Hoje faz 48 anos que foi deflagrada a ditadura militar. E a polarização geral em torno do tema tem me desagradado profundamente.
Neste blog, e em meu livro a sair no final de abril pela editora Vida Nova - A mente de Cristo: conversão e cosmovisão cristã -, discuto a impossibilidade de enxergar nuances, típica do pensamento de esquerda. Ora, muitas vezes os próprios conservadores não se isentam desse mal. No Brasil, o espírito da cordialidade convive paradoxalmente com uma adesão festiva ou raivosa (ou ambos!) a extremos. Análises comedidas, não; endossos apaixonados a qualquer tema, não importa sua complexidade. A politização do pensamento, a que espero, contraculturalmente, aderir cada vez menos, pede que a humanidade se divida em dois partidos opostos sobre tudo, sempre.
Tendo dito isto, vamos ao que penso. A ditadura militar foi um mal menor? Sim. O país estava prestes a se tornar uma sucursal da antiga União Soviética. Terroristas treinados agiram para implantar o comunismo no Brasil. Plantaram bombas, assaltaram bancos, mataram gente. Diante dessa situação, os militares usaram técnicas de guerra, com o apoio popular. Seria possível reagir de outra maneira? Creio que não, infelizmente.
Agora, devemos "comemorar" o acontecimento? Sim e não. O golpe, que impediu o mal maior, sim. O regime, com todos os seus desmandos e excessos, certamente não. Um mal menor deve ser encarado como o que é: um mal. Sim, o totalitarismo de esquerda é o inferno na terra em grau elevado. Mas uma ditadura deixa marcas difíceis de serem curadas e esquecidas. Por todos os que sofreram de verdade naquele contexto (não incluo nisto quem se exilou em Paris e hoje vive de indecorosas indenizações), prefiro não comemorar.
O que fica mais patente, porém, é que aqueles jovenzinhos vociferantes - com seus mestres e tutores partidarizados - que se levantaram contra o evento sobre a ditadura no centro do Rio, desprezando e cuspindo nos militares que dali saíram, precisam urgentemente se despir da sua capa de falso moralismo, de inocência fingida, e compreender que, no mesmo instante em que condenam a ditadura, defendem e promovem um sistema maldito que, em nome do amorrrrrr, matou cem milhões de pessoas em todo o mundo. Os militares cometeram erros, mas buscavam coibir terroristas, assassinos e assaltantes de bancos; os comunistas são muito mais democráticos em seus alvos e exterminam "classes" inteiras, levas e levas de pessoas, sem olhar a quem. Vamos deixar de hipocrisia e acabar de uma vez por todas com esse mimimi em relação a 1964: esquerdista, o que você quis para o Brasil naquele tempo (e ainda quer hoje!) é pior, muito pior, do que qualquer coisa que os militares possam ter feito. Quantitativa e qualitativamente.
Termino assim este texto: com todo o respeito pela dor das vítimas involuntárias da ditadura e com a mais profunda compaixão por aqueles que de fato confundiram o comunismo com o sonho por um mundo melhor; mas muito pouco respeito, muito pouco mesmo, pelos novos totalitários, comunistas de ontem e de hoje, que acusam os militares ao mesmo tempo em que ainda exaltam, depois de toda aquela matança comprovada, os demônios Lênin, Stálin, Pol Pot, Mao e Fidel Castro.
Um esforço, com a graça de Deus, de recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais. Não por pedantismo ou orgulho, mas por uma necessidade quase física de dar nomes às minhas intuições e contornar o status quo das idéias hegemônicas deste mundo.
31 março 2012
25 março 2012
Bate-papo com Allen no Facebook
O pastor Allen Porto, de São Luís do Maranhão, postou no Facebook trechos do livro Reflexões sobre a indiferença, de Gilles Lipovetsky, pedindo a interação dos amigos a cada pedaço. Achei-os tão interessantes que comentei todos, o que gerou um papo muito agradável. Se você quer ver como é meu texto quando escrevo espontaneamente, sem muita preocupação didática nem muito burilamento, pode conferir a postagem no blog do Allen, aqui. Aproveite e dê uma olhada nos demais artigos do blog, que são muito bons!
Também vale conferir o trabalho da fotógrafa Micheli Lopes, que me clicou no Congresso Vida Nova (mais fotos aqui) e transformou uma postura minha toda torta (que é como fico quando estou esperando alguma coisa) em algo belo:
Também vale conferir o trabalho da fotógrafa Micheli Lopes, que me clicou no Congresso Vida Nova (mais fotos aqui) e transformou uma postura minha toda torta (que é como fico quando estou esperando alguma coisa) em algo belo:
09 março 2012
8º Congresso Brasileiro de Teologia Vida Nova
Semana que vem, estarei no 8º Congresso Brasileiro de Teologia Vida Nova (13 a 16 de março), em Águas de Lindoia, SP, prestigiando preletores como William Craig, Augustus Nicodemus Lopes, Davi Charles Gomes, Jonas Madureira e Guilherme de Carvalho. Além disso, dr. Russell Shedd fará as devocionais e Stênio Marcius, o louvor. Estive com Augustus Nicodemus, dr. Shedd e Stênio na Vinacc e fui muito abençoada por eles! Ainda preciso escrever um pouquinho sobre a pregação do Augustus no encerramento da Vinacc, que foi uma das melhores que eu e André já ouvimos na vida, se não a melhor.
No congresso, darei uma palavrinha rápida sobre meu livro A mente de Cristo: conversão e cosmovisão cristã, junto com Augustus Nicodemus, que me honrou muito ao assinar a apresentação. Mas calma: não é o lançamento, ainda, apenas um hors d'oeuvre. :-) O livro vai sair no final de abril e eu prometo que posto todas as datas e locais!
No congresso, darei uma palavrinha rápida sobre meu livro A mente de Cristo: conversão e cosmovisão cristã, junto com Augustus Nicodemus, que me honrou muito ao assinar a apresentação. Mas calma: não é o lançamento, ainda, apenas um hors d'oeuvre. :-) O livro vai sair no final de abril e eu prometo que posto todas as datas e locais!
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