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Como prometi, publico aqui uma lista heterogênea - autores cristãos e não-cristãos, ficção e não-ficção, especificamente sobre o tema ou não - dos livros que me
ajudaram ou têm me ajudado a compreender nossa época. Quem quiser saber um pouco mais sobre cada um deles pode me perguntar nos comentários.
Em português
Calvinismo, Abraham Kuyper
A infelicidade do século, Alain Besançon
Tempos modernos, Paul Johnson
Cuba, a tragédia da utopia, Percival Puggina
Mente cativa, Czeslaw Milosz
Verdade absoluta, Nancy Pearcey
O grande desastre evangélico, Como viveremos? e outros, Francis Schaeffer
1984, George Orwell
Admirável mundo novo, Aldous Huxley
Arquipélago Gulag, Alexander Soljenítsin
A rebelião da massas, José Ortega y Gasset
As duas culturas, C.P. Snow
A infelicidade do século, Alain Besançon
Tempos modernos, Paul Johnson
Cuba, a tragédia da utopia, Percival Puggina
Mente cativa, Czeslaw Milosz
Verdade absoluta, Nancy Pearcey
O grande desastre evangélico, Como viveremos? e outros, Francis Schaeffer
1984, George Orwell
Admirável mundo novo, Aldous Huxley
Arquipélago Gulag, Alexander Soljenítsin
A rebelião da massas, José Ortega y Gasset
As duas culturas, C.P. Snow
A condição humana e Origens do totalitarismo, Hannah Arendt
Vinte cartas a um amigo, Svetlana Alliluyeva
O Estado babá, David Harsanyi
O eixo do mal latino-americano, Heitor de Paola
Gulag, Anne Applebaum
Passado imperfeito, Tony Judt
Cisnes selvagens, Jung Chang
O óbvio ululante, Nelson Rodrigues
Jardim das aflições, O imbecil coletivo I e II e outros, Olavo de Carvalho
Lágrimas na chuva, Sérgio Faraco
Onde é que Cristo está ainda a ser perseguido?, Richard Wumbrandt
O homem do céu, Irmão Yun
Torturado por sua fé, Haralan Popov
Mentira romântica, verdade romanesca, Quando começarem a acontecer essas coisas, O bode expiatório, René Girard
Em inglês
Vinte cartas a um amigo, Svetlana Alliluyeva
O Estado babá, David Harsanyi
O eixo do mal latino-americano, Heitor de Paola
Gulag, Anne Applebaum
Passado imperfeito, Tony Judt
Cisnes selvagens, Jung Chang
O óbvio ululante, Nelson Rodrigues
Jardim das aflições, O imbecil coletivo I e II e outros, Olavo de Carvalho
Lágrimas na chuva, Sérgio Faraco
Onde é que Cristo está ainda a ser perseguido?, Richard Wumbrandt
O homem do céu, Irmão Yun
Torturado por sua fé, Haralan Popov
Mentira romântica, verdade romanesca, Quando começarem a acontecer essas coisas, O bode expiatório, René Girard
Em inglês
Idols for Destruction, Herbert Schlossberg
The Quest for Cosmic Justice, Thomas Sowell
Literature Lost, John M. Ellis
How Christianity Changed the World, Alvin Schmidt
Main Currents of Marxism, Leszek Kolakovski
Gentle Regrets, Roger Scruton
The Quest for Cosmic Justice, Thomas Sowell
Literature Lost, John M. Ellis
How Christianity Changed the World, Alvin Schmidt
Main Currents of Marxism, Leszek Kolakovski
Gentle Regrets, Roger Scruton
20 comentários:
Boa tarde Norma! Muito boa essa lista de livros. Vou começar a comprar aos poucos para ir montando minha biblioteca. Que Deus continue lhe abençoando!
Gostaria de saber brevemente sobre do que se trata os livros de Nelson rodrigues e Olavo de carvalho.
Origado!
Oi, Marco!
O Nelson foi o primeiro autor a começar a me "desesquerdizar" com muito bom humor e um estilo inesquecível. Os livros do Olavo só incrementaram o processo. Dá uma olhada no site dele, tem muito artigo on line.
Abraço!
