No caso de George Orwell, porém, a "novilíngua" já era real quando ele publicou 1984 (em 1948). O poeta polonês Czeslaw Milosz escreveu Mente cativa entre 1951 e 1952, exilado em Paris, sobre fatos que já ocorriam há algum tempo na Polônia, tomada pelos comunistas em 1945. Confira:
"Comunistas reconhecem que o regime sobre as mentes dos homens é a chave para dominar todo um país, logo, o poder da palavra é a pedra fundamental desse sistema." Czeslaw Milosz, Mente cativa, p. 163
"(...) As massas nas democracias populares [regimes comunistas] se comportam como um homem que quer gritar durante o sonho mas não consegue encontrar sua voz. Elas não somente não ousam falar, mas também sequer sabem o que falar. Logicamente, é tudo como deveria ser. Das premissas filosóficas à coletivização das fazendas, tudo se transforma em um produto fechado, uma pirâmide sólida e majestosa. O indivíduo que estiver sozinho inevitavelmente se perguntará se seu antagonismo não é errado; tudo o que ele conseguir opor a todo o aparato propagandista serão apenas desejos irracionais." Idem, p. 212
"Não vê que o verdadeiro alvo da novilíngua é de restringir os limites do pensamento? No fim, nós tornaremos literalmente impossível o crime pelo pensamento, pois não haverá mais palavras para expressar. A cada ano, menos e menos palavras, e o campo da consciência mais e mais restrito." George Orwell, 1984
4 comentários:
Boa noite Norma! Não consegui assistir a palestra do sábado nos links indicados. Vc sabe dizer se a palestra estará disponível para aquisição ou no youtube?
cafeegraca.blogspot.com
Marco, eu não sei, mas assim que souber eu posto aqui!
"Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo" (Isaías 5.20).
George Orwell apenas cunhou o termo, mas a Bíblia já denunciava a novilíngua há milênios.
Verdade!
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