12 junho 2011

Amor bandido

Sempre fico horrorizada com as crianças que se identificam com os vilões em vez de preferirem os mocinhos. Já conheci quem torcesse para o Tom e o Frajola contra Jerry e o Piu-Piu; quem imitasse com gosto o Scar de O Rei Leão; quem se derretesse em fascinação pela Bruxa Má da Branca de Neve. Mas então todo o meu choque se dissolve quando lembro que eu mesma, pequena, era apaixonada pelo dissimulado Dr. Smith da série Perdidos no Espaço.

E à vezes, mesmo depois de adulto, a gente continua se apaixonando pela pessoa errada. É o seu caso? Se sim, esse post é uma palavrinha especial de Dia dos Namorados. Se você está apaixonado(a) por um ogro (ou uma ogra), se um vilão (ou uma vilã) assedia você, é o momento da despedida. Se ele (ou ela) não é crente, ou é "crente entre aspas" e vive querendo arrastar você para o pecado (qualquer que seja esse pecado: sexual, doutrinário etc.), isso significa que essa relacionamento não é para você. ("Ah, mas eu vou evangelizar o Fulano": mentira do seu coração. Ou a gente namora, ou a gente evangeliza. Não dá pra fazer as duas coisas.) Se você já entendeu que está na companhia de uma pessoa dessas, mande passear sem dó nem piedade! Não é da vontade de Deus que você permaneça com alguém que só puxa você para baixo, para sentir o bafinho do inferno...

Experiência própria: depois que encontrei the one e me casei, entendi que a recompensa - o casamento com a pessoa certa, quando você dirá finalmente o esperado "sim" - só vem depois de muitos "nãos". É um sim, um só, ao final de muuuuuuuuuuitos "nãos". Aprenda a dizer "não" agora para que, ao final da jornada como solteiro(a), possa dizer um "sim" sem reservas à pessoa que Deus preparou para sua vida. O pecado é múltiplo e a idolatria é feita de um panteão; o amor verdadeiro é um só. E a Bíblia diz (em 2Coríntios 6.14) que esse amor deverá carregar o mesmo jugo que o seu, ou seja, o fardo leve e suave de Cristo. Não espere nem mais um dia: diga um "não" bem redondo ao seu amor bandido.

22 comentários:

André disse...

É isso aí, solteiros de Cristo. Sejam exigentes, que vale a pena.

Atenciosamente,

"The one" da Norma.

renato vargens disse...

Norma,

Excelente reflexão!

abraços,

Renato Vargens

Leonardo Bruno Galdino disse...

Norma,

o pior é que somos rodeados por uma cultura que prega o "você não vale nada, mas eu gosto de você"... e isso acaba encontrando guarida na igreja!

Ótima reflexão sua.

Abraços!

PS: peco se torcer para o Coiote pegar o Papa-Léguas? rs!

bee disse...

ui!
chega aqui, mana: pulei.
:-))

MAC disse...

Não sei se meu comentário cabe aqui, pois tavez esteja fora de contexto. Mas, pegando o gancho do Leonardo e a primeira parte do seu post Norma, deixo aqui uma sugestão de tema para um futuro post, a saber, porque os anti-heróis (personagens geralmente fictícios cheios de problemas e de moral duvidosa, como por exemplo, o Spawn) chamam mais a atenção do que aqueles "salvadores" de caráter inquestionável como o Superman?
Realmente eu gostaria de saber a sua opinião.

No mais, gostei do post... Simples e objetivo :)

Abraço.

Aprendiz disse...

Mac
Deixe-me dar um palpite.

Vários heróis de ficção do último século são chatos, embora os heróis bíblicos e históricos e os ficcionais de outras épocas não o sejam. O motivo, segundo me parece, é que os heróis da TV e cinema têm personalidades irrealistas e “idéias” horrivelmente ilógicas. Freqüentemente eles “pensam” que podem viver suas vidas sem dilemas, seguindo um script “politicamente correto”. Quando enfrentam dilemas, suas respostas são rasas, tolas, irrealistas, INCOERENTES, e mal colocadas, como as dos “politicamente corretos” que conhecemos na vida real. Em outras palavras, sua “bondade” é o ideal idiota de bondade dos “politicamente corretos” que mandam na vida cultural. Eu conheço um monte de pessoas “boazinhas”, inclusive em nossas igrejas, que se tivessem “super poderes” seriam tão idiotas, chatas e irrealistas quanto o mais chato dos “heróis” da TV e cinema. Só não teriam um roteirista para protegê-las de suas patetices.


