Eu me converti aos 24 anos, já tendo vivido vários insucessos amorosos. Nascido em família cristã, André nunca pôs o pé para fora da igreja e, apesar de diversas tentações, nunca havia namorado. Estávamos em situações bastante díspares, quase opostas, do ponto de vista mais superficial — e alguém poderia facilmente dizer que eu pequei muito mais que ele nesse campo. Mas, graças a Deus, não é assim que nos enxergamos, nem eu, nem ele. Porque a verdade é que o pecado não é o que fazemos, mas o que nos constitui, e André recebeu sabedoria do Senhor para achar-se “o pior dos pecadores”, mesmo com sua experiência praticamente zerada em relacionamentos. Nunca se sentiu superior a mim por isto, e eu louvo ao Pai por nunca ter me sentido inferior também (embora muitas vezes me considerasse indigna da importância e da responsabilidade implicadas em tamanho amor). Nosso Pai trabalhou pesado tanto em mim quanto nele para que nos encontrássemos já com a perspectiva correta de pecado e necessidade — igual — de santificação mútua.
Desde que estamos juntos, temos percebido com progressiva clareza que a relação entre homem e mulher, com seu ápice no casamento, é um meio privilegiado de dispensação da graça de Deus para a santificação. Não há intimidade maior que aquela partilhada por um casal, e esse contato íntimo e contínuo, quando vivido com intensidade e na presença de Deus, é a chave que, ao possibilitar o aprofundamento do amor, também se desdobra na descoberta das maiores torpezas ocultas. Se na Bíblia há uma correlação “misteriosa” (segundo Paulo) entre o homem e a mulher, de um lado, e Cristo e a igreja, de outro (sendo a igreja a “noiva de Cristo”), tenho para mim que preciso desenvolver a transparência absoluta com meu marido, assim como busco desenvolvê-la com Cristo. Assim, André sabe de todos os meus pecados, passados e presentes, ou pelo menos de todos aqueles que eu mesma tenho na consciência; sabe também de meus medos e tristezas mais profundos, que até então só tinha exposto (em toda a sua crueza) a Deus. É um processo edificante em todos os aspectos: partilho com ele os sentidos que Deus produziu em minha vida através das várias histórias de pecado, arrependimento, confissão e perdão; e, ao mesmo tempo em que conhece melhor minhas fraquezas — as vencidas e as que ainda restam por vencer —, André pode dividir comigo a alegria de louvar ao Senhor por tudo isso.
10 comentários:
mana,
você tem idéia da alegria que sinto ao ler este teu primeiro texto sendo uma só carne com o amor da tua vida?
é lindo, é tudo o que sonho viver um dia -- se Deus assim quiser e permitir -- mas acima de tudo, é o amor perfeito, porque ágape, que sonho em viver com o próprio Deus.
tenho buscado o Senhor Jesus como meu Noivo, e foi a forma como descobri a maior intimidade que jamais poderia ter imaginado viver com Deus.
maior do que Pai, irmão mais velho (primogênito do nosso Deus de amor) e melhor amigo consolador, encontrei Cristo Jesus como meu Noivo amado, verdadeiro mistério de entrega, dependência, transparência, exposição, santificação e submissão.
vira e mexe tô orando por vocês dois.
uma abraço forte!
Norma, que delícia ler isso e ser edificada! Tenho 12 anos de casada e confesso feliz que vc me endinou muito através dele!
Amém!!!
A minha linda esposa foi um presente de Deus para a minha vida e ao ler este texto pude ver o quanto somos felizes em Cristo. Só a verdade da Palavra de Deus liberta o homem para relacionamentos que realmente valem à pena e duram até que Cristo nos busque para Si.
Parabéns Norma.
Norma
Seja muito feliz, vocês estão relemnte de parabéns. Continuarei sempre acompanhando este blog e também o outro. Vou fazer cinco anos de casado, e posso dizer que casamento é uma muito boa que depois fica ainda melhor.
A Paz do Senhor
Norminha!! Estou profundamente emocionado e entendo todo esse seu sentimento, pois o mesmo eu também o sinto em relação a minha esposa. Amo muito vocês e agradeço a Deus pela vida de vocês dois, pois vejo o plano de Deus na vida desse casal. Me sinto honrado de ser padrinho de um casal tão amado, pois creio que você foi preparada por Deus para o André e Ele foi preparado para você. Sejam felizes com a benção de Deus. Amamos vocês, Flavio, Gabi, e Ana Clara
Oi Norma querida...
Recebi seu abraço gostoso e pude sentir todo o carinho nas tuas palavras. Muito obrigada!
Pra você ver... se tem algo que venho aprendendo aos trancos e barrancos é a importância da humildade. E, pelo fato de vocês serem um casal “novinho”, devem procurar sempre aprender com os casais mais antigos. Você vai dizer muitas vezes que não precisa de ajuda porque sabe exatamente o que fazer. Ai, ai, ai... Muito novinho passa por dificuldades calado, e tu sabes por que, linda? Por pura falta de humildade de chegar no mais antigo e perguntar... Isso não é bom. Novinho tem muita teoria na cabeça, muita certeza de que sabe fazer tudo melhor que a geral... Isso é mentira, conversa fiada, embuste. Porque na prática, a sua munição falha, o muro é alto demais, o golpe de judô não encaixa, a Administração não tem verba, a carteirada não funciona, bandido não facilita, o alvo está embaçado e os seus inimigos estão todos camuflados esperando o momento certo de atacar. Um casal "antigão" certamente já passou por isso. Claro, linda, que você não vai sair por aí abrindo o seu coração e mostrando suas fraquezas pra qualquer um, néam, mas sempre há aqueles que admiramos e em quem procuramos nos espelhar. Pessoas que confiamos. Elas também não sabem tudo, mas o seu Deus vai te mostrar quando a experiência delas não é aplicável ao caso concreto.
E André... (hehehe) tu sabes como Salomão se tornou um homem sábio??? Aprendendo tudinho com suas centenas de esposas.
Norma,
Casamento envolve renúncia e muita compreensão. Todo relacionamento conjugal passa por seus ajustes. Portanto, havendo amor, o resto é acrescentado depois. Felicidades para o dois! Que Deus os abençoe.
Luciano,
Não é nem um pouco legal usar os blogs alheios como autopromoção. Por isso resolvi tirar sua mensagem que havia publicado e deixar de publicar qualquer outra mensagem sua que venha com as mesmas intenções.
É cada uma...
Norma, não a conheço, somente através dos comentários dos seus amigos, portanto a admiro.
Fiquei impressionado com a sua coragem em determinar abertura tal para com o seu amado, no mesmo nível que você a tem com o Senhor.
Entendo que este nível pode causar surprezas que podem despertar emoções incontroláveis. Não sei se você concorda que ha alguem que nos conhece tal como somos e, ainda assim nos ama. Contudo, as Escrituras recomendam que as experiências pecaminosas de nosso passado, até o mencionar é vergonha.
Eis a minha preocupação com este tipo de abertura tal.
Meu abraço e um casamento até que a morte os separe.
Ludgero Morais
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