Um esforço, com a graça de Deus, de recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais. Não por pedantismo ou orgulho, mas por uma necessidade quase física de dar nomes às minhas intuições e contornar o status quo das idéias hegemônicas deste mundo.
27 agosto 2007
O socialismo petista
Esse VÍDEO sofisticado foi produzido especialmente para um dos congressos do PT. Nele, fala-se sem rodeios da ambição petista: implantar o socialismo no Brasil.
Reparem na linguagem. A palavra "socialismo" jamais é definida adequadamente. Não é dito, por exemplo, que os governos socialistas se apropriam da riqueza com o pretexto de melhor distribuição - uma óbvia falácia. Na prática, o que ocorre é a criação de uma superclasse governista mais poderosa e mais rica, enquanto o povo se nivela em uma escassez inimaginável, que supera em muito a pobreza presente em nossas favelas urbanas; para ter certeza disso, basta ler sobre Cuba, China, a antiga URSS. (Enquanto os lares dos morros cariocas têm uma profusão de antenas de tv, por exemplo, o cubano não pode comprar itens básicos como pasta de dente e papel higiênico, e come absurdamente pouco e mal. Cuba é um grande sertão nordestino sem seca.) Bom, o PT já está poderosíssimo, com os impostos absurdos que continuamos pagando e um potente aparelhamento estatal na educação e na mídia. O que falta? Ah, falta substituir totalmente o conceito corrente de democracia - aquela em que o povo é livre para escolher o que quer estudar, o que quer escrever, o que quer financiar, em que quer trabalhar, se quer votar - pela falsa, a petista: aquela em que "governo do povo" significa "governo do PT". O governo petista reformula o conceito de democracia para erigir à vontade verdadeiros sacerdotes com todos os poderes representativos, acima do bem e do mal.
Fala-se o tempo todo tanto de "democracia" quanto de "quebra de poder dos grupos dominantes", mas não é revelado como isso se dará. Imagino que a resposta é: por vias sutis e/ou por vias autoritárias, o que der certo. Aqui, de novo, há uma torção conceitual. "Grupo dominante", não se enganem, não segue um critério econômico. Se fosse assim, toda a classe política e artística seria considerada elite. A questão é: o rico pode ser rico à vontade, desde que seja socialista ou comunista. Os ricos e influentes Fidel Castro, Chico Buarque, Luís Fernando Verissimo e Zé Dirceu estão com os oprimidos e não com os opressores, pois adotaram o discurso de esquerda. "Grupo dominante", portanto, é simplesmente sinônimo de oposição: serve para caracterizar todo e qualquer sujeito que se oponha ao projeto de poder petista. O conservador que repudia o governo totalitário dos regimes comunistas é tachado de "membro de grupos dominantes", mesmo que seja pobre e sem relevância política alguma (e geralmente é).
Mas o que mais me chamou a atenção no vídeo foi esse trecho: "A reflexão [no congresso do PT] segue afirmando o socialismo como alternativa ao capitalismo e negando as experiências do socialismo real." É uma confissão, equivalente a dizer: o socialismo real não dá certo. É preciso uma tremenda imprecisão na linguagem - com a balela adicional "o PT opta por não ter uma definição única sobre socialismo" - para criar uma cisão entre uma bela idéia de socialismo e uma realização espúria, em todos os países em que foi implantado.
Bom, eu não apostaria tanto assim na negação do "socialismo real" - pelo menos, não enquanto o governo petista estiver apoiando inequivocamente a ditadura cubana e a ascensão da ditadura venezuelana. Além disso, as ocorrências e as decisões autoritárias desse governo apontam para uma definição bem mais precisa do tipo de socialismo que querem os petistas:
- Corrupção generalizada nos altos escalões do governo e absolvição constante dos culpados: uma "classe" impugnável, um verdadeiro panteão de ídolos a quem não pode se atribuir dolo algum.
- Abolição da propriedade privada (quebra do mandamento "Não furtarás") através da mesma estratégia usada na antiga URSS com os "sovietes": tomada de terras à força pelo MST sob o pretexto de "justiça social".