Quando eu comecei a namorar a pretinha, e ela demonstrou que sentia vontade de matar os assassinos, quando ouvia de algum crime hediondo, eu pensei “ai esta uma garota que tem coração”. Valeu a pena.

Norma disse...

Adorei, Aprendiz. :-)

Pessoal, super obrigada pelos comments! Uma vez li uma história em que um cachorrinho é adotado por uma família. Quando a moça o pegou no colo pela primeira vez, ele descansou o focinho no ombro dela e soltou um suspiro, como quem diz: "Achei, até que enfim." Esse foi meu sentimento quando conheci o André. Desejo de todo coração que os solteiros que leram o post encontrem também o Amado ou a Amada de seus corações! :-)

Fernando Pasquini disse...

Norma, você mesma sabe que esse post também se identifica muito comigo, não?
Sem chance esse negócio de "vou evangelizar o fulano / a fulana". Namoro e casamento exigem sinceridade; e para alguma coisa dar certo entre pessoas com visões muito diferentes, só se for escondendo algumas coisas, o que não é nada agradável de se fazer.
Às vezes temos a impressão que é muita exigência querer alguém que pense igual a você. Mas não é. E se alguém não encontrar, é melhor que fique sozinho. Ou espere. O problema nos jovens de hoje só tem um nome: desespero!
Eu mesmo acredito que hoje Deus, pela sua graça e para sua glória, já me fez encontrar alguém desse tipo que você citou, que você olha, suspira e diz "achei" ^^. Não um "achei" do tipo "ela é a pessoa perfeita", mas do tipo "Deus quer nos fazer muito felizes juntos". E como valeu a pena ter esperado por isso!

MAC disse...

Grande irmão Aprendiz.

Com a sua fala, quem aprendeu foi eu :)
Obrigado pelas suas considerações.

Que o Senhor seja contigo meu irmão.

Abraço.

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Você irá aprender que em tais relcacinamentos o ser (saber-se e sentir-se) amado é tão importante quanto o amar.

Casal 20 disse...

Norma, pior é que é sério e perigoso esse "ministério" dentro do arraial evangélico, é uma nova visão, uma moderna estratégia missionária: namorar para evangelizar!

Concordo contigo: é só baforada infernal! E tem muita gente se enganando com isso.

Abraços sempre afetuosos.

Norma disse...

Fernando, você sabe que eu me alegro muito muito mesmo com isso! :-)

Pois é, esse negócio de "pega o descrente, evangeliza e casa" é espeto, é ilusão da alma desesperada. Soube de uma antiga líder da ABU que tinha essa ideia. O que acabou acontecendo é que ela se contentou com um descrente mesmo. Foi morar junto sem casar. Certamente relativizou um monte de aspectos da fé, se é que não a perdeu por completo. Muito triste.

Tania Cassiano disse...

Norma,
São também chamados os "doces vampiros".
Abs.

Charles Oliveira disse...

Norma,

Em nome do evangelho de Cristo, tão atacado ultimamente pelo vilão do namoro misto, quero dar os parabéns. Post claro, objetivo e profundo em importância e significado. Foi um prazer conhecer pessoalmente você e o "the one" em Salvador.

Abraço!
Pr. Charles

Hugo disse...

Olá, Norma!

Eu concordo que, a princípio, a melhor opção é casar-se com alguém que compartilhe a mesma fé, alguém de vida santa, etc e tal. Mas... Deus escreve certo por linhas tortas! Não dá para determinar o que será melhor para nós, só dá para confiar na providência divina, rezar bastante e permanecer na fé.

No mais, caso aconteça do amor da vida de alguém trazer consigo uma incompatibilidade de fé (ou da falta dela), jamais se pode esquecer que o marido que não tem fé é santificado por sua mulher, e vice-versa.

Jesus se sacrificou por nós na cruz, amando os judeus e os gentios. Há situações em que nós, esses "novos judeus", precisamos nos sacrificar pelos gentios que amamos.

Marcos Fontoura disse...

Norma,

Venho aqui por outro assunto. Estou interessado em tradução de francês, mas não tenho experiência. Vc podia me dar algumas dicas de como entrar no mercado?

Camila disse...

Oi, Hugo! Oi, Norma!

Desculpem-me a intromissão, mas gostaria de acrescentar algo à reflexão.

