Um esforço, com a graça de Deus, de recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais. Não por pedantismo ou orgulho, mas por uma necessidade quase física de dar nomes às minhas intuições e contornar o status quo das idéias hegemônicas deste mundo.
29 abril 2006
"O boneco falante Mike Adams"
A coluna de Mike Adams no Town Hall me rende, como sempre, boas gargalhadas. A penúltima estava tão engraçada que eu resolvi traduzir e postar aqui para os leitores do blog. Não traduzi tudo, mas a maior parte.
Para quem não sabe, a universidade americana é tão esquerdista quanto a brasileira – retifico-me, é pior, porque lá as pessoas sabem se organizar e atacar com muito mais requintes de crueldade que aqui (informe-se para saber do que falo). É normal, portanto, que os anti-esquerdistas sejam bombardeados com muito mais força, recebam mais processos na cabeça, sofram mais perseguição etc. Mas também é normal que os conservadores americanos tenham a língua muito mais pesada que os daqui. Ops, que os daqui? Onde? Hehehe.
Vejam como Adams ironiza como ninguém, com um humor ferino a toda prova, o comportamento e os esquemas de raciocínio das esquerdas. Se você achar que ele exagera, não se esqueça de que isso se deve ao fato de que estamos acostumados, no Brasil, aos insultos e piadas somente de um lado, quase nunca de outro. A quem não entender, prometo que explico nos comentários.
Semana passada, vários esquerdistas na Universidade de New Hampshire tentaram obter o cancelamento da minha palestra, argumentando que seria insultuosa demais. Queriam convencer os administradores da instituição de que minhas palavras são tão ofensivas que minha presença não deveria ser consentida em um ambiente que preza pela tolerância e pela diversidade. Como não conseguiram, achei que poderia dar uma mãozinha a eles no futuro.
Com a ajuda de um ex-líder do núcleo estudantil repuplicano na Universidade de Auburn, estou planejando lançar um boneco falante Mike Adams. Com um pequeno toque, o boneco começaria a revelar o que penso sobre vários assuntos durante minha campanha presidencial, ainda permitindo que os esquerdistas conheçam tudo o que digo de mais ofensivo – enquanto, claro, eles tentam loucamente cancelar minhas palestras universitárias por todo o país. Quando o boneco ficar pronto, algumas das afirmações que se seguem serão incluídas no repertório. Espero que divirtam vocês tanto quanto ofendem os esquerdistas.
“Quando estou conversando com esquerdistas, não fico na expectativa de que entendam minhas posições em vários assuntos, mas fico o tempo todo tentando ajudá-los a entender as deles.”
“Para quem já se cansou de ouvir falar em diversidade, chegou a hora de criar uma nova definição de racismo. Uma boa definição seria: racismo é a tendência patológica de fazer menções a raça nos assuntos em que isso não é relevante, somente em benefício próprio.”
“Tem gente que acha que eu sou contra o Dia Nacional do Silêncio [protesto contra a discriminação em que os GLS permanecem silenciosos por 24 horas]. Não é verdade. Acho maravilhoso ficar um dia inteiro sem ter que ouvir as lamúrias dos gays. Pensei até mesmo em convencê-los a fazer um Ano Nacional do Silêncio.”
“Autopiedade e gratidão são inimigos mortais. Não andam jamais juntos. Como ambos são extremamente contagiosos, as pessoas devem optar pela gratidão antes que se tornem ingratas demais.”
“Quando estou caçando e vejo um cervo por entre os arbustos, puxo o gatilho. Quando sei que é uma pessoa, não atiro. Quando não sei se é uma pessoa, também não atiro. As feministas fazem aborto mesmo sem saber se o feto é uma pessoa ou não – ou seja, elas puxam o gatilho. E ainda acham que sua moral é superior à dos caçadores.”
“Nossos campi universitários se tornaram o refúgio preferido dos marxistas, sobretudo porque seus adeptos jamais tiveram de sobreviver no mundo real, imagine em uma ditadura comunista. De fato, há mais comunistas dando aula no estado de Carolina do Norte que havia na antiga União Soviética.”
“Nos últimos anos, tentei me forçar a ver as coisas a partir de uma cosmovisão esquerdista. Infelizmente, não consigo ser tão flexível. Imagino que é preciso ter muita flexibilidade para ser um esquerdista. Bastante corpo mole mesmo.”
“O marxismo é um distúrbio emocional, não uma filosofia política.”
