Por que manter crucifixos em locais públicos se o Estado é "laico"? Não
deveria haver espaço também para símbolos de outras religiões? A cruz
ofende e discrimina pessoas que não são católicas. Essa é a ideia que se
propaga em todo o mundo ocidental, mais uma vez um subproduto da
adoração à "deusa" Igualdade. Como se o papel do cristianismo no
processo civilizatório do Ocidente não tivesse sido único.
Mas quem sabe disso hoje em dia? O problema é que, comprometidas com a
ideologia marxista, as escolas e universidades não mais estão mostrando o
tremendo impacto do cristianismo na cultura, e o quanto nos
beneficiamos disso. Leis mais humanas, moralidade, tudo isso, que
consideramos "lugar-comum", é na verdade cristão em sua origem. (Ver aqui no blog a
série "O que Deus fez por você através da cultura", aqui e aqui.) Sem o substrato cristão na cultura, ainda estaríamos como os
antigos romanos, sem o menor respeito pela vida humana enquanto tal,
matando crianças e inimigos do Estado sem limite algum. Esse
igualitarismo religioso é uma invenção do atual totalitarismo de esquerda para minar a
identidade cultural dos países, deixando-os mais abertos para as
engenharias sociais. A questão não é abrir espaço para Buda, mas sim por
que tirar o crucifixo: porque há interesses escusos na retirada do
substrato cristão da cultura. Como diziam os nazistas, são esses "horríveis discípulos de Cristo" que impedem a matança generalizada ao bel
prazer deles (cf. Milosz, Mente cativa, e não, ele não era cristão, mas
relatou isto pois percebeu o que estava em jogo nos totalitarismos - a
mudança forçada e violenta da cultura e a criação do novo homem pelo
homem).
Claro, falar da positividade da moral cristã na cultura não equivale a
sancionar os muitos erros da religião institucional. Como sou
protestante, o crucifixo em si não me diz muito, mas eu consigo ver
além nessas medidas, e o que está além é o desejo de secularizar completamente a
cultura. E, como cristã, é meu dever avisar: isso que as pessoas veem
como "parte da paisagem" é uma conquista cristã, como o fim do infanticídio; logo, se o cristianismo na cultura continuar a ser banido, as conquistas
também o serão. Não por acaso, eminentes acadêmicos e cientistas - como o famigerado Peter Singer - estão
advogando a volta do... infanticídio!
Não é questão de religião oficial. É reconhecer que somos o que somos
com base principalmente no cristianismo. A escola colabora com a
secularização, logo, se as pessoas não buscarem isso por si, ficarão
achando que somos o que somos meio que "por acaso"!
O crucifixo não diz que o Estado é cristão, mas marca nossa identidade e
a identidade do próprio Direito ocidental. Se não sabemos mais essas
coisas, é porque a doutrinação esquerdista na escola e na universidade
está funcionando bem. O maior inimigo dos totalitarismos sempre foi o
cristianismo. A história o demonstra.
2 comentários:
Bom dia Norma! Texto esclarecedor e muito oportuno. Estou comprando aos poucos os livros que vc indicou. Fui na bienal e trouxe as origens do totalitarismo e lágrimas na chuva. Estes temas também te me inquietado bastante e irei começar a postar textos nesta direção. Que Deus continue abençoando sua vida e ministério.
cafeegraca.blogspot.com
Marco Carvalho
Bom saber, Marco! Abraço!
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