Sempre tive uma certa simpatia para com palavrões, confesso. Inspirava-me não só na óbvia associação de seu uso a um espírito de espontaneidade e rebeldia, mas nos ditames de minha formação lingüística e literária, segundo a qual "todas as palavras são boas e utilizáveis". Tinha como certo que um profissional da palavra deveria se manter isento de melindres para com o principal instrumento de seu métier. Porém, como qualquer pessoa civilizada e também ciente da noção de registro – a adequação da linguagem a cada situação – , sempre os evitei em público, recorrendo a eles quando sozinha ou com amigos mais próximos. Mantive assim a boca razoavelmente "suja" sem questionamentos até que me converti, aos 24 anos. Perdi quase todos os meus amigos não-cristãos, que de modo natural começaram a se afastar, e por força do meio decidi suprimir todas as palavras feias de uma vez só, desde as mais simples às mais cabeludas. No que fui bem-sucedida.
Um dia, surpreendi-me comigo mesma quando, conversando com uma irmã após o culto, ouvi-a dizer m**** em meio a um discurso irritado. Não deixei que ela percebesse, mas aquele palavrão provocou em mim uma reação tão forte que não hesitei em classificá-lo como um nada previsível escândalo. Veio então o escândalo do escândalo: horrorizada por ter ficado tão escandalizada com um simples m****, resolvi, dali em diante, revogar a decisão anterior. Recomecei a dizer palavrões normalmente, não com a mesma freqüência que no período pré-conversão, mas com regularidade quando sozinha e em companhia de cristãos tão "descolados" quanto eu.
Depois de algum tempo, porém, comecei a me sentir incomodada com o recurso freqüente aos palavrões. Sozinha, bastava ficar irritada, que lá vinha um bem cabeludo, e em voz alta. Inquietava-me diante de Deus e também diante de um possível “flagra” dos homens: e se algum pastor, dentre meus conhecidos, passasse na rua exatamente em um momento desses? Somava-se a essas considerações uma vergonha especial: eu, não só profissional da palavra, mas uma missionária de idéias segundo minha própria definição, ciosa por abençoar a igreja com o que digo e escrevo, poria muito a perder com uma boca destemperada. Além disso, o ato de praguejar, longe de servir como vazão à raiva, apenas contribuía para confirmar a disposição errada de espírito. Tudo estava errado, mas eu ainda não me convencia totalmente de que deveria voltar a me abster dos palavrões.
Comecei então a orar a Deus sobre isso, até me dar conta do óbvio-mais-que-óbvio, algo de uma obviedade tão grande que passa despercebida da maioria dos simpatizantes de palavrões. Percebi que todos os palavrões, dos menores aos maiores, têm algo em comum: remetem invariavelmente ao sexo. São menções aos genitais, a coitos indesejados e/ou ilícitos, prostitutas e filhos de prostitutas, materiais fecais etc. A lógica do palavrão é estranha: ele une o ato de esbravejar e xingar aos dejetos do corpo ou ao ato sexual. E, mais estranho ainda, os palavrões que tratam de dejetos são bem menos fortes e mais tolerados socialmente que os que tratam do ato sexual. Palavrões, portanto, em suas formas mais pesadas, associam o sexo a explosões de raiva, a punições, ao descontrole entre pessoas que não se amam. E a conclusão é inevitável e aterradora: palavrões são formas de perversão. Se Deus criou o sexo como a expressão máxima do amor perpétuo, compromissado, entre um homem e uma mulher, é de um profundo desamor que nascem as aberrações sexuais – a masturbação, o "sexo casual", o aviltamento de partes do corpo até que se estraguem. Palavrões são cristalizações, no idioma, da alienação total de si e do outro pela busca de um prazer sempre deslocado, desgarrado, fora da alma: um prazer masoquista, misturado a ódio e desespero. Por que essas expressões tão opostas ao amor de Deus deveriam povoar a linguagem de um cristão?
Depois dessas reflexões decidi, não por pressão do meio, mas por mim mesma, que não quero que nada do que digo tenha parte nisso. Nem quando eu estiver sozinha, nem em pensamento.
69 comentários:
Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe. Efésios 4:29
Norma,
Que prazer poder escrever-te de novo e desta vez para dizer que apreciei muito seu texto e sua colocação. COmo é bom finalmente tomarmos a decisão certa da maneira adequada. Não por obrigação ou ditames, mas com consciência. Reforça o texto de que o conhecimento da verdade, realmente, liberta. Gostaria apenas de deixar um texto que levanta um pouco essa questão. Efésios 4.29 "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem.", no contexto há outra exortação interessante: "Ireis, mas não pequeis" e no versículo 31 "Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a malícia", palavrão acho que acaba enquadrado em malícia na sua constatação. Quando nos iramos e nos permitimos pecar, permitimos que a malícia direcione nossa decisão pela linguagem "baixa". Estamos agredindo e ofendendo não apenas o próximo, mas a nós mesmos, e ainda pior, estamos agredindo a idéia do sexo como se fora algo que mereça ser usado como base para a ofensa e perpetuando assim uma errada concepção de sexo e relacionamento.
O problema é que, às vezes, não vem outra coisa na língua para expressar um sentimento melhor do que uma palavra dessas... Fazer o quê? O jeito é ir ressignificando essas palavras ao seu sistema simbólico cultural. Além disso, falar palavrão em público pode ser mais do que uma alienação total de si, conforme sua análise, pois expressa o valor que se dá ao outro. É também uma questão de educação, a depender dos valores culturais que a pessoa possui.
Os palavrões compõem um sistema simbólico, que pode adquirir diferentes significados em cada pessoa. É natural que quando alguém entra na igreja, ela ressignifique até seu modo de falar. Quando não consegue expressar de outro jeito, seu sistema de representações vai buscar as palavras que ela sempre usou ao longo de sua vida.
A sua experiência é uma prova disso.
Abs.
Perdoa-me pela brevidade, mas: Bravo! Bravo!
boa semana, Norma
Daniel
Obrigada, Blogildo, Vítor, Daniel. É claro que eu conhecia o texto bíblico sobre a palavra torpe, mas pensava que as imprecações não caíam nisso, por não se dirigirem a ninguém. Imagine! É a lógica do "se não faz mal a ninguém, não é pecado". Auto-enganação braba! :-)
Felipe, "ressignificar palavras ao seu sistema simbólico cultural" me parece subjetivismo, embora eu ache que entendi o que você quis dizer.
