“Diga-me como falas, e te direi quem és” — essa seria uma paródia tão verdadeira quanto o adágio original. Certas declarações são mais eloquentes por aquilo que omitem. Veja o que afirmou esses dias Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais:
Não vejo o atual governo como homofóbico.
Na verdade, essa frase denota uma tremenda ingratidão. O governo não só não é “homofóbico” (ê palavrinha besta), mas promove diversas manifestações de aprovação pública e rasgada ao comportamento homossexual: financia paradas gays, determina métodos de doutrinação homossexual nas escolas públicas (não só o kit gay; veja aqui) e busca estabelecer leis (como o PLC 122) que instauram no Brasil o crime de consciência (objeções até “filosóficas” contra o homossexualismo são punidas), transformando os homossexuais em uma “classe”, no melhor estilo marxista. Toni Reis não sabe disso? Claro que sabe; mas, primeiro, os lobbies nunca estão satisfeitos, e pedem poder como os zumbis pediam por cérebros: “brains, more brains”; segundo, ele não pode dizer com todas as letras que o governo gasta o dinheiro público com coisas que o povo em geral não acha importantes (kit gay quando as escolas estão como estão?!), que o governo quer tomar o lugar dos pais na educação moral e sexual dos filhos e que, como se não bastasse, gera leis estrambóticas que fomentam imparcialidade, injustiça e caos social.
Mas vamos à outra declaração absurda:
Matamos no Brasil mais homossexuais do que no Irã. Foram 3448 homossexuais mortos nos últimos 20 anos, conforme dados do Grupo Gay da Bahia.
Essa é para rir. Será que o movimento gay realmente acredita nisso? Ou será que toma todo o povo não-militante como idiota? Há pelo menos cinco argumentos que desfazem totalmente essa falácia.
- Primeiro, números nada dizem quando sabemos que o Irã é um país com pouco mais de um terço da população do Brasil. Dã.
- Segundo, no Irã, onde o homossexualismo é proibido (escrevi sobre isso em 2007, aqui), não existem estatísticas sobre gays assassinados, pois a própria família se encarrega de matá-los, com a conivência geral, e ninguém registra o ocorrido. (É, folks, estatística é coisa de país democrático.)
- Terceiro, o Grupo Gay da Bahia não é um órgão confiável para fornecer essas estatísticas, já que está diretamente interessado na questão. É como meu amigo Ciro Zibordi escreveu, inventando uma informação tão confiável quanto essa: “O Brasil é o campeão mundial de crimes contra evangélicos. Fonte: DataGospel do Blog do Ciro.”
- Quarto, o número de assassinados por ano no Brasil é muito grande: 50 mil pessoas, segundo dados do IBGE. Além disso, desses 50 mil casos, somente 4 mil são resolvidos, de acordo com Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa Mapas da Violência 2011, divulgada pelo Ministério da Justiça. Vê-se que não há um problema específico de homicídios contra homossexuais (apenas 0,5% do total), mas sim de homicídios em geral. O problema é a impunidade. Se o alvo do governo for a impunidade, todos serão beneficiados, homossexuais inclusive.
- Cinco, last but not least, nesses 0,5% de mortos, não se pode saber com certeza qual foi a motivação do crime: se ódio a gays ou outras causas, como roubo violento, vingança, crime passional etc. Um agravante a essa incerteza é o fato de que um bom número de gays frequenta locais perigosos à noite, por estarem envolvidos com drogas e prostituição. Sobre isso, a lógica torcida do movimento gay também se revela. Diz Luiz Mott, fundador do mesmo Grupo Gay da Bahia:
Nos crimes contra gays e travestis, mesmo quando há suspeita do envolvimento com drogas e prostituição, a vulnerabilidade dos homossexuais e a homofobia cultural e institucional justificam sua qualificação como crimes de ódio. É a homofobia que empurra as travestis para a prostituição e para a margens da sociedade.
Ou seja, se o gay foi morto porque fazia coisas erradas, frequentava lugares suspeitos e andava com más companhias, a culpa é minha e sua, leitor, porque empurramos o coitado para lá! Essa é a demonstração mais rasgada de “totalitarismo da vítima” (leia aqui) que já vi: se o gay fica devendo dinheiro de drogas, trai o amante violento, vende o corpo para psicopatas e acaba morto, isso tudo é culpa de “homofóbicos”! Ou seja, gays são sempre vítimas, não importa a situação. É a inversão total do Direito, perpetrada pela perversão do pensamento politicamente correto: pessoas são culpadas ou inocentes de acordo com a “classe” a que pertencem, não de acordo com sua história. Essa inversão é ruim para todo mundo, pois mata as bases do sistema judiciário — e é sobretudo por promovê-la que o PLC 122 é estapafúrdio e liberticida.
E sim, estatísticas de mulheres, negros e índios entram na mesma categoria: não dá para afirmar que foram motivadas por machismo e racismo, portanto, nada significam, a não ser isto — se o Brasil é campeão em homicídios de qualquer espécie, é preciso reforçar os mecanismos de coação do crime contra todos e acabar com a impunidade geral. Nada de policiar a consciência, amigos. Isso é totalitarismo: além de não funcionar, faz mal para todo mundo.
Assim, caros líderes do lobby gay no Brasil:
Reconheçam que o governo brasileiro está fazendo de tudo para instaurar a “homonormatividade”, metendo-se em questões morais (algo além de seu escopo) à força de lei, e que só por isso vocês já não podem mais ser considerados as vítimas da sociedade;
Reconheçam que as estatísticas de vocês não provam absolutamente nada, por todos os motivos acima;
Reconheçam que é forçada a associação entre as objeções de consciência ao homossexualismo e os tais crimes de “homofobia”. Fosse assim, os pastores seriam culpados por todo crime contra mentirosos, adúlteros, masturbadores, ladrões, prostitutas, gulosos, preguiçosos etc. (além disso, nenhum pastor sério incita ao crime, mas sim ao abandono do pecado e ao amor pelo pecador);
Reconheçam que, se o PLC 122 passar, vocês serão responsáveis por elevar o poder estatal brasileiro à condição de polícia do pensamento. É isso mesmo que vocês querem? Não lhes passa pela cabeça que a polícia do pensamento poderá um dia se voltar contra vocês? Basta o governo mudar seus valores para que isso aconteça... Governos mudam, mas precedentes jurídicos permanecem.
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Em tempo: Desde sempre vistos como “libertários”, os homossexuais militantes estão agora se unindo ao Estado para calar a boca dos religiosos. Aliás, a história está mostrando que essa balela sessentista de “luta contra a repressiva moral judaico-cristã” só tem servido para diminuir a influência e a liberdade da religião cristã em todo o mundo. Luta de poder pura e simples. Para o deleite do demo. E hoje mais escancarada que nunca. Essa é só UMA PROVA do que digo (agora com o texto convenientemente modificado): uma manifestação marcada para amanhã, às 14h, em Brasília. (O site da Uol diz que foi um ataque de hackers, mas até que isso seja esclarecido vou manter o trecho aqui.)
Em frente a Catederal, nós ativistas LGBTT iremos queimar um exemplar da Bíblia 'Sagrada'. Um livro homofóbico como este não deve existir em um mundo onde a diversidade é respeitada.
Amanhã iremos queimar a homofobia.
COMPAREÇA