14 abril 2011

Minha palestra na Vinacc – I e Twitter!

A primeira coisa que fiz, quando sentei à mesa para iniciar a palestra, foi perguntar à plateia: Qual é a religião mais perseguida no mundo na opinião de vocês?

As pessoas, muito participativas e simpáticas, logo exclamaram: o cristianismo. “É isso mesmo”, confirmei.

Uma organização católica — Aid to the Church in Need (Ajuda à Igreja Sofredora) — publicou no ano passado um relatório sobre a perseguição religiosa. Descobriu que o cristianismo é a religião mais perseguida no mundo, com duzentos milhões de sofredores por discriminação. O relatório identificou dois tipos de perseguição: por membros de outras religiões e pelo regime político. No primeiro tipo, a Ásia lidera o ranking, continente onde o islamismo é dominante. O segundo é composto de países comunistas: Cuba, China, Coreia do Norte, Vietnã e outros. O relatório também afirma que a liberdade religiosa em alguns países ocidentais está decrescendo: mesmo com a propalada liberdade do “Estado laico”, os cristãos são perseguidos principalmente por causa de símbolos religiosos e por posições pró-vida. Não por acaso, um foco gigantesco hoje de anticristianismo nos países democráticos são as universidades. Quem nunca sofreu discriminação no ambiente universitário por ser cristão? (Fiz essa pergunta à plateia e agora pergunto ao leitor. Difícil, não é? Todo cristão sabe o que é isso…)

Por que estou citando esses dados? Porque nós, cristãos, nunca nos vemos como vítimas. E é bom que seja assim. Nós somos filhos do Deus vivo, somos redimidos, lavados pelo sangue de Jesus. Não podemos nos colocar no papel de vítimas da sociedade. Colocar-se no papel da vítima e depois exigir seus “direitos” de modo a pisotear os direitos alheios tem sido uma estratégia cruel, com objetivos de incremento de poder, utilizada por muitos grupos ideológicos, principalmente os esquerdistas, as feministas, os adeptos da ação afirmativa e do lobby gay. É também o meio preferido dos terroristas modernos, que se justificam em seus atos violentos dizendo-se vítimas da sociedade e da história. Não podemos, de modo algum, imitá-los nisso — até porque não é nosso objetivo, nem deve ser, o aumento do poder social. Mas, paradoxalmente, de acordo com os fatos, nós cristãos somos vítimas de verdade. Temos sido vilipendiados e perseguidos de todos os jeitos, aberta ou veladamente, em todo o mundo. E como reagir a isso? Precisamos compreender o fenômeno por pelo menos três motivos: não podemos cair no conto da vítima desses grupos que pressionam por poder, nem adotar a mesma estratégia, nem nos confirmar voluntariamente no papel de culpados das mazelas humanas. Dar a outra face, nesse caso, seria continuar a testemunhar Cristo mesmo com todos esses obstáculos.

Ao longo dos demais posts, vou publicar o restante da palestra, em partes, tomando cuidado para não repetir conteúdos que já postei no blog.

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A novidade: com a ajuda do meu amigo Tiago Santos, já tenho Twitter! Sigam-me: @NormaBlog

9 comentários:

pretinha disse...

Jo sofreu uma forma cruel de perseguição, quando seu "amigos" egixiam que ele admitisse pecados ficticios. O mesmo fazem com relação aos cristãos hoje em dia. Os comunistas e islamistas nos perseguem, e ainda exigem que nos digamos que os culpados somos nos.

Negar pecados ficticios é defender a verdade, tanto quanto confessar pecados verdadeiros. Quem confessa o que não cometeu é hipocrita, da mesma forma que os que acusam falsamente os outros para esconderem seus prorios crimes.

Mas pior ainda são os "cristãos" que se juntam a gritaria esquerdista e apoia as falsas acusaçoes dos esquerdistas donos do mundo contra cristãos e judeus. "Aquele que não tem cuidado dos seus, negou a fe, e é pior que os infieis".

Tania Cassiano disse...