Em todo caso, quem argumenta dizendo "ah, mas quando eu digo FDP eu não penso numa prostituta" está se enganando, pois as palavras não são isentas de seus sentidos objetivos; mesmo que "não pense", a pessoa participa desses sentidos em algum nível. Além disso, não creio que Deus queira que nós fiquemos adotando palavras por aí "sem pensar". Isso é coisa de quem não tem o Espírito, que proporciona maturidade e autocontrole.
Norma,
Reflexão muito interessante. eu não havia pensando sobre a conexão que você fez entre palavrões e sexo distorcido e detritos e dejetos. Mas é isso mesmo! E o curioso é que não é somente em português -- mas em inglês também essa associação parece existir. Obrigado por mais um post instigante!
Augustus
Oi, Augustus!
É sim, em francês também, são praticamente os mesmos palavrões que em português, tudo igualzinho. E tenho certeza de que em outras línguas é a mesma coisa! Algo universal mesmo.
Em inglês tem-se aquele horrível "motherf*****", uma alusão direta ao incesto. O "mundo dos palavrões" é mesmo um mundo de porcaria e sexo distorcido! Por isso cheguei à conclusão de que crente falando palavrões se equivale a profanar lugar santo, já que somos o "templo do Espírito". Imagine essas porcarias entrando no templo do Espírito? Nem em pensamento!
Abração!
Por sinal, creio que o motherf**** inglês é uma referência a Édipo. O primeiro motherf**** da literatura. rsrsrs! Mas é só uma "viagem".
Li em algum lugar, que o termo grego para "palavra torpe" está relacionado a peixes estragados e frutas podres. Como se, ao se utilizar da palavra torpe, o cristão deixasse sair peixes e frutas podres de sua boca. Argh!
Legal, blogildo! Adorei. Pois é, quer coisa mais "porcaria" que palavrão? Hehehehe!
Olá Norma! Fiquei curioso agora. Que palavras então você passou a falar no lugar dos palavrões quando fica irritada? Ou não fala nenhuma?
Um amigo meu acha engraçado quando eu começo a falar "pu..." e termino com "..xa vida!" :)
PBR, eu tenho tentado evitar praguejar em geral. Cheguei à conclusão de que praguejar é coisa de gente mimada, que acha que nada pode lhe acontecer de ruim. Além disso, praguejar é ofender a Deus, que é soberano, dono da história.
Descobri com isso que deixar de praguejar diminui a raiva! É o oposto do que dizem: praguejar não "alivia", mas potencializa a raiva, deixando a gente mais irritada ainda.
Quando exclamo algo, digo palavras mais inofensivas como "que chato", "caramba", "putz". Essas palavras não vêm com raiva, são mais uma constatação de que algo não está bom. :-)
Tem uma historia excelente sobre isso.
Um pastor decidiu consertar a cerca de sua casa e um menino da vizinhança chegou e ficou olhando-o enquanto retirava pregos, acertava as madeiras e as recolocava no lugar. O Pastor ficou curioso com a presença do garoto que olhava compenetrado e atencioso tudo o que ele fazia, mas ficou na dele até o almoço, entro para comer e quando saiu pra terminar o serviço o menino veio novamente assistir seu trabalho, após alguns minutos ele decidiu perguntar.
"Oi, garoto, veio aprender a consertar uma cerca?"
"Não. Tô esperando pra ver o que um pastor grita quando martela o dedo".
Vitor Coelho
Post ‘instigante’? Instigante é pouco! Eu jamais tinha notado a gravidade do uso de palavrões, nunca os tinha relacionado às perversões sexuais; sempre me pareceu, também, que FDP fosse um estúpido, e não o filho de uma prostituta.
Sempre que eu leio seu blog, não importa qual seja o assunto, saio dele dizendo: “Como é que eu não pensei nisso?” Dessa vez esse sentimento veio ao quadrado... ainda mais porque eu mesmo fiz, nos comentários anteriores, uma menção a dejetos :-/
Mas me deixe apenas fazer uma observação: é característico de brasileiro se chocar com as palavras. Não sei se isso é provincianismo meu, mas parece que nosso lindo povo tem uma especial sensibilidade para dar chiliques quando alguém tira a aura de autoridade de uma frase ou de um nome. Por exemplo: democracia. Se você explicar a um americano que ela é só um regime político, que não existe ‘escola democrática’ nem ‘rede de saúde democrática’, ele vai desgostar dessa definição por um tempo, sem nenhuma espécie de choque emocional. Mas com a mesma explicação feita a um brasileiro, sai de baixo: o homem vai berrar, xingar você, procurar sua ficha na polícia e o escambau. O Brasil é o país com mais gente que vê o mundo cair; e o pior é que geralmente esse mundo era uma utopia tão somente ficcional.
Quanto à remeter a materiais fecais, insisto na minha visão: em alguns momentos, 'm****' é exatamente o que você quer dizer, e não o fruto de uma língua maliciosa. Se eu dissesse, por exemplo, que a Teologia da Libertação é uma ‘doutrina pouco apropriada à Igreja’ estaria sendo diabolicamente malicioso, e no entanto não estaria imprecando. Se eu digo que ‘a Teologia da Libertação é uma m****”, estou sendo honesto até onde a entendi, e no entanto nem um pouco polidinho.
Mas Pedro, "M****" nessa acepção foi usada até pelo apóstolo Paulo (segundo o que aprendi) quando disse, após sua conversão, que considerava tudo o que ele tinha aprendido até ali como "refugo" (ou seja, cocô mesmo, no original). Só que aqui a coisa é apropriadíssima: ele queria dizer que havia ingerido muitas coisas (todo um conjunto de costumes e tradições dos judeus), mas que não precisava de nenhuma delas face à maravilha do conhecimento de Cristo. Assim, o conhecimento de Cristo foi considerado por ele seu verdadeiro alimento, que gera vida, enquanto o resto podia vir abaixo e ir embora, não fazia diferença.
