28 maio 2013

O patético resultado do assistencialismo (II): o caso sueco

Foto: Carro incendiado no subúrbio de Estocolmo, Suécia, dia 21 de maio de 2013 (JONATHAN NACKSTRAND / AFP). Tirada desse site.


Você certamente já ouviu aquele amigo que se diz social-democrata citar o exemplo da Suécia como de um socialismo bem-sucedido. Bom, faça-lhe dois favores: dê a ele de presente o livro do Janer Cristaldo (já desatualizado, pois é de 1973: procure em sebos) O paraíso sexual democrata, e mostre-lhe o artigo de Gary North (teólogo e economista presbiteriano) do dia de hoje, O estado assistencialista sueco está em chamas. Isso vai funcionar como um panorama bastante amplo da situação daquele país, que de paraíso não tem nada. As “chamas” do título são literais: faz seis dias que a Suécia vem sofrendo na mão de incendiários.

Dois fatores contribuíram para essa situação de guerra civil: uma grave crise econômica desde os anos 1990 (obrigatória em países com governos que se encarregam pesadamente da “justiça social”) e a imigração em massa de gente do Iraque, do Afeganistão, da ex-Iugoslávia, da Somália, da Síria, para o que é considerado um país preferencial em toda a Europa. Alocados em guetos no subúrbio, sem perspectivas e sem desejo de integração (o governo fornece até cursos gratuitos de sueco), esses imigrantes fomentam um enorme ressentimento contra o Estado Papai – ressentimento que um dia explode. Perfazem 15% da população e são os mais atingidos pelo desemprego. (Mais sobre isso, em francês, aqui e aqui.) Gary North sentencia: "Um arranjo que combina imigração livre com Estado provedor está propenso ao desastre."

Deveria ser o contrário? Não! O Estado é um mau criador de empregos e oportunidades. Ele é como um pai que mima os filhos ao ponto de assumir todas as rédeas da vida deles. Não sabe dar o “empurrãozinho” de que precisam desde crianças para crescerem por si. Depois, o pai se lamenta quando precisa sustentar adultos dependentes pelo resto da vida. A metáfora dá conta somente das boas intenções, que podem até existir (muitas vezes duvido), mas nunca vêm sozinhas: governos socialistas assumem tarefas demais, via de regra, para embriagar os governantes de poder e dinheiro público. Desestimulando ou até inibindo a iniciativa privada com assistencialismo, leis abusivas e impostos altos, o Estado socialista diminui drasticamente o número de empregadores e, logicamente, o de empregos. Resultado: a desigualdade social aumentou muito na Suécia desde 1995. E toda a culpa recai agora sobre o costumeiro bode expiatório das esquerdas, claro, na figura do primeiro-ministro Frederik Reinfeldt, eleito em 2006 e decidido a fazer alguns cortes no benefício da galera. Uma reportagem desinformativa, certamente desejando salvaguardar a (ainda) boa fama da social-democracia sueca no Brasil, afirma que os próprios incendiários são de “extrema-direita” (direita contra direita?) e completa: “Os subúrbios afetados pela onda de violência têm em comum uma alta concentração de imigrante e problemas sociais, que se viram agravados pela política de cortes implementada há sete anos pelo governo de direita liderado pelo primeiro-ministro conservador Fredrik Reinfeldt.” Pois é. Se a mamata diminuiu e o povo resolveu tacar fogo nas ruas, a culpa é de quem reduziu a mamata, não é? Lógica perversa!

Trazida por North, achei tocante a fala de Marc Abramsson, líder do Partido Nacional Democrata:

Nós somos o país que mais se esforçou para integrar essas pessoas, muito mais do que qualquer outro país europeu; gastamos bilhões em um sistema de bem-estar que foi criado para ajudar imigrantes desempregados e garantir a eles uma boa qualidade de vida. Ainda assim, temos áreas em que existem grupos étnicos que simplesmente não se identificam com a sociedade sueca.  Eles veem a polícia e até mesmo as brigadas de incêndio como parte do aparato repressor, e os atacam.  Já tentamos de tudo, de tudo mesmo, para melhorar as coisas, mas nada funcionou.  Não se trata de racismo; a questão é simplesmente que o multiculturalismo não reconhece como os humanos realmente funcionam.