É verdade, em parte, o que vc escreveu, Hugo, mas vejo 2 questões problemáticas:

1. O texto que vc citou sobre marido santificar a esposa incrédula e vice-versa diz respeito à situação de pessoas já casadas e não meramente namorados. Ou seja, trata-se de um quadro em que a união foi estabelecida antes da conversão de qualquer das partes, daí o conselho do apóstolo ser destinado àqueles q se converteram depois de casados: em lugar de separarem-se, manterem-se casados, para q o cônjuge venha a ser alcançado pela fé. É, portanto, contexto totalmente diferente: há uma família inteira em jogo, não simplesmente duas pessoas.

2. É verdade q Deus escreve certo por linhas tortas e q não sabemos (ao todo) o q será o melhor para nós. No entanto, a Bíblia recomenda a união (de qualquer tipo) entre cristãos, conferindo aos demais casos o estatuto de exceções abençoadas. Ou seja, ainda q hajam casos de namorados incrédulos q vêm a se converter graças ao parceiro, resultando daí um casamento, esses casos são exceções e não a regra. Em outras palavras, é mais seguro e indicado pautar-se pelas regras, não pelas exceções.

Um abraço a vcs!

Norma disse...

Charles, obrigada! Foi um prazer imenso também! Quando nos estabelecermos em Natal, venham fazer uma visita! ;-)

Perfeito, Camila, obrigada! :-) Eu tinha até esquecido de comentar a postagem do Hugo, pois estou terminando o lote da minha tradução.

E por falar em tradução: Marcos, o negócio é coragem para pedir um teste de tradução nas editoras. Você pode pedir testes de copidesque (que é a revisão da tradução, com o original ao lado). Ligue para as editoras, fale do seu currículo e peça um teste enviado pelo correio ou por mail. Já funcionou comigo! Outra boa ideia: entre na comunidade Tradutores/Intérpretes BR no Orkut, um meio excelente de aprendizado e troca. Ali tem muitos posts com dicas para tradutores iniciantes, principalmente sobre abertura do próprio negócio de tradução. Abraços e que Deus o abençoe!

nutricionista.patriciamagurno disse...

Gostei das tuas postagens.

http://rascunhosdapaixao.blogspot.com/

Filipe Malafaia Cerqueira disse...

Olá, Norma.

Sigo seu blog e sempre estou por aqui, mas nunca havia comentado. Achei este post muito interessante e relevante, especialmente eu sendo professor e líder de jovens e me deparo muito com esse tipo de questionamento, medo de ficar só, etc.

Eu como casado e feliz, sei que é preciso ter dito muitas vezes 'não' até dizer o 'sim' para a pessoa escolhida por Deus.

Que Deus a abençoe!

E quando puder, dê uma passadinha no meu humilde blog de cinema:
http://filipemalafaia.blogspot.com

E quanto aos vilões, admito que torci para o Coringa dar uma surra naquele Batman sem graça de O Cavaleiro das Trevas! rsrsrs

Norma disse...

Meiga Senhorita, obrigada!

Filipe, fico feliz! Gostei do seu blog - também adoramos os desenhos da Pixar, André e eu, e meu preferido é Wall-e - e já estou seguindo! Abraços!

Tiago Ramos disse...

Cara Norma,

Sou casado com uma mulher descrente. Quando a conheci eu ainda estava muito incerto na fé, com um pé em cada canoa, e quando finalmente fui arrastado para junto de Cristo sem mais palhaçadas, já estava casado.

Minha mulher se ressente até hoje por esse meu retorno à igreja, me acompanha arrastada mesmo, mas vai. Sei de uma coisa, comprei uma briga com o capeta. Sei que provavelmente terei que orar por ela pelos próximos 60 anos, mas confesso que não me arrependo.

Não me arrependo porque minha esposa é honesta e amorosa, e por mais que me deixe enfurecido e brigue comigo por causa de Cristo, entre outras coisas, mantenho a confiança em Deus e no seu poder para salvar, bem como em sua graça para me ajudar a suportar.

É estranho. Não recomendo para ninguém casar com descrente, minha esposa certamente não recomenda a ninguém que se case com crente, e no entanto nos amamos e temos um compromisso sério (curiosamente vi alguns casais de crentes conhecidos nossos escolherem o divórcio recentemente, o que é uma pena).

Uma coisa que me abençoou bastante recentemente a foi a leitura de This Momentary Marriage, do John Piper. Ele pinta um quadro tão sóbreo e ao mesmo tempo tão bonito que recomendo até para os solteiros.

Um grande abraço,

Tiago