Então, por que usaríamos sempre a figura "cocô" para falar de algo de que não gostamos? Pois nem sempre a adotamos antes. Daí vem mais um poderoso argumento para evitar o uso dos palavrões ou similares: a pobreza de linguagem. Você pode falar que a TL é "cocô", mas seus interlocutores ganham muito mais se você disser, por exemplo, "a TL é nociva aos homens por ser um parasita do cristianismo, que se desenvolve a partir do marxismo e acaba por destruir a fé". Isso é muito mais que "cocô" (sobras do que comemos), é um agente destrutivo, um veneno.
Ah, um mundo em que todos tivessem mais consciência de suas próprias palavras, em vez de simplesmente repeti-las... :-)
Oi Norma,
Como ´´e que n~~ao pensei numa coisa dessas antes?
Putz! (perdoa...)
Pensando sob esse aspecto, até que o uso excessivo de palavrões pode ser uma espécie de substituto do entendimento, como uma frase feita. Agora eu percebi uma coisa, não sei se você concorda: a violência na linguagem não tem nada a ver com o calão, é completamente autônoma. Na verdade, o mais excelso exemplo, as palavras mais violentas já ditas, não mencionam sequer um termo ‘forte’ ou chulo:
Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena.
E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo inteiro seja atirado na geena. (Mat 5- 29, 30).
Mas Norma, "Putz" não seria uma corruptela do tradicional "p*** que o pariu"? Assim como "Nossa!" é abreviação de "nossa senhora do perpétuo socorro"?
Pedro, acho que não entendi muito bem o que você quis dizer.
Hernan, é verdade, assim como "Pô" evita que se diga o completo "P****". Mas quando você diz "pô" ou "putz", você não diz os nomes inteiros, e eles perdem a força. Quer ver? Imagine alguém dizendo as duas versões "completas" e as duas "abreviadas" em uma situação chata. A violência e o ódio são muito mais fortes nas primeiras, certo?
Bom, é claro que há milhões de argumentos que podem ser usados contra algumas idéias desse post. Eu mesma pensei em milhões deles - como "chato", por exemplo, que era palavrão há alguns anos, e que significa na verdade um bichinho que dá nos genitais quando a higiene é precária (olha aí, de novo, a referência ao sexo). Se formos esmiuçar a coisa a esse ponto, faremos um dicionário bem legalista que jamais chegará ao fim. Não foi meu intento! :-) Creio que o bom-senso e o uso são bons juízes nesses casos. Bom-senso: por mais que seja usado, o palavrão sempre é associado a má educação ou a imaturidade. E o uso dá conta desses casos: PQP sempre será "a prostituta que dá à luz", enquanto "chato", hoje, é o sujeito inconveniente, ganhou outro sentido e quase ninguém conhece o primeiro; se eu disser "pô" ou "putz" em sala de aula, ninguém será ofendido, mas dizer as versões completas seria muita falta de respeito.
Depois de escrever esse post, lembrei daquela palavra do apóstolo Paulo que diz: "Tudo o que for verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama - seja o que ocupe os vossos pensamentos." Palavrões certamente não entram em nenhuma dessas situações, e se não deveriam estar nos pensamentos, certamente não deveriam estar nas bocas.
P.S. O "nossa" me incomoda muito, mas ainda não consegui substituí-lo! :-)
Não conheço exemplos em nossa língua, mas sei que no inglês e no espanhol há palavrões que fazem referência direta a temas religiosos.
Numa rápida busca no wikipedia encontrei um verbete que parece conter informações sobre o assunto:
http://en.wikipedia.org/wiki/Profanity
É verdade, Wikipedian! (Meu Deus, que nick!!! :-P) Em francês também. Mas perderam a atualidade, até onde sei. Eram uma forma de profanação mais direta, um "falar no nome de Deus em vão". Acabaram sofrendo uma censura natural (assim como "pô" e "putz") e viraram, por aproximações fonéticas, coisas muito estranhas.
Exemplo: em francês, "par Dieu" (por Deus) virou "par bleu" (por azul!). O praguejante substituía então Deus por Azul somente para não dizer o nome de Deus em vão. Acho que nada disso está em uso hoje, ou pouquíssimo disso. Em português, só consigo lembrar de "nossa".
Há blasfêmias "cabeludas" (algumas atingem especialmente os católicos) dentre o repertório de palavrões
das línguas espanholas e italianas.
Norma,
Quando eu falei anteriormente que meu estilo é tosco, estava falando sério....:-P
O que eu quis dizer é que os palavrões jamais se justificariam como uma ênfase, como um reforço da violência da linguagem; e nem poderiam ser defendidos por quem os usa como se eles intensificassem uma condenação. Citei ali no comentário anterior uma repreensão, a mais violenta já dita; e nela não há um único termo chulo sequer. Vou dar outro exemplo. Digamos que, ao discutir com um teólogo da libertação, eu não tolere aquela verborragia filocomunista e diga:
“Ahhhh!!! Seu FDP!”
Esse meu palavrão jamais poderia ser defendido por mim como uma forma de tornar mais intensa e firme à minha repreensão; ao contrário, ela seria muito melhor e mais sincera sem nenhuma palavra de calão. Por isso eu disse que a violência na linguagem não depende da quantidade de palavras grandes que são ditas.
Certinho agora? ;-)
É dessa censura natural que surgiram no inglês os "clean expletives" freaking, holy cow, gosh, darn, goldarn, dadgummit, jeesh (ou jeez), motherscratcher, heck, bullcorn (ou simplesmente bull). A maioria desses são aceitáveis em público mas "potentes" o bastante para satisfazer o impulso de verbalizar uma frustração.
Alguns são até engraçados de tão inofensivos, como "goodness gracious!"
Palabrotas, acho que a maioria dessas imprecações têm origem na Idade Média. Mas eu precisava estudar mais sobre isso para ter certeza. Certeza absoluta, eu tenho com relação à França do seguinte: no século XVII esses "xingamentos limpinhos", como "parbleu", "morbleu" etc., já existiam e eram largamente utilizados.
