Amigos leitores,
Agradeço infinitamente aos que têm orado por mim e torcido para que eu me recupere da enxaqueca persistente. É especialmente para vocês que eu escrevo aqui. Há alguns dias, descobri que tenho Síndrome de Hashimoto, uma doença autoimune que ataca as células da tireóide e provoca cansaço, lentidão, dor de cabeça e dor muscular, pele seca, queda de cabelo. Tenho todos esses sintomas. Não há nódulos, mas a glândula já demonstra inchaço (ao ponto de um ligeiro bócio difuso, perceptível ao especialista) e desgaste. Já estou tomando a medicação correta e comecei uma dieta bastante rígida, com nutricionista, para ajudar a reequilibrar hormonalmente meu organismo. Não me foi dada nenhuma promessa de prazo quanto à melhora da dor de cabeça especificamente, mas estou confiante de que não deve demorar. Por enquanto, estou em uma fase ruim, com crises todos os dias e graus variáveis de dor. Por isso, o blog vai ficar em banho-maria até que eu comece a demonstrar uma reversão significativa de todos os sintomas de Hashimoto. Por isso também, junto com meu marido, tomei a decisão de recusar convites para palestras e viagens até pelo menos o meio do ano, pois estou recuperando as forças e privilegiando meu tratamento. Isso inclui a viagem para São Luís, anunciada na postagem anterior, pois não estou em condições agora.
Continuo pedindo suas orações! Estamos no caminho certo, graças a Deus.
Muito obrigada,
Norma
Um esforço, com a graça de Deus, de recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais. Não por pedantismo ou orgulho, mas por uma necessidade quase física de dar nomes às minhas intuições e contornar o status quo das idéias hegemônicas deste mundo.
28 fevereiro 2013
15 fevereiro 2013
08 fevereiro 2013
VINACC 2013
E não vos conformeis com este mundo - esse é o lema da Visão Nacional para a Consciência Cristã deste ano, parte de um dos versículos que mais amo na Bíblia (Rm 12.2) e que está presente na abertura de meu blog, aí do seu lado direito. E, é claro, estarei lá, participando do I Seminário sobre Literatura, Bíblia e Cristianismo e do I Enblogue (Encontro de Blogueiros Evangélicos). Minha programação total pode ser acessada aqui, bem como a de todos os palestrantes.
Para não romper as atualizações do blog, deixei programada uma postagem para segunda-feira sobre Romanos 12.1 e 2, versículos que certamente serão lembrados muitas vezes ao longo do evento! Esse texto que postarei é um pequeno trecho de meu capítulo do livro a ser lançado no sábado durante o Enblogue, com a participação de vários blogueiros cristãos. Com o livro em mãos, contarei mais novidades!
Que este Carnaval seja ocasião para crescimento diante do Senhor para você! A maior folia estará no céu, e já experimentamos um pouquinho dele aqui. :-) Que Deus o abençoe!
Para não romper as atualizações do blog, deixei programada uma postagem para segunda-feira sobre Romanos 12.1 e 2, versículos que certamente serão lembrados muitas vezes ao longo do evento! Esse texto que postarei é um pequeno trecho de meu capítulo do livro a ser lançado no sábado durante o Enblogue, com a participação de vários blogueiros cristãos. Com o livro em mãos, contarei mais novidades!
Que este Carnaval seja ocasião para crescimento diante do Senhor para você! A maior folia estará no céu, e já experimentamos um pouquinho dele aqui. :-) Que Deus o abençoe!
04 fevereiro 2013
Anteparo contra a verdade
Todo comportamento está escorado por um conjunto de crenças; todo modo
de agir se reporta a uma cosmovisão específica, seja declarada, seja
inconsciente. E as cosmovisões não surgem no vácuo, mas são parte do
tecido de ideias que sustenta determinada sociedade. Ninguém é um núcleo
absolutamente original e imprevisível de pensamentos; sempre
reproduzimos em alguma medida as ênfases de nosso tempo. Essas
percepções me parecem estar desaparecendo das mentes contemporâneas, à
medida que a descontinuidade ganha terreno sobre a continuidade e
oferece a sensação de que é impossível um desenho nítido do que vivemos.
Assim, um dos maiores problemas de nossa época é que as pessoas se acostumaram a um afrouxar de laços entre o crer e o agir. Não sabem mais no que creem e por quê, e não sabem o que as motiva em suas decisões práticas. A proliferação de analistas parece ter coincidido com o abandono de um autoexame informado culturalmente: buscam soluções tão individualizadas, tão personalistas, que perdem de vista o todo que poderia fornecer-lhes explicações para esse estado de divisão interior. Embriagadas da ilusão romântica (Girard), esquecem-se de que são seres de imitação.