“George W. Bush fez mais pelos direitos das mulheres do que qualquer outro presidente na história recente. Mas as feministas o odeiam porque ele se opõe ao aborto. Bill Clinton praticou o assédio sexual com mais freqüência do que qualquer outro presidente na história americana. Mas as feministas o amam, pois apóia o aborto. Se ele fosse condenado por estupro, as feministas ainda o amariam, só porque ele apóia o aborto.”
“Um esquerdista me disse uma vez que eu deveria abandonar o conservadorismo porque, para qualquer homem culto, é degradante manter padrões tão baixos. Eu o lembrei de que fui esquerdista e lhe respondi: Eu já elevei meus padrões, agora faça o mesmo com os seus.”
“Pessoas saudáveis até adotam o marxismo, não porque funcione, mas porque elas se sentem culpadas por ter mais que os outros. Porém, é mais comum que o marxismo seja adotado por pessoas que têm menos, pessoas furiosas e sem talento que querem de qualquer maneira ter sucesso em uma sociedade capitalista. Elas geralmente se dão conta disso em uma festa de ex-alunos do segundo grau, quando vêem colegas com menos qualificação e diplomas, mas mais dinheiro. Não querendo competir com esses ex-colegas, preferem que suas riquezas sejam tomadas à força pelo estado e redistribuídas debaixo de ameaças de prisão. E ainda chamam os conservadores de fascistas.”
“Abandonei o partido democrata por um motivo simples: mulheres republicanas são mais bonitas.” [Hehehe, que o diga Ann Coulter!]
“As feministas costumam justificar o aborto dizendo que o procedimento equivale a arrancar uma casquinha de ferida. Mas quem já observou um feto no primeiro trimestre de desenvolvimento sabe que ele boceja, esfrega os olhos, rola e brinca dentro do útero. Gostaria então de perguntar às feministas se elas já viram uma casquinha de ferida bocejar.”
“Quem se ergue contra o que não está correto costuma atrair muito ódio para si. Se você não pode fazê-lo sem um mínimo de humor, tem menos chances de prevalecer.”
21 abril 2006
NOTA: QUE VERGONHA!!!
NOTA sobre a notícia anterior acerca das matanças comunistas:
Peço aos leitores que me enviem comentários se acharem essa notícia em algum grande veículo de comunicação brasileiro (jornal, site, tv) além do MSM. As informações abaixo são muito desfavoráveis ao comunismo - doutrina querida das esquerdas do Brasil - e por isso o público brasileiro sem acesso a Internet fica na mais absoluta ignorância sobre fatos tão importantes.
O Globo veiculou a visita do presidente chinês à Casa Branca e mencionou os protestos de grupos de manifestantes - entre eles, uma moça com crachá de jornalista que interrompeu a entrevista dos governantes, pedindo ajuda a Bush em favor dos chineses perseguidos. No entanto, O Globo preferiu dar destaque ao fato de que ela perturbou a ordem e será processada, ainda desacreditando os manifestantes e o jornal americano que mais dá cobertura aos fatos como "seguidores de Falun Gong" (como se não fossem seres humanos em primeiro lugar). Nem uma informação sobre os campos de concentração!
Se os leitores acharem algo, prometo que modifico essa nota, para fazer justiça aos jornais que trataram da notícia. Enquanto ninguém me escreve, mantenho-a aqui, acompanhada do protesto:
QUE VERGONHA, JORNALISTAS BRASILEIROS!!!
Peço aos leitores que me enviem comentários se acharem essa notícia em algum grande veículo de comunicação brasileiro (jornal, site, tv) além do MSM. As informações abaixo são muito desfavoráveis ao comunismo - doutrina querida das esquerdas do Brasil - e por isso o público brasileiro sem acesso a Internet fica na mais absoluta ignorância sobre fatos tão importantes.
O Globo veiculou a visita do presidente chinês à Casa Branca e mencionou os protestos de grupos de manifestantes - entre eles, uma moça com crachá de jornalista que interrompeu a entrevista dos governantes, pedindo ajuda a Bush em favor dos chineses perseguidos. No entanto, O Globo preferiu dar destaque ao fato de que ela perturbou a ordem e será processada, ainda desacreditando os manifestantes e o jornal americano que mais dá cobertura aos fatos como "seguidores de Falun Gong" (como se não fossem seres humanos em primeiro lugar). Nem uma informação sobre os campos de concentração!