Pedro, agora sim! :-)
PBR, de todos os que você citou, eu só não identifiquei o "freaking". O resto é muito engraçado! Tenho um amigo cristão conservador que fala muito "gosh". Eu acho esquisitíssimo e uso "my God" mesmo.
Motherscratcher - "coçador de mãe" - é o mais engraçado de todos!
Abração!
Ah! Já entendi o "freaking", claro! É o parente limpinho do "fu....."...
Hehehehehe! Raciocínio lento! ;-)
“Eu mesma pensei em milhões deles - como "chato", por exemplo, que era palavrão há alguns anos, e que significa na verdade um bichinho que dá nos genitais quando a higiene é precária (olha aí, de novo, a referência ao sexo).”
Ah... Mas ‘chato’ tem uma solução simples e eficaz: basta trocar por Xato, que não apenas é isento de qualquer peso pejorativo, mas também é uma palavrinha bem fofucha ! :-D
Setia 'putz!' também um aparentado fofinho de 'pqp'?
Ontem eu estava pensando no seu post pensei o seguinte: O profeta Elias era um pouco desbocado. Não era não?
Eu não conheço o hebraico bíblico, mas creio que ele 'xingou' ao caçoar dos profetas de Baal.
Norma, muito bom o seu texto-confissao.
"O vosso falar seja SIM SIM NAO NAO; porque tudo o que passa disso vem do Maligno" (Mt. 5,37)
Afinal, porque Deus concedeu a linguagem ao homem? Para ele se comunicar com Deus e com seus semelhantes. O nosso pai Adao habitava o Paraiso, mas so' isso nao era suficiente! Com efeito, disse Deus: "nao e' bom que o homem esteja so'." E arrancando-lhe uma costela, moldou-a na forma de mulher. Agora Adao nao precisava mais falar sozinho, enquanto perambulava Paraiso afora. Mas tinha adquirido uma responsabilidade: teria de dar contas de cada uma, sim de cada uma, das palavras que abrindo a boca falasse. Quando o seu dedao topasse com uma raiz paradisiaca, devia pensar antes de berrar &*%#!!
Deve ser porisso que os monjes trapistas fazem voto de silencio!
Hereticus.
Pedro, eu tenho dois amigos que chamo de XATOS o tempo todo: o Eliot (Profeta Urbano) e o Gustavo Nagel. Xato é bem diferente de chato; xato é aquele que não faz a nossa vontade do jeito que a gente quer na hora que a gente quer. Chato é objetivo (Fulano é chato, inconveniente, vive incomodando etc.) e Xato é subjetivo (Fulano não quer obedecer à minha vontade!).
Gostou da definição? ;-)
Blogildo, eu considero que adjetivar o outro conforme a verdade, mesmo que sejam adjetivos negativos, é uma coisa - até Jesus fez isso. E imprecação é outra. Por incrível que pareça, a Bíblia parece sancionar a primeira em momentos em que as pessoas não conseguem ouvir a verdade de outro jeito.
Hehehehe, Hereticus! Mas, antes do pecado entrar no mundo, a raiz paradisíaca não ia cometer uma desfeita dessas com Adão! :-P
Ana Maria,
Acabei recusando seu comentário, porque sua publicação aqui era uma injustiça tão grande para comigo que me feria. (Sim, infelizmente, nós nos expomos também para nos deixar ferir.) Mas não pude deixar de lhe responder. Lamento que você tenha como pressuposto que a falta de auto-indulgência com relação ao pecado seja uma impossibilidade. Oro então para que Deus lhe dê uma experiência de luta bem-sucedida pela santidade, sabendo que todo combate ao pecado começa com sua nomeação correta, conforme aquela Palavra que diz que o Espirito nos convence "do pecado, da justiça e do juízo".
O que me leva a uma reflexão: o crente que se deixa indulgentemente pecar com a mente ainda em dúvida se aquilo é pecado dificilmente conseguirá combatê-lo enquanto mantiver as dúvidas. Se todo pecado começa com aberturas na mente, com relativizações, é também na mente que a coisa precisa começar para o abandono do pecado. O combate só será eficaz depois da convicção de que aquilo é pecado - a ausência de dúvidas - , algo que só o Espírito pode fazer em nós. (Acho que também é por isso que a Bíblia diz: na dúvida, não faça. Melhor tirar todas as dúvidas primeiro, sempre embasado na Bíblia como Palavra de Deus, de preferência acompanhado por pessoas de confiança.)
continuando...
Claro que a maior parte dos palavrões (mesmo em corruptelas)são agressivos e degenerativos em relação ao ato sexual e/ou ao corpo. E isso na maior parte dos idiomas. Há algumas nuances em relação ao parentesco a que se quer ofender. Por exemplo, para os árabes é mais ofensivo atacar o pai do que a mãe de alguém.
Enfim, sendo óbvio e repetitivo e XATO: É uma questão de sondar nossos corações todo o tempo. Quanto mais Cristo vive em mim, menos minha alma tem desejos carnais - como o de xingar!
Deus te abençoe! Beijo!
Kowa
Obrigada, Kowíssimo! Aliás, você viu o fake, no post anterior, que tem um nome parecido com o seu? No começo achei que fosse você, mas depois vi que você jamais escreveria aquelas bobagens. :-)
Beijão!
Olha que bizarro! Enquanto crentes se preocupam em não poluir seu linguajar com palavrões, encontrei a mesma preocupação no sentido contrário entre os ateus.
Encontrei isso no fórum do Richard Dawkins, como poderia de se esperar. Estão se preocupando em evitar qualquer menção das palavras "Deus", "Jesus", "Cristo", "santo", etc.
http://richarddawkins.net/forum/viewtopic.php?=&p=115549
Pedro,
Resolvi excluir seu comentário e só deixar a parte sem o texto com palavrões, para não ferir susceptibilidades, certo? Quem não achar problema em ler palavrões pode copiar e colar o link do texto que você indicou.
Beijos!
