A
correlação entre cristianismo e cultura é algo que está engatinhando
entre nós. Nossa teologia, mesmo que correta, em grande parte ainda se
relaciona mal com a realidade, com o que existe; ainda contempla demais o
próprio umbigo. Precisamos com urgência nos lançar seriamente à dupla
tarefa que consiste em, sempre sob a luz do Evangelho, enxergar o mal e o
erro como realmente são, descrevendo suas variedades e profundidades
(psicológica, sociológica, política, cognitiva, tecnológica,
existencial), para assim enxergar e descrever aspectos verdadeiros da
redenção, por contraste. Isso é primordial para fugirmos das expressões
da fé que, mesmo sendo bíblicas, se repetidas muitas vezes sem o
"recheio" da vida real, acabam se tornando palavras vazias: Jesus salva do quê? Não é de um pecado conceitual, abstrato, mas bem real, com efeitos reais, destrutivos e dolorosos! E em quê especificamente
nos redime? Para algo que podemos começar a provar, saborear, ainda
aqui neste mundo! Isso significa que a mente de Cristo de fato orienta a
aplicação da teologia no reconhecimento e na solução do mal, em todas
as áreas do saber.
Schaeffer chama muito a atenção da gente para isso: a falta de realidade
na pregação e no ensino da Palavra, gerando igrejas cheias de crentes
que vivem e pensam como zumbis. Boa parte da angústia que podemos sentir
quando vemos o quanto estamos longe de uma cosmovisão genuinamente
cristã em ação, nas nossas igrejas e nos meios seculares, talvez esteja
relacionada com o fato de sentirmos que estamos diante de um caminho
quase fechado no mato. Ainda bem que é quase: há décadas Deus tem
impulsionado cristãos de gerações seguidas nessa vocação de rechear a
teologia e fazê-la colocar os pés no chão; Abraham Kuyper, Herman
Dooyeweerd, Cornelius Van Til, Francis Schaeffer, só para citar alguns.
Aqui no Brasil, também não estamos órfãos: Wadislau Gomes, Davi Charles
Gomes e Fabiano Almeida têm feito um trabalho excelente nesse sentido.
Ainda há muito o que fazer. Se você me entende e sente que essa também é
sua vocação, mãos à obra! Estamos juntos nisso!
6 comentários:
Mãos à obra, Norma, amiga querida! :)
A obra é dEle. Ele opera em nós o querer e o efetuar. Por isso, orar e trabalhar! Unidos, como igreja, sempre!
Adaptando um pouco o que ouvi do professor: explorar, entender e praticar a intenção original de Deus para a tecnologia e todas as outras áreas de nossa cultura. Só assim poderemos avaliar as suas manifestações no mundo, e tomar a frente (ao invés de simplesmente “seguir a onda”, como é o que infelizmente acontece) ao propor uma nova cultura redimida, que engrandeça a Cristo e glorifique a Deus.
Fernando, eu fico doidinha quando penso no tanto de discussões e reflexões que os cristãos podem empreender na área da tecnologia, no tanto de "sal" que podem jogar nessa cultura que aposta tanta energia e tanta "fé" em uma redenção por meio dos aprimoramentos tecnológicos. Quanta coisa poderia ser bem melhor direcionada! Continue firme, amigo, pois Deus vai ampliar suas percepções e abençoar muita gente com seu trabalho. Abração!
Obrigado Norma por divulgar mais um blog comprometido com a cosmovisão cristã. A propósito, gostaria de compreender melhor a questão do casamento gay à luz da teologia e suas implicações jurídicas e filosóficas. Assisti um vídeo do Yago martins e fiquei curioso em saber mais sobre este tema tão atual.
Pr. Marco www.cafeegraca.blogspot.com
Oi, Marco!
Obrigada pelas palavras amáveis! Sim, estou pesquisando o tema para escrever de modo informado. Pode deixar que esse tema está na minha lista!
Abraços!
Olá Norma
Após a leitura de livros como "Verdade Absoluta", e de "E agora, como viveremos?" de Nancy Pearcey, minha "cosmovisão cristã" esta sendo profundamente transformada. Seu blog também esta me ajudando muito. Obrigado!
Obrigada, Wanderley! É muito importante receber esse feedback dos leitores! ;-) Abraço!
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