Olá, Norma. Você acha que os livros de Reinaldo Azevedo - Os Petralhas I e II - poderiam compor a lista dessa biblioteca?
Poderiam sim, Robson! Leio-o bastante. Abraço!
Boa noite, Sra. Norma Braga.
Já que o assunto é marxismo cultural e que você citou Olavo de Carvalho, deixe-me perguntar uma coisa:
Em um vídeo do Olavo, no qual ele fala sobre a estrutura de pensamento da mente revolucionária, ao mesmo tempo em que ele afirma que o pensamento revolucionário não está necessariamente ligado a um conteúdo ou a uma agenda em especial mas sim em uma forma psicopática de percepção da realidade, ele também associa as raízes históricas do pensamento revolucionário justamente com a Reforma Protestante.
Inclusive cita um filósofo marxista do início do século XX, Ernst Block, que, em um de seus trabalhos de apologia à revolução socialista, reconhece a dívida que o movimento revolucionário tem com personagens como John Wycliffe, Thomas Müntzer e John Knox.
Gostaria de saber o que você pensa sobre isso, e se sabe de algum autor reformado para me indicar que trate sobre essa questão. Um abraço e fique com Deus...
Soli Deo Gloria...
Maykon
Oi, Maykon,
A pergunta é ótima e eu mesma já me defrontei com ela há algum tempo. Tenho muito a dizer, mas ainda estou viajando e vou organizar melhor as ideias para lhe responder, ok?
Especificamente sobre Wycliff e Knox eu não saberia dizer, mas posso perguntar a amigos teólogos e postar aqui a resposta deles. ;-)
Abraços!
Ok, Norma. Vou aguardar ansiosamente pela resposta: a sua, e a de seus amigos teólogos também. Um abraço e fique com Deus...
Maykon
Boa noite, Norma. Eu de novo. Veja o comentário fresquinho do Facebook do Olavo de Carvalho:
"Não há nada de tão estúpido nos dias de hoje que não tenha algum precedente histórico. A Marcha das Vadias e essa baderna gay no Parlamento contra o Marco Feliciano não são exceções. Escandalizar pela obscenidade para solapar a autoridade religiosa foi uma tática usada pelos REVOLUCIONÁRIOS HUSSISTAS e taboritas no século XV, com uma prostituta pelada sendo levada de igreja em igreja e colocada nos altares. Assim começaram uma revolução que culminaria no massacre de todas as autoridades municipais em Praga. Os crentes ficaram tão escandalizados que não souberam reagir em tempo. Como dizia uma velha canção americana, 'Oh when will they ever learn?'"
No ano passado, lembro-me que um missionário reformado australiano, que visita nossa congregação de vez em quando, mencionou que os Anabatistas faziam coisas parecidas com essa que o Olavo de Carvalho mencionou. Por isso a preocupação de Calvino e outros reformadores em mostrar ao Poder Romanista que eles eram distintos dos Anabatistas.
Mas pelas palavras do Olavo, que é romanista roxo e já criticou Calvino duramente em seus textos, isso não adiantou nada. Para os filósofos romanistas, nós, reformados, no fundo, somos todos seguidores de Revolucionários Psicopatas, indistintamente.
Confesso que não conheço com profundidade a história da Grande Reforma. Estou aprendendo um pouco agora. Por isso, quando sua resposta sair do forno, ficarei muito satisfeito se vier salpicada com indicações bibliográficas.
Maykon
P.S.: perdão pela insistência, mas é que o tema é muito intrigante. Prometo não perturba-la mais até sua resposta ficar pronta... rs... Fique sempre com Deus...
Oi, Maykon,
Não se preocupe, já posso esboçar uma resposta aqui. Essa acusação contra os protestantes é de fato bem típica dos católicos conservadores, para quem a estrutura hierárquica vigente na era medieval jamais deveria ter sido desafiada. Os católicos acreditam que era essa estrutura que "segurava" a sociedade e a poupava da destruição que vemos hoje, pois para eles não há diferença entre o poder espiritual e o poder institucional: o poder de Deus para manter coesa a sociedade É o poder terreno da Igreja Católica. Nós pensamos bem diferente e não encaramos a igreja como um poder institucional constitutivamente. Esse é o ponto básico e daí se tiram todas as implicações sobre o assunto: o que impede a destruição de uma sociedade é sua busca de arrependimento diante de Deus, como nos mostra incessantemente o AT. O medievalismo era místico e pagão em boa medida, repetindo erros típicos de sociedades pagãs que foram destruídas por sua idolatria. Obviamente, o elemento cristão que penetrou na cultura tornou essa época realmente extraordinária, mas nós, que não somos humanistas, não podemos atribuir isto à força de uma organização cristã.