Pedro escreveu:
Mas agora eu pergunto: um palavrão pode ser usado sem qualquer ira, fora de qualquer praguejamento, não pode? Veja só esse exemplo tirado desse blog luso: http://lusavoz.blogspot.com/2005/06/arte-de-
ser-portugus-e-outras-histrias.html
Eu respondo:
Acho que sim, como na arte; mas para justificar um palavrão o texto tem que ser BOM MESMO, o que não é o caso desse post português. ;-) De qualquer forma, como artista, não usaria, até porque hoje esse uso está batido demais. Nossa época quer tanto chocar as pessoas que acaba deixando-as insensíveis às porcarias gerais.
Norma,
Concordo com você na 'não-postagem' do texto. Mas é que os portugueses, nossos irmãos ultramarinos, usam os palavrões com muito mais seriedade e propriedade que nós, e por isso acabam não vendo qualquer problema no seu uso, desde que não se abuse deles. O objetivo do autor do texto (que tem o nick de ‘Corcunda’ e também mantém este blog) não é chocar as sensibilidades, mas sim o de dar uma idéia objetiva dos que prostituem Portugal; e ele o faz sem gritaria, sem sarcasmo, sem raiva.
Você achou o texto ruim? Ah..
Ruim não, Pedrito! Faltou um burilamento formal para o texto ficar mais literário, só isso.
Os europeus usam palavrão diferente da gente. Eu sempre digo isso aos meus alunos: "cul", por exemplo, é usado em muitas situações - chulas ou não. Pode ser "fundo de garrafa" em "cul de bouteille", mas é c* mesmo em "va te faire enculer". Eles são mais flexíveis. Outro exemplo: "foutre". "Foutre le camp" é simplesmente "dar no pé" e já apareceu até mesmo em música, na lindíssima "F comme Femme". Mas "va te faire foutre" é similar ao "va te faire enculer", e tão palavrão quanto.
Tomara que eu não tenha ferido nenhuma susceptibilidade francófona aqui! :-) Bom, nas aulas preciso tratar dessas coisas sem muitos pudores, pois os alunos pedem sempre os palavrões! Mesmo assim, quando traduzo, uso o correspondente em inglês (que todos conhecem), em vez do português. É o que me permito quanto ao olhar "científico" sobre a linguagem. Mas usar, preferencialmente, não.
Esse 'uso diferente' dos europeus era exatamente o assunto ao qual eu estava me referindo. Você disse tudo o que eu ia dizer! Que coisa xata! :-D
Vou postar aqui um outro texto do Corcunda, bem mais elaborado, com palavrões omitidos e que além de tudo tem por tema o Racionalismo (o que vai ao suporte do seu post anterior):
Se a mentalidade moderna está impregnada de religião materialista que se transforma a todos os momentos numa redução dos objectos à sua expressão física, uma linha não existe, sendo apenas um conjunto de reacções químicas no cérebro de uma pessoa (não se poderá dizer o mesmo das outras pessoas que habitam o Mundo?), ela encarrega-se de adquirir o monopólio da racionalidade. O Racionalismo Moderno foi precisamente isso. Ao invés de se apresentar como uma racionalidade alternativa, apresentou-se como a única forma de racionalidade. Para isso apresentou uma falsa ideia do pensamento Cristão anti-racional, onde a palavra Deus é solução para todas as perguntas e onde o pensamento dogmático se sobrepõe a tudo na sociedade.
Na análise científica cristã o acendimento de um isqueiro nada teria a ver com combustível, oxigénio, pedra, mas com o facto de Deus desejar que ali ocorresse combustão. Esta concepção é falsa e representa uma incompreensão comprometida.
Ao invés da redução materialista que não apresenta justificações, mas a própria negação da metafísica e da justificação, a verdadeira filosofia realista, o realismo metafísico e moderado da teoria tomista, apresenta-se como uma compreensão das coisas a partir da realidade das coisas. A cadeira não é uma cadeira porque Deus assim quis, mas porque a Natureza a dotou de um lugar na sequência das coisas. A sua justificação encontra-se em si e não num mundo transcendente e insondável onde a mente humana não penetra, ou num qualquer livro com palavra de terceiros. A Bíblia não explica o que é uma cadeira (ao contrário de outros textos religiosos), nem tem de o fazer. Os limites da Revelação são outros e de natureza bem diferente.
Retratar os homens de outros tempos (com o objectivo de atacar as ideias) como um Homem, numa simplificação monolítica, defeituoso e imperfeito, ímpio e hedonista, é absolutamente desligado da realidade. Em todos os tempos houve santos e fdps, cobardes e corajosos, dissimulados e francos. É por isso mesmo que aqui falamos de verdades e não de pessoas... Para além disso olha para as verdades sob o mesmo prisma que apontámos no texto anterior: olhando apenas para o efeito que têm na sociedade e não buscando o certo e errado. Nenhuma moralidade poderá daí emergir...
Retratar ideias pela sociedade onde estas floresceram nada diz sobre as mesmas.
olha isso.
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=2588081&tid=2530404764400296640&start=1
quantos são os trechos bíblicos que nos exortam da necessidade de vigiarmos nossa língua, não é mesmo Norma? lembrei-me agora, depois de ler sua reflexão muito ponderada, de uma passagem - acho que dos provérbios - que compara os efeitos danosos que uma fagulha pode causar a uma floresta inteira, incendiando-a, com o que a língua displicente pode causar ao nosso ser, comprometendo-o e desonrando-o. de fato, a nossa língua, tão pequena em cotejo com o todo do corpo, pode ser a causa da "catástrofe de uma existêcia", e o pior, este desatre pode se alastrar para outras vidas.
Ao anônimo que indicou o link para a comunidade do Orkut sobre predestinação, é interessante notar como as possas acham que para que alguém possa moderar uma discussão esse moderador tem que ser neutro.
Será que nunca leram aquela advertência a Laodicéia?
Um abraço.
Paulo Alexandre
Norma,
gostei de suas escritas.
Creio que o palavrão serve de válvula de escape em momentos de stress.
Precisamos discernir se o problema é utilizarmos a válvula de escape ou o conteúdo deste meio de saída.
Até o momento, vejo a bíblia incentivando a "transmitir graça aos que o ouvem", i.e., sendo errado até utilizarmos a válvula de escape.
Jesus, em momentos de tensão, suspirava (sighed). Este escape demonstra bem o que passamos, sem transmitir palavras ruins.
