

Abraços!

Eliezer Silva disse...

Na minha opinião, qualquer tipo de concessão ao totalitarismo e estado de excessão é errada. Me desculpe, não consigo enxergar mal pior em um governo não-democrático.
Você aprovaria uma nova ditadura se ela parasse o avanço democrático da esquerda comunista? Se a vontade do povo for reforma agrária e um governo democrático socialista, por acaso, seria menos pior um governo ditatorial?
Se você pensa que o governo militar foi um mal menos pior, com certeza você aprovaria um novo levante anti-democrático se ele combatesse aqueles que você considera um mal para o país?

André disse...

Caio,

Quando a Norma diz que o golpe foi um mal menor, não pensa nos interesses de quem quer que seja, e sim apenas em uma comparação objetiva entre os graus de opressão de uma ditadura como a militar e um regime comunista.

Independência diplomática? Havia no governo Jango pessoas contribuindo ativamente para o estabelecimento de guerrilhas no território nacional, com apoio cubano. E o próprio presidente estava gozando de relações muito boas com o PC chinês. Quanto a JK, estava publicamente entre os apoiadores do golpe, e também nos bastidores, como demonstraram as pesquisas da historiadora Phyliss Parker. A continuidade é, pois, menor do que você supõe.

É evidente que a Norma não disse que 100% das pessoas que tiveram problemas com a ditadura eram terroristas. Essa é uma leitura uma tanto atrapalhada do texto.

Quanto aos "grupelhos minoritários que queriam se opor ao golpe de 64 e os seus abusos", o fato é que as guerrilhas comunistas, como eu disse, tiveram ajuda do comunismo internacional, antecederam o golpe e foram uma de suas principais causas, e não seu efeito. Procure, sobre isso, os trabalhos de Denise Rollemberg e o dossiê recém-divulgado sobre o Grupo dos 11, liderado por Leonel Brizola, então um dos principais deputados governistas.

O revisionismo soviético é outra farsa do comunismo. Se você ler o livro da Svetlana, filha de Stálin, verá que Kruschev era um farsante e que nunca teve a intenção real de mudar nada. E, lendo os relatos dos oprimidos pelos regimes, verá que de fato não mudou.

Talvez em vista da ignorância dessas informações, nenhuma das conclusões que você apresenta no último parágrafo como deduções lógicas do texto da Norma têm o menor cabimento, e não vou me ocupar da análise mais aprofundada das tortuosidades do raciocínio ali exposto.

Eliezer, 

Suas perguntas não podem ser respondidas, já que contêm pressupostos que não correspondem à realidade. Por exemplo, que o termo "totalitarismo" descreve bem a ditadura militar, ou que o governo atual é democrático. Seria como naquele exemplo clássico, em que você me perguntaria se já parei de espancar minha esposa. Como nunca fiz isso, qualquer coisa que eu respondesse seria mentira. Aprenda a perguntar, que nós respondemos.

Abraços aos dois!

Casal 20 disse...

Norma, parabéns pelo texto. Aprendo contigo sempre. Você é uma das minhas professoras prediletas. Agradeço a Deus o dia em que Ele colocou você nas nossas vidas.

Abraços sempre afetuosos.

Fábio.

Norma disse...

Puxa, obrigada, querido Casal 20, vocês são muito fofos. Deus os abençoe sempre!

Cristiano Silva disse...

Opa, seu livro sai no final deste mès? Já vou separar a grana para ele! Vai ter evento de autógrafos em Sampa?!

Cristiano Silva disse...

Ah, e quanto ao texto: bom, faz a gente pensar, como sempre ;-)

Norma disse...

Oi, Cristiano! Sim, assim que ficar confirmado, eu aviso no blog, pode deixar!

Abraço!

Anônimo disse...

Recomendo, o também excelente, artigo do Jornalista Silas Daniel: Verdades e mentiras sobre o Golpe de 1964, a Ditadura Militar e a postura dos evangélicos à época
http://silasdaniel.blogspot.com.br/2010/01/verdades-e-mentiras-sobre-o-golpe-de.html

Rafael Galvão disse...

Eu concordo Norma com seu texto na maior parte, realmente parece que na sociedade moderna há uma matança contínua do bom senso em que os esquerdistas mais radicais parecem se especializar, mas uma eu tenho que dizer: só porque é o mal menor não significa que não deva ser criticado. Eu me recuso a dizer que o golpe foi revolução. Golpe é golpe, não adianta negar e eu não acredito muito nessa história de golpe pra salvar o Brasil do comunismo, considero apenas uma consequencia, não um objetivo.