- Leniência para com a violência do crime organizado nas grandes cidades: o desespero do povo fomenta o desejo por um governo autoritário. É mais fácil governar no caos.
- Desarmamento da população com vistas à impotência dos cidadãos honestos diante de uma futura coerção mais agressiva do governo. Os criminosos continuam fortemente armados.
- Tentativas sucessivas de criação de órgãos públicos para submeter a pequena parcela da mídia que ainda resiste à ideologização e ao aparelhamento.
- Educação pública cada vez menos qualificada e cada vez mais ideologizada; quer-se dos alunos a filiação ao projeto socialista, não a proficiência nas matérias escolares.
- Fomento dos ditames do politicamente correto e repressão aos grupos religiosos que se opõem a eles: promoção governamental do aborto, do homossexualismo, das drogas, do sexo nas escolas.
- Perseguição generalizada aos opositores: demonização de manifestações populares e espontâneas como o Cansei (o próprio presidente da república gosta de usar o termo "golpistas"); processos sem fim contra Diogo Mainardi; ameaças de morte e abaixo-assinados contra Olavo de Carvalho e Reinaldo Azevedo; processo jurídico contra o Pr. Ademir Kreutzfeld por "crime de homofobia" antes mesmo da implantação do famigerado projeto de lei.
Diante disso tudo, mui sinceramente, se o Brasil não tiver mais jeito e quando tudo estiver sob controle dos socialistas, eu espero que os meus amigos de esquerda (os que permaneceram meus amigos) se lembrem de mim quando eu for presa ou sofrer algum processo jurídico injusto. (Ok, piada sem graça. Não percam as esperanças: vamos continuar denunciando esse governo e pedindo a Deus que nosso país não afunde de vez nessa ideologia idolátrica e destrutiva.)
25 agosto 2007
Se eu não publicar seu comentário...
Mensagem aos leitores
Se eu não publicar seu comentário, caro leitor, saiba que foi por um dos motivos seguintes:
1 - Grosseria e/ou zombaria: infelizmente, o mais comum. Publico às vezes, quando o texto grosseiro ou escarnecedor pode servir de amostra didática da falta de compostura de algum comentador que, dizendo-se irmão, é "devasso, ou idólatra, ou maldizente" (1Co5:11).
2- Chantagem emocional: infelizmente, o segundo mais comum. Em vez de argumentar contra as idéias que apresento, o comentador tenta me convencer de que estou pecando ao escrever que tal coisa é heresia ou tal líder precisa se arrepender. Meu conselho: leia a Bíblia.
3 - Comentário longo demais e falta de tempo para responder, principalmente quando (a) as idéias do comentador já foram refutadas muitas vezes por mim ao longo deste blog ou (b) o texto é confuso e mal argumentado.
4 - Erro do Blogger. Às vezes perco comentários e não sei onde foram parar.
Conselhos:
A quem cai no caso número 1 - Desista. Se vier, venha em paz e com argumentos.
A quem cai no caso número 2 - Desista. Se vier, venha com maturidade emocional e espiritual.
A quem cai no caso número 3 - Não desista, pesquise o assunto no blog todo e reescreva.
A quem cai no caso número 4 - Poste novamente!
Se eu não publicar seu comentário, caro leitor, saiba que foi por um dos motivos seguintes:
1 - Grosseria e/ou zombaria: infelizmente, o mais comum. Publico às vezes, quando o texto grosseiro ou escarnecedor pode servir de amostra didática da falta de compostura de algum comentador que, dizendo-se irmão, é "devasso, ou idólatra, ou maldizente" (1Co5:11).
2- Chantagem emocional: infelizmente, o segundo mais comum. Em vez de argumentar contra as idéias que apresento, o comentador tenta me convencer de que estou pecando ao escrever que tal coisa é heresia ou tal líder precisa se arrepender. Meu conselho: leia a Bíblia.
