Um esforço, com a graça de Deus, de recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais. Não por pedantismo ou orgulho, mas por uma necessidade quase física de dar nomes às minhas intuições e contornar o status quo das idéias hegemônicas deste mundo.
31 outubro 2017
Contra a "cultura do mimimi"
Devemos rejeitar a moderna redenção através da linguagem? Certamente! Submeter-se às sensibilidades politicamente corretas é não só inócuo contra o mal humano, mas errado, pois um de seus objetivos inconfessados é apenas a elevação moral dos interlocutores envolvidos. Por outro lado, isso não significa desprezar os efeitos de nossas palavras ao ponto de provocar feridas desnecessárias. A oposição correta à "cultura do mimimi" não é a insensibilidade, mas o amor cristão bem ajustado a seu alvo e lugar, ao mesmo tempo em que não joga fora a firmeza das normatividades.
27 outubro 2017
Morrer e viver para Cristo
Uma das maiores belezas do cristianismo é a correspondência entre o senhorio absoluto de Cristo sobre a criação (conforme disse Abraham Kuyper, “não há um centímetro sobre o qual Jesus não proclame: é meu”) e a adoração total que Deus requer de nós – “amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” (Lucas 10.27). Ou seja, assim como Deus é íntegro e está profundamente comprometido conosco até, literalmente, a morte (Filipenses 2.8), ele quer que nossa resposta a ele também se aproxime cada vez mais dessa integridade. Essa integridade não é periférica, não é mero detalhe que agrada a Deus e pronto, mas é sobretudo onde residirá nossa saúde mental e emocional, em oposição ao pecado que fragmenta a vida e a identidade.
Continue a ler em Voltemos ao Evangelho!
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09 outubro 2017
Show da vida
Quando eu assistia à tv, na companhia da família, já achava o Fantástico um programa deprimente. Fui criada desde pequena exposta ao "Show da Vida" em uma época maníaca por reportagens sensacionalistas (quem lembra da Revista Manchete, que pingava sangue?). A Globo nos mostrava sem pudor nenhum histórias de gente que conseguiu gravar vozes do além ("Hildaaaa...") e de um rosto humano que descobriram esculpido em Marte. Eram os fakes da época, desmentidos alguns episódios depois por jornalistas com a maior cara de concreto do mundo. Davam o maior ibope. E sempre eram noticiados com força e furor, acompanhados de músicas clássicas cheias de percussão histriônica. Não admira que eu tivesse um monte de pesadelos depois.
A conversão ao cristianismo me livrou da Globo nos domingos à noite - um dos muitos bônus de Deus na minha vida. Salvou meus domingos, que sempre haviam sido deprimentes. Por influência do André, não assisto à tv aberta há mais de uma década. Não faço cruzada contra a Globo, não compartilho mensagem de quem faz, não conheço os atores globais da última nem da penúltima (nem talvez da antepenúltima) geração, não ouço o que dizem nem acompanho o que fazem. Quando o cabeleireiro quer me dar uma referência global de corte de cabelo, fracassa miseravelmente, porque não sei do que ele está falando. Não é maravilhoso?
Em suma, penso que o formato de entretenimento televisionado - programação que você não decide entremeada de comerciais irritantes e chamadas mandando você fazer isso ou aquilo - já está extinto. E foi tarde. Ou seja, para mim, na era da internet e da Netflix, a Globo simplesmente não existe. A vida é tão melhor que vir direto do trabalho para a televisão. Quando André chega, podemos ficar cada um no seu canto, lendo ou vendo o que quisermos ver; podemos assistir juntos a um episódio de seriado (que escolhemos) enquanto jantamos; ou podemos passar o final do dia conversando sobre um milhão e meio de assuntos. Ou ainda, podemos fazer um pouco de tudo isso. É sempre bom; nunca é aquela coisa anestesiante, "estou muito cansado para qualquer coisa, então ligo o aparelho e morgo no sofá, engolindo o que passar", como era antigamente. Eu aderiria com prazer a uma campanha, não contra a Globo, mas no estilo Bia Bedran: "Criança, agora desliga a tv e vai brincar." E isso é tudo o que você vai ouvir de mim caso queira me perguntar o que eu acho de qualquer coisa relacionada à Rede Globo ou à bitoladora tv "aberta".