Se os leitores acharem algo, prometo que modifico essa nota, para fazer justiça aos jornais que trataram da notícia. Enquanto ninguém me escreve, mantenho-a aqui, acompanhada do protesto:
QUE VERGONHA, JORNALISTAS BRASILEIROS!!!
20 abril 2006
Homens de abate na China comunista
Uma das notícias mais tristes dos últimos tempos saiu no site Mídia sem Máscara: a denúncia, em 9 de março último, de um campo de concentração na capitalistíssima* China, em Shenyang, província de Liaoning. Cercado por muros de três metros de altura e protegido por um sistema elétrico, o campo destina-se exclusivamente a adeptos do Falun Gong (ou Falun Dafa). Trata-se de um movimento religioso descendente da antiga prática chinesa qigong, espécie de taoísmo voltado para o desenvolvimento físico e espiritual.
Criado por Li Hongzhi (que hoje vive de direitos autorais nos Estados Unidos), o Falun Gong se destina, segundo seu criador, à "purificação", uma "troca de energia com o cosmos" para que se atinja um "plano superior" como forma de escapar à corrupção moral deste mundo. São expressões que surgem nas instruções gravadas por ele para a prática de seus exercícios, que associam movimentos lentos e controlados a técnicas respiratórias, ainda prometendo cura de doenças e rejuvenescimento. Alguns de seus seguidores minimizam o caráter mais "esotérico", digamos, da seita, frisando que não há adoração de ídolos ou rituais de qualquer espécie e insistindo na liberdade de que seus adeptos gozam para dela entrar ou sair quando lhes apraz. No entanto, seu líder trata de "salvação" nos livros sobre a disciplina, adverte sobre um eventual contato com espíritos durante os exercícios e promove um certo sentimento cúltico em seus seguidores, ao atribuir a si próprio autoridade superior à de Maomé, Buda e, claro, Cristo. Mas deve haver quem o pratique apenas como exercício, como ocorre com a Yoga, por exemplo**.
Para o Partido Comunista Chinês, porém, pouco importa se o Falun Gong se aproxima mais de um culto religioso ou se destina apenas à promoção da saúde física e mental: por prevenção, sua prática é proibida em todo o território chinês. Não é difícil de adivinhar o porquê. Qualquer forma de contato com a transcendência, por mais inócua politicamente que possa parecer, constitui perigo para a legitimidade governamental comunista - pois, como sempre costumo afirmar neste blog, o comunismo se vale do desvio do desejo humano pelo transcendente para as instâncias de poder estatal, mundano. Por isso Lênin se declarou "inimigo de Deus" e o imanentismo é uma das características mais notáveis das doutrinas marxistas ou de raízes marxistas. Além do mais, malgrado as diferenças, tanto a doutrina do "mundo corrupto" que Li propaga quanto a do "mundo pecador" que nós cristãos pregamos são poderosos antídotos contra o engodo do ideal socialista (ideal que nunca chega). Não é à-toa que na China as igrejas cristãs também são duramente vigiadas e perseguidas, talvez mais moderadamente apenas por sua ligação com o mundo ocidental - "moderadamente" em comparação à perversidade mais flagrante dos campos, mas com torturas e mortes de líderes isolados, nunca devidamente noticiadas pela grande mídia.
Outro fator que torna o Falun Gong um inimigo mais temido que o cristianismo é a evidente superioridade numérica de que goza o primeiro: estima-se que na China o número de adeptos dessa seita seja maior que o de membros do próprio Partido Comunista, alcançando chineses de todas as classes sociais. Sendo assim, e ainda temendo que o movimento alcance proporções revoltosas, o governo chinês adotou a medida do campo de concentração, que dispõe livremente, desde 1999, das posses e da liberdade dos que teimam em praticá-lo.
Porém, o pior não é isso. Nos campos de concentração nazistas e comunistas, os corpos dos prisioneiros eram submetidos a torturas, trabalhos forçados e, em menor escala, experimentos científicos. Décadas depois, desceu-se um número considerável de degraus na escala da valorização humana ao atrelar-se à profusão de corpos dispostos pelo governo chinês uma necessidade comercial: a venda de órgãos. Desta forma, os prisioneiros desse campo são verdadeiramente "homens de abate" para a demanda altamente lucrativa do mercado de órgãos, disponíveis ali para o serviço carniceiro de uma equipe gigantesca de médicos que, não raro, terminam não suportando seu "trabalho" e fogem do lugar, sendo geralmente assassinados como queima de arquivo. O detalhe macabro é que, para a melhor conservação do órgão, as pessoas sofrem as operações ainda em vida, e um crematório de prontidão no local se ocupa da ocultação das "sobras".