3 - Comentário longo demais e falta de tempo para responder, principalmente quando (a) as idéias do comentador já foram refutadas muitas vezes por mim ao longo deste blog ou (b) o texto é confuso e mal argumentado.
4 - Erro do Blogger. Às vezes perco comentários e não sei onde foram parar.
Conselhos:
A quem cai no caso número 1 - Desista. Se vier, venha em paz e com argumentos.
A quem cai no caso número 2 - Desista. Se vier, venha com maturidade emocional e espiritual.
A quem cai no caso número 3 - Não desista, pesquise o assunto no blog todo e reescreva.
A quem cai no caso número 4 - Poste novamente!
13 agosto 2007
A menina sem estrela
A Revista Veja veicula essa semana uma matéria sobre Marcela, a menina anencéfala que está completando nove meses, contra todas as predições médicas. O texto se chama "A Menina sem Estrela", título feliz emprestado de uma crônica de Nelson Rodrigues. A menina sem estrela é a filha de Nelson, Daniela, que nasceu com um problema cerebral. Eu a conheci. É uma mulher linda, de uma brancura diáfana, traços fortes e perfeitos. Fica paradinha, olhos cerrados, cabeça ligeiramente inclinada. A mãe, Lúcia, diz que ela gosta de ouvir rádio. Daniela é linda, e mesmo com vida vegetativa possui uma dignidade de ser humano que nenhum eugenista irá tirar dela.
Leitores desaprovam Reinaldo Azevedo por defender a vida de Marcela. O lugar-comum sobre o caso fecha a matéria de Veja na espantosa frase de um pediatra: "É como se ela fosse um computador sem processador." Computador? A lógica do aborto é sempre reificadora. Pronunciar sentença de morte sobre um feto ou um idoso por doença é condenar a humanidade inteira ao aniquilamento. Assim é que, todos os dias, somos postos fora displicentemente, como aparelhos danificados que não prestam mais.
No entanto, apesar de sua anomalia congênita, Marcela não foi jogada na vala comum dos objetos inúteis ou das sobras orgânicas de hospital. Teve direito a um nome, a uma certidão de nascimento e ao amor paterno. Tem seu lugar garantido na história, modificou a vida das pessoas à sua volta, deixou sua marca pessoal. Será sepultada como todo ser humano deve ser, mesmo os que não têm cérebro: com sua dignidade intacta. Deus seja louvado por isso!
Leitores desaprovam Reinaldo Azevedo por defender a vida de Marcela. O lugar-comum sobre o caso fecha a matéria de Veja na espantosa frase de um pediatra: "É como se ela fosse um computador sem processador." Computador? A lógica do aborto é sempre reificadora. Pronunciar sentença de morte sobre um feto ou um idoso por doença é condenar a humanidade inteira ao aniquilamento. Assim é que, todos os dias, somos postos fora displicentemente, como aparelhos danificados que não prestam mais.
No entanto, apesar de sua anomalia congênita, Marcela não foi jogada na vala comum dos objetos inúteis ou das sobras orgânicas de hospital. Teve direito a um nome, a uma certidão de nascimento e ao amor paterno. Tem seu lugar garantido na história, modificou a vida das pessoas à sua volta, deixou sua marca pessoal. Será sepultada como todo ser humano deve ser, mesmo os que não têm cérebro: com sua dignidade intacta. Deus seja louvado por isso!
09 agosto 2007
O Pastor e o Filósofo
Era uma vez um Pastor muito comunicativo e sorridente que tinha uma igreja enorme e era benquisto por toda a comunidade evangélica de seu país. Preocupado com a pureza teológica da doutrina cristã, adquirira excelente fama ao escrever livros contra o perigo das heresias da Nova Era. Mas havia algumas dúvidas profundas em seu coração, dúvidas difíceis de serem reconhecidas e esclarecidas. O Pastor acreditava que, se desse voz a essas dúvidas, poderia comprometer todo o seu ministério. A essa altura ele não sabia, mas identificava-se cada vez mais com o pensador francês Voltaire, que não conseguia harmonizar soberania de Deus e existência do mal.