Norma,
Estou esperando o restante. Sempre penso que isso da Igreja perseguida, não é bem assim. Parece muito distante de nós, mas analisando direitinho, quem de nós já não foi aberta ou veladamente criticado, olhado com desprezo,por posições políticas, morais, como se fossemos uma aberração ou no mínimo atrapalhando o progresso do mundo?
Abr.
Tânia

gh disse...

Olá Norma, interessante seu topico, tambem nunca tinha colocado os cristaos nessa posicao, erro meu.
Sei que nao se enquadra na religião mais perseguida mas poderia, de alguma forma.
Qeur ver preconceito, qdo alguem te perguntar qual sua religiao, fale que vc é ateu, acredite em mim, no Brasil, é mto mais dificil ser aceito sendo ateu do que sendo cristão.
Parabens pelo Blog.

Anônimo disse...

Que bom que está de volta! Estava com saudades de ler seus textos... estou ansiosa pelo que virá!
Já tô te seguindo no twitter!!

Casal 20 disse...

Ufa! Finalmente!

Saudades.

Aguardamos o restante.

Abraços sempre afetuosos.

Hugo disse...

Olá, Norma!

Pode parecer estranho, mas perseguição é um ótimo sinal. Perseguiram o Senhor, não serão os servos que vão escapar - é até promessa de Cristo! Todo cristão que ainda não foi perseguido por causa de Nosso Senhor deveria se preocupar, pois deve estar esquecendo alguma coisa (normalmente, alguma coisa importante). Ou se calou quando deveria defender a fé, ou não estudou a própria fé e não está preparado para defendê-la, ou está guardando o candeeiro em baixo da cama ao invés de colocá-lo em local visível, como pede Nosso Senhor. Que venham os inimigos, pois estamos carregados até os dentes de... amor por eles! E sempre dispostos a trabalhar pela salvação de suas almas.

Abraço,
Hugo

Cristiano Silva disse...

Muito boa a sua percepção de como não devemos usar da mesma estratégia de outros grupos. Bem colocado.

Esli Soares disse...

Não gostei... foi pouco! (heheh)

Gustavo Gama disse...

[Desculpe-me se o comentário estiver duplicado, pois da primeira vez tive a impressão de que ocorreu algum erro hehe]

Olá Norma,

Nos conhecemos no seu casamento mas provavelmente você não se lembra de mim. Sou amigo do André das boas épocas de faculdade...

Achei seu texto muito interessante pois não conhecia esses números em relação à perseguição dos cristãos. Gostaria de fazer uma observação.

A princípio o aumento do poder social por parte de alguns grupos não me parece algo ruim em si, no meu ponto de vista a situação precisa ser analisada como um todo.

Como um exemplo bem genérico, vamos supor dois grupos sociais, um deles tendo praticamente todo o poder social enquanto o outro está praticamente desprovido de "poder".
Temos ai uma injustiça caracterizada.

Qual a maneira de se tantar restabelecer a justiça ? Diminuir o poder social do primeiro grupo e aumentar o poder social do segundo que está sendo injustiçado.

Veja que interessante, uma das definições de Paulo sobre o Reino de Deus inclui a justiça como um de seus fundamentos.

"Porque o reino de Deus não consiste em comer e beber, mas em justiça, paz e alegria no Espírito Santo" - Rm 14:17

Então uma das nossas missões como cidadãos do Reino de Deus é procurar estabelecer a justiça e provavelmente sofrer com as consequências que isso acarreta.

Por outro lado, assim como você ressaltou, vejo como ruim que o segundo grupo aumente tanto seu poder social de tal forma que ele assume a posição opressora que pertencia ao primeiro grupo.

Acabei esses dias de ler um livro intitulado "Conquistando o inimigo" do autor John Carlin. Esse livro conta a história da transição do regime de apartheid para a
democracia na África do Sul. Essa história ilustra um ótimo exemplo do segundo grupo (os negros) aumentando seu poder social sem "esculachar" o primeiro grupo (os brancos).

Um forte abraço para você e para o André !!