Isto serve para mim que, vira e mexe, sempre estou pronto a soltar um palavrão. Minha válvula?! Creio que o suspiro, em oração.
Abção
Guilherme
Cara Norma,
Desculpe sair do tópico, mas estava vendo alguns artigos passados no seu blog, e gostaria de saber quando você vai comentar a nova onda de violência que se abateu sobre a França após a eleição com a vitória conservadora.
Abraços,
Tiago Ramos
Cara Norma,
Você é chique mesmo, hem? Professora de Francês. "ui peut trouver une femme vertueuse?" (Pv. 31:10). Nós aqui achamos.
Olha, eu já tinha trabalhado a origem dos palavrões, para ensinar na Escola Bíblica Dominical. Descobri que as origens, além das que você falou, tem uma particularidade aqui na Paraíba: também se referem a doenças. O pior palavrão do interior da Paraíba é "miséria" (chamado "misera" pelo povo simples). Nem use essa palavra lá, principalmente como xingamento, que o povo começa logo a persignar-se e fazer cara feia para você. Câncer também é evitado: chamam de CA (cê-á), inclusive os médicos. Ainda há “bexiga taboca!” (referência à catapora), “mulesta dos cachorro”... Para gente ruim, “infeliz das costas ocas”, “triste da pancada do sino” (esses últimos não são palavrões, mas acho que se comparam ao Racca que Jesus se referiu).
Minha esposa é evangélica desde criança, logo nunca chamou palavrão... mas em vez usa "pitomba!" "cebola!", e outras hortaliças... Um pastor amigo meu, que é pernambucano, usa "pôxa!", na frase "Isso é uma pôxa!". Sei não... não é muito canônico, o que você acha?
Em Efésios 4.29, a palavra “torpe” (ARC, ARA, IBB, ACF), “perniciosa” (TEB) e “inconveniente” (BJ) é tradução do grego “saprós”, significando “pobre”, “ruim”, “de má qualidade”, “corrupto” (Mt 7.17; Mt 12.33; Lc 6.43 (Paulo usa a mesma palavra que Jesus dá à árvore que dá ‘mau’ fruto às palavras que não devem sair de nossas bocas, talvez porque ‘o que sai da boca’ seja mau).
Marcelo Hagah
João Pessoa-PB
Queridos amigos,
Vocês são muito "santos"...
Palavrão não necessariamente remete à "palavra torpe". Desculpem-me , mas as vezes um palavrão é a única expressão cabível no momento.
Em um "movimento evangélico-gospel" como o brasileiro - onde avaliam-se espiritualidade, intimidade com Deus, conversão e dons do Espírito pela aparência de bem que estes apontam - precisamos ser honestos o suficiente, para não coar a mosca e engolir o camelo.
Que m*, essa vidinha de exterioridades realmente irrita-me!
Abraços,
Angela
Tiago,
Estou em uma afobação louca aqui, e escrever sobre isso demanda muito tempo de pesquisa. Fica para a próxima! Abração!
Marcelo,
Como sempre, faz-me rir muito! Cada um desses termos merece uma profunda investigação etimológica. E o que seria "costas ocas"? :-D Bom, adorei os epítetos e queria usá-los, mas o povo aqui do Rio vai achar que enlouqueci! :-D
Ó Angela!
Eu lhe agradeço por trazer a este blog uma visão tão lugar-comum do assunto. É claro que os moderninhos sempre vão achar que falar palavrão não é importante, o importante é "fazer o bem", "não prejudicar as pessoas" etc. Só que essa não é a visão bíblica. Na Bíblia, devemos cuidar de tudo - tanto do que somos (o que pensamos, falamos, sentimos) quanto de nossas relações com os outros, porque tudo isso está interligado. Há MUITAS referências ao que sai da nossa boca na Bíblia. Se o que dizemos não passasse de "exterioridades", por que o diríamos? O que vai na nossa mente e no nosso coração até chegar à boca? O que está por trás dos palavrões, por que se diz "filho da prostituta!" e não "corcova do camelo" ou algo semelhante? E, se tratam de coisas cuja referência é tão imprópria, por que eu deveria usá-los? E, se eles apenas potencializam dentro de mim a raiva que sinto quando as coisas dão errado, por que eu deveria continuar a fazer uso de algo que corrobora uma postura interior negativa, ofensiva a Deus? Enfim, foi o que tentei fazer neste post, tocar em todas essas considerações, mas pelo jeito você não entendeu nada e preferiu ficar com o batido lugar-comum "palavrão não é importante, o importante é fazer o bem".
Mas eu prefiro ficar com a Bíblia, que se importa com nosso ser integral. "Exterioridade" não é isso ou aquilo, mas sim o MODO como fazemos ou deixamos de fazer as coisas: se eu me abstenho de algo por convicção, onde está a exterioridade? Exterioridade seria se fosse apenas para os outros verem, certo? Você então errou de longe o alvo, minha querida. É justamente o contrário do que você disse: quando deixo de falar palavrões, não é porque sou "santa" ou quero posar de "santa", mas sim porque sou MUITO pecadora e preciso desesperadamente me abster daquilo que só ajuda a me afundar, em vez de me edificar. Entendeu agora?
Cara Norma!
Foi a primeira vez que comentei em seu blog. Já havia ouvido falar nele por outros amigos blogueiros- alguns com admiração, outros com ressalvas, e uns poucos com raiva. Ao ler seu texto, entendi perfeitamente sua exposição exegética sobre o ato de falar palavrões (e por saber de sua posição calvinista).
Tentei fazer um comentário "ligth", sem intencionalidades ou veredictos. Levantei a questão da possibilidade de hipocrisia porque não li outros comentários similares nos post's anteiores remetendo a essa conotação. Contudo, agora gostaria de fazer-lhe algumas considerações:
1- Apenas para constar:Não tenho problemas neurológicos ou de raciocínio. Lancei a tese na despreocupação e recebi uma refutação questionando minha capacidade cognitiva.
2- Por favor, coloque alguma afirmação explicativa sobre que "tipos" de pessoas podem publicar comentários em seu blog - avise as "lugares-comumenses" que estas estão tolhidas de opinar. E não adianta tentar remendar o que foi postado, posto que o problema foi o lugar comum, mesmo que ele tenha seu próprio lugar na liberdade de expressão.
