Saudade de blogar. O recesso parece que vai perdendo seu poder de veto, de barricada contra os movimentos espontâneos da escrita, e uma vontade imensa de voltar a me ensaiar aqui - todo texto é um ensaio de algo maior que vai dentro da gente e nos transborda, sem se deixar capturar - faz com que eu venha dessa vez, sem no entanto prometer a mesma assiduidade de antes, face aos compromissos que assumi e que devo comprometidamente, concentradamente, seguir até o fim.
Mas Cassandra Wilson me pegou, Affonso Romano de Sant'Anna apareceu na tv e eu me vi aqui, querendo fazer o que mais gosto de fazer na vida, exercendo um dos poucos talentos que tenho sem expectativa alguma de recompensa a não ser o prazer, a alegria, a satisfação com o que surge depois do esforço. Mostrando a mim mesma e aos que me lêem o lugar central que este blog tem na minha vida - por me possibilitar, apenas, a prática daquilo para o que (imagino, Senhor) fui talhada acima de tudo.
O que me desvia deste blog é um trabalho de poesia e música, exatamente aquilo que me fez voltar hoje aqui, sem que eu tivesse a mais remota possibilidade de resistência. Poesia e música, juntas, um casal inseparável, segundo o meu Meschonnic. Tenho que dar conta disso. E da minha escrita, dos meus desenvolvimentos, minhas leituras.
É assim que eu ameaço começar meu ano de 2007: com a conciliação e o esforço conjunto de poesia e música trabalhando ouvidos, olhos e intuições. Seus e meus. E é assim que desejo seu ano de 2007: ano de consciência e centralidade de seu talento (sempre os há), junto a uma necessidade imperiosa de clareza interna e externa. Clareza tal como a define João: "a verdadeira luz, que ilumina a todos os homens" (Jo 1:9)
Feliz Ano-Novo!
Um esforço, com a graça de Deus, de recolocar o cristianismo na via dos debates intelectuais. Não por pedantismo ou orgulho, mas por uma necessidade quase física de dar nomes às minhas intuições e contornar o status quo das idéias hegemônicas deste mundo.
29 dezembro 2006
24 dezembro 2006
Mensagem de Natal 2006
Inspirada por Desert Song, de Stanley Clarke, e por uma versão swingada e alegrinha de White Christmas, rompo o recesso - que deve se estender por mais seis meses, mas não se preocupem, eu volto - para escrever esta mensagem de Natal a todos os meus queridos amigos e leitores que me acompanharam neste ano de 2006.
O que mais posso lhes desejar? O que desejo para mim mesma: que a Verdade, que é Jesus Cristo, jamais seja perdida de vista. Que, em meio a presentes mil, Papais Noéis e penduricalhos de Natal, você possa imaginar aquele bebê na manjedoura e pensar no que seríamos sem Ele. Que você possa sobretudo meditar nas afirmações graves e extraordinárias Daquele que se dizia Filho de Deus, enviado pelo próprio Pai para salvar o mundo:
"Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei." (João explica: Ele se referia ao santuário de seu próprio corpo.)
"Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida."
"Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva."
"Se vós permanecerdes em minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (...) todo o que comete pecado é escravo do pecado; (...) se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."
"Quem crê em mim crê, não em mim, mas naquele que me enviou. E quem vê a mim vê aquele que me enviou. Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia. Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e anunciar."
"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vai ao Pai senão por mim. (...) Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Se me amais, guardareis os meus mandamentos."
"Como o Pai me amou, assim eu vos amei; permanecei no meu amor. (...) O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei."
E muitos dos que O ouviam diziam:
"Sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo."
Que neste Natal esta também seja a sua certeza, arraigada no fundo do coração!
Um abraço caloroso!
Norma Braga
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