Eu escrevo isso porque uma vez, quando era mais jovem eu estava lendo artigos na Wikipédia e eu lia sobre Richard Wurmbrand. Ele foi um mártir e uma vítima do comunismo, como sabemos. Só que eu também eu vi um artigo sobre um bispo anglicano da Namíbia chamado Colin Winter. Esse Winter era um crítico do apartheid, já que eles queriam criar bantustões na Namíbia, e era perseguido por se opor a ele. E Wurmbrand criticou ele por não se opor ao comunismo, argumentando que já que a África do Sul se opunha ao comunismo, eles deviam ser apoiados. E o governo pró-apartheid usou esse argumento pra atacar Winter, citando Wurmbrand direto contra ele. Eu definitivamente fiquei chocado, porque Wurmbrand demonstrou uma certa insensibilidade, basicamente ele estava dizendo que os negros sul-africanos deveriam continuar a sofrer para impedir que o comunismo crescesse lá. O artigo está aqui http://en.wikipedia.org/wiki/Colin_Winter , na seção "The Richard Wumbrad controversy". Eu me perguntava: o que aconteceria se os comunistas vendessem sua ideologia para os negros africanos, depois disso? O problema quando a gente escolher vencedores, a gente acaba escolhendo perdedores, e os perdedores ficam insatisfeitos com isso e algum grupo pode perceber e se aproveitar dessa insatisfação.

Eu tenho que discordar do seu 'sim e não'. Para mim é apenas 'não', assim como digo não ao comunismo e a qualquer ditadura.

Casal 20 disse...

Uau! Joab, que dica maravilhosa! Fui lá conferir o artigo do jornalista Silas Daniel e é um verdadeiro testemunho de uma época. Indico também.

Fábio.

Norma disse...

Rafael, eu entendo você totalmente. O negócio é que existe uma espécie de mania da igualdade, que faz com que o discurso oficialmente "equilibrado" sobre a história pretenda que toda ditadura é igualmente ruim. Ora, eu defendo que todo regime ditatorial é ruim, mas não IGUALMENTE ruim. A ditadura atrapalhou muita coisa, mas não promoveu uma destruição tão profunda como nos países comunistas. Por isso, às vezes precisamos lançar mão de uma fala mais contundente para mostrar às pessoas o que elas se recusam a ver. Não posso escolher vencedores, mas também não posso mergulhar todos os atores da história em uma "equilibrada" indistinção.

Mas gostei de sua intervenção. Abraço!

Rafael Galvão disse...

Entendo seu ponto Norma, no fim, no nosso mundo cinza, existem alguns tons mais claros e outros mais escuros. Como eu disse, eu considero a entrada do Brasil do lado americano na Guerra Fria uma consequência mais útil do que a outra opção. Abraço e que Deus a abençoe!

Anônimo disse...

Recomendo também os comentários do artigo supracitado por mim.

Alessandro disse...

De fato a revolução de 64 foi necessário e fundamental e, sem a qual muito provavelmente seriamos uma cuba,a terrível ilha dos irmãos castros. Alegar que apenas uma pequena parcela é que pegou em armas, é tentar amenizar o grau da letalidade e agressividade de grupos que possuíam treinamento de guerrilha em cuba,alguns, inclusive ocupam postos estratégicos hoje, ou se tiver alguém por aqui que sofra da sociopatia esquerdista que possa nos mostrar um único grupo que continha em suas legendas ou manifestos algo ainda que ambíguo que fizesse menção a um regime Democrático?

O fato é que quando se discute a revolução de 64 a turma stalinista só citam os desvios e excessos cometidos por alguns militares,como também houve sequestros,justiçamentos, assaltos e terrorismo por parte dos subversivos, mas isso de citar as torturas é somente para desviar o foco da verdadeira questão por trás da revolução de 64: existia ou não o perigo iminente e real de que fosse implantado no país uma ditadura marxista-leninista aos moldes cubanos? Essa é a verdadeira questão que importa quando se discute a revolução de 64, que se analizada sobre esse prisma a questão toma um rumo diferente: analizando assim pode-se pesar e julgar se de fato os anos em que os militares ocuparam o poder e que permitiram uma transição pacífica para a democracia, foi necessário, inevitável ou não.

Não querem nem nos permitir estudar a história e avaliar os dois lados da situação, se pretendemos analizar a história pelo prisma da conjuntura da época em que se sucederam os acontecimentos, logo nos tacham de cúmplices e simpatizantes da tortura, como se de fato fosse concordar com os desmandos e excessos dos militares aceitar que o melhor para o país naquele momento fosse de fato a revolução de 64, tanto não concordamos com ditaduras e seja essa de que matriz ideológica for, que discutimos a revolução de 64 baseados na democracia e não em regimes autoritários como os que os comunistas defendem, ditaduras esquerdistas eles aceitam alegremente, haja vista a recusa de nossos governantes a condenarem as violações dos direitos humanos em havana.