Ao culpar os protestantes pelo fim da influência católica na sociedade, e consequentemente pela destruição típica dos movimentos revolucionários, os católicos estão cometendo vários erros. Enxergam o "movimento protestante" como algo uniforme, colocando todos os protestantes no mesmo balaio: luterano, calvinista, anabatista, liberal.... É claro que não haveria como ser diferente, pois eles não têm condições teológicas e epistemológicas para enxergar quem é convertido e quem não é, julgando o conteúdo do que escreveram a partir do que leem na Palavra de Deus. Eles mantêm os olhos no "inimigo comum" do protestantismo, a Igreja Católica, e os uniformizam de acordo com esse alvo. Também enxergam uma linha rígida demais na história das ideias, associando "protestantismo" a "ímpeto revolucionário" sem a devida distinção do conteúdo dos vários autores que entram historicamente para a classificação "protestante". Colocam Rousseau na linhagem protestante, por exemplo, algo que nós sabemos ser absurdo. Logo, não sabem o que é de fato um protestante (no sentido de protestante confessional, reformado, crente de verdade). E isso vicia todo o resto.!
Assim, toda a percepção deles do "fenômeno protestante" acaba se assemelhando muito à de historiadores materialistas: atribuem aos reformadores um intuito mesquinho de conquistar o poder. Sabemos que a estrutura medieval não foi desafiada pelos reformadores no intuito de obter algum poder terreno, mas sim de restabelecer a autoridade da Palavra de Deus. Porém, alguns grupos no movimento protestante, e também associados a ele por puro interesse, como foi o caso de membros da aristocracia, "pegaram carona" nisso porque a Igreja Católica os incomodava na questão do poder terreno. Então, nesse vasto guarda-chuva histórico chamado "protestantismo", entram pessoas com motivações piedosas (seguir a Palavra) e motivações idólatras (obter poder). O caso dos reformadores foi evidentemente o primeiro, como sabemos a partir do que escreveram, constatando o quanto seus livros ainda abençoam os cristãos hoje. Essa análise católica tem boa dose de ressentimento e mostra que o conservadorismo católico de certa forma idealiza o passado medieval, como se aquele tivesse sido o jeito correto de organizar a sociedade. Mas sabemos, com Abraham Kuyper, que não era ideal porque a esfera da igreja não pode se elevar acima das demais. (Aliás, recomendo muito a você o livro dele, Calvinismo, que fornece bases seguras para pensar esse e outros temas relacionados a sociedade e cultura.)
Enfim, há uma série de questões implicadas aí, e eu gostaria de um dia analisá-las mais detidamente, mas isso terá que esperar um pouco. Espero ter esclarecido minimamente a questão e apontado caminhos para uma resposta mais completa. Mas podemos continuar dialogando por aqui, o assunto é intrigante mesmo! Daqui a pouco meu marido André também virá dialogar e fornecer algumas sugestões de livros.
Abraço
Olá, Norma...
Sua resposta ajudou bastante sim. Tanto que já tratei de salvá-la no meu PC para ir refletindo mais sobre o assunto em cima dela, e também já estou pesquisando pelo livro que me indicou para adquiri-lo o quanto antes. Vou aguardar as sugestões bibliográficas do seu marido também.
