No próximo sábado, André Venâncio e eu estaremos na Igreja Presbiteriana de Pirangi, em Natal, para falar sobre apologética. Se você mora na cidade, não perca!
Um esforço, com a graça de Deus, de recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais. Não por pedantismo ou orgulho, mas por uma necessidade quase física de dar nomes às minhas intuições e contornar o status quo das idéias hegemônicas deste mundo.
14 agosto 2014
07 agosto 2014
"Você se torna aquilo que adora": painel com G.K. Beale
Estou completamente apaixonada pelo livro Você se torna aquilo que adora, de G. K. Beale. Para uma "criatura literária" como eu, uma abordagem global da Bíblia, com comparações minuciosas entre textos, é uma festa! Nesse painel do Congresso Vida Nova, Beale explica a ideia central do livro, contida no título e defendida a partir das relações entre Isaías 6.8-10 e outros textos, sempre sob o tema da idolatria. Em seguida, Mauro Meister e Franklin Ferreira discorrem sobre, respectivamente, a origem da idolatria em Gênesis 3 (que eu sempre abordo ao falar para mulheres) e decisões simples para reduzir a possibilidade da idolatria no culto público (pois é, porque mesmo os crentes ainda caem em situações idólatras!). Para finalizar, Beale trata da importância do tema da idolatria para nós, cristãos de hoje. Tanto o vídeo como o livro são simplesmente IMPERDÍVEIS. Estou quase chegando à metade da obra de Beale e, assim que terminar, escrevo uma resenha para o blog. Posso dizer que está me abençoando muitíssimo, e certamente terá sido um dos melhores livros de teologia que já li na vida. Aguarde (e não deixe de ler)!
04 agosto 2014
Animais, crianças e adultos
O pai se distraiu com o filho pequeno no zoo e o menino mais velho pulou para dentro da área proibida que dá para a jaula do leão e do tigre.
- Vi que a situação estava sob controle, o leão estava muito tranquilo - contou o pai.
O pai DEIXOU o menino ficar dentro da área PROIBIDA do leão e do tigre. O menino atiçou os animais, enfiou o braço pela grade e o tigre o atacou.
- Acidentes acontecem. Podia ter sido com o filho de qualquer pessoa -, comentou a mãe.
O pai DEIXOU o menino ficar DENTRO DA ÁREA PROIBIDA do leão e do tigre. O menino perdeu o braço. A opinião pública culpa o zoo.
- Eles têm a obrigação de proteger os consumidores de eventuais acidentes -, sentenciou o advogado.
O PAI DEIXOU o menino ficar DENTRO DA ÁREA PROIBIDA DO LEÃO E DO TIGRE. A opinião pública não só culpa o zoo, mas responsabiliza o animal, exigindo:
- Sacrifiquem o tigre!
O PAI DEIXOU O MENINO FICAR DENTRO DA ÁREA PROIBIDA DO LEÃO E DO TIGRE. O menino, de braço amputado, pede:
- Não matem o tigre!
Moral da história: O animal agiu conforme a natureza e a criança compreendeu isso. Já os adultos abdicaram de qualidades humanas basilares: respeito aos pais e às leis; imposição de limites na educação dos filhos; relação entre causa e efeito na infração das regras; capacidade de avaliação diante do erro; correta atribuição da responsabilidade; compaixão pelo mais fraco. E coroaram o processo de desumanização elegendo justamente o ser mais fraco - sem raciocínio e sem liberdade - como bode expiatório. Como se o tigre devesse saber que não podia atacar o menino, mas o pai não devesse saber que ensinar o filho a obedecer é um ato de proteção.
Em uma sociedade que não sabe mais como educar suas crianças, um pai dificilmente se responsabiliza quando o filho, não obedecendo, precisa arcar com as consequências de seus atos. Mas esse pai é responsável. E provavelmente será responsabilizado diante da lei.
Da próxima vez em que você pensar em enaltecer a cultura brasileira contemporânea, lembre-se dessa história e se envergonhe como eu me envergonhei...
- Vi que a situação estava sob controle, o leão estava muito tranquilo - contou o pai.
O pai DEIXOU o menino ficar dentro da área PROIBIDA do leão e do tigre. O menino atiçou os animais, enfiou o braço pela grade e o tigre o atacou.
- Acidentes acontecem. Podia ter sido com o filho de qualquer pessoa -, comentou a mãe.
O pai DEIXOU o menino ficar DENTRO DA ÁREA PROIBIDA do leão e do tigre. O menino perdeu o braço. A opinião pública culpa o zoo.
- Eles têm a obrigação de proteger os consumidores de eventuais acidentes -, sentenciou o advogado.
O PAI DEIXOU o menino ficar DENTRO DA ÁREA PROIBIDA DO LEÃO E DO TIGRE. A opinião pública não só culpa o zoo, mas responsabiliza o animal, exigindo:
- Sacrifiquem o tigre!
O PAI DEIXOU O MENINO FICAR DENTRO DA ÁREA PROIBIDA DO LEÃO E DO TIGRE. O menino, de braço amputado, pede:
- Não matem o tigre!
Moral da história: O animal agiu conforme a natureza e a criança compreendeu isso. Já os adultos abdicaram de qualidades humanas basilares: respeito aos pais e às leis; imposição de limites na educação dos filhos; relação entre causa e efeito na infração das regras; capacidade de avaliação diante do erro; correta atribuição da responsabilidade; compaixão pelo mais fraco. E coroaram o processo de desumanização elegendo justamente o ser mais fraco - sem raciocínio e sem liberdade - como bode expiatório. Como se o tigre devesse saber que não podia atacar o menino, mas o pai não devesse saber que ensinar o filho a obedecer é um ato de proteção.
Em uma sociedade que não sabe mais como educar suas crianças, um pai dificilmente se responsabiliza quando o filho, não obedecendo, precisa arcar com as consequências de seus atos. Mas esse pai é responsável. E provavelmente será responsabilizado diante da lei.
Da próxima vez em que você pensar em enaltecer a cultura brasileira contemporânea, lembre-se dessa história e se envergonhe como eu me envergonhei...
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