Artigo de Denis Rosenfield que expõe a desonestidade dos que comparam o capitalismo real a um socialismo que só existe em suas cabeças.
Mais uma resposta de Yago Martins e Felipe Cruz ao Jesus também inventado de Caio Fábio.
Em tempo: a teologia de Caio Fábio, assim como a teologia liberal, nada no mar do esquerdismo, e é por isso que pode ser tão incoerente e ao mesmo tempo conquistar tantos adeptos. Veja, por exemplo, o comentário de um rapaz chamado Ederson Sales à postagem. Ele acredita que Deus está "além do alcance de nossa capacidade intelectual" (confundindo a infinitude de Deus com irracionalismo) e crê que Caio fala
"...do amor incondicional de Deus e sobre a simplicidade de viver o Evangelho liberto de dogmas e estigmas patrocinados por instituições opressoras travestidas de igrejas".
O rapaz acertadamente localizou nos ensinamentos de Caio Fábio três itens obrigatórios em qualquer discurso esquerdista pós-moderno atual: o mito da liberdade sem forma, a criminalização do pensamento lógico e o mecanismo do bode expiatório. A liberdade sem forma deixa o sujeito "livre" para viver do jeito que quiser, para criar suas próprias regras, convencendo-o de que não há regras. A criminalização do pensamento lógico o desobriga da coerência e faz com que ele identifique uma racionalidade "opressora" em todo aspirante a interlocutor divergente: isso explica a aversão de Caio pela sistematização, ao mesmo tempo em que usa dela em algum nível (é impossível fugir). O mecanismo do bode expiatório estabelece que a igreja instituída é "opressora", estratégia que atrai simpatias instantâneas e ainda reúne odiadores em nome do amor. O "amorrrrrrr" serve como justificativa prévia para tudo. É assim que Caio Fábio pode continuar dizendo as maiores barbaridades sobre a igreja instituída e todos aqueles que discordam dele, mas continuar posando como "guru do amor". Porém, que não se enganem seus adeptos: a água que ele está servindo foi buscada no poço das cosmovisões apóstatas, que são irracionalistas, esquerdistas e românticas, mantendo a ilusão da autonomia humana. Ainda falarei mais sobre isso.
4 comentários:
Concordo plenamente. Principalmente com a concepção de "amor" de Caio Fábio. Para ele, Deus é um velhinho, gente boa, bonachão - até bobão... que ama a todos e por isso nunca diz NÃO. Que, por fim, escravo da sua moral pusilânime, deixará adentrar aos Portões Eternos a todos nós.
O céu será uma bagunça, uma feira livre, cheia de pessoas "livres".
Não, senhoras e senhores. Deus é amor, mas é "fogo que consome". De Deus não se zomba.
É preciso temor.
Marcelo Hagah
João Pessoa-PB
Só uma coisa me deixa curioso. Com relação ao que Caio fala sobre as "igrejas" eu vejo toda semana. Médicos e engenheiros sentam na frente, faxineiras e porteiros sentam lá trás. A diferenciação feita pela liderança evangélica atual é muito nítida. Não é possível que alguém frequente os cultos de hoje e não perceba as palhaçadas que se tornaram os cultos evangélicos, tá muito nítido, é só ir. Outra coisa, leio muito a Bíblia e não encontro paralelo entre o que Jesus pregava e os códigos morais que o protestantismo herdou do catolicismo romano. Viver a liberdade em Cristo não é fazer o que "dá na telha", mas adquirir uma consciência sobre consequências de suas escolhas sem ter que precisar de pessoas o tempo todo te vigiando e monitorando..olha irmão, sua esposa tá com um biquini um pouco pequeno, olha irmão, ouvir James Taylor é pecado, é "música do mundo", olha irmão, você tem tatuagem? Lá em Levítico fala que não pode...e outras abominações que são usadas para manobrar e manipular uma massa que ainda resiste em abrir os olhos.
É claro que há críticas válidas na boca do Caio. O ponto que você destacou é real: elitismo, sentimento inflado de importância e de gueto, viver retirado do mundo... Isso tudo é pavoroso. Mas existe também o outro extremo, onde, para mim, infelizmente Caio está: o da liberdade sem forma. O primeiro extremo rejeita o mundo e se esconde; o segundo abraça o mundo acriticamente. A boa distância está nas palavras de Cristo: estar no mundo sem ser do mundo. E isso só é possível dentro do evangelho ortodoxo, que Caio rejeitou. Um autor com quem muito aprendi é Schaeffer, que fala sobre isso em O grande desastre evangélico - taí uma crítica excelente de um cara que buscou (e creio que encontrou em grande medida) o equilíbrio.
P.S. James Taylor é bom! :-)
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