Com a maior pressa - afinal, como eu disse no post anterior, a descriminalização do aborto é um desejo antigo e voraz do partido do governo - , será votado hoje (ou já foi, pois o seria desde as 9h30 da manhã) o Projeto de Lei que, segundo a mídia, prevê a legalização do procedimento até a 12ª semana de gestação.
Isto, no entanto, é uma farsa. Elaborado por uma comissão do governo, de fato o texto do Projeto afirma, logo no início, que a lei proposta "assegura a interrupção voluntária da gravidez até doze semanas de gestação". Porém, a frase é apenas uma cortina de fumaça para o que vem depois. Basta prosseguir com a leitura até o artigo nono para descobrir que a proposta, na verdade, revoga os artigos 124, 126, 127 e 128 do Código Penal* - ou seja, simplesmente todos os artigos no código brasileiro que criminalizam a medida. Assim, qualquer mulher, por qualquer motivo, passa a ter o direito de interromper sua gravidez a qualquer tempo, se assim o desejar e o médico o consentir. Sobram apenas duas exceções ridículas: quando o aborto é praticado contra a vontade da gestante e quando houver risco de lesão corporal ou morte da gestante.
Todos os direitos para a mulher, inclusive sob o propósito mais fútil; nenhum para a criança por nascer. Que tristeza.
E com a cumplicidade da mídia, para variar - já que nenhum jornalista está cobrindo o fato de que o formato textual do projeto foi feito para enganar o povo brasileiro, que é maciçamente contra o aborto. Reproduzem a medida do jeitinho que o governo quer: como se fosse apenas para fetos até a 12ª semana de gravidez.
Mas os cristãos verdadeiros e todos aqueles que são contra o aborto sabem que a questão do tempo de vida do feto é absolutamente irrelevante. Afinal, que critério somente temporal poderia negar o valor da vida de um ser humano dentro do ventre de sua mãe?
Sendo aprovado o cruel Projeto de Lei, só nos resta orar:
- Pelas crianças por nascer, para que Deus não as desampare;
- Pelas mães desesperadas demais ou despreocupadas demais com a concepção, para que sejam tocadas pelo Espírito e deixem seus filhos nascerem, sob a confiança de que Deus lhes proverá os meios para cuidar deles;
- Pelos médicos que forem obrigados a se submeter a esse "direito da mulher", para que tenham a coragem de enfrentar a oposição ao se negarem a praticar o procedimento;
- Por esta nação, para que peçamos perdão a Deus e que Sua ira não se abata sobre o Brasil (um amigo me lembrou de alguns países que sofreram desastres logo após a liberalização do aborto, como Espanha e EUA - vou procurar os dados e depois posto aqui). Com a ira de Deus não se brinca.
* Confira o texto compilado dos artigos: Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque; Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante; Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte; Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Mais informações: Pró-vida de Anápolis