Um dia, o Pastor encontrou o Filósofo, alguém com quem compartilhar suas perplexidades. Começou não só a ler avidamente autores que negavam o cristianismo, como Sartre e Nietzsche, mas também passou a ter gosto por uma estranha teologia, que considerava Deus menor que Ele é. Essa teologia havia sido construída sobre as mesmas preocupações de Voltaire: Como dizer que Deus é bom e soberano ao mesmo tempo? Deus não pode ser responsável pelo mal que há no mundo. O que se depreendia disso era estarrecedor: em vez de ecoar Jesus nas palavras “nenhum fio de cabelo cai de vossas cabeças sem que o Pai tenha permitido”, ou ecoar Davi no salmo 139 “todos os meus dias estavam escritos”, os adeptos de tal teologia preferiram afirmar que Deus não sabe do mal que advirá. Ele não sabe e não é responsável. E se regozijaram com isso.
Assim, o que é invenção desesperadora, para alguns, torna-se fato aliviador, para outros. O Pastor e o Filósofo começaram aos poucos, juntos, a disseminar na igreja que Deus é “aberto” e nada está determinado. Alegraram-se nessa indeterminação e na liberdade que parecia advir dessa doutrina. Não atinaram, ou não pareceram atinar, para as horríveis conclusões:
Se Deus não sabe o futuro, Deus não habita totalmente na Eternidade. Há “partes” de Deus sujeitas ao tempo, tal como nós somos sujeitos ao tempo. Assim, se em parte Deus é finito, Deus não é todo-poderoso e o mundo não está sobre Suas mãos. Deus, portanto, não é Deus, mas Semi-Deus. Há fatos que estão abandonados ao acaso e ao poder decisório dos homens, unicamente. O homem que sofre jamais poderá encontrar alívio na soberania de Deus, mas terá de se conformar com o fato inequívoco do acaso. Deus não protege o tempo todo, Deus não guia, Deus não ensina. Sujeito ao tempo, Ele é passível de aperfeiçoamento, sendo portanto imperfeito, "aberto". Mesmo em momentos cruciais – morte de um parente, pobreza, fome, dor existencial – Deus pode “piscar os olhos”. Ele não vela por nós, não interrompe o curso da destruição deste mundo nem faz com que a destruição tenha uma finalidade. Ele não tem uma vontade soberana à qual o homem deve obedecer. Por outro lado,se Deus diminui, o homem cresce. A autonomia humana está preservada. O homem passa a ser senhor de seu destino.
Para o Pastor e o Filósofo, portanto, o Deus da Bíblia, o Pai de Jesus Cristo, não passava de ficção. Como poderia ser, um Deus soberano (Rm 9, At 4:24, 1Tm 6:15, Jd 1:4, Ap 6:10, Sl 139, Mt 7:21, Mt 23:10, Mt 10:30, 2Pe 2:1) que preside todo o universo, passado e futuro, cada um de nós? Um Deus totalmente fora do tempo, Deus criador, que submete a si mesmo Sua criação? Sim, porque, do ponto de vista temporal, o homem toma decisões importantes; mas só o homem submisso à vontade de Deus – o homem que abdica de sua autonomia, “morto para o mundo e vivo para Deus”, controlado pelo Espírito Santo – toma as decisões corretas, com poder de vida eterna, para conversão e obediência. É quando a eternidade irrompe no tempo e dá vida ao que estava morto. É quando Cristo encarna, morre e ressurge, evidenciando em sua própria carne a soberania de Deus e a vitória final de Sua vontade contra todos os desvarios humanos.
Negar a soberania de Deus é negar o próprio Deus.