Eu avisei que era uma das notícias mais tristes dos últimos tempos. Não consigo escrever isto sem um grande nó na garganta. Esqueçamos por um momento essa farra de Dirceus, Delúbios, Valérios e Lulas - sem esquecer, no entanto, que as doutrinas que eles pregam precedem e respaldam esse horror - e comecemos a orar para que Deus tenha piedade do que ocorre fora do Brasil neste nosso pobre mundo, tão cheio de maldade. E, glória a Deus, Ele virá para nos redimir de todo mal.
*Apenas economicamente, e sem melhoria real para o povo. Politicamente, é o Partido Comunista Chinês quem manda e dá as regras. Sobre a precária situação do povo chinês, leia A China no Walmart, Olavo de Carvalho. Sobre esse tipo de combinação espúria capitalismo (econômico) + comunismo (político) como a nova forma de governo mundial, leia O império ecológico e o totalitarismo planetário, de Charles Lagrave.
** Como cristã, eu acho perigosíssimo, mesmo como exercício, esse tipo de atividade de meditação, ainda mais se prevê contato com espíritos. Mas obviamente o Partido Comunista Chinês, ateu e pouco preocupado com o bem-estar de seu povo, não persegue o Falun Gong por esse motivo.
Onde há comunismo ou socialismo, as maiores atrocidades são cometidas pelo governo, SEMPRE! Digamos NÃO a toda forma de perseguição religiosa! FONTES
Em português:
Defesa da Fé on line (Explicações sobre a seita Falun Gong, ou Falun Dafa.)
Mídia sem Máscara (Artigo com farta informação sobre as perseguições e as denúncias sobre os campos de concentração para retirada e venda de órgãos.)
Cidadania na Internet (Entrevista de 2004 com um praticante brasileiro de Falun Dafa que esteve na China e sofreu maus-tratos, sendo finalmente deportado. Chamo a atenção para a antigüidade das denúncias, com menção a campos de concentração.)
Em inglês:
Epoch Times (Cronologia das perseguições.)
Sky News (Vídeo impressionante sobre o autoritarismo chinês: pessoas sendo retiradas à força de suas casas pelo governo chinês para o "crescimento bem capitalista" do país.)
Criado por Li Hongzhi (que hoje vive de direitos autorais nos Estados Unidos), o Falun Gong se destina, segundo seu criador, à "purificação", uma "troca de energia com o cosmos" para que se atinja um "plano superior" como forma de escapar à corrupção moral deste mundo. São expressões que surgem nas instruções gravadas por ele para a prática de seus exercícios, que associam movimentos lentos e controlados a técnicas respiratórias, ainda prometendo cura de doenças e rejuvenescimento. Alguns de seus seguidores minimizam o caráter mais "esotérico", digamos, da seita, frisando que não há adoração de ídolos ou rituais de qualquer espécie e insistindo na liberdade de que seus adeptos gozam para dela entrar ou sair quando lhes apraz. No entanto, seu líder trata de "salvação" nos livros sobre a disciplina, adverte sobre um eventual contato com espíritos durante os exercícios e promove um certo sentimento cúltico em seus seguidores, ao atribuir a si próprio autoridade superior à de Maomé, Buda e, claro, Cristo. Mas deve haver quem o pratique apenas como exercício, como ocorre com a Yoga, por exemplo**.
Para o Partido Comunista Chinês, porém, pouco importa se o Falun Gong se aproxima mais de um culto religioso ou se destina apenas à promoção da saúde física e mental: por prevenção, sua prática é proibida em todo o território chinês. Não é difícil de adivinhar o porquê. Qualquer forma de contato com a transcendência, por mais inócua politicamente que possa parecer, constitui perigo para a legitimidade governamental comunista - pois, como sempre costumo afirmar neste blog, o comunismo se vale do desvio do desejo humano pelo transcendente para as instâncias de poder estatal, mundano. Por isso Lênin se declarou "inimigo de Deus" e o imanentismo é uma das características mais notáveis das doutrinas marxistas ou de raízes marxistas. Além do mais, malgrado as diferenças, tanto a doutrina do "mundo corrupto" que Li propaga quanto a do "mundo pecador" que nós cristãos pregamos são poderosos antídotos contra o engodo do ideal socialista (ideal que nunca chega). Não é à-toa que na China as igrejas cristãs também são duramente vigiadas e perseguidas, talvez mais moderadamente apenas por sua ligação com o mundo ocidental - "moderadamente" em comparação à perversidade mais flagrante dos campos, mas com torturas e mortes de líderes isolados, nunca devidamente noticiadas pela grande mídia.