3- Para esclarecimento: Não coaduno com a metáfora de "fazer o bem é importante, o resto não".Contudo, sou radicalmente contra a demagogia evangélica, seja ela de "precisamos ter um bom testemunho", ou "a Bíblia nos ordena isso", ou ainda "isso me afasta de Deus". Estas sim, "exterioridades" refletem apenas o limbo que o cristianismo legalismo consegue nos colocar. O dia em que fizermos qualquer coisa com essas motivações, voltemos às práticas judaicas-pois a Graça que frutifica sem justiça própria está bem longe do coração.
4- Uma pergunta que não quer calar: ao abrir o blog para comentários, qual seu objetivo com isso? Digo isto porque se comentários "do lugar comum" ou contrários à sua posição teológica não são bem vindos, por favor 2: suprima a opção comentários das postagens, ou modere a seu critério ou aprenda a divergir sem menosprezo!
5- Quer ser bíblica? Seja, mas em todas as suas implicações. De forma alguma deixe sua "percepção" sobre o outro transparecer em suas linhas, muito menos se o que vc pensa que vê for depreciativo. É feio isso.
6- Antes que condene-me, quem preferiu ser bíblica foi você. E se eu sou ou não, não é aqui ou você que irão decidir.
Ó, entendi o que você disse.
Angela
Cara Angela,
Não entendi a raiva toda. Dá para reler o que escrevi sem imaginar que escrevi com raiva? Às vezes meu modo racional de me expressar por escrito dá margens a má interpretações.
Tanto acolho os comentários discordantes, que não rejeitei o seu, mesmo se, ainda que pela primeira vez, você tenha chegado de forma não muito simpática, com ironias tipo "vocês são muito santos" e tal. Por que não postou uma discordância mais cortês? Além disso, comparada à brevidade irônica e a uma boa dose de má vontade de seu comentário ("Essa vidinha me irrita"), a minha resposta foi bem suave.
Todos os tipos de pessoas podem comentar aqui, desde que tragam contribuições ao debate. Suas ressalvas não são bobagens, são algo que dinamiza o assunto; mas, ainda assim, o que me impede de achá-las "lugar-comum"? Hoje em dia, não há nada mais lugar-comum que achar normal o uso de palavrões. Até na igreja.
Desculpe, mas, se você viu menosprezo na minha resposta (o que nego ter havido), o que estava na sua?
O fato é que você já chegou com um pé-atrás enorme, e viu mais cobras e lagartos no que escrevi. Isso até poderia virar um diálogo agradável. Mas para isso será preciso você baixar a guarda e deixar as armas no canto da sala. De novo, releia sua primeira mensagem e veja se o que respondi foi tão disparatado assim.
Abraços.
Norma,
Minha esposa leu o meu post. Riu e resolveu acrescentar "pimenta" à sua coleção de palavrões. Quanto aos gentis epítetos, eis a explicação dada por ela: "infeliz das costas ocas" tem origem no fato de o tuberculoso ter as costas ocas, logo se alguém me chama disso está me chamando de "tuberculoso" - lá vêm as doenças de novo! "Triste da pancada do sino" tem que ver com o fato de alguém que blasfema contra Deus ou contra os pais, se o sino da igreja católica tocar na hora, essa pessoa fica amaldiçoada. Isso é cultura pernambucana.
Marcelo Hagah
João Pessoa-PB
Prezada Norma:
Não conheço você pessoalmente, mas leio-a com certa regularidade no Mídia sem Máscara, quando você lá escreve, e sempre aprecio seus comentários pela lucidez, pelo equilíbrio e excelente argumentação.
Sou, à semelhança de você, tal qual o pássaro da lenda, um transportador de pequenas gotas d'agua, uma de cada vez, para tentar apagar o fogo da floresta.
Percebo que existem muitos desses pássaros por aí. Parecem estar escondidos, mas cumprem todos os dias o seu papel, mesmo diante da avalanche dos que trabalham para aumentar o "incêncio".
Precisamos dar continuidade a isso. Acho que uma boa idéia é promover um fórum de pensadores evangélicos, diversificado, mas com o mínimo de compromisso com a cosmovisão cristã.
Vamos trocar idéias. Enquanto isso, parabéns pela descoberta "etmológica" dos palavrões. Quem pensa de maneira lógica e coerente, é capaz de chegar a conclusões lúcidas e verdadeiras dos fatos, como aconteceu com você.
Deus lhe abençoe.
Aproveitando o que disse o Pastor Geremias: concordo com a idéia de um fórum para difundir a cosmovisão cristã e irradiar idéias 'politicamente incorretas'. Não é por nada não, mas acho que uma lista de discussão ou um fórum são muito superiores a uma comunidade no Orkut, especialmente em se tratando de defender os valores que fundaram nossa Civilização. Em Portugal há exemplos excelentes, de monarquistas e estudantes de filosofia, que se articularam em um projeto como esse. Devíamos fazer o mesmo no Brasil.
Considero estes (principalmente as listas) os melhores veículos de estudos mais profundos e mais amplos sobre determinados assuntos. Veja, por exemplo, os comentários de Julio Severo na lista 'Clipping Evangélico'.
Por isso, lanço a campanha 'FÓRUM JÁ!'
Norma, o que vc acha dos palavrões em falas e respostas escritas de Olavo de Carvalho?
Pr. Geremias, a idéia é excelente! Vamos conversando, sim. Estou livre para essas articulações todas a partir do final de agosto. Abraços!
Ué, Blogildo, o que vale para Olavo, vale para o resto dos mortais. Ou não? ;-)
Vale, claro, que vale!
É que acho que ele exagera um pouco nos palavrões. Quem não o conhece acaba tendo uma primeira falsa impressão. Creio eu.
Blogildo,
Ele exagera de fato! O Olavo não é protestante nem católico, ele é "cristão outro", como reza uma das opções do Orkut. Ele acha essa distinção uma bobagem, na verdade. Pensa muito diferente da gente, mas creio que a diferença fundamental é a seguinte: enquanto priorizamos a teologia, a doutrina e a necessidade de santificação, o Olavo se preocupa sobretudo em combater o mal que age em nossos dias por trás da agenda politicamente correta.
