Em Dust of Death: The Sixties Counterculture and How It Changed America Forever [Poeira de morte: a contracultura dos anos 1960 e como mudou os Estados Unidos para sempre], Os Guinness menciona a tensão entre liberdade e estrutura (que ele chama de "forma") no antigo sonho das comunidades hippies autossuficientes:
Para cada comunidade "bem-sucedida", muitas outras foram relutantemente forçadas a enxergar o quão estéreis eram suas bases para uma comunidade de seres humanos. Como se constrói uma comunidade fundada em reais unidade e diversidade, com uma autoridade fornecendo a "forma" mas sem sufocar a liberdade, para arbitrar sobre as inevitáveis diferenças e tratar das alienações? (Muitos descobriram que, vivendo em comunidade, o irritante não é exatamente aquilo que os outros fazem, como nas cidades, mas o que deixam de fazer.) Fundar uma comunidade na base do escapismo é a fórmula para o desastre iminente, mas não é muito melhor construir uma comunidade somente com idealismo. Muitas comunidades que têm como ideal uma liberdade total falham logo no primeiro ano. O triste dilema que enfrentam é evidenciado em uma carta pungente escrita para o Modern Utopians: "Se as comunidades anseiam por sobreviver, precisam ser autoritárias, e se forem autoritárias, não oferecerão mais liberdade que a sociedade tradicional. Não fico feliz com essa conclusão, mas agora me parece que o único jeito de ser livre é ficar sozinho." Tal declaração soa de fato como uma nota de rodapé ao insight profético de Nietzsche de que, em um mundo sem Deus, não há resolução entre forma e liberdade. Esta geração, que tende a optar universalmente por uma liberdade sem forma, deveria considerá-la como um epitáfio para os esforços do passado e um aviso para o futuro.
Sim, um aviso de que o pêndulo sempre retorna: depois das tentativas loucas de uma liberdade absoluta e sem freios, vêm as tentativas perigosas de um poder absoluto e sem freios para acalmar a insegurança gerada pelas primeiras. Cuidado com o que você defende, sobretudo sob um governo que busca o poder total: qualquer desestabilização o favorecerá. Este momento brasileiro de Black Blocs e quetais ecoa significativamente os não tão remotos sixties. Reivindicações formatadas e sensatas (prisão dos mensaleiros, fim do voto obrigatório) se mesclam a idiotices (fim da "hipocrisia social", nudez, “antiproibicionismos" etc.). Não há uma linha-mestra a guiar as mentes, nem líderes, e nesse ambiente disperso as idiotices e as depredações acabam ganhando a dianteira. Os tempos são maus: o mundo tem oferecido à igreja uma vasta plataforma para os anseios pecaminosos que se traduzem nessa liberdade amorfa. E suas respostas têm sido travestidas de amor cristão. Mas, se você realmente se considera cristão, nada menos que bíblicos devem ser seus desejos e expectativas. Tente identificar onde o velho ídolo da liberdade sem estrutura se propõe mais uma vez, e fuja dele. Como todos os ídolos, trazem destruição.
2 comentários:
NORMA quero que saiba que tenho aprendido bastante com suas postagens,já que esse campo de ideologias sociais é um assunto relevante para nos cristão, que temos e devemos interpretá-las e as responder a lus da palavra, ha me add no face quero poder comentar suas postagens ;) .
Olá, Levino,
Pode me add por lá! ;)
Abraço!
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