Outro fator que torna o Falun Gong um inimigo mais temido que o cristianismo é a evidente superioridade numérica de que goza o primeiro: estima-se que na China o número de adeptos dessa seita seja maior que o de membros do próprio Partido Comunista, alcançando chineses de todas as classes sociais. Sendo assim, e ainda temendo que o movimento alcance proporções revoltosas, o governo chinês adotou a medida do campo de concentração, que dispõe livremente, desde 1999, das posses e da liberdade dos que teimam em praticá-lo.
Porém, o pior não é isso. Nos campos de concentração nazistas e comunistas, os corpos dos prisioneiros eram submetidos a torturas, trabalhos forçados e, em menor escala, experimentos científicos. Décadas depois, desceu-se um número considerável de degraus na escala da valorização humana ao atrelar-se à profusão de corpos dispostos pelo governo chinês uma necessidade comercial: a venda de órgãos. Desta forma, os prisioneiros desse campo são verdadeiramente "homens de abate" para a demanda altamente lucrativa do mercado de órgãos, disponíveis ali para o serviço carniceiro de uma equipe gigantesca de médicos que, não raro, terminam não suportando seu "trabalho" e fogem do lugar, sendo geralmente assassinados como queima de arquivo. O detalhe macabro é que, para a melhor conservação do órgão, as pessoas sofrem as operações ainda em vida, e um crematório de prontidão no local se ocupa da ocultação das "sobras".
Eu avisei que era uma das notícias mais tristes dos últimos tempos. Não consigo escrever isto sem um grande nó na garganta. Esqueçamos por um momento essa farra de Dirceus, Delúbios, Valérios e Lulas - sem esquecer, no entanto, que as doutrinas que eles pregam precedem e respaldam esse horror - e comecemos a orar para que Deus tenha piedade do que ocorre fora do Brasil neste nosso pobre mundo, tão cheio de maldade. E, glória a Deus, Ele virá para nos redimir de todo mal.
*Apenas economicamente, e sem melhoria real para o povo. Politicamente, é o Partido Comunista Chinês quem manda e dá as regras. Sobre a precária situação do povo chinês, leia A China no Walmart, Olavo de Carvalho. Sobre esse tipo de combinação espúria capitalismo (econômico) + comunismo (político) como a nova forma de governo mundial, leia O império ecológico e o totalitarismo planetário, de Charles Lagrave.
** Como cristã, eu acho perigosíssimo, mesmo como exercício, esse tipo de atividade de meditação, ainda mais se prevê contato com espíritos. Mas obviamente o Partido Comunista Chinês, ateu e pouco preocupado com o bem-estar de seu povo, não persegue o Falun Gong por esse motivo.
Onde há comunismo ou socialismo, as maiores atrocidades são cometidas pelo governo, SEMPRE! Digamos NÃO a toda forma de perseguição religiosa! FONTES
Em português:
Defesa da Fé on line (Explicações sobre a seita Falun Gong, ou Falun Dafa.)
Mídia sem Máscara (Artigo com farta informação sobre as perseguições e as denúncias sobre os campos de concentração para retirada e venda de órgãos.)
Cidadania na Internet (Entrevista de 2004 com um praticante brasileiro de Falun Dafa que esteve na China e sofreu maus-tratos, sendo finalmente deportado. Chamo a atenção para a antigüidade das denúncias, com menção a campos de concentração.)
Em inglês:
Epoch Times (Cronologia das perseguições.)
Sky News (Vídeo impressionante sobre o autoritarismo chinês: pessoas sendo retiradas à força de suas casas pelo governo chinês para o "crescimento bem capitalista" do país.)
13 abril 2006
Artigo no MSM: "Judas e a empulhação gnóstica"
Saiu artigo meu no Mídia sem Máscara:
Judas e a empulhação gnóstica
Resumo: Você pode até crer no "evangelho" de Judas e lançar fora tudo o que está escrito nos evangelhos canônicos. Mas seja coerente: não deixe de chamar de "gnosticismo", e não de cristianismo, o conjunto dos ensinamentos desse "evangelho".