Este blog busca fazer também um pouco do que o Olavo faz (aprendi muito com ele sobre isso), mas acredito que o cristão evangélico jamais deve deixar que essa batalha cultural se sobreponha às primeiras preocupações: teologia, doutrina, santificação. Sem teologia e sem doutrina (ambas bíblicas, claro), não conseguimos a metanóia para fazer diferença nem no mundo, nem na nossa própria vida. E santificação é isso: somos santos, separados, quando morremos para o mundo e deixamos que a vida de Deus entre em nós ao ponto de nos modificar por inteiro. E isso só pode ser feito pela graça de Deus:
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie." (Efésios 2:8-9)
Essa é uma de nossas diferenças fundamentais com relação aos católicos, e algo de que não podemos abrir mão de jeito nenhum.
Abraços!
Olá!
É tudo uma questão de costume, como deu pra perceber no seu texto.
Eu, de vez em quando, me esforço para falar um palavrãozinho, só pra descontrair...
=)
.:: Enoch - Jequié, Bahia
Além Das Curvas' Blog
Olá Norma,
Belo texto....de fato o cristão deve refrear sua língua para que não saiam palavras que "desedifiquem" (perdão pelo neologismo)....
Com relação às diferenças entre os católicos e os evangélico-protestantes, eu citaria mais algumas, aquelas gritantes, como a idolatria, a necromancia, a doutrina do purgatório e do "limbo", a ascensão de Maria..entre muitas outras...
Por falar nisso eu gostaria de saber qual sua posição a respeito da participação dos protestantes em eventos ecumênicos...
Cara Norma,
Nada a ver com o post mas é interesante:
"Fé em Deus aumenta níveis de optimismo"
Em: http://la3.blogspot.com/
post do dia 12/05
Oi, André!
Depende do que for significa "ecumênico", essa palavrinha tão usada e abusada hoje em dia. Uma manifestação "ecumênica" contra o aborto? Bom! Os religiosos precisam se unir em torno de preocupações comuns. É a co-beligerância de que fala Schaeffer - embora seja perigosa, devendo ter seus limites bem definidos. Já um ecumenismo religioso ou teológico - não, de jeito nenhum, pois não é bíblico.
Aliás, nenhum católico que se preza - católico de verdade, não os ministros da saúde que dizem besteiras por aí - também não aceita o ecumenismo teológico. Eles acham mesmo que protestantismo é seita e heresia, e que todos os protestantes devem voltar para a "mãe" Igreja Católica. Ecumenismo religioso é preparação relativista e cheia de "amorrrrrr" para a tal da Nova Era, em que todo pensamento firme e toda noção de verdade serão descartados como inúteis e anti-sociais. Não entro nessa de jeito nenhum.
Cara Norma;
Acabei deletando meu comentário, ontem, em virtude de alguns erros de "revisão". Postei outro, mas não sei se sumiu na "imensidão" da rede.
Vamos, sim, continuar conversando e aguardar, então, o mês de agosto, quando você estará mais livre para as articulações.
Através do seu blog encontrei também o Augustus. Estivemos juntos em um encontro no Mackenzie. Disse a ele que sou "quase" um calvinista por estar alinhado às teses de Abraham Kuyper, Francis Shaffer e mais recentemente Charles Colson e Nancy Pearcey (tive o privilégio de ser o supervisor da edição brasileira de seu primeiro livro traduzido para o Português: "E agora, como viveremos?".
Obrigado, mais uma vez, pela gentileza da atenção.
Norma,
A melhor autoridade católica em se tratando de ecumenismo foi excomungada pelo Vaticano após o Concílio: trata-se justamente de Monsenhor Lefèbvre, que muito energicamente repudiou-o ainda nos anos sessenta, quando todos festejavam alegremente a 'abertura para o mundo' da Igreja Católica.
Ecumenismo significa secularização, por definição, e pior é que muitos ecumênicos fingem que essa horizontalização e esse achatamento da Igreja são acontecimentos muito nobres e admiráveis, e que a dissolução da ortodoxia em fórmulas politicamente corretas é uma marca do progresso. Cruz credo!
Olá Norma!
Conheci seu blog através do Pastor Geremias do Couto!
Louvo a Deus pelo seu artigo Reflexão óbvia sobre os palavrões. Parabéns pelas conclusões. Indicarei o artigo inclusive para alguns obreiros, os quais de maneira inadvertida vivem soltando palavrões.
De acordo com Palavra de Deus, a boca fala aquilo que provém do coração.
Como pode?
Deus continue te fazendo ciosa por edificar a Igreja com seus escritos.
Parabéns!
Pastor Carlos Roberto - Cubatão - SP
Olá Norma tudo bem?
Sou evangélico e me chamo Jordan.
Estou pesquisando sobre "os palavrões podem contribuir ao aquecimento global?"estou tentando associar as coisas e ver se chego há alguma coisa!Gostaria de sua opinião e alguma idéia se possível
como onde pesquisar mais sobre o assunto,ok?
agradeço mesmo!
abraços
Norma, eu preciso conhecê-la pessoalmente... sou pastor batista aqui em Angra dos Reis, e quero trazê-la aqui para contribuir com suas idéias... fico feliz ao ler esse seu texto por recomendação do blog do Augustus. Um abração. Se possível visite o meu: www.ezequiaspastor.blogspot.com
Olá, Norma, sou pastor presbiteriano e gostei do seu texto. Não li todos os comentários acima,mas parabenizo-a pela vitória nas palavras - "o coração do sábio é mestre da sua boca e aumenta a persuasão nos seus lábios" (Pv 16.23); "a boca fala do que está cheio o coração" (Lc 6.45). Se sua boca ficou limpa é porque seu coração também ficou. Abraço!
q lindo... obg
Olá. Gostei do texto. Tenho 54 anos de vida e 54 anos sem falar ou mesmo querer falar palavrão.Sou grato a Deus por isso. Não vejo necessidade alguma de falar um palavrão, mas reconheço que muitas pessoas tem dificuldade em encontrar expressões melhores em certos momentos.
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