24 fevereiro 2008

Virilidade

The good, the bad and the ugly, Ennio Morricone

Sinto falta da virilidade. (Não minha, lógico. Nos outros – nos homens.) Sinto que a força masculina é a grande qualidade recalcada de nossos tempos. Mirados pelo dedo dos descendentes ideológicos de Marx, os homens estão fugindo como loucos da pecha de opressores. “A culpa é do macho heterossexual”, bradam os totalitaristas encampadores do pensamento na mídia e nas universidades. Como resultado, os homens estão se tornando... menos homens, mais meninos. E sensibilidade sem maturidade é alijamento emocional: algo que, no relacionamento, obriga a mulher a ser mãe acima de qualquer atributo.

Sim: as mulheres têm sido chamadas, na modernidade, a ser fortes, enquanto os homens, sufocados de culpa, precisam se enfraquecer. O resultado é isso que vemos por aí. Que as leitoras do blog sejam sinceras consigo mesmas: Tiveram quantos namorados realmente adultos, decididos e seguros de si? Quantas foram as vezes em que foram mais mães que namoradas?

Outro dia, assistindo à tv daquela forma totalmente descompromissada – mudando de canal o tempo todo – , eu ri de mim mesma ao perceber que havia parado por alguns minutos em uma mesa-redonda futebolística. Não gosto nem de jogos de futebol, quanto menos de discussões sobre jogos de futebol. Mas me chamou a atenção que talvez um dos únicos sinais de virilidade assim tão flagrantemente exercidos, sem peso nem medo, esteja nos esportes. De assustar, essa conclusão.

Cristãos do sexo masculino, não me decepcionem. Sejam machos, para compensar essa excessiva fragilidade em que os homens modernos têm se refugiado. Jesus chorou, sim, mas era forte e viril quando precisava ser. Peçam a Deus esse equilíbrio.

Quanto a mim, não me isento da responsabilidade quanto a minha própria identidade sexual. Tenho orado a Deus para que não me deixe reproduzir a ânsia por reconhecimento masculino acima da valorização de meus atributos femininos. Tenho orado por plenitude de consciência sobre minha presença no mundo como mulher. Creio que Deus deseja essa consciência para os seus. Se não fosse assim, a diferença entre os sexos estaria tão esmaecida na Bíblia como se encontra em nossos dias. Se não está, é porque há algo nessa diferença que ultrapassa a simples idéia de função social. Para descobrir o que é isso exatamente, precisamos desejar ser homens e mulheres plenos em Deus. Essa reflexão não tem fim, e deve continuar pelos próximos posts.

P.S.1 Não deixe de ler um texto ótimo e sem papas na língua sobre o assunto, traduzido por Julio Severo.

P.S.2 Reativei os comentários para dar voz aos homens sufocados pela modernidade. :-)