Vejo que alguns antigos amigos meus de esquerda estão muito magoados porque Bolsonaro disse recentemente que vermelhos serão banidos (ou algo assim).
Primeiro, eu acho que Bolsonaro estava falando de um banimento do poder. Ou seja, da morte política, por meio do voto, dos que tocam o terror no país há mais de dez anos. De "marginais", não deles. Porém, como votam no PT, doem-se por ouvir coisas assim. Não estão acostumados.
O interessante é que, em anos de convivência, pessoal ou internética, eu nunca vi esses mesmos amigos reclamarem de todo tipo de difamação e piada contra direitistas em todo canto. Ora, eu sou cristã de direita - uma aberração em qualquer meio educacional ou profissional de humanas - desde a década de 2000. Pessoas como eu aguentaram caladas muita animosidade, indireta e direta. Eu disse caladas? Aguentamos sorrindo, isso sim. Dando de ombros e continuando a empurrar o carrinho. Eles viram muita coisa, mas ou fizeram cara de paisagem, ou engrossaram o coro, ou nos culparam por não compreenderem como podíamos ser do jeito que éramos.
Eu não gosto da animosidade que se levanta contra vermelhos hoje. Toda unanimidade é burra: seja de esquerda, como anteriormente, seja de direita, como parece formar-se agora. Mas isso tudo pode ser muito educativo e até fomentar uma esquerda realmente aberta ao diálogo. Afinal, quem sabe agora esses amigos desenvolvam um pouquinho de empatia pelos outrora vilipendiados "reaças" (na época do Nelson Rodrigues), "neoliberais" (na época do FHC e do Lula), "coxinhas" (na época do impeachment) e "fascistas" (hoje) expulsos do debate público há décadas, né? Não custa sonhar.
Dê cá a mão, amigo. Bolsonaro te despreza, mas a maioria dos nossos professores e empregadores também nos desprezava... Tamo junto.
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