Depois que passei analizar a história conhecendo o que de fato levou nossos militares a fazer o que fizeram, e a verdadeira história do comunismo, passei não somente a aceitar a revolução de 64 como inevitável, como imprescindível para a Democracia que hoje desfrutamos, caso os revolucionários tivessem conseguido seus intento, estaríamos tentando fugir do Brasil a nado, sendo devorados por tubarões ou fuzilados em alto mar pelos responsáveis pelo paraíso que que isso aqui seria.

Oswaldo Viana Jr disse...

Oi Norma, parabéns por este excelente e oportuníssimo texto! Mas creio que apenas as pessoas abertas à verdade (metafisicamente falando) terão condições de refletir e concordar com ele. Grande abraço!

EvâniaCorrêa disse...

Cara Norma,


em primeiro gostaria de parabenizá-la por tanta desenvoltura e direcionamento em desenvolver o talento que Deus lhe deu.
Com certeza esta sendo usada para abrir as mentes de eruditos e estudiosos de um sistema e que ainda não contemplaram pelas entrelinhas,
o plano de salvação!
Sou recém chegada através de um comunicado da editora vida ao meu email pessoal, a respeito de seu livro.
O que achei interessante foi me deparar com seu texto sobre a ditadura militar, pois coincidentemente
estava falando a mesma coisa ao meu marido ontem.
Os benefícios de ter acontecido um golpe militar naquela época, pois ao contrário realmente corríamos um grande risco de estarmos muito e muito mais
atrasados economicamente falando, se o movimento comunista em seu caráter ideológico utópico tivesse tomado o poder naquele instante na história do Brasil.
Outro sim, acredito que muitos leitores e participantes aqui, ainda eram crianças e por 21 anos mais ou menos viveram sobre o domínio da ditadura.
Recordando de minha infância e de meus pais, tudo que me vem foi uma infância tranquila, e onde podia se perceber que poderia haver uma ascensão
econômica através do trabalho desenvolvido pelo profissional liberal o qual fosse.
Também, crianças podiam brincar livremente nas ruas e em termos de segurança publica nada se compara, vide os dias de hoje!
Com certeza o momento histórico foi propicio aos militares e uma armadura de proteção para que nossa nação não caísse em um esquema atrasado e ideológico comunista, o qual saia de controle, ( vão negar que ninguém foi morto pelo comunismo?),
o qual podemos ver pela história o atraso que trouxe aos países onde ele ocorreu! Como podemos constatar aos poucos, todos agora estão caindo.
O que mais me chateia, é a total liberação pós ditadura, e seus reflexos negativos estão estampados na cara de cada pai de família, mães e filhos que ainda tentam conservar valores e princípios que a cada dia estão sendo perdidos.
A liberdade se tornou libertinagem a tão ponto de disserem: " tudo se pode a partir dos direitos humanos em nome da democracia!" Até mesmo que o mais terrível dos assassinos tem direito humano garantido a ponto de se banalizar seus atos e consequências.
A vida perde valor aos poucos ... Na verdade para nós que somos cristãos, toda história já esta escrita e pré-determinada para os acontecimentos futuros e a preparação do sistema mundial para receber
aquele que se colocará no lugar de Deus.
Veja que todos os governos estão caindo e todos estão se tornando semelhantes com enfase em crescimento econômico e comercio comum mundial, para o que esperamos,
já são cumprimentos do que antes já estava escrito, nada novo! Enfim, sejamos gratos em ter a oportunidade de não só ver mas também participar intelectual e facultativamente, destes momentos que se passaram e que ainda estão por vim.

Opinião de uma simples dona de casa e irmã em Cristo.

Que Deus lhe abençoe em seus propósitos.

Evânia Corrêa.

Nayla disse...

Cara Norma
Concordo com você que a Ditadura foi um mal necessário, não concordo com os excessos cometidos e acho que os militares saíram do poder muito prematuramente, permitindo que voltassem todos os que se exilaram durante a ditadura.
Preocupo-me muito com os rumos que o Brasil tem tomado nesse período pós ditadura, com tanta corrupção detonando os recursos que deveriam estar sendo utilizados para o bem do povo. No entanto se esses políticos estão no poder, foi o nosso povo que lhes outorgou esse direito atraves do voto. O que se pode fazer?