Boa leitura!
Judas e a empulhação gnóstica
Resumo: Você pode até crer no "evangelho" de Judas e lançar fora tudo o que está escrito nos evangelhos canônicos. Mas seja coerente: não deixe de chamar de "gnosticismo", e não de cristianismo, o conjunto dos ensinamentos desse "evangelho".
Boa leitura!
09 abril 2006
Judas e o raciocínio circular gnóstico
Antes de expressar meu enfado com mais uma dessas "revelações bombásticas" [bocejo] que pretensamente buscam abalar a credibilidade do cristianismo [bocejo], recomendo a leitura do post de Augustus Nicodemus sobre a tradução do tal Evangelho de Judas, que não só explicita a inocuidade desse sensacionalismo bobo e repetitivo da mídia às vésperas da Páscoa, como traz fatos históricos que desmentem a validade do texto – coisa velhíssima, aliás, produzida por uma seita gnóstica no século IV. O texto de Augustus fala por mim quanto aos aspectos históricos e sociais do assunto e serve como excelente introdução a este post, que toca mais especificamente na questão da heresia gnóstica sobre o mal.
Esse novo-velho "evangelho" reabilita Judas Iscariotes, positivando-o como aquele por quem Cristo pôde ser crucificado. Trata-se de uma antiga idéia gnóstica, raciocínio circular segundo o qual "o mal é útil e necessário para que haja o bem" – idéia que para mim não constitui, em absoluto, novidade. Lembro que na minha época de esotérica (esoterismo é o gnosticismo moderno), há dez anos, eu tinha um amigo muito lido que me ensinava que as trevas deveriam ser reconhecidas como úteis para que houvesse luz. "Lúcifer é o portador da luz", dizia ele, aludindo ao nome que se atribui popularmente ao demônio. Até me converter, eu nunca havia questionado essa circularidade, que pode muito bem ser expressa pelo símbolo Yin-Yang (se interpretamos Yin como o mal e Yang como o bem): a parte escura está contida na clara e vice-versa, e ambas se complementam. Para o gnosticismo, Deus já criou o mundo com o mal contido nele; portanto, mal e bem são aspectos absolutos e equivalentes da realidade.
E para o cristianismo? Segundo a Bíblia, não há circularidade, pois o mal entrou no mundo como um parasita do bem, sendo, portando, não um seu equivalente, mas um aspecto menor, temporal e não-absoluto. Deus não só rejeita o mal como proveu um modo de erradicá-lo em Jesus; Nele, o cristão é vivificado pela realidade espiritual de que Jesus é o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo e vence o maior dos males, a morte; Nele estamos purificados e renascidos diante do Pai. Frente ao mal, portanto, nossa postura é de combatividade, pois somos hábeis para resistir ao mal que está no mundo e em nós pela graça e pelo poder de Deus. E mais: somos animados pela promessa de que um dia, segundo o livro de Apocalipse, o mundo será totalmente liberto de todo mal: Deus mesmo estará com eles e lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, pois as primeiras coisas passaram (Apocalipse 21:3-4). Já o esoterismo tenta minimizar ou mascarar a "malignidade do mal", integrando-o na ordem cósmica como uma espécie de pano de fundo necessário para que o bem sobressaia, o que é de uma circularidade perniciosa: enquanto os cristãos crêem que o mal é realmente mau e toda indignação contra essa realidade será recompensada com a justiça final provida pelo próprio Deus (ou seja, o mal tem os dias contados), os esotéricos colocam panos quentes na realidade do mal, fazendo proliferar um discurso comodista, conformista e, levado às últimas conseqüências, relativista – o aparente louvor ao mal servindo como afrouxamento dos freios morais e argumento para a impunidade. Tudo de que o Brasil mais precisa, não é?
Que não seja por minhas palavras: o próprio Jesus desmente essa circularidade ao afirmar que, apesar de Deus ser soberano e fazer o mal trabalhar a Seu favor (como sempre faz), o perpetrador do mal não é por isso desculpado de seus atos. Essa distinção (motivação do homem para o mal e onipotência de Deus) é tão importante que as afirmações de Jesus nesse sentido se repetem nos Evangelhos – precisamente sobre o papel de Judas em sua crucifixão:
Mateus 26:24 Em verdade o Filho do homem vai, conforme está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido.