E, já quebrando a promessa que fiz no post acima que não me alongar muito, achei muito importante o que você disse em relação à distinção de conteúdo dos movimentos revolucionários que os analistas romanistas não fazem e, por isso, acabam nivelando a Reforma com qualquer movimento baderneiro que possa surgir (e, cá entre nós, se pensarmos de forma mais estratégica e não meramente conceitual, vemos que isso é bem conveniente para eles, não?). O próprio Olavo de Carvalho deixa isso claro dizendo que conteúdo não faz diferença alguma neste debate. Veja o vídeo (que, por sinal, é muito bom) onde ele faz essa sentença: http://www.youtube.com/watch?v=mQqMrr6uo2g. Nos últimos 5 minutos, ele fala diretamente sobre a reforma, chamando os reformadores de “heresiarcas”, e dizendo que, no final das contas, o Movimento Revolucionário (e a Reforma está no meio disso tudo, é claro), é nada menos do que uma “heresia oriunda do cristianismo”. Tenso, não?
Agora, sobre a questão da idealização do passado medieval por parte do romanismo, e lançando mão da própria receita que o Olavo de Carvalho usa para conceituar e denunciar o Comunismo como um regime altamente concentrador de poderes político, econômico, ideológico, etc., ou seja, ir além das figuras de linguagem, penso que não seria totalmente injusto dizer que existem muitas semelhanças entre uma sociedade governada por um Estado Socialista e uma governada pelo Papismo Medieval, pois ambos os modelos são altamente concentradores de poder. E justamente o advento da Reforma Protestante, foi um dos responsáveis pelo surgimento daquilo que chamamos de Estado Laico, que é justamente uma das formas mais eficientes de institucionalizar a desconcentração de poderes (no caso, o político do religioso).
No final das contas, os analistas conservadores do romanismo acabam lançando mão do mesmo instrumento retórico que os defensores do tão odiado Movimento Revolucionário usam a rodo, a saber: o Pensamento Metonímico, que mascara a substância concreta dos fatos, escondendo-a atrás de figuras de linguagem construídas em cima das esperanças, expectativas e idealizações do Movimento. No caso, a idealização é feita em cima da Igreja (sob o jugo do Papismo, é claro) que, por ser o “corpo místico de Cristo”, seria a única capaz de cumprir a promessa (que também é feita pelo Movimento Revolucionário, vejam só) de trazer verdadeira justiça ao mundo, mesmo usando o mesmo recurso do socialismo, que é a alta concentração de poder em suas mãos. Que acha disso? Acha que faz sentido?
Um abraço...
Maykon
Faz todo sentido, Maykon! Gostei muito do que você escreveu. Há um livro que me ajudou muito a compreender o modo de ser da Igreja Católica: O pastor reformado e o pensamento moderno, de Cornelius Van Til, pela editora Cultura Cristã. De fato, na cosmovisão católica, há um Deus por trás dos limites e preceitos morais, mas é a Igreja-instituição que traz a concretização desses preceitos (como diz Kuyper, a Ig. Católica toma o lugar do próprio Cristo, como mediadora entre Deus e os homens). Isso confirma o que Van Til diz sobre a "síntese" (ou seja, amálgama) entre o pensamento grego e o cristão que há no catolicismo. Como Deus legisla "através de", há uma outra camada moralizadora e impessoal acima dos homens - é com essa camada que o conservador católico se reporta, não com o próprio Deus pessoal. O livro explica muita coisa; não deixe de ler! Foi só depois que entrei para o Jumper e passei a estudar os grandes autores reformados que comecei a compreender essas coisas de um modo mais profundo. E, sim, a Igreja Católica é a grande responsável pela secularização e por criar as bases para essa concentração de poder terreno que você menciona, tanto que Gramsci reconhece sua influência sobre a cultura e se inspira justamente nela para criar suas teorias! Assim, ele é fiel à visão original católica: são os valores que salgam o mundo, não a presença da Igreja de Cristo (conjunto de crentes convertidos) na terra. Essa ênfase nos "valores" é a herança da impessoalidade grega. Não negamos a importância dos valores, mas sabemos que o Deus dos valores age diretamente no mundo e que é só por Seu poder que conseguimos salgar a terra; já o conservador católico não consegue deixar de dar glórias aos homens e à força da moralidade. É uma diferença gritante de pensamento.
Sendo assim, o que os católicos declaram sobre o protestantismo e o movimento revolucionário pode muito bem ser aplicado a eles... Impressionante isso.
Estou aqui conversando sobre isso com meu marido e hoje mesmo ele escreve um comentário aqui!
Abraços!
Olá, Maykon!