Um dado que me parece óbvio nesse quadro é que as crenças partilhadas, hoje, são de fato desconectadas da realidade, tão incapazes de escorar ações efetivas no mundo que passam a compor apenas uma atmosfera indiscernível, uma bruma difusa, que só obscurece o caminho em vez de apontar direção. Acreditar que a moralidade é relativa mas continuar vivendo de modo compatível com a existência do bem e do mal (porque não se pode viver de outro modo, a não ser como sociopata) é um dos exemplos mais recorrentes dessa dissociação. A frequência com que o discurso nega a vida é tão grande que o pensar não só deixa de acompanhar a experiência, mas a atomiza ainda mais.
E há outro exemplo que nos diz respeito diretamente. Você fala a alguém de sua fé em Cristo e narra algum fato miraculoso ou extraordinário relacionado a sua fé, e imediatamente seu interlocutor proclama com seus botões, ou até em alta voz, que você só pode ter um parafuso a menos. Porém, ao mesmo tempo, nada em seu comportamento ou suas atitudes mudarão em relação a você. Em 99% das vezes, você continuará sendo, aos olhos dele, uma pessoa amiga e confiável. A presumida "loucura" que ele lhe imputa, nesse caso, é operacional e só funciona para que se mantenha a salvo da ameaça da crença.
Eis a marca de nossos dias: antes, as cosmovisões davam identidade, ainda que uma identidade idólatra e inconsistente; hoje, foi dado um passo para trás: o relativismo engole toda possibilidade de um posicionamento público que esteja de acordo com a cosmovisão, persistindo, como forte anteparo, contra qualquer tentativa de organizar mentalmente o real. Lamentamos essa situação, mas ao mesmo tempo podemos nos indagar se um mecanismo que se afigura claramente como proteção contra a verdade não seria mais fácil de desmascarar, já que resulta (ou deveria resultar) em maior desconforto existencial. Por outro lado, assusta que nossos contemporâneos se mostrem tão voluntários em preferir a ilusão e permanecer nela, ainda que em tudo se assemelhe de fato ao que é: uma ilusão.
Só Deus poderá nos comunicar com eficácia as reações adequadas aos desafios que a igreja está prestes a enfrentar nesse novo século. Estejamos atentos.
Assim, um dos maiores problemas de nossa época é que as pessoas se acostumaram a um afrouxar de laços entre o crer e o agir. Não sabem mais no que creem e por quê, e não sabem o que as motiva em suas decisões práticas. A proliferação de analistas parece ter coincidido com o abandono de um autoexame informado culturalmente: buscam soluções tão individualizadas, tão personalistas, que perdem de vista o todo que poderia fornecer-lhes explicações para esse estado de divisão interior. Embriagadas da ilusão romântica (Girard), esquecem-se de que são seres de imitação.
Um dado que me parece óbvio nesse quadro é que as crenças partilhadas, hoje, são de fato desconectadas da realidade, tão incapazes de escorar ações efetivas no mundo que passam a compor apenas uma atmosfera indiscernível, uma bruma difusa, que só obscurece o caminho em vez de apontar direção. Acreditar que a moralidade é relativa mas continuar vivendo de modo compatível com a existência do bem e do mal (porque não se pode viver de outro modo, a não ser como sociopata) é um dos exemplos mais recorrentes dessa dissociação. A frequência com que o discurso nega a vida é tão grande que o pensar não só deixa de acompanhar a experiência, mas a atomiza ainda mais.
E há outro exemplo que nos diz respeito diretamente. Você fala a alguém de sua fé em Cristo e narra algum fato miraculoso ou extraordinário relacionado a sua fé, e imediatamente seu interlocutor proclama com seus botões, ou até em alta voz, que você só pode ter um parafuso a menos. Porém, ao mesmo tempo, nada em seu comportamento ou suas atitudes mudarão em relação a você. Em 99% das vezes, você continuará sendo, aos olhos dele, uma pessoa amiga e confiável. A presumida "loucura" que ele lhe imputa, nesse caso, é operacional e só funciona para que se mantenha a salvo da ameaça da crença.
Eis a marca de nossos dias: antes, as cosmovisões davam identidade, ainda que uma identidade idólatra e inconsistente; hoje, foi dado um passo para trás: o relativismo engole toda possibilidade de um posicionamento público que esteja de acordo com a cosmovisão, persistindo, como forte anteparo, contra qualquer tentativa de organizar mentalmente o real. Lamentamos essa situação, mas ao mesmo tempo podemos nos indagar se um mecanismo que se afigura claramente como proteção contra a verdade não seria mais fácil de desmascarar, já que resulta (ou deveria resultar) em maior desconforto existencial. Por outro lado, assusta que nossos contemporâneos se mostrem tão voluntários em preferir a ilusão e permanecer nela, ainda que em tudo se assemelhe de fato ao que é: uma ilusão.
Só Deus poderá nos comunicar com eficácia as reações adequadas aos desafios que a igreja está prestes a enfrentar nesse novo século. Estejamos atentos.
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