Lucas 17:1 Disse Jesus a seus discípulos: É impossível que não venham tropeços, mas ai daquele por quem vierem!
Marcos 14:21 Pois o Filho do homem vai, conforme está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido.
Lucas 22:22 Porque, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!
Em outras palavras: estando o mal no mundo, é preciso que coisas ruins aconteçam (permissão de Deus para algum propósito específico), mas quem as fizer não está isento de culpa (responsabilidade humana).
Essa confusão entre a soberania de Deus e os atos humanos inspira doutrinas esdrúxulas como a Teologia Relacional (ou Open Theism), que, ao negar a soberania divina, explica a permissão de Deus ao mal como explicaria a inércia do homem: como se, tal como o homem, às vezes Deus "não pudesse" evitar o mal. Prefiro ficar com a Bíblia e com os seguintes argumentos: 1) O mal existe e é uma realidade com a qual precisamos conviver até o final dos tempos, quando Deus redimirá o mundo; 2) Enquanto não ocorre a redenção total, Deus administra o mal no mundo de um modo que muitas vezes não compreendemos (o livro de Jó traz algumas pistas sobre isso); 3) Essa administração divina não desculpabiliza o homem que pratica o mal. E, estendendo-me sobre a complicada questão da soberania, poderia ainda dizer: 4) O livre arbítrio do homem é um fato que só existe no tempo, enquanto a soberania divina pertence ao domínio da eternidade. Para Ele não há tempo, não há passado, presente, futuro; mas para nós é só o que há, embora nossa alma intua a eternidade. Ambos os aspectos - soberania divina e livre arbítrio humano - são reais e coexistem sem se anular, pois são inerentes à dualidade eternidade e tempo. Querer que criaturas como nós, submetidas ao tempo, entendam como o livre arbítrio humano pode conviver com a soberania divina é querer abusar da nossa capacidade de compreensão das coisas. Para mim, algo basta: saber que os dois aspectos não se chocam. Apenas os cooptados pela esquizofrenia do pensamento - racionalistas, gnósticos, adeptos do Open Theism (como o pastor Gondim) e quetais - vêem nisso uma contradição.
Para quem ainda não se convenceu da precariedade teórica da circularidade do mal, uma analogia bem prática. Suponhamos que, ao ser assaltado na rua, você leve um tiro do ladrão e seja levado às pressas ao hospital. Ao abrir seu peito para tirar a bala, os médicos constatam um tumor maligno perto do ferimento, que é extirpado na mesma hora. Você está salvo de morrer de câncer por causa da bala do ladrão. Feliz e completamente refeito do susto, você deixa o hospital. Dias depois, a polícia encontra o ladrão que atirou em você. Minha pergunta é a seguinte: já que aquela bala o salvou do câncer, ocorreria a você agradecer ao ladrão e livrar a cara dele com a lei por causa disso? Não, certo? Pois o raciocínio é o mesmo. Se você não inocentaria o ladrão porque a bala foi responsável pela descoberta do câncer, qual o sentido de pensar em reabilitar Judas porque através da traição dele Jesus foi crucificado para nos salvar?
Os planos de Deus incluem o uso até do mal para Seus fins. No entanto, não é por isso que deixaremos de chamar o mal de mal nem inocentaremos o homem mau. Afinal, "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa", já dizia um personagem de TV.
Quem quiser levar a sério o evangelho gnóstico de Judas, portanto, precisará questionar não só esse simples raciocínio, mas toda a teologia - pois a circularidade do mal contraria a necessidade de uma intervenção especial de Deus na história para erradicá-lo -, e sobretudo as próprias palavras de Jesus Cristo, nos evangelhos que há 2.000 anos têm sido o meio por excelência pelos quais Ele se faz conhecer. A Bíblia sempre teve encanecidos inimigos, e até hoje ninguém conseguiu provar ser falso esse impressionante relato da ação de Deus no mundo - alguns dos que tentaram se renderam a suas evidências e se converteram! Além disso, louvar o perpetrador do mal apenas porque Deus é capaz de tornar o mal em bem consiste em um pernicioso contra-senso que pode amortecer nossas consciências diante do mal, levando-nos a cada vez maiores justificativas para o pecado e nos dissuadindo da importância do arrependimento. Só entra nessa furada quem prefere invenções à verdade, de acordo com a advertência do apóstolo Paulo: Haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças (...) e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (2 Timóteo 4:3-4). Não sejamos assim.