A conversão ao cristianismo me livrou da Globo nos domingos à noite - um dos muitos bônus de Deus na minha vida. Salvou meus domingos, que sempre haviam sido deprimentes. Por influência do André, não assisto à tv aberta há mais de uma década. Não faço cruzada contra a Globo, não compartilho mensagem de quem faz, não conheço os atores globais da última nem da penúltima (nem talvez da antepenúltima) geração, não ouço o que dizem nem acompanho o que fazem. Quando o cabeleireiro quer me dar uma referência global de corte de cabelo, fracassa miseravelmente, porque não sei do que ele está falando. Não é maravilhoso?
Em suma, penso que o formato de entretenimento televisionado - programação que você não decide entremeada de comerciais irritantes e chamadas mandando você fazer isso ou aquilo - já está extinto. E foi tarde. Ou seja, para mim, na era da internet e da Netflix, a Globo simplesmente não existe. A vida é tão melhor que vir direto do trabalho para a televisão. Quando André chega, podemos ficar cada um no seu canto, lendo ou vendo o que quisermos ver; podemos assistir juntos a um episódio de seriado (que escolhemos) enquanto jantamos; ou podemos passar o final do dia conversando sobre um milhão e meio de assuntos. Ou ainda, podemos fazer um pouco de tudo isso. É sempre bom; nunca é aquela coisa anestesiante, "estou muito cansado para qualquer coisa, então ligo o aparelho e morgo no sofá, engolindo o que passar", como era antigamente. Eu aderiria com prazer a uma campanha, não contra a Globo, mas no estilo Bia Bedran: "Criança, agora desliga a tv e vai brincar." E isso é tudo o que você vai ouvir de mim caso queira me perguntar o que eu acho de qualquer coisa relacionada à Rede Globo ou à bitoladora tv "aberta".
05 outubro 2017
Sobre a confrontação
- Se você está irado, não escreva em público contra ninguém. Se conhecer a pessoa, prefira escrever em privado, mas só depois que a ira passar.
- Mas e se eu estiver irado e não conseguir perceber isso?
- Desconfie de você mesmo em primeiro lugar. Ore. Peça para outras pessoas lerem seu texto antes de postar. Pergunte: "Está agressivo? Está direto demais? Pesado demais? Soa arrogante? Eu deveria antes fazer perguntas à pessoa, para entender melhor o que ela quis dizer?"
- Depende também da pessoa que queremos confrontar, né?
- Exato. Pense em dois modelos totalmente diferentes de confrontação: Jesus com os fariseus e Natã com Davi. No primeiro caso, gente dentro da religião que negava a religião, gente hipócrita, que estava arquitetando a morte de Jesus. Totalmente diferente do segundo caso: um crente verdadeiro que pecou. Ajuste o tom de acordo com cada situação. Principalmente se for alguém mais velho ou uma mulher (1Tm 5.1-2). A pessoa precisa sentir que nós a respeitamos mesmo quando não concordamos com o que ela disse ou fez. Como se fosse da família. Porque é. Se você critica um irmão com agressividade, está comunicando a ele que não o considera da família. Como se ele fosse um hipócrita fariseu. É grave.
- Puxa!...
- E olha que nem estou entrando no mérito da crítica. Se você é jovem e tem menos tempo de estrada com Deus, deveria triplicar todos os seus cuidados, porque muitas vezes o errado será você.
- Certo. Muitas vezes o silêncio será de ouro...
- E, se for sábio e esperar, poderá conversar tranquilamente com a pessoa de quem discorda, e ambos aprenderão muito, ainda que não mudem de opinião.
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