A Norma já disse o mais importante, e não tenho leituras específicas (a não ser as básicas) sobre o hussismo, por exemplo. Mas farei algumas observações complementares.
A referência a Bloch é deveras interessante, porque ele na verdade tinha uma consciência bastante aguda do que, do ponto de vista marxista, é uma ambiguidade incontornável do cristianismo. Ele analisou a Bíblia sob esse viés e concluiu que nela "há, na verdade, duas Escrituras: a Escritura favorável ao povo e a Escritura contrária ao povo", pois o conformismo e a submissão à autoridade são ensinados ali lado a lado com esperança de um Reino futuro de paz e justiça - e mesmo este é estabelecido por Deus, e não pelo esforço humano. Cito isso porque, embora Bloch tenha dedicado à Bíblia uma atenção incomum entre intelectuais comunistas, pode-se ver que ele não a entendeu tão bem assim. Dito de outro modo, por lhe faltarem categorias autenticamente espirituais, Bloch não poderia entender em que sentido o cristianismo é "revolucionário". E, pela mesma razão, não poderia ter entendido a Reforma: seus interesses são restritos demais. E os católicos, mais ou menos pelas mesmas razões, também não a entendem. Não é à toa, portanto, que o Olavo toma Bloch como autoridade no assunto. De seu ponto de vista, isso é bastante coerente. Por outro lado, o erro de ambos mostra por que entender a teologia bíblica é tão importante para uma visão correta da política.
Vou lhe indicar dois livros que podem ajudar na compreensão do assunto. O primeiro é "O pensamento econômico e social de Calvino", do teólogo suíço André Biéler, que inclusive está em promoção aqui: http://www.editoraculturacrista.com.br/produtos.asp?codigo=250 . Tenho uma porção de ressalvas a esse livro. Biéler é meio esquerdista e tenta transformar Calvino em uma espécie de social-democrata, e todo o seu esforço é destinado a livrar o reformador da terrível acusação de ser o pai do capitalismo. Mas o livro é tão bem documentado que as diferenças entre o viés do autor e as intenções do próprio Calvino, onde existem, acabam ficando patentes ao olhos do leitor atento. O livro é interessante para os seus propósitos porque esclarece as divergências teológicas e sociais entre Calvino e outros segmentos, como luteranos e anabatistas diversos, e também sua diferença em relação ao que veio depois, com puritanos e secularistas.
A segunda indicação, infelizmente, não está disponível em português. Mas, caso você leia em inglês, pode baixá-la gratuitamente aqui: http://www.reformationalpublishingproject.com/pdf_books/Scanned_Books_PDF/TheChristianPhilosophyofLawPoliticsandtheState.pdf . O livro se chama "The Christian philosophy of law, politics and the state: a study of the political and legal thought of Herman Dooyeweerd of the Free University of Amsterdam, Holland, as the basis for Christian action in the English-speaking world". Seu autor é o economista e sociólogo inglês (reformado e anglicano) Hebden Taylor. Também tenho uma porção de ressalvas. Por exemplo, Taylor, embora seja um conservador em quase tudo, não sabe o que é conservadorismo, e faz uma oposição ao liberalismo econômico que me parece mais emocional que qualquer outra coisa. E isso é sintoma de uma concessão ao esquerdismo. Mas eu diria que essa concessão é bastante reduzida, pois não há ali nenhuma ilusão quanto aos supostos méritos do movimento revolucionário. Mas o livro tem muitas qualidades e abre muitas portas interessantes. Para os propósitos deste nosso papo, seu principal mérito consiste em apresentar uma visão muito boa do papel da Igreja Católica e do tomismo nas origens históricas do secularismo e do totalitarismo.
Abraços!