02 abril 2006
Eu, ex-agente semi-secreta da fé
As pessoas costumam dizer, brincando, que há muitos evangélicos que são como "agentes secretos": teoricamente concordantes com o ide de Jesus (exortação para que façamos discípulos por toda parte), esses cristãos não têm, no fundo, ânimo nem interesse especial algum em divulgar a própria fé. Adeptos inconscientes ou não do subjetivismo que reza ser toda fé "questão apenas pessoal", evitam até com certo zelo falar do que crêem na escola, na universidade, no trabalho, com medo de despertar antipatias ou preconceitos - e assim podem passar toda uma vida, mergulhados em uma espécie de mornidão cotidiana que se intercala sem conflitos entre os cultos de domingo, por mais "estimulantes" que esses cultos pareçam ser.
Não posso dizer que eu tenha sido uma agente secreta da fé, pois sempre falava de Cristo para alguém conhecido e invariavelmente mais chegado. Mas em algum nível eu me conformava a uma introspecção medrosa, sobretudo na universidade (onde jamais carregaria uma Bíblia na mão, por exemplo), e minha indignação diante de algum quase sempre presente anticristianismo em sala de aula raramente vinha à tona sob a forma de argumentos.
Essa situação interior provocava duas considerações antagônicas em mim: na primeira, eu me arrependia severamente por não manifestar meu cristianismo ali, e pedia a Deus com lágrimas que me transformasse; na segunda, eu me tranqüilizava com uma curiosa racionalização: para maior eficácia quanto ao ide, eu deveria ser algum tipo de agente semi-secreto, um ser híbrido e acima de tudo prudente, pronto a dar seu recado desde que fosse nas entrelinhas, nunca se opondo frontalmente aos conteúdos relativistas e imanentistas que costumam ser pano-de-fundo para a maior parte da produção acadêmica atual. Não que me agradasse esse ideal de "equilíbrio" e "tolerância": eu o via como quase impossível de ser alcançado, e me parecia especialmente desconfortável por causa do meu impulso irresistível para a autenticidade. E talvez, no fundo, esses pensamentos fossem apenas uma desculpa para que eu continuasse quieta: um rasteiro medo de rejeição, de ficar sozinha, de ser uma pária no meio intelectual.
Com esse doloroso impasse, não admira que eu tenha passado anos de faculdade praticamente muda com relação ao que acreditava, mesmo diante das maiores provocações. Mas sofria e continuava pedindo mudanças a Deus.
Ele me ouviu, e agiu sobretudo por meio de três autores. O primeiro, o filósofo Olavo de Carvalho, possibilitou-me entender melhor o fenômeno anticristão moderno, ainda infundindo-me a primeira faísca de coragem ao aludir ao cristianismo em seus artigos de forma surpreendentemente desenvolta por entre altas conjeturas em filosofia. Em seguida, as preleções e o acompanhamento carinhoso de James M. Houston confirmaram em mim a possibilidade (e a urgência) de uma crítica da cultura a partir de uma perspectiva cristã: algo que eu já fazia interiormente, mas não punha à luz. Ele foi o primeiro autor evangélico em quem identifiquei a mesma vocação, as mesmas ênfases.
Para completar o processo, o pioneirismo de René Girard mostrou com todas as letras que a essência do cristianismo podia ser base para toda uma teoria de relevância universal - sem que fosse necessário mascarar tal centralidade. Enfim, era possível que o mesmo rosto para o mundo contivesse harmoniosamente as duas faces: reflexão teórica e cristianismo. Era tudo de que eu precisava saber. Eu, que hesitava entre ser uma agente semi-secreta e uma intelectual cristã, sempre havia preferido infinitamente a segunda alternativa; mas só então, com a ajuda desses três valiosos modelos, poderia abraçá-la com alegria e alívio.
Agradeço a Deus por esses três autores, que foram instrumentos Dele para a progressiva cura do estado quase esquizofrênico em que eu me debati durante alguns anos. Observação 1: Somos bem mais dependentes e influenciáveis que imaginamos, e desfazer o mito do individualismo romântico faz muito bem à alma. Sobre isso, o mesmo Girard discorre, com muita propriedade, em Mensonge romantique, vérité romanesque [Mentira romântica, verdade romanesca].
Observação 2: A imagem que ilustra este post, Secret Agent, foi tirada do belo site da artista Mary E. Berning.
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