Ao fim de suas investigações filosóficas, Voltaire não suportou crer em um Deus que permite o mal no mundo e terminou seus dias como ateu. Já o Pastor e o Filósofo adotaram para si um outro deus, um falso deus, em um ateísmo disfarçado de cristianismo. Esta história tem um final mais ou menos feliz. Grande parte da igreja em que serviam o Pastor e o Filósofo terminou por rejeitar seus ensinamentos. Houve dor e dilaceramento nessa separação, mas a certeza de permanência na verdade acompanha os que se foram. Os cristãos leais e sinceros certamente oram pelo arrependimento do Pastor e do Filósofo, na esperança de que se convertam de seus pecados e voltem a crer no Deus da Bíblia, soberano e infinito.
Para entender melhor a história
Para entender melhor 2
Resenha sobre um livro de Piper et alii sobre a TR
Um dia, o Pastor encontrou o Filósofo, alguém com quem compartilhar suas perplexidades. Começou não só a ler avidamente autores que negavam o cristianismo, como Sartre e Nietzsche, mas também passou a ter gosto por uma estranha teologia, que considerava Deus menor que Ele é. Essa teologia havia sido construída sobre as mesmas preocupações de Voltaire: Como dizer que Deus é bom e soberano ao mesmo tempo? Deus não pode ser responsável pelo mal que há no mundo. O que se depreendia disso era estarrecedor: em vez de ecoar Jesus nas palavras “nenhum fio de cabelo cai de vossas cabeças sem que o Pai tenha permitido”, ou ecoar Davi no salmo 139 “todos os meus dias estavam escritos”, os adeptos de tal teologia preferiram afirmar que Deus não sabe do mal que advirá. Ele não sabe e não é responsável. E se regozijaram com isso.
Assim, o que é invenção desesperadora, para alguns, torna-se fato aliviador, para outros. O Pastor e o Filósofo começaram aos poucos, juntos, a disseminar na igreja que Deus é “aberto” e nada está determinado. Alegraram-se nessa indeterminação e na liberdade que parecia advir dessa doutrina. Não atinaram, ou não pareceram atinar, para as horríveis conclusões:
Se Deus não sabe o futuro, Deus não habita totalmente na Eternidade. Há “partes” de Deus sujeitas ao tempo, tal como nós somos sujeitos ao tempo. Assim, se em parte Deus é finito, Deus não é todo-poderoso e o mundo não está sobre Suas mãos. Deus, portanto, não é Deus, mas Semi-Deus. Há fatos que estão abandonados ao acaso e ao poder decisório dos homens, unicamente. O homem que sofre jamais poderá encontrar alívio na soberania de Deus, mas terá de se conformar com o fato inequívoco do acaso. Deus não protege o tempo todo, Deus não guia, Deus não ensina. Sujeito ao tempo, Ele é passível de aperfeiçoamento, sendo portanto imperfeito, "aberto". Mesmo em momentos cruciais – morte de um parente, pobreza, fome, dor existencial – Deus pode “piscar os olhos”. Ele não vela por nós, não interrompe o curso da destruição deste mundo nem faz com que a destruição tenha uma finalidade. Ele não tem uma vontade soberana à qual o homem deve obedecer. Por outro lado,se Deus diminui, o homem cresce. A autonomia humana está preservada. O homem passa a ser senhor de seu destino.
Para o Pastor e o Filósofo, portanto, o Deus da Bíblia, o Pai de Jesus Cristo, não passava de ficção. Como poderia ser, um Deus soberano (Rm 9, At 4:24, 1Tm 6:15, Jd 1:4, Ap 6:10, Sl 139, Mt 7:21, Mt 23:10, Mt 10:30, 2Pe 2:1) que preside todo o universo, passado e futuro, cada um de nós? Um Deus totalmente fora do tempo, Deus criador, que submete a si mesmo Sua criação? Sim, porque, do ponto de vista temporal, o homem toma decisões importantes; mas só o homem submisso à vontade de Deus – o homem que abdica de sua autonomia, “morto para o mundo e vivo para Deus”, controlado pelo Espírito Santo – toma as decisões corretas, com poder de vida eterna, para conversão e obediência. É quando a eternidade irrompe no tempo e dá vida ao que estava morto. É quando Cristo encarna, morre e ressurge, evidenciando em sua própria carne a soberania de Deus e a vitória final de Sua vontade contra todos os desvarios humanos.