Ele chegou ao ponto: como os humanos realmente funcionam? Eis a resposta bíblica: eles são pecadores, naturalmente inclinados ao mal. Um sistema de governo que não considere essa verdade revelada (e provada no dia-a-dia), buscando continuamente fazer surgir a bondade interior do povo por meio de privilégios de todo tipo, como se a gratidão pudesse ser acionada automaticamente, está fadado ao esgotamento. Não existe a associação – tão cantada entre os poetas românticos do século XIX – entre pobreza e bondade. Dentre os imigrantes pobres que recebem assistência especial do governo sueco, alguns serão gratos e procurarão andar com as próprias pernas depois de algum tempo; mas outros, muitos outros, serão cruéis, nunca dispostos a ganhar o pão com o suor do rosto, mas, humilhados, sempre prontos a morder a mão que os ajuda. São esses que contribuindo para a destruição do país, de dois jeitos: inércia e, agora, fogo. Inutilizam a própria vida e a dos outros. O sistema não funciona, e mais: produz espertalhões, como aquela mulher que queria o Bolsa Família para dar à filha uma calça de trezentos reais.

Volto à frase do apóstolo Paulo em 2 Tessalonicenses 3.10: “Quem não quer trabalhar, que também não coma.” A aplicação da Bíblia ultrapassa nosso egoísmo comezinho: o amor de Deus não se deixa confundir com sentimentalismos destrutivos. O princípio enunciado por Paulo não se esgota no indivíduo que queria viver às custas da igreja congregada dos primeiros séculos da era cristã, mas tem profundidade e amplitude na sociologia, na psicologia, na política. Quem deseja se empenhar na formação da cosmovisão cristã falhará estrondosamente se continuar lendo a Palavra e mirando somente seu próprio umbigo – ou o umbigo dos pobres idealizados pela cultura socialista.

21 maio 2013

O patético resultado do assistencialismo

Tenho alguns textos para postar, mas estou chocada com esse vídeo desde o primeiro momento em que o vi. Esse é o patético resultado do assistencialismo: as pessoas passam de fato a crer que o dinheiro que recebem do governo é um direito, assim como os filhos acham natural (e realmente é) que os pais os sustentem até certa idade. São adultos infantilizados e sem limites que obtiveram o status mitificado, heroico, sublime de "pobre" (o "pobre" dos românticos socialistas, não o pobre real) e querem que a sociedade pague caro por esse status, que ostentam quando convém (e escondem quando não convém).

Continue assim, Governo Brasileiro, solapando com suas decisões toda noção de responsabilidade individual e incentivando os imaturos e folgados deste país. É assim que o Brasil vai pra frente!

P.S.1 Leitor(a), aproveite e dê uma olhada nesse artigo oportuno do economista Rodrigo Constantino, que compara a postura da brasileira com outra, bem diferente, de um jovem de Portugal, e também nesse outro de Reinaldo Azevedo sobre os "excluídos não tão excluídos" que recebem o Bolsa Família.

P.S.2 Para quem está chocado com esta postagem, vale aqui a advertência do apóstolo Paulo em 2 Tessalonicenses 3.10: "quem não quer trabalhar, que também não coma". Há quem cite a igreja primitiva como um exemplo de comunismo, infelizmente. Mas quem lê a Bíblia toda sabe que ali, entre os primeiros cristãos que se inspirassem em Paulo, o folgado irresponsável não tinha vez. Nada de se aproveitar do amor dos irmãos para parasitagem, nada de deixar de trabalhar para viver do governo! Essa é a ética bíblica aplicada ao mundo atual: é nossa responsabilidade divulgá-la e vivê-la!

16 maio 2013

A mesma face

Quando pequena, eu costumava me inquietar com a opinião de Deus sobre mim. Estaria Ele feliz comigo? Será que me amava ou me odiava? Aprovava minhas escolhas?

Já convertida, entendi que eu era rebelde e que somente Cristo podia transformar essa condição. Sabia, agora, que estávamos reconciliados, eu e Deus. Mas o questionamento, adaptado, prosseguiu. Estava claro que Ele me amava em Cristo, mas será que aprovava minhas escolhas?

Quando consigo enxergar melhor, desdobrada do anseio pelo amor total e sem máculas entre mim e Deus, percebo que a face do Deus irado contra meus pecados (que ainda existem) e a face do Deus feliz comigo (por causa de Cristo) são a mesma e única Face. O "já/ainda não" da Bíblia se manifesta também na relação que Ele estabelece conosco, de modo que não nos livramos da incômoda sensação de que Ele se ira contra nós - felizmente, pois é essa sensação que nos impulsiona na luta com o pecado.

Mas essa ira é acomodada no sacrifício de Cristo, e, contida, em vez de nos destruir, é como um sussurro doce em nossos ouvidos, um sussurro que diz "continue, continue". Senhor, caso seja necessário, dá-me uma resposta emocional mais adequada aos teus sussurros.