Ah, Norma, mas essa conversa caiu mesmo do céu, viu! Pois é justamente esse livro do van Til que comecei a ler a poucos dias. Ainda estou no comecinho, onde ele compara a apologética Calvinista com a Tomista. Confesso que tive um pouco de dificuldade (especialmente com a forma como ele usa alguns termos como “racionalista” e “irracionalista”), pois não sou da área da teologia e nem da filosofia (sou da área dos intrometidos...rs), por isso estou lendo e relendo, e relendo de novo...(num esforço bem tomista... brincadeira...rs) mas com sua última resposta, muita coisa começa a fazer sentido para mim. Agradeço imensamente. (preciso adquirir urgentemente o livro do Abraham Kuyper que você indicou)
André, muito obrigado pelas sugestões bibliográficas (Só uma dúvida: como assim “reformado E anglicano”?) e pela análise da leitura que o Olavo faz do Bloch. O comentário que você fez em relação à leitura dialética que o Bloch faz da Bíblia, me fez lembrar sobre o conceito de “Reino de Deus” da Teologia da Libertação, que é totalmente viciado pela percepção deformada que a mente revolucionária tem sobre a noção do tempo (especialmente do futuro idealizado, que justifica a moral contraditória dos revolucionários do presente e reescreve o sentido do passado [!!!] pois é lá que se encontra o “Reino de Deus” dos Teólogos da Libertação).
Por outro lado, realmente é inegável como o pensamento das viúvas romanistas do passado medieval e dos entusiastas do pensamento revolucionário têm semelhanças em diversos pontos.
Por mais que esses pensadores tenham um imenso conhecimento e que é preciso reconhecer que há muito mérito em diversas análises que eles fazem (afinal, como diria Calvino, o Espírito de Deus é a fonte única de toda verdade, independente de onde ela venha a se manifestar), parece que ambos ainda não entenderam as palavras do Senhor Jesus Cristo, ditas a Pôncio Pilatos, conforme João 18:36: “O meu Reino não é deste mundo;”. Mas para isso, não há esforço tomista que nos faça abrir os olhos, só mesmo a maravilhosa Graça.
Um abraço e fiquem com Deus...
Maykon
Olá de novo, Maykon!
Van Til de fato nem sempre é fácil de entender. Para dizer a verdade, ele nem sempre se expressa bem. Uma de suas manias mais chatas é a de usar os termos com sentidos não usuais sem tê-los definido. Agora que li quatro livros de Van Til eu o entendo melhor, mas também penei no começo, inclusive porque, assim como você, também sou da área dos intrometidos. hehe Um texto que talvez o ajude, por abordar o mesmo tema de modo mais claro, embora resumido, é o artigo "Fides et scientia", do nosso amigo pr. Davi Charles Gomes. Está disponível em http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_II__1997__2/fides_et....pdf .
Quanto à sua pergunta, por razões históricas, a teologia anglicana é bastante minimalista. Há ali pessoas de teologia praticamente católica (G. K. Chesterton em sua fase incial e T. S. Eliot), de teologia em-cima-do-muro (como John Henry Newman no início da carreira e C. S. Lewis) e declaradamente protestante e mesmo calvinista (como John Stott e J. I. Packer). Não se espante, portanto, por eu dizer que Taylor é reformado e anglicano. A Igreja Inglaterra é tão eclética que comporta até teologia boa. hehehe
Abraços!
Obrigado, André, pelo esclarecimento acerca dos anglicanos e pela indicação do artigo, que realmente é muito bom e esclarecedor.
Agora mudando um pouco de assunto (só que não): Você e a Norma já leram o post intitulado "Festejando a estupidez" no perfil do Olavo no Facebook?
É um comentário sobre a divulgação que diversos blogs protestantes fizeram de um trecho da entrevista do Alberto Carlos Almeida no Programa da Marília Gabriela, onde ele compara o ensino nos países de tradição reformada com o ensino dos países de tradição romanista. Está rendendo um longo debate.
O Olavo de Carvalho é uma espécie de Chesterton tupiniquim. Ele é um gênio... um gênio do romanismo.
Pois é, Maykon. E, ao mesmo tempo em que entendemos as profundas diferenças que separam católicos e protestantes, devemos ser muito gratos a esse e outros gênios católicos, em vez de reproduzir o comportamento de muitos católicos ao não agradecerem à Reforma protestante por terem sua Bíblia na mesinha de cabeceira.
P.S. Esqueci de dizer que fiquei feliz por você já estar lendo o Van Til! É bonito ver como Deus nos direciona também intelectualmente.
Onde estão os pais PROTESTANTES homeschoolers brasileiros, Norma? Porque os crentes abandonaram sua herança?
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