Negar a soberania de Deus é negar o próprio Deus.
Ao fim de suas investigações filosóficas, Voltaire não suportou crer em um Deus que permite o mal no mundo e terminou seus dias como ateu. Já o Pastor e o Filósofo adotaram para si um outro deus, um falso deus, em um ateísmo disfarçado de cristianismo. Esta história tem um final mais ou menos feliz. Grande parte da igreja em que serviam o Pastor e o Filósofo terminou por rejeitar seus ensinamentos. Houve dor e dilaceramento nessa separação, mas a certeza de permanência na verdade acompanha os que se foram. Os cristãos leais e sinceros certamente oram pelo arrependimento do Pastor e do Filósofo, na esperança de que se convertam de seus pecados e voltem a crer no Deus da Bíblia, soberano e infinito.
Para entender melhor a história
Para entender melhor 2
Resenha sobre um livro de Piper et alii sobre a TR
06 agosto 2007
Atualidades e, mais importante, John Piper
Estou aqui em um ritmo intenso de trabalho. Enquanto isso, escolhi alguns textos importantes:
- Sobre os dois boxeadores que fugiram e algumas informações recentes sobre Cuba: Fuga do Paraíso, Ipojuca Pontes;
- Sobre a manifestação contra o governo Lula na Avenida Paulista: Resistam ao peso..., Reinaldo Azevedo;
- Uma recente descoberta teológica, graças a meus queridos amigos Juliana Portella e Franklin Ferreira: digite John Piper na seção de busca do site Monergismo, opção "autor", e escolha pelo menos um entre os 61 textos que aparecem na tela.
Tenho assistido a alguns vídeos de Piper, da série Battling Unbelief (Enfrentando a Descrença), que está para sair no Brasil com legenda em português (os meus estão com legendagem em inglês e espanhol). Fique de olho!
A primeira coisa que me chamou a atenção nessas pregações de John Piper foi o modo tão pessoal com que ele se expressa no púlpito. Você tem a nítida impressão, oposta à de tantos pregadores expostos e incensados na mídia televisiva, de que ele não adotou nenhuma persona - ou segunda personalidade - para estar ali. Seu vocabulário não é padronizado, seu jeito de falar não é teatralizado, a expressão de suas emoções não segue nenhum tipo de linguagem televisiva especialmente concebida para tocar o público. Além dessa imagem de autenticidade que ele passa, algo por si só extraordinário se pensarmos nos cansativos espetáculos e micagens oferecidos por tantas igrejas de nossa época, Piper pontua tudo o que diz com extensas citações bíblicas, mostrando solidez teológica sem parecer impessoal ou distante. Essas duas características são, de fato, conscientemente adotadas por ele, que ainda as aconselha a todo crente que deseja "ensinar e pregar o calvinismo":
- Regozije-se por causa das críticas. Aquele que conhece e descansa na soberana graça de Deus deve ser o santo mais feliz. Não seja um anunciador amargo, melancólico, hostil ou falso para a glória da graça de Deus. Louve-a. Regozije-se nela. E não deixe que se torne um espetáculo. Faça isto no seu quarto secreto até que isto seja derramado sobre o púlpito e áreas públicas.
- Não cavalgue sobre o que não está no texto. Pregue exegeticamente, explanando e aplicando o que está no texto. Se isto soar Arminianismo, que soe Arminianismo. Confie no texto e o povo confiará em você por ser fiel ao texto.
Que Deus abençoe essa nova geração de pastores para que compreendam que tudo o que é pedido deles no púlpito é a pregação fiel da Palavra aliada à singeleza de um coração genuinamente convertido. Para isso, não é preciso nenhum brilho adicional, nenhuma artimanha a mais. Basta preparar-se em estudo e viver pela fé, até que a pregação seja conseqüência de um inteligir e um experenciar que se harmonizam e se aproximam cada vez mais da plenitude de uma vida com Deus.
Mais sobre Piper (em inglês): http://www.desiringgod.org
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